Baías e Baronis – Bordéus vs FC Porto

Foto retirada de Desporto.Sapo.pt

Foi mais um mau jogo, muito embora haja claras atenuantes: a equipa foi um conjunto claramente alternativo tendo em conta o que vai ser a equipa titular no próximo sábado frente ao Benfica, foi o segundo jogo em dois dias e parece-me que houve claras indicações para “não meter o pé”. Ainda assim, creio que podíamos ter esperado um pouco mais a nível da clarividência no momento da criação de lances ofensivos, que hoje à excepção de Varela foram quase a cem por cento delegados em Belluschi, que mais uma vez tentou mas não conseguiu. Continuo a dizer o mesmo que disse depois do jogo de ontem, vamos ter de ter paciência, muita paciência, porque se vê que os rapazes estão a tentar mas ainda não sai nada do que virá a sair num futuro mais ou menos próximo. Vamos a notas:

(+) Souza. Jogou a trinco e mostrou que finalmente vamos poder ter uma alternativa credível a Fernando, especialmente porque ainda não se sabe se Castro fica no plantel. Controlou bem a zona defensiva e tentou sempre avançar quando podia. Tem força, tem garra e faz-me lembrar o Patrick Vieira…mas comparações param aqui porque disse o mesmo do Guarín no primeiro jogo que o vi a fazer. No entanto, tenho mais esperanças neste rapaz que no colombiano e espero vê-lo a jogar muitas vezes.

(+) Varela. Com a velocidade que mostrou pelo flanco, mostrou que está recuperado da lesão e se dependesse de mim era titular indiscutível. Pode ser trapalhão e às vezes parecer que não sabe o que fazer quando chegar à linha, mas arrasta o jogo para a frente e na fase em que estamos é bastante útil, pelo menos enquanto o meio-campo não carburar ao ritmo que se quer.

(+) Belluschi. Não fez um jogo muito bom, admito, mas tentou. Mostrou-se menos preguiçoso que o costume e continuo a achar que esta nova filosofia do meio-campo se adapta mais à sua forma de jogar…mas as coisas tem de lhe sair bem senão é trabalho em seco.

(+) Maicon. Está a ficar melhor o gigante. Passa bem a bola e parece saber o que faz, mas a lentidão continua a ser um handicap grande.

(-) Sereno. Está a conseguir enervar-me enquanto está em estado de graça por ser novo no grupo, o que é raro. Hoje dei comigo a pensar que se calhar não era mau ter cá o Stepanov e despachar já Sereno. É absurdo o que faz no lance que dá origem ao segundo golo do Bordéus e não foi caso único no jogo. Vou atribuir as falhas ao nervosismo de jogar num clube a sério. É, deve ser disso.

(-) Sapunaru. Ao contrário da opinião de um amigo com quem troquei algumas mensagens depois do jogo, não gostei do romeno, mais uma vez. É indeciso demais e acima de tudo displicente na defesa. Até gosto de o ver a subir no terreno para apoiar o ataque, mas a principal função de um defesa é defender. E Sapunaru não defende bem.

(-) James Rodríguez e Walter. Não é bem um Baroni de-facto, será antes um Baroni preventivo. Têm de perder rapidamente os maus hábitos do futebol da América Latina, a lentidão com que se fazem aos lances, pensando que não virá nenhum adversário atrás deles para lhes tirarem a bola durante uns largos minutos. Walter é/está gordo e depois de perder peso falamos, já James tem de ganhar força para aguentar os choques habituais do futebol europeu.

(-) Bolas paradas defensivas. Não preciso de dizer muito. Basta comparar com o ano passado para ver que é preciso trabalhar muito nesses lances.

Ora então daqui a 6 dias jogamos contra o Benfica, dizem? Pois…vai ser um jogo complicado, se compararmos as duas equipas pela forma física e pela capacidade táctica. A nossa equipa está a ser construída quase de raíz, com poucas referências do ano passado e com treinador novo, ao passo que os senhores vermelhors tem uma base sólida do ano passado, com um treinador matreiro e parecem estar fisicamente mais em forma. É muito arriscado atirar um prognóstico e não quero ser derrotista, mas se me permitem, cá vai:

Aham, aham.

Ai.

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Baías e Baronis – PSG vs FC Porto

Foto retirada do Record

Este vai ser um Baías e Baronis um pouco diferente. Como tenho um amigo a viver em Paris que decidiu ir ao jogo, apesar de ser um adepto da Académica pedi-lhe para descrever sucintamente a forma como viveu o jogo como favor especial aqui ao menino, já que habitualmente concordo com as opiniões dele sobre a bola. Vi o jogo na TV e de facto estou de acordo com o que esse arauto da língua lusa em terras francófonas pronuncia acerca da forma como o jogo decorreu. Assim sendo, os comentários dele estão abaixo, devidamente colocados em itálico (porque não há frânquico…nevermind). Ah, o último Baía e o último Baroni são meus, sem estar em itálico e com comentários personalizados. Por isso fica o meu agradecimento, rapaz. E saudades de beber uma bela cervejola contigo. E que para a próxima seja melhor o espectáculo! E aí vai aço:

(+) Ruben Micael. Meteu ordem no jogo.

(+) O meio-campo para trás, sem a bola. Tinha aspecto seguro, pelo menos donde estava sentado.

(+) Álvaro Pereira. Gosto.

(+) Hulk. Atitude, vontade de ganhar, único que sabia o que fazer com a bola do meio-campo para a frente.

(+) Fernando. Continua a ser o elemento mais importante do meio-campo, com Moutinho lento e com poucas ideias e hoje com Guarín numa posição onde poderia ter influência mas não conseguiu. Nota-se perfeitamente quando chega a um lance porque o mais provável é ganhar a bola ao adversário e seguir com ela controlada, segundo as ideias de Villas-Boas. Está melhor de jogo para jogo.

(-) Hulk. Quezilento, resineiro, levou a única assobiadela da tarde por se ter esquecido que estava num amigável.

(-) Miguel Lopes. Carrinho quase sempre desnecessário.

(-) Guarín. Enerva-me.

(-) Equipa toda. Vir em pré-época a Paris com um bom terço do estádio português e ir directo aos balneários sem sequer olhar para as bancadas é feio. Nem o Braga quando cá veio para a UEFA fez isso. Alguém tinha a obrigação de lhes ter explicado que representam mais do que apenas um clube.

(-) Jesualdite. Sei que é pré-época e que as experiências estão a ser feitas. Mas ao ver este jogo não pude deixar de pensar: “Porra, ainda é o Jesualdo no banco?!”. Pois é, “old habits die hard”, dizem os senhores da ilha que parece um L ao espelho, e hoje notou-se isso. Havia pouca movimentação no meio-campo, fraco entendimento nas transições, muito tempo de paragem para retomar posições, exageros óbvios dos laterais nas subidas com os extremos, hesitações permanentes no centro do terreno com Guarín a ocupar espaços de ninguém, Moutinho a não conseguir criar jogo, Rodríguez a não conseguir passar por ninguém, Falcao a falhar as poucas oportunidades que criámos e umas bolas paradas absurdamente mal defendidas. Hulk continua a ser a peça-chave, e quando está em dia mau, tudo corre pior. Não gostei de Guarín, mais uma vez, apesar de achar que pode voltar a ser importante quando fôr preciso defender aquele meio-campo. Uma coisa é certa: sem ritmo e organização não vamos lá, e hoje vi pouco de um e de outro.

Aparentemente o melhor da tarde, segundo o jovem autor das linhas de cima, foi ver o Totti a fazer de conta que aquecia. Um jogo sonolento, com ligeiro ascendente dum Paris de segunda linha, um Porto com ímpeto a mais no meio campo (leia-se, rispidez), e o Hulk a jogar sozinho. Acho que traduz bem o que se viu. Ainda estamos muito verdinhos para competição a sério, apesar de já levarmos 3 semanas de preparação. Como sempre tenho dito, é preciso ter paciência e aguentar o facto de não estarmos ainda a mostrar futebol suficiente para fazer frente a adversários que joguem com ritmo mais alto e acima de tudo com garra e vontade de vencer, que hoje pareceu faltar. Ah, e só mais uma coisinha: se o Villas-Boas colocar o Rodríguez e o Walter do mesmo lado, arriscamo-nos a ter de pagar uma multa por inclinar o terreno de jogo. É muito peso junto! Aposto que a Jennifer Lopez já telefonou ao Walter a dizer: “Olha, e trazeres-me o meu rabo de volta? Isso é que era!”. Vão ter de perder uns quilinhos, vão…

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