É simples ou sou eu que estou a ser ingénuo?

Olhem para esta tabela, retirada do estudo da Futebol Finance sobre as audiências dos três grandes desde 2008 até 2011, e respondam-me a duas perguntinhas:

  • “É de mim ou o provinciano FC Porto, com os seus adeptos bairristas e apenas localizados na zona do Grande Porto, dogma que tanto cronista insiste em propagar, consegue mais audiências médias que o Sporting e quase tantas como o Benfica?”
  • “Imaginem que sou um orangotango autista e surdo. Conseguem convencer-me que os mais de 1,2 milhões de espectadores que em média estão colados à têvê a ver os moços de azul-e-branco não são adeptos de outros clubes que estão à espera de uma derrota nossa mas que se tratam de facto de sócios, simpatizantes e adeptos do FC Porto?”

A resposta à primeira pergunta é fácil. Não é de mim. É da Marktest. E se tiverem dúvidas que usei “bairrista” e “provinciano” em tom irónico, leiam este artigo do Jorge Fiel. Sim, se estavam com dúvidas, isto é escrever bem.

A resposta à segunda? Guardem-na num cofre. Nunca sabemos quando vamos precisar de dar uma bofetada de luva branca. Ou azul-e-branca, neste caso.

9 comentários

  1. Isto são dados importantíssimos que mais uma vez a imprensa não revela, nem mostra, nem vai mostrar e sabem porquê? porque vai continuar a enganar os burros com propagandas mentirosas.
    Por um lado ainda bem, porque quando acordarem já é tarde e não há volta a dar, já falta muito pouco.

  2. Jorge!!!
    Isso não se faz. Essa tua faceta de iconoclasta não te fica bem ;). E logo agora que devíamos estar quietinhos e caladinhos porque até vamos ter direito a 80% do que o clube com maior audiência vier a receber.
    É por isso que eu digo: não querem a Olivedesportos? Azar, mais fica para os restantes!

    De um “bairrista” e “provinciano” algarvio, além de portista.

  3. Eu sou a prova clara de todo o sucesso do FCP.

    Nunca tive ligações à cidade do Porto, a família do meu Pai, gente de Amarante, que imigrou para Angola nos anos 60 onde este nasceu, e que voltou na guerra colonial.

    Eu nasci em Coimbra, no meio familiar da minha mãe em que a cor predominante dos meus 5 tios era Vermelha e apenas o meu pai Portista e com tanta pressão dos meus tios resolvi ser do clube da terra, Academista.

    Vim depois para o Algarve com os meus 6 anos, onde comecei a nutrir uma simpatia pelo Porto e que depois de muitas guerras e de tanto ódio contra o Porto por estas bandas, fiquei um defensor e apaixonado pelo clube.

    Mas posso dizer que à 20 anos atrás éramos raros no Algarve, agora somos muito mais fáceis de encontrar e não é complicado encontrar outro Portista por estas bandas.

    Eu faço parte da geração de Portistas que ultrapassa o seu da cidade do Porto, ultrapassa o Bairrismo e o Provincialismo e como eu, certamente somos muitos e como já deixei aqui neste blog, entre outros, bem presente, eu nutro uma paixão enorme pelo FC Porto, e todas as semanas sofro em frente à TV (menos 1 ou 2 vezes por ano, quando vou ao Estádio), como qualquer um de vocês que nasceram, cresceram na Cidade do Porto a respirarem o ar Portista.

    1. Somos João, somos.

      Dizes há 20 anos? Havias de ver há 35! Aí é que era engraçado. Uns bicharocos mais raros e esquisitos que os ornitorrincos!

  4. Boas Jorge,

    Peço que me desculpe a intromissão no assunto, mas é que apesar de ser dos “outros”, estas duas considerações abordadas no seu post, interessam-me e, gostaria, se não vir inconveniente em tal, de dar as minhas calinadas na matéria.

    É um dado consensual que o FC Porto é um clube de dimensão nacional e, o que melhor tem representado o país além-fronteiras. Consequência direta dos títulos conquistados nas últimas décadas? Certamente. E até o podia ser mais, não fossem os discursos sectaristas, regionalistas (ou bairristas?) e fraturantes, que o seu Presidente, proferia quando lhe convinha, em que numa suposta guerra entre norte e sul, os do norte seriam os bons, as vitimas e, os do sul (leia-se Lisboa), os maus, os agressores -aliás, esse método foi e é, muito bem copiado por outros, com ligações e aspirações na política, que estranhamente, ou talvez não, quando vão chegando a Lisboa, à “capital do Império”, vindos do “norte”, fazem tábua rasa do que tão afincadamente defendiam quando eram regionalistas convictos. Mas isso são estórias para ser debatidas noutros locais.

    Quanto às estatísticas, na minha modesta opinião, o que estes dados demonstram, é que existe uma audiência, mais ou menos fiel, aos jogos de futebol. Quer sejam do Benfica, do Porto ou do Sporting, os espectadores, adeptos da bola, gostam e/ou querem ver os rivais a jogar (desde que o seu clube não esteja a jogar à mesma hora, e o jogo esteja a ser transmitido na Sportv). Eu, pelo menos, raramente me privo (salvo situações em que os deveres familiares a tal me obrigam), de assistir a um jogo em que intervenham o Sporting ou o Porto.

    Estes dados deixam-me igualmente um pouco dececionado. Embora nunca tivesse pensado muito na coisa, tinha a ideia que, pelo menos, um quarto dos tugas, se agarrassem quais lapas à televisão, sempre que esta transmite um joguinho em sinal aberto.

    Partindo deste pressuposto (que vale o que vale), pode questionar-se é se os valores que os clubes auferem com a cedência dos direitos televisivos, não poderão estar inflacionados em relação ao retorno que geram. Mas como as receitas obtidas em publicidade, também são uma fatia importante no bolo total para as televisões, a coisa fica mais ou menos composta.

    Se calhar, se houvesse uma 1ª Liga com menos clubes, talvez a competitividade e a emoção aumentassem e o share de espectadores também…

    Infelizmente, estas considerações, foram escritas ao abrigo do novo acordo ortográfico… exigência do Office e falta de pachorra que este copista tem para com os sublinhados vermelhos com que o mesmo brinda as palavras com dois cês seguidos e com P antes do cê.

    Cumprimentos para todos,
    Pedro Pereira

  5. “É de mim ou o provinciano FC Porto, com os seus adeptos bairristas e apenas localizados na zona do Grande Porto, dogma que tanto cronista insiste em propagar, consegue mais audiências médias que o Sporting e quase tantas como o Benfica?”

    Lá estás tu. Eh pá, não vês que contra argumentos (leia-se, propaganda benfiquista), não há factos que resistam.
    Abraço

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