O sofista

foto retirada de relvado.sapo.pt

“Isto significa que, sem escrutínio, pode não haver a respeito das assistências. Não queria acreditar quando me disseram isto, mas fui verificar e é mesmo verdade. O Hulk marcou neste último jogo e a assistência foi 33.412 espetadores. O FC Porto-Gil Vicente teve 33412, o autor do primeiro golo foi o Hulk… Na jornada 15 voltou a marcar o Hulk e a assistência terminou em 12, noutro jogo, o primeiro golo foi do James, que tem o número 19. A assistência? 24919! No FC Porto-União de Leiria, marcou Janko, com o número 29 e a lotação foi de 27829. Faz-se isto porquê? É uma espécie de bruxaria?”, questiona.

Rui Santos faz o alerta. “A Liga tem de olhar para isto. Espero que ao menos só alterem a lotação ao nível das dezenas. Por outro lado, também me dizem que assistências na Luz são inferiores ao que é divulgado pelo clube. Isto não fica bem, para quem quer um futebol transparente”, sublinha.

in relvado.sapo.pt

Neste mundo há dois tipos de pessoas:

  • os que entendem que há valores de assistência que são calculados mediante as entradas que são contabilizadas nos torniquetes às quais se somam os convites, as presenças nas bancadas vip, os jornalistas, os stewards e os paramédicos, os que trabalham nos bares e os miúdos que apanham as bolas…e que com esta treta toda houve um iluminado do marketing Portista que se lembrou de em vez de termos um valor aproximado que nunca será 100% correcto, criar uma “ilusão” com a variação de menos de 100 espectadores (ou seja, cerca de um terço de um por cento do número habitual de espectadores no Estádio do Dragão) e homenagear o marcador do primeiro golo do jogo de uma forma engraçada e inócua, acto esse que acontece há vários anos…
  • …e depois há o Rui Santos, que sabe perfeitamente que tal acontece mas decidiu, à míngua de tema contra o qual barafustar numa semana onde as equipas grandes (menos o Braga) todas venceram tanto na Liga como na Europa, e decidiu insurgir-se contra este não-tópico de discórdia.

Há quem diga que a epistemologia está ao alcance de todos que a queiram estudar. Assim sendo dou o meu contributo, referindo-vos para o famoso pensamento do sofista Górgias, com as devidas alterações de forma e conteúdo:

  • Nada existe;

A não ser que o Rui Santos diga que existe;

  • Mesmo se algo existisse, sobre isso nada poderia ser sabido;

Tirando o Rui Santos que mesmo sabendo finge que não sabe para agir com a consciência tranquila;

  • Mesmo se se pudesse saber algo, o conhecimento acerca disso não poderia ser comunicado a outros.

Exceptuando o Rui Santos que tem um programa na televisão onde pode dizer o que lhe apetece que ninguém o contradiz em directo. O que dá um jeito tremendo, aposto.

  • Mesmo que pudesse ser comunicado, não poderia ser compreendido.

A não ser pelo Rui Santos que continua a sua luta quixotesca contra os moínhos que só ele vê. E quer que todos vejam para que não achem que é tolinho e abanarem a cabeça em concordância.

 

Too late, Rui. Já todos perdemos a pachorra para te aturar.

24 comentários

  1. Concordo consigo Jorge.

    É um não tema, apenas para arranjar uma qualquer confusão sem substância. Rui Santos, na sua ânsia de ter sempre algo polémico a dizer, faz com que os outros não o oiçam quando é realmente importante.

    Cumprimentos.

  2. LOL… não sabia desta!

    Tenho que admitir, soa um bocadinho mal e não me parece de todo profissional.
    Que homenageiem o homem oferecendo-lhe um pneu Continental.

    Se de facto o Rui Santos está informado que tal é procedimento “corrente” no FCP, então deveria ter falado de outra forma.

    Mas repito, não me parece nada profissional, ainda por cima no século 21…

    1. se não consegues saber à unidade quantos estão de facto a ver o jogo e irias de qualquer forma arrendondar para o “zero” ou “double-zero” mais próximo…qual é o problema? entre falácias, antes uma que nos diga respeito :)

      abraço,
      Jorge

      1. Mas aí é que está… consegues saber à unidade quantos estão de facto a ver o jogo que passaram nos torniquetes.
        Esse deveria ser o número oficial, os VIPs e mais não sei quem não deveriam ser contabilizados.

        Acho pouco profissional, dá um ar de recinto da IURD.

        1. compreendo a posição, sem dúvida que sim. mas se vires os números dos torniquetes sabes que não equivalem aos números oficiais porque não é esse o número de pessoas que de facto lá estiveram. é uma discussão inócua e que não leva a lado nenhum porque ambos temos razão à nossa maneira. menos o Rui Santos que com este tipo de pseudo-polémicas só quer criar a entropia onde vive melhor. se tudo estiver normal, o homem vai-se indignar com o quê? não pode ser.

          1. Mas para que importa saber quantos bombeiros, jornalistas vips etc, lá estiveram? Interessa é saber o pessoal dos torniquetes que são os que pagam bilhete…

  3. Eu acho idiota que se coloque o número do jogador que marca. Não é preciso homenagem nenhuma. Gosto de rigor. Os torniquetes electrónicos controlam o número de pessoas.

  4. Sempre achei piada à utilização do numero do jogador que marca e não me aborrece minimamente. O que me aborrece (de sono, note-se) são gajos como esse Rui Santos!
    VM

  5. Eu acho piada à ideia, nunca me fez confusão nenhuma.

    Isto é o que eu chamo inventar um não problema, uma coisa que normalmente é feita por quem não tem nada que fazer ou, como neste caso, nada que dizer.

  6. Lamento muito, mas não concordo.
    O Rui Santos a ser alguma coisa, não seria sofista, teria de ser sempre (peri)patético.
    Coitado, andou distraído este tempo todo. Acho que até o Pinhão já falou disto em tempos.
    Não percam para a semana a exasperação do Rui Santos, quando descobrir que a Abelha Maia já acabou…e ele não viu o último episódio!

  7. Pergunta estúpida,

    Os Vips e os convites passam por torniquetes na mesma? Ou por um sistema qualquer fino de identificação feita de veludo, de chips, de sensores à là star trek?

    1. passam por uma identificação feita de poliester com um crachá, com pernas e braços que lhes diz: “boa noite, senhor XPTO, faça favor de entrar”…

      1. ok, mas há alguém que os conta quanto mais não seja por uma questão de segurança. Fazem o mesmo nos jogos de Champions? Isto das assistências arredondadas é uma boa ideia sim, mas é ideia de “adepto”. É uma daquelas parvoíces que até têm piada, mas…

        Eu preferia uma Direção que não se comportasse como o “comum adepto”, percebes? Por exemplo, ninguém se chateia muito quando um clube tem uns adeptos que cantam merdas racistas (sublinhe-se o muito), mas uma má gestão da Direção dum caso destes pode dar muito mau resultado.
        E de pequena parvoíce em pequena parvoíce se perde street cred para um hipotético “Damage Control”, que era uma coisa em que o Porto era excelente.

        1. concordo até um certo ponto mas não creio que seja um assunto que possa levar a extremos de atitude. são pequenas jogadas de marketing que se fazem, ao nível dos sorteios das camisolas e dos lugares nas bancadas XPTO com catering.

          IMHO, claro…

          1. este assunto é tão insignificante que não merece sequer ser assunto. eu é que queria falar do resto :)

  8. ah, ah, ah, não conhecia esse Gorgias, mas achei piada. Joga em que equipa? O gajo pelo menos é lúcido.

    Quanto ao fundo da questão:
    – os portistas são masoquistas e lêem a bolha e ouvem o rui prantos;
    – os portistas julgam a sua inteligência aferindo-a pela do troglodita;
    – a contagem dos espectadores, obviamente, deve fazer-se pelos torniquetes, em rigor; os vip e outros entrantes podem ser contabilizados à parte, se quiserem, ou ignorados pela insignificância do seu número no total dos espectadores. (em Itália há dezenas de anos que se sabe os pagantes, os visitantes, os de lugar anual…).

    enfim, não é só o rui prantos que arranja coisas para se entreter. Livro-me disso simplesmente não lendo nem vendo o que não quero.

    Jorge, tirando o Górdias, pelo exemplo de lucidez, esta coisa não tem piada alguma. Mas verifico a tendência perigosa que apontei acima. E há quem se dedique aí a dissecar o que a bolha traz e diz. Incrível e não é o Hulk.

  9. Assim como a equipa técnica e jogadores se deixaram envolver na falácia da treta da nota artística berrada diariamente por estes tipos até entranhar e com custos na actual época desportiva, os adeptos portistas para não lhes ficarem atrás, também se deixam envolver diariamente nos choradinho das bolhas, do Carteiro da Noite e do Caracolinhos.Até o MST se deixou envolver. Ao que isto chegou! Haja paciência.

    Enquanto se dignarem a ligar a tv e a comprar os ditos jornais ou a fazer publicidade a estas abéculas, as mesmas vão continuar a sobreviver, porque é para isso mesmo que elas existem. Para vender, nem que seja lixo tóxico. No dia em que deixarem de lhes dar dinheiro, podem crer que desaparecem com a sombra da noite.

    O que eu gostava, é que me explicassem como é que um individuo pertencente à direcção de uma empresa, consegue que os seus atos sejam dissociados do nome da empresa e passem a nome individual, quando os mesmos tiveram a ver com a empresa em questão???
    Isso é que eu gostava que me explicassem, mas como sei que tudo vai desaguar no Entroncamento, essa terra dos fenómenos, continuaremos na ignorância.

    http://portodragoinfire.blogspot.com/

    1. também podia ser, tendo em conta o estilo do homem. mas não, é mesmo “sOfista” :)

      e quanto ao resto do artigo, devo fazer notar que deixei de ver o homem quando comecei a pensar por mim. há dois anos, portanto, porque sou um late bloomer. ainda assim chamaram-me a atenção para a verborreia do fulano neste Domingo e não resisti.

      abraço,
      Jorge

  10. Viva!

    Presumo que este artigo não discute a existência ou não deste método de arredondamento mas sim o tom conspiratório da acusação.

    Como disse um amigo meu benfiquista a comentar este tema: “A única conspiração real que o Rui Santos tem na cabeça é a do seu barbeiro.”

    Abraço

  11. OK, ao sofisma chegava eu, não sabia que se chamava sofista quem envereda pela tergiversação. Já fui ver e encontrei o exemplo de Górgias de quem nunca ouvira falar. Aprendemos sempre algo.
    Podias sintetizar a coisa.
    Eu levei para o sufismo, corrente filosófica muçulmana. Identificava melhor o mouro em causa.

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