Oh Captain, my Captain!

Não é nenhum segredo que muitas vezes uma equipa que parece mais fraca no papel acaba por ter um desempenho bem mais positivo graças à liderança inspirada do seu capitão. Seja através da voz de comando a partir da rectaguarda, pelo exemplo na inteligência a controlar a posse de bola e o tempo de jogo ou pela audácia ofensiva que eleva a equipa a novos patamares de confiança, é em grande parte para o capitão que os colegas olham como pilar de orientação, como que vislumbrando um futuro próximo com todas as respostas certas. É também uma questão de opinião pessoal, que se altera de treinador de bancada para treinador de bancada, quando se escolhe o principal motivo de escolha do capitão de uma equipa. Senioridade, carisma, experiência, empatia com os adeptos ou talento, qualquer um destes pilares seria um forte indicador da valia e mérito da selecção do líder que leve a equipa às costas, solidários como formigas e unidos como centúrias romanas.

Quando olho para a fantástica temporada de 2010/2011 e em tudo que conseguimos vonquistar, o nome de Helton surge naturalmente na minha memória como um dos principais responsáveis pelo caminho percorrido. Nos factores que apresentei em cima, o nosso guardião e capitão tem notas elevadas em todos eles e é o mais forte candidato ao cargo de “general-de-campo” das nossas tropas, com a liderança natural no terreno e no balneário, a confiança que transmite aos colegas e a boa relação com os adeptos a transformarem-no na melhor escolha possível. E se nos lembrarmos de outras épocas do passado vemos nomes como Vítor Baía, Jorge Costa, Lucho, Pedro Emanuel, Aloísio, Oliveira ou o grande João Pinto, todos eles homens que simbolizaram o espírito do clube em campo, dando tanto à equipa como aos adeptos razões para estarmos tranquilos quanto à integridade e tranquilidade das suas vozes.

Apesar das conhecidas condicionantes impostas pela distância da zona onde o jogo costuma decorrer, é o homem que melhores condições tem para usar a braçadeira multi-colorida com o nosso emblema que representa o reconhecimento dos seus pares e superiores da confiança que nele depositam para ser o coordenador moral da equipa. Incidindo numa lógica puramente estratégica, gosto mais de capitães que joguem no meio da acção, que estejam em permanente proximidade dos colegas e dos adversários, gravitando num raio de acção que abrange o máximo de terreno possível. No entanto, sem saber se Moutinho (o segundo melhor candidato ao lugar) vai andar por cá nos próximos tempos, o tipo que escolhe o lado da moeda antes de começar o jogo está bem escolhido. Ainda esta sexfa-feira, o único jogador do plantel do FC Porto que é mais velho que eu mostrou nas flash-interviews tanto na SportTV como na RTP uma vez a imagem que o nosso capitão está bem escolhido, sabe falar, foge dos clichés habituais e mostra-se sempre com a confiança dos vencedores e dos líderes. Helton, os meus parabéns, pá.

8 comentários

  1. Voto também, muito agradado, em Helton para exercer tão importante missão na equipa do FC Porto. Numa equipa estruturada onde se privilegia uma hierarquia de valores, o capitão de equipa deve ser um complemento do treinador dentro do campo e uma voz que se faça impor no seio do grupo.

    Helton tem-se mostrado à altura do cargo, interpreta de forma exemplar o seu papel com muita serenidade e máxima concentração. E está divinamente na defesa da baliza.

  2. Gostaria de fazer uma troca de links ?
    E fique já a saber que admiro muito o seu site , visito todos os dias em busca de novas notícias sobre este grande clube que é o Porto.

    Obrigado,
    Tiago Rodrigues

  3. Boas!
    Na minha opinião o Capitão não deve apenas ser o complemento do treinador em campo, o mais respeitado pelos colegas em campo, o melhor taticamente, etc.. Deve ser alguem que sinta o clube! No Porto deve ser assim, não me interessa como é nos outros clubes! Desculpem se tenho pensamento retrogado e a permissa apresentada já não faça sentido nos tempos que vivemos, chamem-me antiquado mas para mim o capitão é um Portista! O Helton chegou e amargou antes de chegar a capitão e assim deve ser com todos à excepção de jogadores assumidamente portista e que venham das escolas do clube, por exemplo o Castro! Agora, Moutinho… por favor Jorge… já te tinha dito que não concordava e que te ia responder caso postasses isso por aqui… O homem é bom jogador, dos melhores se não o melhor no meio campo, o que poderia fazer dele um excelente capitão em qualquer equipa! Mas estamos a falar do Porto(não uma equipa qualquer!!!), não vamos vulgarizar a história e os nomes por detrás desta responsabilidade dando a braçadeira a um jogador com 15 mil anos de Sporting, mesmo que ele tenha gerado muita empatia com os adeptos ainda tem muito que comer para chegar a capitão. Esta é a minha opinião, Helton está muito bem neste papel, Moutinho ainda com muito que provar (a nível clubístico) para poder ser capitão..
    Abraço

    1. Não concordo com essa ideia de o Moutinho, só porque veio do Sporting não pode ser nosso capitão; muitos jogadores passam ao lado dos clubes e usam-nos com trampolim, quando as responsabilidades não lhes são dadas. Se ele ficar e quiser a braçadeira, porque não? Tem é de estar à altura e um capitão (como o Lucho) só vai embora quando o empurram e volta sempre… se assim for não vejo empecilho nenhum em ser capitão quem quer que seja…
      Neste momento, por exemplo, vejo no Otamendi um grande capitão em formação.

      Quanto ao Helton: 100% de acordo. Capitão com todas as letras.

  4. off topic total:
    os deuses dos estádios ouviram-me e o arsenal levou 8-2 do man u…
    monsieur Wenger, et maintenant qu’ allez vous faire?
    sorrir?

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