Ponto de situação – treinador

Está a ser uma semana difícil. Começou mal, com a trombeta da desgraça a soar bem alto e a salvação a aparecer nos pés de um jogador emprestado pelo Benfica, e terminou em Chipre, ilha dividida (como foi exaustiva e cansativamente anunciado como novidade pelos jornalistas da RTP) que nos dividiu ainda mais.

Não sou um portista muito antigo. Tenho 32 anos e apenas sou sócio há vinte. Passei por poucos momentos turbulentos quando me comparo com a malta da travessia de dezanove anos no deserto até o salvador Pedroto aparecer com o cajado por detrás do metafórico Sinai e a liderar o povo para longe da servidão. Mas atravessei algumas épocas de seca, entre o penta e Mourinho e depois do Zé (outro Zé, mas sem boné) sair, passando pela devassidão da época tri-partida e chegando ao último ano de Jesualdo. Passei de um futebol aborrecido mas vitorioso com Carlos Alberto Silva, segui com o entusiasmo ofensivo de Robson, a fleuma organizacional de Oliveira, o tédio de Fernando Santos, o exagero defensivo de Ivic e Octávio, a tranquilidade de Mourinho, o desespero de Couceiro, a loucura de Adriaanse, o tacto de Jesualdo e a dinâmica de Villas-Boas. E poucas alturas houve em que, olhando para um campo com onze jogadores de azul-e-branco (ou amarelo, ou laranja, ou ciano, ou violeta), tivesse ficado genuinamente desiludido com o que via. Porque nos piores momentos, nas fases mais negras da qualidade do nosso futebol, sempre se via algum lampejo de luta, alguma tentativa de mudar o que estava a ser feito para que deixasse de acontecer. Lembro-me de um miserável jogo contra o Artmedia em que os jogadores lutaram mas foram incapazes de se organizar; uma desesperada luta contra as forças do mal Manchesteriano onde tudo o que podia correr mal assim correu; um enervante jogo contra o Famalicão onde ao fim de cinquenta remates a bola não quis entrar. Passei por tantos desses jogos…e nenhum foi tão mau como o de terça-feira. E nunca desisti, nem vai ser agora que o vou fazer. Hell, no!

Vitor Pereira, o erro de casting que muitos chamam, aproveitando para ir agora buscar, numa atitude que tem tanto de lusitana como de cínica e oportunista, todos os erros que nunca apontariam se mesmo com derrotas houvesse uma imagem de luta e esforço, esse mesmo Vitor Pereira está a desiludir. Não só por algumas decisões em jogo, por algumas substituições falhadas ou pela incapacidade de colocar a equipa a jogar bom futebol, mas acima de tudo porque está a perder os adeptos pelo mesmo sítio onde Villas-Boas os conquistou: no discurso. É difícil colocar uma equipa de gente fraca a jogar bem. É mais fácil, dir-me-ão, pegar num grupo talentoso e fazer o mesmo. Pois o que temos visto nos últimos jogos é inegavelmente o desmoronar da imagem de um grupo de jogadores que chegou ao zénite do que podia fazer no ano passado à custa de trabalho, esforço, luta e empenho. Tudo o que deixámos de ver este ano e que servia para intimidar os nossos adversários antes mesmo da partida ter início, foi transformado em medo, lamento, infortúnio e desespero. Olhar para o nosso plantel, com a qualidade que ninguém pode negar que existe em quase todos os jogadores, e vê-los cabisbaixos, a perder luta atrás de luta contra jogadores com menos inspiração mas muito mais transpiração, é algo que me preocupa e deve preocupar todos os portistas. E apesar de Vitor Pereira ter a sua quota parte de responsabilidade, muito tem de ser atirado para o peito dos próprios jogadores, que parecem atirar com os braços para o chão à mínima dificuldade e não parecem ter o mesmo espírito que no ano passado nos enfeitiçaram. E Vitor, nos momentos mais importantes onde os adeptos precisam de ouvir o ruído do pai a entrar em casa quando o filho está à procura das bolachas que sabe não poder comer, está a falhar. Por muito que possa respeitar o trabalho nos treinos, a honestidade das opções e da orientação, é preciso mais. É preciso um discurso forte para dentro e também para fora, porque as falhas que se vão notando são exponenciadas quando as palavras são secas, sem alma, sem vida. Vitor Pereira não é Villas-Boas nem tão pouco Mourinho, mas não precisa de ser Fernando Santos.

Houve erros na organização da nova época? Talvez. Hubris em excesso? É possível. Apostas em falso? Provavelmente. Mas olhar para os factos depois deles terem acontecido é um exercício fútil e que só enobrece quem se acha bom antes de o provar. E eu, que sempre dei o benefício da dúvida a novos treinadores (como fiz com Del Neri, Jesualdo ou Villas-Boas), estou a perder a paciência com o nosso Vitor. E não achando que uma mudança de treinador a meio da época, com todas as cambiantes que acarreta, pode trazer algo de bom para a equipa, estou certo que esta linha é uma trajectória descendente da qual poucas ou nenhumas hipóteses haverá de salvação. Mas não desisto, nem nenhum portista o deve fazer. Porque é nos momentos maus que o espírito de luta deve vir ao de cima, é nestes momentos em que exigimos tanto dos nossos jogadores que temos nós próprios de dar a cara pelo clube e apoiar os nossos. Criticando, mas construindo. Apontando as falhas, para que sejam corrigidas, mas pensar em evoluir. Se os sócios estiverem dispostos a baixar os braços e deixar de ir ao Dragão, como tenho visto, ou insistir nas assobiadelas gerais ao primeiro sinal de pernas fracas, a moral que está tão em baixo lá permanecerá.

Tenho fé num futuro melhor. Acredito naqueles rapazes que compõem o nosso plantel porque já os vi a fazer tanta coisa bonita e só posso esperar que voltem a fazê-lo. Mas algo vindo de cima tem de mudar para que tal aconteça e há cada vez menos tempo útil.

22 comentários

  1. Com o VP no comando nós não vamos a lado nenhum.

    Ele tem falhas brutais no discurso, na motivação, e essencialmente na componente técnico-táctica do jogo.

    Este ano, vejo erros clamorosos nessa vertente do jogo… o lateral vai a subir com a bola pela linha, o ala foge para dentro e não recebe qualquer apoio no corredor central… isto acontece sempre! E isto é táctica e não falhas do jogador X ou Y.

    A pressão é feita de tal modo atabalhoada, que fartamo-nos de abrir brechas na zona central, onde o São Fernando vai conseguindo disfarçar as coisas. Portanto ou juntamos as linhas atrás, para fechar espaços, ou pressionamos todos em conjunto… assim como estamos é que não.

    A largura do terreno é demasiado grande! Vejo sempre o Porto com os jogadores espalhados a toda a sua largura, independentemente da zona de acção da bola. Isto é um erro tremendo, pois ganha-se na cobertura geral mas perde-se na construção e apoio.

    A equipa tem de sempre rodar com a bola, ficando apenas e só o Lateral do lado oposto a dar largura numa zona intermédia do campo, onde possa recuar rapidamente para a defesa ou receber um passe a rasgar para criar uma jogada de cruzamento junto à linha.

    Jogo na área é horrível. Raramente vemos mais que o Ponta de Lança dentro da Área. Uma táctica com 1 avançado deve sempre acompanhada do ala do lado contrário a fechar e depois, o MC mais longe da acção do jogo, a entrar em velocidade de trás, para criar desequilibras. Ora bem, no Porto actual, não se vê nada disso, aliás, a coisa está tão mal, que raramente se acerta um cruzamento com o movimento do Ponta de lança, fará o resto.

    Quando se diz que a equipa está sem dinâmica e se quer culpar os jogadores é completamente ridiculo. Os Jogadores seguem ordens do seu treinador, e se analisarem qualquer jogo do Porto, com aquilo que disse acima, vão ver que é SEMPRE assim que se passam as coisas dentro do campo.

    A equipa está a responder tacticamente ao que o seu treinador lhe pede, mas não chega e é muito pouco, por isso o treinador tem de sair por pura e simples incompetência.

    1. Tem toda a razão na sua análise, mas não ao ilibar os jogadores. Falta-lhes disponibilidade e solidariedade. E, creio que o problema é que não há um patrão dentro do campo. Eu sei que cada vez menos equipes no mundo jogam com “patrão”, essa é uma tendência do futebol,
      mas, não vamos crer que o treinador e a equipe técnica são tão ididotas que treinam situações que não resultam!…
      então, se acontece nos treinos e não acontece em campo, é porque falta quem lidere, quem faça como fazia o Lisandro fazia ao Hulk…
      claro que, como todos se agacham, é um erro do treinador não atribuir essas funções de “capitão” a um Moutinho, ou a um Belluschi…ou seja lá a quem for.

      achar que é só incompetência do treinador é dar muita importância ao treinador – e, vemos o pouco que o André tem feito com a equipe cheia de recursos do milionário russo –

      1. Reine,

        Eu foi jogador federado durante 12 anos, e estive em várias equipas, e quando as coisas que se treinaram não resultam em campo, os jogadores ficam perdidos tacticamente, e entram naquilo que sabem, que é jogarem sozinhos ou procurarem os que desequilibram sozinhos… no nosso caso é normalissimo a bola ir ter com Hulk porque a equipa não consegue arranjar outra solução, aliás nem eles nem eu a ver pela televisão, vejo soluções a serem criadas, para um cruzamento ou passe em profundidade ou seja lá no que for.

        Nos treinos as condições são criadas para as jogadas resultarem, mas os adversários não se ajeitam a isso.

        Agora é assim: toda a critica táctica que fiz acima é uma critica com o conhecimento que tenho da nossa equipa e dos nossos jogadores… a uma outra equipa com outras características/hábitos, poderia resultar perfeitamente mas não para o Porto.

        Daí eu ter ilibado os jogadores e culpado única e exclusivamente o treinador, não quer com isso dizer que os jogadores estão brilhantes, quer com isto dizer que os jogadores não tem condições tácticas para serem brilhantes.

    2. Serão falhas ou a tentativa de mudar algo? Estará o VP a tentar reformar a vertente táctica de uma equipa que se recusa a alterar os processos que já têm 5 épocas (4 de Jesualdo e 1 de AVB)?

      Quem será o mais teimoso? Quem sairá a perder deste cenário?

      O elo mais fraco é sempre o treinador, e quando este tem dificuldades em comunicar e convencer, a coisa está “preta” para ele e para nós porque os jogadores apesar de quererem sempre ganhar, com os vencimentos que auferem e prespectivas de transferências milionárias no seguimento da excelente época que tiveram o ano passado, no fundo serão sempre os menos afectados.

  2. “Mas algo vindo de cima tem de mudar para que tal aconteça “, mas quando? Esse é o problema, é muito difícil admitir os erros…

  3. Clap, clap, clap

    Tal como tu, sou um sócio recente, nº 18 mil e qualquer coisa.

    Para mim, o Porto sempre foi um clube lutador, mesmo não vencendo, lutávamos até ao fim. E lutávamos como uma equipa, não como indivíduos, sempre tivemos capitães que empurravam a equipa para a frente, todos nós nos lembramos do Jorge Costa a pegar na bola até ao ataque, não pq queria dar nas vistas, mas pq queria mostrar aos companheiros que é preciso lutar e que é preciso ir para a frente para ganhar os jogos.

    Era uma atitude à Porto, à imagem do povo que comeu tripas de peixe para tornar este cantinho europeu numa potência mundial (onde esses tempos já vão), de quem lutou até à morte pelos ideais em que acreditava ou pela sua independência.

    O Porto dos anos 80, não tinha dinheiro, prestigio, nem grandes vedetas (considerando que o Madger, Futre só se tornaram vedetas depois de vencer a Taça dos Campeões Europeus), mas o que tinha em falta compensava com garra, com muita vontade e muito querer.

    A minha revolta contra o VP (não quero falar por todos) é que a diferença de há 4 ou 5 meses para cá tem dois nomes:
    – Vitor Pereira
    – Falcão

    Se fosse só pelo Falcão, se calhar, marcávamos menos golos… e tudo o resto? A vontade, garra, posicionamento no campo, inteligência de movimentos, jogadas treinadas, tb estavam concentrado no Falcão? Não creio…

    Bem sei que Pinto da Costa não vai deitar o Vitor Pereira abaixo , por várias razões:
    – Não temos dinheiro para pagar indemnizações
    – Ele se calhar não vê alternativas válidas a curto prazo
    – Ainda temos hipóteses em todas as competições (algo a ser confirmado nas próximas semanas)
    – Não faz parte do ADN de Pinto da Costa

    Acho que estamos um pouco perdidos e sem rumo definido e isso assusta-me um pouco.

    Espero que melhores tempos venham, mas assim, não há pachorra …

    Fica bem Berto, espero os próximos posts recheados de Baias e espero que tudo o que penso de mal sobre Vitor Pereira seja desmentido nos próximos jogos e até ao final do campeonato

  4. Avivar

    Para mim Vítor Pereira tem capacidade para treinar qualquer equipa. Tem qualidades suficientes para treinar o FC Porto, mas, nem ele nem ninguém têm capacidade para treinar um plantel destroçado pelas ideias torpes que lhes introduziram na pré-época e que os próprios meteram na cabeça. Alguns ficaram “abananados” com a saída do treinador em quem confiavam cegamente e que lhes prometia vôos mais altos na época a seguir mas assim que lhe acenaram com dinheiro russo convertido em libras foi vê-lo a cagar-se para as promessas que tinha feito e para as juras de amor eterno ao “seu clube de coração”. Isto obrigatoriamente mexeu com a cabeça deles. São pessoas como qualquer outras e isto mexe com a cabeça de qualquer um. Uns quiseram fazer o mesmo que o treinador (€€€) e outros ficaram mas a pensar que tinham perdido “força” pois a estrutura já não seria a mesma, logo seria menos forte.
    Depois ainda viram o colega em quem mais confiavam para marcar os golos e dar vitórias a sair e ser substituído por um jovem aprendiz. Ora, se a confiança e força anímica já estava abalada, com esta “troca” ainda mais ficou.
    Kleber claramente está ainda a aprender e os seus colegas sabem disso e como tal pouca confiança têm nele e na sua capacidade de decidir jogos. Com esse raciocínio vem a desconfiança nos colegas e claro, na equipa.

    Percebe-se isto tudo pelos constantes passes errados, pelas perdas de bola por não serem capazes de se esticarem um pouco mais, porque a bola que vem no ar e que deve ser recebida à frente do adversário e deixam este posicionar-se à sua frente, pelos constantes remates de longe em vez de fazerem jogadas até dentro da área adversária.
    Cabe ao treinador perceber isto e tentar emendar o que puder mas não será fácil. Há coisas que com o treino se podem corrigir mas as outras, as da cabeça, será necessário muito mais que treino ou palavrinhas de circunstância.

    Isto tem mais de psicológico e mental do que físico ou táctico.

    Basta perceber que no jogo de ontem, jogo de competição internacional, nem um golo foi marcado (o penalti foi oferecido), no entanto nas competições nacionais a equipa tem superado as falhas exibicionais concretizado com abundância.

    Ora, se comparamos a equipa de ontem (jogo internacional) que é constituída por portugueses que são “restos” de equipas portuguesas mais uns quantos jogadores absolutamente medianos. com as equipas que o FC Porto tem defrontado internamente, facilmente se deduz que ontem o FC Porto devia ter marcado uns 3 ou 4 golos. No entanto só me lembro de uma jogada que resultou numa oportunidade clara de perigo para o appoel… em todo o jogo.

    A intervenção terá de ser feita pelo treinador ou pelo clube mas tem de ser feita e a nível psicológico pois o problema está na cabeça. Até mesmo porque 95% da equipa é a mesma do ano passado.

    Peço desculpa pela extensão do texto mas ao menos assim fico mais aliviado pois já “botei” tudo cá para fora.

    1. Concordo em absoluto com o penúltimo parágrafo, ressalvando que cabe em exclusivo ao líder da equipa (o treinador principal) essa responsabilidade.

      Mais do que uma intervenção pós-trauma, o que a equipa precisa é de acreditar previamente em si própria e nas suas fabulosas capacidades (sobejamente evidênciadas na época transacta).

      Se VP não conseguiu passar a mensagem até agora, não vejo como o virá a conseguir a partir daqui.

      Neste assunto sinto-me muito ambivalente: (1) substituir agora o treinador e arriscar um novo 2004-05 ou (2) deixar VP até a luta do campeonato estar resolvida (bem ou mal)?

  5. Viva,

    Tenho para mim que a influência do treinador no rendimento de uma equipa não é tão elevado como parece. Então se não pensarmos em casos especiais como Mourinho, a influência é ainda menor. Basta pensar a época complicada que o saudoso Villas Boas está a ter no Chelsea.

    Portanto, se na maior parte das situações a demissão de um treinador acaba por não trazer grandes alterações, também é verdade que a manutenção de um treinador não pode ser um dogma. Cada caso é um caso e, mais do que os próprios resultados ou exibições, o factor principal será a própria dinâmica do grupo, o que para nós, comuns adeptos, nos é completamente estranha.

    No entanto, partindo de meras suposições parece-me que actualmente o VP tem todas as condições para continuar como treinador principal do Porto. O VP cometeu alguns erros: aquelas mexidas no meio-campo, a utilização do duplo pivot continuam a fazer-me confusão.

    Contudo, continua a faltar à equipa um verdadeiro goleador ou pelo menos alguém que possa substituir o Kleber na Champions, sendo que neste caso a responsabilidade não será dele.

    E, mais do que isto, falta uma vitória importante, como daquelas que tivemos no início da época passada, que não só moraliza a equipa mas, mais importante do que isso, moraliza os adeptos, dando espaço de manobra para exibições menos conseguidas.

    Abraço

  6. Boas! Concordo com tudo o que foi escrito pelo Jorge, embora coloque todas as culpas no treinador. Se os jogadores estão desmotivados, etc. o único tipo que tem que lhes dar um berro ou palmada nas costas, é o treinador. Não é o director desportivo ou o extremo esquerdo/direito.
    Quanto à táctica e discurso, parece que apesar de tudo, o único tipo que ainda tem mais jeito para a coisa é o desajeitado Vítor Pereira. Senão vejamos:
    Rui Quinta? WTF, o gajo só deve saber falar dos filmes do Charles Bronson, no qual se inspira. De resto, desconheço a personagem.

    Semedo…ainda me lembro de o ver jogar nas Antas….figura do Porto, era bom jogador…mas de resto…não me parece que seja aquela voz de comando no balneário, ou que seja muito comunicativo e que transmita bem o que é “ser Porto”. Mesmo assim é de longe o que menos tem culpa nisto tudo, como é óbvio.

    E a nossa equipa técnica, os tais que têm que ser capazes de comandar, de gerir, de motivar….(só não têm que dar chutos na bola) é este trio!
    Ora, para o campeonato nacional vai chegando…vai dar luta mas as coisas podem correr relativamente bem, mesmo com mau futebol e alguns golos. Mas para mim o Porto é uma equipa que já tem uma palavra a dizer na Europa!! E não quero que isso volte atrás, principalmente com plantéis que já não são propriamente de 2ª divisão Europeia.
    Que adianta pensar nos 19 anos de “seca”, que o Porto já foi menor, pior ou mais fraco? Não temos sempre que lutar para sermos melhores?? Não foi essa forma de pensar que nos fez dar “pauladas” atrás de “pauladas” ao clube do regime? Que nos fez ser o clube mais vencedor em Portugal? Humildes mas ambiciosos!
    Não acredito em assobiadelas e lenços brancos, mas temos que ser exigentes e mostrar que, apesar de apoiarmos, queremos algo em troca! Senão para isso, visto eu a minha camisola do Porto e vou festejar golos para o jardim.

  7. O fraco rei faz fraca a forte gente.
    Camões não conhecia o futebol, mas quando escreveu esta frase, tinha na ideia o D. Sebastião, e muitas outras personagens que vão aparecendo aqui e ali…
    Não está em causa a pessoa do VP, aluno excelente na FCEDEF do Porto, com especialização em futebol, e com trabalho publicado de mérito… só que duma incapacidade comunicacional confrangedora. Para nós, e concerteza no Olival…

    Viram o rigor e intervenção do Treinador do APOEL ? Releiam a frase com que abro este comentário…

    A partir de sabado, só temos mais um jogo da nossa Liga em Novº… Na Champions, possivelmente faremos mais 1 ponto… PC tem 72 horas, para 2ª-feira ter no Olival, Guus Hiddink ou semelhante, e um adjunto – P Emanuel. Ainda vamos a tempo, e a despesa, será sempre compensado, numa ou outra venda e na Champions de 2012/13.

    O resto, é esperar que um milagre aconteça, que a Grécia pague o que deve, e que eu arranje uma consulta de Ortopedia no Hospital de Gaia num prazo de 2 meses…

    1. É preciso ter noção do que se escreve.

      Para se contratar alguém do calibre de Hiddink é preciso ter condições de trabalho atractivas para lhe oferecer, nomeadamente ao nível das contratações: Quem acredita que no FC Porto a direcção abdicaria do controlo sobre a “prospecção” e contratação dos jogadores para o plantel principal?

      Para substituir VP neste momento não há ninguém à altura que esteja disponível.

      Já em Janeiro, após o Mundial de Clubes, podem tentar convidar o Muricy Ramalho a largar o Santos se assim o entenderem os Srs Pinto da Costa e Antero Henrique.

  8. Excelente post uma vez mais, es sem margem para duvida quem melhor escreve sobre futebol (de um prisma do adepto e nao do prisma tecnico) na blogosfera azul e branca. Contudo, eu discordo apenas do desespero que quase todos carregam no semblante, e utilizo para argumentar o Sunderland de ha duas/tres epocas, salvo o erro. Estava no ultimo lugar da Championship e quando Roy Keanne o foi treinar para ai a meio da epoca, ganhou o campeonato, subiu a Premier e a custa apenas de um todo concertado. O problema e que Vitor Pereira duvida de si porque os adeptos ja duvidavam dele desde o inicio, e com os adeptos vao os jogadores, mas eu acredito que ele sabe mais e consegue mais do que provou ate agora. Eu compreendo a apreensao, somos Portistas, estamos habituados a vencer e queremos vencer, mas desespera-se com muita facilidade. O homem esta em 1o lugar do campeonato, recebeu uma equipa as pressas e ja em si sem estimulo porque as ditas estrelas queriam por-se a andar faz tempo. Fernando diz que nao quer sair, mas quer. Moutinho tambem ja espreita outras paragens faz tempo, Fucile ja so pensa em sair, Hulk etc etc etc. As coisas esta epoca so mudam para melhor se se juntarem e decidirem que os jogadores poderao escolher o seu rumo de uma vez por todas ou em Janeiro ou, na melhor e mais conveniente hipotese, no final da epoca. Para mim so se deveriam assinar contratos de 3 epocas porque ja se viu que um jogador que desponta quer logo melhores paragens. Vamos parar de desesperar, estamos a jogar mal mas estamos no primeiro lugar do campeonato e se tudo correr como julgo estaremos isolados ja esta 2a feira. Depois dessa vantagem e de vencermos os proximos dois jogos da champions a atitude muda porque e dificil motivar pela negativa, pela critica e acima de tudo quando as coisas estao a correr mal.

    1. Contratar jogadores por 3 anos nos tempos que correm é o mesmo que deitar dinheiro ao rio, já que teríamos o trabalho de os formar e depois eles saíam de borla…

      Exemplo: Paulo Assunção.

  9. Meus amigos a questão é muito simples.

    Quem vai acabar esta época é o mesmo treindor que acabou a ultima.

    O Russo desde que lá está não teve paciencia com nenhum treinador, até o Mourinho despediu (e pagou 30 Milhões de euros po despedir), despediu todos os treinadores que ficaram em segundo, despediu treinadores que foram à final da champions, por isso o Vilas que já está a um batelão de pontos do City não se deve aguentar muito mais tempo.

    Resta-nos ter um pouco de paciencia e ainda vamos acabar a época bem contentes.

    Vitor Pereira vai acabar a época como a devia ter começado, a ganhar tudo o que restar, mas como adjunto.

  10. Caro Jorge (e demais comentadores),

    Bom posta, uma vez mais Jorge.

    Sou um pouco mais velho (41), nasci e vivi sempre em Lisboa e sou sócio correspondente. Eu e os meus filhotes.

    Vejo (quase) sempre os jogos na TV e vou ao Dragão nalguns jogos da Champions.

    Sou do Porto desde que me lembro de existir, o que faz com que não saiba a razão de ser portista. Mas não me sinto menos portista por isso, nem por morar a 300km do Dragão (que pena tenho!).

    Atravessei mais algumas fases do Porto menos boas e vi jogos maus.

    Mas de facto não me lembro de ver um Porto tão desanimado e fraco como o 3ª feira.
    O Porto tornou-se o Porto porque os seus jogadores sempre mostraram que queriam mais do que os outros. Tínhamos plantéis nos anos 80 que valiam um décimo do dos lampiões, mas lutávamos que nem uns bravos e alguma vezes ganhávamos.

    Ás vezes a diferença era tão grande que o Porto tinha que apresentar um futebol muito defensivo. Para quem tem menos uns anitos pode parecer impensável, mas foi assim que conseguimos.
    (Lembro-me de ver um jogo na Luz (a 500m de casa), à volta de 82, em que o estádio inteiro contava as vezes em que o o Porto atrasava a bola para o guedes (Fonseca?). Na altura podia-se e foram mesmo muitas.

    Os resultados da nossa equipa têm sido óptimos comparado com as exibições. Sinto-me como se estivéssemos em 7º na Liga e sem ter conseguido passar a pré-eliminatória para ir à Champions.

    Culpas?
    Vejo 3 pontos:
    1) O abandono do traidor do AVB a 2 semanas do início da época. (Podia também falar no Falcão, mas não faz sentido. Só recentemente já ficámos sem o Benny e sem o Lisandro e não houve problema. E acredito no Kléber).
    Os efeitos de desânimo em TODOS (adeptos, jogadores, adjuntos…) foi enorme. Eu senti como uma facada. Não me lembro de sentir nada semelhante na minha vida como portista.
    2) Os jogadores. Seja qual for a desculpa, não há desculpa para tamanha falta de empenho. Tudo menos isso. Ainda para mais quando nós já os vimos jogar tanto…
    3) O VP. Não acho a escolha má, tendo em conta as condicionantes, mas não resultou. Talvez as exigências tenham sido demasiadas para quem está apenas a começar. Talvez.
    Mas eu acho que (em particular em clubes com planteis de qualidade e selecções fortes) que o que faz a diferença é o treinador e não pelas tácticas mas pelo trabalho mental. O plantel do Porto agora é bem melhor que o do Porto do Mourinho (plantel, não apenas onze). Até o merdoso do Marco Ferreira achava que era o melhor. Nunca vi uma equipa do Porto tão forte mentalmente até ver a do ano passado.
    Sai um jogador e o treinador e temos um Porto irreconhecível.
    Este VP pode ser o mestre das tácticas (viu-se bem com o Barça. e aí os jogadores não precisavam de ser motivados. Se o Porto desse jogo estivesse a jogar estaríamos destacados no Liga e com a qualificação assegurada na Champions) mas não é um comandante de homens. Ainda para mais vários homens frustados e a querer outra coisa.

    Soluções?
    Não me considero nenhum mestre da bola e portanto isto vale o que vale…
    1) Novo treinador. Não sei quem poderá ser. O Hiddink era, sem dúvida, uma boa hipótese e não vejo qual o problema dele treinar o Porto. Mas há mais e não sou um grande conhecedor. Laudrup?
    Enfim, o que o presidente achar melhor, desde que não seja o Queiroz. Tudo menos isso. Que fique lá o VP 2 anos.
    2) Despachar Jogadores. Muitos se necessário. Só pode ficar quem estiver de corpo e alma. Não sei quem sairá. Uns parecem óbvios (Guarin, Fernando (pena!), Rolando) mas outros haverá que não são tão óbvio. E não necessariamente o Hulk.

    Desculpem o tamanho do texto, mas também tinha isto um pouco a sufocar.

    Saudações Portistas.
    PELIFE

  11. Aplaudo as tuas palavras.
    Eu posso dizer que comecei “mal”, tinha os meus meros 8 anos quando começo a olhar “com olhos de ver” o meu Porto, e logo na altura em que corremos o Penta. Ou seja, desde cedo vi o Porto ganhar.
    Com isto quero dizer que nunca vi o Porto jogar tão desorganizado e com falta de vontade, e aqui vê-se a falta de um treinador a serio, desde o primeiro minuto que nunca apoiei este treinador, não senti qualquer afinidade em relação à sua capacidade. Hoje vê-se!
    Como já disse a algumas pessoas, prefiro ver o Porto a perder injustamente, do que ganhar sem saber como… Infelizmente!

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