Baías e Baronis – FCP vs Paços Ferreira


E começou a época. Fui a Aveiro ver o jogo e saí de lá com a satisfação de um troféu conquistado e pouco mais. É evidente que a equipa, à imagem das últimas temporadas, não arranca para a temporada a 100%, com um jogo desconexo e ainda com poucas pernas e entrosamento. Valeu pela taça. Um quinto da época já é nosso. Só falta o resto! Vamos lá aos altos e baixos:

BAÍAS
(+) Acima de tudo, o troféu. Era uma final e as finais são para ganhar. Construções ofensivas aparte, tácticas e lampejos individuais, o que interessa mais nestes jogos é o resultado, não há lirismos à mistura. Ganhamos bem e não foi de todo injusto, fomos mais concretizadores e mais práticos que os pacenses, que deram boa réplica mas não suficiente.
(+) A defesa esteve bem. Bruno Alves, para além do golo magistral que marcou (quando o vi à entrada da área para o canto e os dois defesas pequeninos de amarelo à frente dele pensei: “ou é golo ou é falta”. Felizmente acertei na parte boa), esteve dominador na defesa, ao lado de um Rolando certinho e a mostrar porque é titular ao seu lado. Fucile arrastou bem o jogo pelo flanco e Álvaro esteve bem a defender se bem que pouco afoito a atacar.
(+) Mariano. Se este rapaz tivesse talento era um caso sério. Conquista os adeptos porque não pára todo o jogo, corre até à exaustão e esforça-se mais que ninguém. O lance em que recupera a bola na linha final depois de pressionar o defesa do Paços é extraordinário e mostra bem que nunca vira a cara à luta. Era só saber jogar um bocadinho mais à bola…
(+) Varela foi dos melhores enquanto esteve em campo. Arrastou o jogo para a frente, bola na relva e a correr muito. Precisa de aprender um pouco mais o que fazer quando está em posição de concretização ou assistência para golo, ainda parece hesitar muito e prende o jogo da equipa.
(+) Farías faz pouco, mas marca muito. Não consigo entender como é que aquele gajo consegue ter sorte tantas vezes, a bola parece que tem uma apetência particular para ir parar aos pés dele no momento certo. É pena que no resto do tempo ande feito parvo a correr (ou melhor, a fazer jogging…) atrás dos centrais.
(+) Jesualdo teve um discurso correctíssimo no final da partida, avisando os jogadores que é preciso fazer mais e melhor. Nem todos os adversários são o Paços de Ferreira, por isso é necessário crescer fisica e tacticamente. O resto é empenho e garra.
BARONIS
(-) Ganhar é bom…mas ganhar sem jogar bem não tem o mesmo gosto. Nota-se alguma incapacidade táctica, especialmente a cobrir os espaços no meio-campo, o sector que na minha opinião mais falhou. Não houve um único momento de pressão alta, e o ponto fulcral desta exibição fraca foi o arranque da segunda parte, onde saímos com a bola e a perdemos logo ao segundo toque. Algo distraídos e um pouco desorientados, tivemos alguma sorte de apanhar uma das muitas equipas do nosso campeonato que até têm posse de bola mas acabam por não saber muito bem o que fazer com ela.
(-) Hulk não esteve bem. É verdade que foi muito marcado, muito em cima, pelos defesas do Paços, mas inventou demais quando tinha de ser prático. Não me parece que seja jogador para estar no centro da área, como já disse e como já tem vindo a ser notado desde há vários jogos, rendendo mais quando pega na bola das laterais. Tem de ser menos brincalhão e mais eficaz.
(-) A primeira-parte do árbitro Jorge Sousa é um festival de apito. O homem não podia ver nenhum jogador do Paços a cair (e foram muitos) que imediatamente fazia soar o estupor do assobio. Enervante.
(-) Belluschi está com poucas pernas e ainda não percebeu que não pode parar no meio do campo e ficar a olhar. Isto não é a Argentina e não tem o espaço absurdo que lá dão aos criativos. É preciso mais discernimento rápido e apesar de não ser Lucho, terá que correr mais com a bola.
(-) À imagem do jogo com o Villa, os jogadores cairam algumas vezes em parvoíces co mas provocações dos adversários. Bruno Alves e Fucile não podem ficar incomodados com esse tipo de coisas, são jogadores maduros que já deviam ter um bocado mais de calma a jogar e preocupar-se mais com os próprios erros do que com algumas bocas foleiras que ouçam.
Enfim, mais um troféu (ficamos a dois de ultrapassar o Benfica na globalidade) e a certeza que ainda falta muito para progredir, treinar e entrosar. Uma semana não chegará, mas estou convicto que lá para Outubro já estaremos a praticar um futebol melhor. Lá estarei para ver se tenho razão!

3 comentários

  1. "Acima de tudo, o troféu. Era uma final e as finais são para ganhar. Construções ofensivas aparte, tácticas e lampejos individuais, o que interessa mais nestes jogos é o resultado, não há lirismos à mistura. Ganhamos bem e não foi de todo injusto, fomos mais concretizadores e mais práticos que os pacenses, que deram boa réplica mas não suficiente."

    Subscrevo o que dizes, concordo plenamente, fomos justos vencedores e o mais importante era de facto vencer o trofeu e não a exibição.

    Um abraço,http://varanda-do-dragao.blogs.sapo.pt/

  2. Confesso que não esperava uma exibição de luxo. Não foi, longe disso. O FC Porto portou-se como uma equipa vulgar, não conseguindo em momento nenhum superiorizar-se ao modesto Paços de Ferreira.

    Pior que isso, consentiu que os pacenses chegassem por duas ocasiões a baliza de Helton com imenso perigo.

    Graças à fífia de Cássio e à codícia de Farías (um dos poucos atributos deste goleador argentino) lá conseguimos arrancar para a vitória de mais um troféu.

    Foi vencer sem convencer.

    Jesualdo vai ter muito que limar para apresentar uma equipa competitiva. A jogar desta forma não venceremos novamente o Paços, agora em sua casa.

    A equipa mantém uma das fragilidades das épocas anteriores: Falta de qualidade de passe que interrompe frequentemente a progressão e diminui a possibilidade de criar situações de golo.

    É um aspecto em que tenho vindo a insistir e que não vejo melhoria.

    O futebol foi tão fraquinho que nem ouso destacar quem quer que seja.

    De resto, viva o FC Porto.

    Um abraço

  3. Não se preocupem com os baronis. O ciclo do Benfica funciona sempre, pelo menos enquanto o papa for vivo. 30 jogadores emprestados, férias, prendas, refeições e p##%%$as pagas a árbitros, escutas e jogos de influencia tratam do resto. Mas um dia, e acreditem, esse dia chegará, tudo vai mudar…
    Na mesma fica um abraço!

    SLB Sempre!!!

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