Os (maus) cronistas da nossa praça: Marta Rebelo

De há uns anos a esta parte, começou a surgir no nosso futebol um fenómeno que tomou o mundo da imprensa escrita e online de assalto: os cronistas colunáveis. A proliferação desta espécie de opinadores foi uma pequena praga que empurrou os tradicionais rapazes que sabiam da bola para canto, substituindo-os por pseudo-amantes de desporto disfarçados de sábios, com lugar cativo nalgumas das principais publicações que povoam o nosso panorama jornalístico.

Um excelente exemplo deste potpourri de lixo retórico dá pelo nome de Marta Rebelo. A ex-deputada e aparentemente colunável opinadora é uma das cronistas do Record, um jornal (se ainda obedecer à definição) que não prima propriamente pelo bom gosto, ou não fosse do grupo Cofina, ao qual pertence esse baluarte do jornalismo português como é o Correio da Manhã ou o felizmente falecido 24 Horas (EDIT: o 24 Horas pertencia ao grupo Controlinveste. Obrigado pela correcção, Nuno!). Quando lemos os textos que são delicodocemente escritos por Marta, uma sensação de deja-vu invade-nos e somos assolados por uma onda de melancolia e nostálgicas sensações de paz e tranquilidade, à medida que somos transportados pelo tempo para o nosso 5º ou 6º ano de escolaridade, quando tínhamos de fazer redaçcões sobre o que se passava no mundo à nossa volta. Ah, as saias da Professora de Música, as calças justas da de Ciências, ou a rude faceta do sempre energético fulano que, ao abrigo de uma suposta licenciatura em Desporto, lá obrigava a canalhada a correr à volta do campo enlameado gritando “vamos lá, meninas, só falta sete voltas!”. Que estupor. Enfim, de volta à Marta.

Não me incomoda que a Marta ande pela Caras a exibir o seu novo boy-toy. Nem me choca nada que haja gente que compre a mesma revista só para ver isso. Mas, à imagem de outras Martas, esta é um bom exemplo de algo que está mal no jornalismo desportivo português. Em vez de gente que sabe e que por muito que trate mal o nosso clube quando é merecido, alguns preferem convidar gente que escreve coisas como “treck record” ou rimas como “Porque a basculação ofensiva foi pujante, mas o desperdício frustrante“, num exercício que é quase tão interessante como ver tinta a secar numa parede.

Ler Marta Rebelo assemelha-se a um almoço de comida chinesa. Enquanto mastigamos tudo parece saber ao mesmo e uma hora depois já nem sabemos dizer o que metemos cá dentro.

10 comentários

  1. Jorge, só uma correcção, o 24 Horas, por muito execrável que era, pertencia ao grupo Controlinveste (JN, DN, TSF, etc etc)
    Abraço amigo

  2. FODA-SE…não conhecia a peça..imperdoável…mas é normal…escreve num pasquim que não tenho por hábito ler…beeeeem….fui ver 2 ou 3 crónicas…Meu Deus…a referência que fizeste à viagem ao 5º ou 6º ano é o retrato exacto desta gaja…parece um puto a escrever…eu acho que retrocedi ao 2.º ano lol….já um puto sabe mais de bola que ela….sem dúvida…meu deus…como vai este país…

  3. @Nuno: toda a razão, foi lapso meu. damn it, tenho de começar a pesquisar antes de escrever para evitar estas parvoíces…para além disso já descobri algumas coisinhas sobre esta menina que não fazia a menor ideia, nem a conhecia se não fosse ler o que escrevinhou no Record…

    a seu tempo ponho mais uma ou duas achas na fogueira :)

  4. eu já a conhecia. Vi-a num episódio do "5 para a Meia-noite", com o Alvim, e já na altura achei: "mas que car@lho é que esta gaja está a dizer?".

    As crónicas que indicaste só comprovam a minha teoria :)

  5. Meus amigos,
    Esta Marta Reb é tudo que vc dizem, e foi + uma das deputadas deste pobre país…( é no que deu a lei das cotas para mulheres, além de H burros, temos agora também algumas mulheres muito burras))Intitula-se como profissão " ex-deputada ", e numa coisa qualquer de ensino superior…mas… meus amigos, aqui há tempos foi apanhada na Biblioteca… e mais não digo… que riqueza…um dia conto.

  6. Esta senhora é uma daquelas alminhas multifacetadas em que o nosso país é rico e que nos levam sempre a perguntar por que razão estamos tão mal com génios de tal calibre. Ex-deputada, opina na televisão, escreve sobre desporto e há tempos lançou na Quetzal uma coisa inenarrável chamada "As Minhas Fitas" (se não estou em erro) onde fala dos filmes da vida dela, como se isso interessasse a alguém além dos familiares. Uma coisa péssima, do ponto de vista estilístico e não só. Enfim, o problema é que me parece que vamos ter de levar com esta senhora durante os próximos tempos – com ela e outras (os) do mesmo calibre.

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