Belluschi…Belluschi…Belluschi…Alenichev!

À primeira vista, dirão que sou louco. Porra, um é argentino, o outro é russo, haverá escolas de futebol mais diferentes?! Realmente os dois de aparência só têm parecida a cor da pele, já que o resto do aspecto é radicalmente diferente, com a trunfa de Belluschi em constante mutação, seja curto, com rastas postiças ou uma espécie de poupa encaracolada a contrastar com o clássico corte russo-põe-te-fino-senão-segues-pro-gulag-que-te-lixas de Alenichev. Em campo, no entanto, vejo muitas parecenças entre ambos.

Alenichev foi dos jogadores que mais gostei de ver a jogar com a nossa camisola. Era um jogador fino, inteligente, que lutava quando era preciso mas que acima de tudo conseguia arranjar espaço onde parecia não existir e que sabia quando pausar o jogo para permitir aos colegas as movimentações necessárias e enquadradas na táctica. Era, a par da força e da garra de Maniche (o daquela altura, não o de agora) o complemento técnico perfeito para Deco no meio-campo do FC Porto de Mourinho. Não tinha um remate muito forte nem era bom de cabeça, muito menos era notável no 1×1, mas deliciava-me com os passes simples, práticos e quase sempre para o sítio certo.

Belluschi está a caminhar para o mesmo estatuto. Este ano, com Villas-Boas a moer-lhe os ouvidos, está com um sentido táctico mais apurado, com uma moral acima do Evereste, entra em campo com abnegação e esforço e, como Alenichev, joga bem melhor com outro médio mais estrutural ao lado.

Está a desenvolver uma certa empatia com os adeptos ao fim de um ano menos conseguido. Espero, para bem dele e da equipa, que lá chegue.

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Notas soltas sobre o Portugal vs Espanha

  • Será que os espanhóis vão abandonar a organização, alegando falta de solidariedade?
  • A grande diferença para o Portugal do costume esteve na pressão alta. Tão alta que os espanhóis raramente conseguiram sair a jogar com a bola controlada. Méritos? Paulo Bento.
  • Este Ronaldo e o Ronaldo do Mundial não podiam ser mais diferentes. Há várias explicações possíveis, mas o facto de estarmos em Novembro e o rapaz estar no pleno das capacidades físicas se calhar pode ter alguma coisa a ver com isso. E aquele não-golo foi uma obra de arte…
  • A Espanha jogou devagar, devagarinho e parado. Só quando se apercebeu que ficava mal sair com mais de 2 no bucho é que começou a correr. Começou tarde e a única coisa que conseguiu foi pôr o Rui Patrício a saltar de poste para poste porque não me lembro de um único remate perigoso à baliza.
  • Não houve ninguém que não pensasse que a pancada do Busquets ao Ronaldo esteve limitada ao jogo da Luz. O de Madrid já começou há algumas semanas…
  • Nos jornais já começou a parvoíce. A liderar as atoardas está, para manter a coerência da inutilidade de empregar gente louca, o Correio da Manhã, com a parangona “Os campeões somos nós”. Ganhámos um amigável. Venham de lá os próximos nórdicos para ver se a onda de euforia se mantém.
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