Como fazer a cama a um gajo em 3 actos

Pode-se gostar ou não de Queiroz, concordar ou não com a disposição táctica ou as substituições.
Pode-se achar que há melhores treinadores ou que o contrato é exagerado para um seleccionador de um país como o nosso.
Pode-se pensar que Queiroz é conflituoso ou pacífico, humilde ou arrogante, inteligente ou idiota.

Mas não se pode deixar de sentir um certo nojo para com todos aqueles que lhe estão a fazer a cama. Aqueles que colocam o ego à frente de um bem maior são os primeiros a serem despachados nas empresas. Aqui, neste nosso futebol, parece que não.

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Aceitam-se comentadores não-acéfalos

Gente agressivamente comentadeira,

Por muito lisonjeiro que seja a vossa visita aqui, quer tenham encontrado o blog no fundo das vossas pastas de favoritos (vá-se lá saber porquê) ou simplesmente porque o viram linkado através de outro blog ou fórum, sinto que devo fazer um pequeno aviso quanto aos comentários.

Quem acompanha o Porta19 sabe que não costumo comentar as arbitragens do meu clube, muito menos as dos outros. Quando há casos evidentes, como penalties que não são assinalados ou foras-de-jogo evidentes, admito que aconteceram (como no jogo de ontem em Vila do Conde) e ponto final. Não entro em joguinhos nem teorias de conspiração kafkianas “porque A beneficiou B então está comprado e é sempre a mesma treta e este campeonato está viciado” que só acaba no insulto fácil. Não contem comigo para isso. As poucas vezes que falo de arbitragem acontecem quando há lances desse género ou então quando vejo uma inclinação claríssima para não dar cartões merecidos ou quando há jogos em que durante 90 minutos há um jogador que passa a vida a distribuir lenha por tudo que mexe. Aí falo, seja pelos menos seja contra os meus, porque a justiça deve ser cega e não olhar porque, coitada, é cega.

Assim sendo, agradeço o interesse de um bom número de comentadores que insistem em aparecer por aqui a dizer coisas como: “pois, lá está o polvo” e “já lá vão 9 pontos quando deviam ter 5” e “sicília ai ai ai” e afins, mas não vou publicar esses comentários (só hoje de manhã foram nove e continuam a chegar). Não vou contribuir para esses bate-bocas. Se quiserem dizer coisas como “o álvaro parece parvo e farta-se de fazer carrinhos dentro da área à tolo, não sei como é que se tem safo” ou “e que tal colocar a perna do Varela num invólucro de cimento para ele não ter medo? isso é que era!”, serão publicados mal eu os receba.

Para esse tipo de conversa mandem um mail ao Rui Gomes da Silva ou ao Guilherme Aguiar. Para acéfalos já lá estão esses dois.

Obrigados e voltem sempre.

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Baías e Baronis – Rio Ave vs FC Porto

Foto retirada do MaisFutebol

Não foi um jogo bonito, mas ganhámos com mérito e com valentia. A equipa jogou um futebol enfadonho, mas eficaz. Simples, mas prático. Pouco inteligente durante largos minutos, mas directo ao assunto e sem grandes invenções. Esteve aí a marca da diferença do FC Porto de Villas-Boas esta noite no Estádios dos Arcos, uma marca que se vai tornando notória à medida que os jogos vão decorrendo: estamos aqui para vencer, vamos vencer e quando fôr preciso, joga-se bonito, como no caso do segundo golo, uma obra de arte em forma de contra-ataque. Vamos a notas:

(+) Hulk Dois golos hoje e mais um no primeiro jogo colocam-no na liderança dos melhores marcadores. Hulk está em boa forma e isso reflecte-se na forma como joga. Apesar de continuar a enervar os adeptos quando por vezes parece “guloso” demais ao aparecer a rematar quando deve passar e vice-versa, é uma unidade que neste momento rende mais que vários Varelas a jogar em paralelo. É a força-motora da equipa, o homem que pega na bola e arranca para o ataque, quer venha da ala ou do centro do terreno, substituindo muitas vezes os médios criativos, já que hoje nem Moutinho nem Belluschi estiveram nos seus melhores dias. É actualmente insubstituível no FC Porto.

(+) Rolando+Maicon Depois da miserável exibição frente ao Genk, a dupla de centrais redimiu-se hoje, principalmente Rolando, bem mais activo e alerta, a sair a jogar e a interceptar bola atrás de bola que chegavam perto de si. Maicon, por outro lado, foi prático e não inventou nada. Deve ter ouvido das boas do André quando chegou ao balneário no final do jogo contra os belgas, deve…

(+) Sapunaru Foi (mais) um jogo esforçado do nosso bebedolas, que lutou contra um adversário muito complicado como é Bruno Gama e safou-se muito bem. Depois dos primeiros 5 minutos em que pensei que se fosse ver à rasca para parar o nosso ex-extremo, conseguiu limpar o flanco quase sempre com facilidade e até aparecer a ajudar o ataque. Teve azar na lesão e pode ter dado o lugar a Fucile…se este não sair até terça-feira.

(+) Fucile Há grandes diferenças entre Fucile e Sapunaru, como é óbvio para quem vê os jogos do FC Porto. Fucile é ofensivo, acelerador, inteligente e espalhafatoso. Sapunaru é calmo, defensivo e parece estar sempre preocupado com o que vem aí pelo flanco dele “ai senhores que o gajo sabe fintar, deixa-me recuar para ver se ele não me ultrapassa já e…pronto, já cá está a bola!”. Mas para grandes equipas, Sapunaru, apesar de não ser mau jogador, é limitado, arrisca pouco e perde em relação a um Fucile em forma. É que dá gosto ver o uruguaio, tirando o ridículo penacho louro no cabelo, a correr pelo flanco fora em auxílio do ataque, e faz falta vê-lo na posição dele. Se sair é uma perda muito grande para a equipa.

(-) Varela Não dá, rapaz. Assim não dá. Continua com medo de meter o pé à bola e temo que regresse da Selecção ainda com mais medo. Apesar de ter feito a assistência para o segundo golo e ter estado envolvido no primeiro, durante o resto dos minutos que esteve em campo andou a passear sem lutar muito com os adversários, fugindo do choque como um gótico de água fresca e deixou várias vezes Álvaro Pereira à rasca com dois gajos pela frente. Não está a merecer a titularidade.

(-) Álvaro Pereira Já no jogo contra a Naval “deu” um penalty aos adversários que não foi assinalado e hoje em Vila do Conde mais uma vez fiquei com a impressão que fez falta sobre Tarantini dentro da área. Felizmente o árbitro achou que tinha sido simulação do vilacondense e Álvaro safou-se mais uma vez. Mas tem de ter calma com os carrinhos, um dia destes vai sofrer com isso e arrasta a equipa com ele. Para além disso continua muito distraído na defesa e não pode continuar a falhar como tem falhado.

Chegamos à primeira paragem do campeonato em primeiro lugar com três vitórias em três jogos. Podemos não estar a ofuscar as outras equipas com a qualidade do nosso futebol, mas acima de tudo estamos a ser práticos e eficazes. É isso que se pede a uma equipa que está em construção, que vá ganhando para continuar a crescer e a melhorar o entrosamento entre elementos e sectores. Vamos pelo bom caminho e os sócios começam a ganhar alguma fé na equipa. Espero que a paragem não traga lesões e que consigamos manter o mesmo nível depois dos rapazes regressarem dos jogos pelas selecções. Ah, e já agora, que se feche o mercado rapidamente…

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