Baías e Baronis – Paços Ferreira vs FC Porto

Foto retirada do Sapo Desporto

Ainda estou a assentar ideias quanto ao jogo de hoje. Complicado é dizer pouco, como qualquer Paços/Porto, em que a equipa da casa aplica sempre uma agressividade acima da média contra nós, o que não sendo censurável acaba por ser impeditivo de um jogo mais conseguido. O resultado de 3-0, apesar de não espelhar o que foi uma segunda-parte que deixou todos os portistas com o proverbial credo na boca, devia ter sido obtido nos primeiros 45 minutos, onde falhámos golo atrás de golo e acabámos por entregar ao adversário a dinâmica de ataque que nos ia lixando a vida. Safamo-nos no final, com um penalty não-muito-visível-mas-nunca-se-sabe-porque-ainda-no-dia-anterior-tinha-sido-marcado-um-idêntico, mas a eficácia dos últimos 10 minutos foi-nos favorável e ainda bem. Acabamos o ano em primeiro lugar, com 8 pontos de avanço, mas os jogos estão a ser progressivamente mais sofridos e complicados. Vamos a notas:

(+) Hulk  Não consigo encontrar lugar para o criticar hoje. Não está na mesma forma que no início da temporada, nem o maior fã poderá afirmar isso. Mas a produtividade hoje em Paços de Ferreira foi alta, com um golo e duas assistências a fazerem com que Hulk fique para a história do jogo como o elemento em maior destaque. Ah, e sofreu um penalty por mais um dos jilhões de calcadelas dos jogadores do Paços, mas como não interessa para as contas, ninguém liga. Hulk está a sofrer a diferença que se nota do que foi o Hulk do início da temporada onde apareceu com níveis físicos muito acima dos adversários e dos próprios colegas, ao passo que agora já me parece estar mais nivelado. Se souber intercalar a explosão com o sentido prático, volta a ser o “Incrível” do costume. Assim, é só um excelente jogador que nos dá golos e pontos.

(+) Otamendi  O golo é excelente mas o que me fica mais na cabeça são as inúmeras vezes que apareceu a cortar lances de grande perigo para a nossa defesa. Quase sempre bem posicionado em relação aos avançados contrários, a única coisa que lhe posso apontar é que parece ainda não estar muito bem entrosado com Rolando, o que apesar de ser compreensível acaba por colocar em risco a solidez defensiva da equipa. Na segunda parte baixou o nível, tanto técnico como de concentração, mas continuo a achar que está muito bem na equipa.

(+) Álvaro  Todo o flanco outra vez, Álvaro! Não tão bem na defesa mas importantíssimo no ataque, especialmente quando Villas-Boas reordenou as tropas e o sistema táctico na saída de James e na entrada de Souza para o meio campo, obrigando o uruguaio a apoiar o ataque com Moutinho um pouco à frente. Álvaro nunca se faz rogado, zarpa por lá fora cheio de força e adiciona sempre uma opção pelo flanco, vital para alargar o jogo quando é preciso, seja a atacar como a guardar a bola com um espaço mais amplo para o oponente cobrir. Muito esforçado.

(+) Sapunaru  Menos vistoso que Álvaro, foi quase sempre seguro e continua a ser uma boa surpresa. O facto de parecer não saber mais do que o que mostra em campo acaba por limitar a nossa perspectiva dele como adeptos, já que sabemos não esperar mais do que pode e faz. Não me importo. Sapunaru cresceu muito em confiança e apesar de não subir tanto como o colega do outro lado, não causa perigo para a defesa porque apela naturalmente ao sentido prático. Está em perigo? Bola fora. É só o que lhe peço.

(+) Helton  Seguro durante toda a segunda parte, apesar de uma falha muito grande quando socou a bola para pouco longe, tendo a sorte do cabeceamento seguinte ter saído direitinho para as suas mãos. Muitas defesas simples mas seguras e uma garantia aos defesas que estão em boas mãos quando a bola passa por eles.

(-) Ineficácia na primeira, tremideira na segunda  Mais uma vez, à imagem do que se passou nos jogos contra Setúbal e Portimonense, uma vantagem de um golo não é confirmada rapidamente com o segundo ou o terceiro. Pode soar a arrogância assumir que essa seria uma vantagem digna sobre outras equipas menos abonadas tecnica e financeiramente, mas não é isso a que me refiro, mas sim à quantidade ridícula de golos falhados que temos vindo a acumular. Como quem falha arrisca-se a sofrer, andamos com algumas segundas-partes que estão a enervar os adeptos que não percebem como se pode falhar tanto. O empenho da equipa não está aqui em questão, mas não quero que a equipa se transforme num Sporting que se pode lamentar das bolas à trave ou dos remates ao poste. Não preciso de remates a 30 metros ou bicicletas, quero golos simples, mas que entrem.

(-) Belluschi  Voltou a não ser o Belluschi do primeiro terço do campeonato e o desdobramento do meio-campo está a sofrer com isso. Entre Sapunaru/Fucile, Ukra/James ou Guarín/Souza, já há dúvidas suficientes para o onze-base do FC Porto para termos um Belluschi a precisar de rodar no banco um bocadito. As coisas não lhe estão a correr bem e torna o jogo mais complicado com constantes tentativas de adornar os lances pelo ar em vez de “sentar” a bolinha na relva e passá-la com maior certeza que chegue ao destino correctamente. Tem de melhorar.

(-) André Leão e Filipe Anunciação Não era preciso consultar o Oráculo de Delfos (ou o de Bellini para ser um bocadinho mais prosaico e ao nível destes anormais) para perceber que estes dois exemplos de masculinidade sobre-compensada iam passar o jogo armados em porteiros de discoteca. Casos óbvios de Katsouranização, era calcadelas, entradas por trás, carrinhos de pé no ar, tudo valia. Hulk, Álvaro, James e Falcao lutaram contra estas paredes de betão estúpido sem grande sucesso. E se Filipe andou menos interventivo porque jogou a central, já o amigo André mostrou que ainda precisa de muitas aulas de danças de salão para que lhe ensinem que se fôr a pisar assim os colegas de profissão…um dia destes vai levar com um martelo na nuca. Não danço por isso não sei qual será a reacção, mas se lhe fizerem o mesmo que o André Leão hoje fez, não deve fugir disto.

Custou mas vencemos num campo muito difícil contra uma equipa muito rija, com avan

6 comentários

  1. Disse antes do jogo que me contentava com os 3 pontos,mas agora não consigo deixar de manifestar algum desalento pela forma como a exibição foi caindo a pique,colocando mesmo em risco uma vitória que se avizinhava mais ou menos fácil tendo em conta aquilo que foi a 1ªparte.Está a faltar o instinto de matador ao Porto como não faltava há uns tempos atrás.Tinha pressa em chegar ao 1º,tinha pressa em chegar ao 2º.

    Mas também é certo que um campeonato é feito de ciclos,de altos e baixo e que não se pode estar sempre lá no pique.

    Espero que a paragem faça bem à equipa e que regressem para o que falta mais frescos e esclarecidos.Fernando e Varela estarão de volta e poderemos voltar a contar com todos novamente.
    E toda a ajuda será bem-vinda para enfrentar um Janeiro bem preenchido.O ano abre com uma barrigada de jogos no Dragão(5 consecutivos ao todo)e é fundamental entrar a vencer e,de preferência,a jogar melhorzito,pelo menos com mais regularidade!

    8 pontos de vantagem são aquela coisa…se descem para 6,passa a ser uma vantagem "só mais ou menos" confortável,se sobem para 10 torna-se numa barreira psicológica mais complexa para o 2ºclassificado,e muito mais moralizadora para nós,líderes.

    Se calhar ia ao mercado buscar um ponta-de-lança…

  2. Para quem não viu o jogo, o resultado é enganador, pois não foi facil, à quem diga que o adversario merecia o empate pelas oportunidades que criou e desperdiçou na segunda metade, para mim não por tudo o que o FC PORTO fez na primeira, pelas oportunidades criadas e desperdiçadas que se tivesse concretizado, o que é normal, na segunda metade o jogo tava resolvido e ainda levavam mais…

    http://oimensovoododragao.blogspot.com/

  3. Como só ouvi o jogo pela rádio:

    +3 pts na liga
    +8 que o 2º classificado
    +27 de "goal dif."
    +1 um jogo sem perder
    +1 jogo a ganhar
    +1 Natal à frente do campeonato

    Como ainda não vi as repetições do jogo:

    +1 um penalti duvidoso? ;)

  4. Bom dia Jorge,

    Ontem fizemos uma primeira parte intensa, entramos com garra, lutadores e aguerridos e só por falta de eficácia na finalização e mérito de Cássio (com duas defesas fantásticas)não chegamos ao intervalo com um score de 3 ou 4 a 0.

    Na primeira parte o Paços resumiu-se a um remate de Rondon para fora.

    Na segunda parte, perdemos Falcao, e o Paços entrou aguerrido e pressionante. Leonel Olimpio subiu mais no terreno e começamos a ter dificuldades.

    Recuamos muito, e Walter nas transições não ajudava muito, pois é um avançado mais lento que Falcao e que tem mais dificuldades em segurar a bola de costas para a baliza.

    Villas-Boas reagiu e colocou Souza em campo, que sem efectuar uma boa exibição conseguiu reequilibrar as forças no miolo, efectuou mesmo um corte que Rondon se preparava para desviar para golo.

    Quando mais precisamos tivemos Helton em bom plano, a transmitir serenidade, pelo que o considero o melhor em campo.

    A não ser Helton, Guarin mereceria a distinção, pois o colombiano fez um jogo enorme, lutou muitas vezes em inferioridade (até à entrada de Souza) e venceu muitos duelos.

    Hulk apesar de um pouco individualista por vezes, fez a diferença, com duas assistências e um golo.

    Moutinho, Belluschi, Sapunaru e Alvaro também fizeram um bom jogo.

    A nossa dupla de centrais na segunda parte sentiu imensas dificuldades, mas acabou por conseguir apagar alguns fogos.

    Falcao esteve muito mal na finalização, por via dos problemas musculares.

    James demonstrou que ainda tem muito que trabalhar, é um excelente jogador, mas ontem era um jogo para homens de barba rija, um jogo rasgadinho, que para ele é mais complicado adaptar-se.

    Terminamos o ano com uma vitória, com a manutenção da vantagem pontual, e que o ano de 2011 seja pleno de sucessos, com a equipa a demonstrar a mesma garra e ambição que nos tem orgulhado.

    Abraço e boas festas para ti e para os teus

    Paulo

    http://pronunciadodragao.blogspot.com

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