DJ Alma

foto ASF, gamada de A Bola

Não é possível ter uma equipa inteira de Messis. Não é financeiramente suportável, perdem-se a maioria dos lances de cabeça e o guarda-redes via-se lixado para defender as bolas mais chegadas ao poste. Por isso se forem a ver em quase qualquer plantel do mundo do futebol civilizado, há muitos Djalmas com número atribuído e inscrição na Liga. O Real tem um Arbeloa, o United tem um Fletcher, na Juve joga um Asamoah e até há um Kroos no Bayern. Tudo jogadores que apesar de não serem vedetas mediáticas e levarem apenas trinta ou quarenta pessoas a sessões de autógrafos, são opções dos treinadores em várias alturas durante uma época que é longa e coloca a equipa perante diferentes circunstâncias que necessitam de diferentes jogadores com diferentes características.

Djalma era um desses moços. DJ Alma (como lhe chama na brincadeira um colega meu da bola), que não mostra classe mas empenho, que não é genial mas trabalhador, que nunca marca golos brilhantes mas ajuda a criar jogadas produtivas. É um team-player, mais um que está lá para mostrar o serviço que sabe mas acima de tudo o que pode. No ano passado, Djalma ajudou a equipa sempre que foi chamado ao relvado, fosse a extremo direito ou defesa direito, desempenhou um papel extraordinário no jogo da Luz para o campeonato, surgindo de trás para a frente e ajudando os colegas com o estilo…pouco estético que sempre mostrou. O Mariano Africano, chamei-lhe na altura do jogo em Paços para a Taça da Liga, que nunca virava a cara à luta apesar da luta lhe dar quase sempre duas lapadas nos dentes sempre que tentava fazer algo para lá do que sabia.

Djalmas e Jameses. É a dicotomia do presente. Queremos mais génios que não cumprem ou formiguinhas que cumprem pouco? Precisamos mais de um Paulinho Santos ou de um Kulkov? De um João Pinto ou de um Ibarra?

The jury’s not out on that one. E ao ver a equipa a arrastar-se em campo como vi no domingo em Barcelos, inclino-me mais para os primeiros. Boa sorte, DJ Alma. Não deixes que os turcos façam pouco de ti, rapaz.

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