Ouve lá ó Mister – Braga


Amigo Vítor,

E lá voltamos nós ao mesmo sítio que na semana passada nos fez saltar de alegria a dois minutos do fim com aquele golo do James e uns minutos mais tarde nos fez comprimir mais uma vez o ar à nossa volta com um fist-pump aéreo depois do petardo do Jackson. Sim, Vitor, é mais uma edição do “here we go again!”, com circunstâncias diferentes mas no mesmo palco.

E já reparei que não mudaste quase nada na convocatória. Gosto disso. Afinal de contas não é um jogo em que possas rodar muita malta porque os rapazes do outro lado também fizeram o mesmo e quer-me parecer que vão avançar com os mesmos fulanos. E desta vez estão com mais fome, aposto, porque o campeonato ficou mais longe e a Taça pode ser uma boa aposta para quem acabou de trazer o rabo dorido da Europa. Já eu, aqui deste lado e gordo de contentamento com os últimos resultados, não me está a causar grande entusiasmo este segundo round, sou-te sincero. A Taça é sempre um motivo de orgulho, é verdade, e até dá um certo gosto chegar à final e ganhar mais um caneco daqueles, mas não é a mesma coisa. Já te disse isto várias vezes e repito com a mesma força: prefiro ganhar os pontos no campeonato e aproximar-me mais um jogo da reconquista do título nacional, até prefiro ganhar um jogo na Champions ao Dínamo Zagreb do que ganhar a Taça de Portugal. É uma competição menor, pá, daquelas que um gajo só pode fazer uma festa do caraças quando não se ganhou mais nada. Ainda assim, e apesar de saber que sabes como me sinto quanto a isto…enquanto lá estivermos é para ganhar. Ah e tal e depois vamos a Paris e é preciso descansar um ou outro para não ficarem muito cansados e estourarem-se todos para poderem ganhar aos ricaços lá da cidade da Torre mais conhecida do Mundo a seguir à dos Clérigos…mas é para ganhar na mesma.

Por isso avança com a mesma equipa. Não ouças os elogios parolos do Peseiro, esquece o jogo da próxima terça-feira e foca-te exclusivamente neste. Lembra-te que o James ou o Jackson podem não conseguir marcar um golo aos 89 minutos e desta vez não vai tudo na mesma para o balneário se o jogo acabar a zeros. É para decidir aqui e hoje, por isso toca lá a mandares os rapazes marchar para dentro de campo com olhar malicioso e inteligente e vamos ganhar isto. Mai nada.

Sou quem sabes,
Jorge

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Reductio Ad Iacobus


Para terminar a saga de reduções nada absurdas (see what I did there? Gold, Jerry! Ahhh…), consideremos o caso final de malícia e cinismo ao extremo, que se prende com a concentração de tudo que nos acontece de bom ser feita na figura de um único homem. Este Deus olímpico, como Thor com o martelo ou Shiva com os braços e as chamuças ou os amendoíns ou lá que raio é que a divindade usava como munições letais, é o singular responsável pelos resultados positivos do FC Porto, quer pratique a sua arte em zonas mais avançadas ou até na rectaguarda do campo, agindo como a única força-motriz das vitórias sem que o resto da equipa tenha uma mínima intevenção no normal desenrolar do processo.

Há anos que ouço estas patranhas a serem avançadas como verdades por uma enorme maioria de fervorosos adeptos de outros clubes, normalmente os que se reunem em cafés manhosos com relógios do glorioso deles na parede, fotografias de Pinto da Costa vestido de recluso ou calendários Pirelli já desfeitos pela idade, o sol, algum suor e um inenarrável manto de lágrimas. A teoria é lançada com uma espécie de louvor às qualidades do jogador quando os laços ainda não o amarraram ao nosso clube. Futre, Drulovic, Jardel, Costinha, Deco, McCarthy, Anderson, Lisandro, Álvaro Pereira, Hulk ou James, o mais recente enaltecido pré-Dragão. São jogadores, passo a citar, “do caralho“, que brilham com uma luz interior pura e intensa, espalhando classe por tudo que é relvado, grandes perspectivas para um futuro genial, rodeado de modelos suecas e douradas coroas de louro a graçar as suas magníficas testas. Até que, por obra e graça dos olheiros do nosso clube e/ou capacidade negocial com maior acuidade, acabam a assinar pelo FC Porto. O futuro venturoso ainda não desapareceu, atente-se, porque ainda são grandes jogadores nesta altura, mas já estão tingidos pelo mal, pela penumbra, pelo azul-e-branco. E à medida que vão começando a mostrar o que sabem, cedo se transformam no “gajo que só joga com o pé esquerdo“, “o outro que só passa com a parte de fora do pé, parece parvo“, “aquele gajo que só empurra lá para dentro e nem sabe como é que a bola lá chega“, “caceteiro que só dá lenha“, “parece que nem sabe correr“, “é só noitadas, o boi, nem sei como é que chega sóbrio aos jogos“, “o puto que teve de trazer a mãe porque nem sabia andar de autocarro“, “o simulador de penalties“, “o tipo que nem centrar sabe e tem uma boca que parece um peixe“, “o gajo com nome de super-herói que devia andar mas era no jujitsu” ou, como já tenho ouvido, “o menino que nem humilde é e andou aí um ano sem tocar na bola e agora acha que é o maior mas é só prás gajas“. Todos são uma merda depois de mostrarem que não o são.

E o resto das descrições é o do costume, porque só eles é que jogam e só jogam porque os deixam jogar, como se uma equipa fosse composta por um gajo e os outros lá andarem como bullies num recreio em que só permitem que um rapaz (E SÓ ELE!) possa tocar na bola e fazer o que sabe melhor fazer. E esquecem-se que para cada Futre havia um Magalhães e um André, um Paulinho Santos e um Rui Filipe para cada Drulovic, um Capucho e um Zahovic para cada Jardel, um Maniche e um Pedro Mendes para cada Costinha, um Paulo Ferreira e um Nuno Valente para cada Deco, um Jorge Costa e um Derlei para cada McCarthy, um Raul Meireles e um Pedro Emanuel para cada Anderson, um Lucho e um Paulo Assunção para cada Lisandro, um Sapunaru e um Fernando para cada Álvaro Pereira, um Otamendi e um Belluschi para cada Hulk e um Moutinho e um Varela para cada James. Deixem-me respirar um bocadinho…já está. E que cada um destes nomes teve um papel a representar, mexendo com a equipa, abanando as fundações do adversário, trocando a bola, criando espaços, fazendo o trabalho táctico para que o génio se possa perder menos na transpiração e aplique as forças na inspiração. Todos eles são importantes mas a poucos lhes é dada o mérito que a valia os devia fazer receber. É o tradicional “todo pela parte” que já me habituei, em que os (poucos) cabeçalhos de jornais só enfatizam quando algo se passa de errado com o jogador ou com a equipa, em que se agride moralmente porque são os elos mais fracos, os nomes menos falados e alvos menos apetecíveis.

É assim e sempre será neste mundo de falsidade vendida a peso: os James deste mundo terão sempre o destaque e os Ruis Filipes só têm honras de capa quando dela menos precisavam.

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Reductio Ad Iudicis

Um segundo vector explorado até aos limites da estupidez e carneirice humana por opinion-makers (e ainda mais por opinion-inventors e outros elementos da obsessão comum do anti-coiso) e que serve para explicar as razões pontuais para o sucesso do FC Porto é a arbitragem. E sempre que há um lance que beneficia o FC Porto, de forma ligeira como um lançamento erradamente assinalado ou um canto trocado por um pontapé de baliza, ou de uma forma mais intensa por um penalty transformado numa falta ofensiva ou um fora-de-jogo que leve a uma jogada perigosa ou até (heresia!) a um golo, por muito questionável que possa ser a chamada do árbitro, cedo se levanta um tsunami de insultos, correlações factualmente incorrectas ou teorias da conspiração envolvendo três patos marrecos, setecentos guerreiros zulus e um artefacto azteca misteriosa e parcialmente enterrado nas futuras ruínas de Angkor Wat. Ou parecido, já ouvi de tudo.

Eu avanço que é uma masturbação intelectual levada a cabo por um grupo de autistas acéfalos determinados a tingir de mácula todas as vitórias do meu clube. E nem sempre pelos melhores motivos, pelo menos nas suas cabeças. E não estou a falar de pessoas que jogam com baralhos sem manilhas ou gamão só com peças brancas, o meu problema é que este tipo de lavagem cerebral colectiva surge através das penas de montanhas de gente que todos poderíamos ter em boa estima pela carreira e opinião dedicada ao nosso desporto preferido, mas que optam por fazer um “whitewashing” (o termo em português será qualquer coisa como “censura selectiva”, mas como em tantos casos o inglês dá-nos o que o luso não pode) de tudo o que possa ser facto que aponte noutra direcção, porque faria com que todo o castelo de cartas delicadamente construído durante anos de meias-verdades caísse por terra como uma torre no bairro do Aleixo. Porque se olharem bem, se olharem mesmo bem, conseguem perceber a lavagem de factos que não interessam nada quando não ocorrem às partes interessadas, porque aquele penalty é que foi roubado e o nosso menino nunca mas nunca se atirava para a relva daquela maneira. É claro que o fora-de-jogo não foi marcado porque o gajo está comprado e vê-se logo que não tem nada a ver com o nosso caso em que está quase em linha, via-se da bancada. E aquele boi que está sempre às cotoveladas na área, o árbitro isso não vê, pois não? Quem, o nosso? É luta para ganhar posição, o futebol só é para meninas nos estados unaites, não é aqui, vê-se logo que você é tendencioso, assim não dá para ter uma conversa em condições consigo, deviam era partir-lhe os dentes como o vosso gajo fez aquele outro naquele jogo em tal sítio! Você tem uma lata, o nosso rapaz só estava a agir em defesa própria, andou a levar pancada todo o jogo, é uma vergonha, parece que já não se lembra quando vocês se encostavam à cara do árbitro, não é como o nosso que ainda no outro dia fez peito ao árbitro e muito bem porque ele estava a ser um ladrão!

Acredito na Lei dos Grandes Números, que me diz à medida que um evento ocorre um determinado (alto) número de vezes, a tendência da probabilidade é a de se aproximar da sua real probabilidade. Ou seja, em linguagem menos matematicamente pedante, quando uma equipa disputa um número suficiente de jogos com todos os árbitros, a probabilidade de ser prejudicada e/ou beneficiada aproxima-se da metade. Trazendo a linguagem ainda mais para baixo por forma a não ficarem dúvidas a quem não tiver pachorra para ler palavras com muitas sílabas: às vezes ganhámos, outras perdemos. E é exactamente por isso que não ando a alvitrar golpes de estado e comissões de investigação, não critico loucamente casos que são passíveis de má interpretação, não alivio a minha azia criticando os erros que beneficiam outros nem ando a fazer posts à doente sobre arbitragens (no ano de 2012, aqui no Porta19, este é o terceiro sobre o tema). Mas acima de tudo vejo com os meus próprios olhos e coloco-me nas botas do árbitro. Terá visto bem? Terá o fiscal visto bem? Está a cumprir o mesmo critério? Costuma ter este mesmo critério? Isso são as questões que me preocupam durante o jogo.

E quando acontece o caso de ser beneficiado…já sei que um prejuízo está aí ao virar da esquina. Por isso não me preocupo muito com isso. Nem com os outros.

PS: se a palavra “iudicis” em latim não estiver formalmente correcta como significando “juíz” no genitivo, as minhas desculpas. aceito correcções de qualquer índole, mas uma cervejola serve perfeitamente.

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Reductio Ad Fortuna

É impossível não pegar no leitmotif dado por Jesus, que na sua forma boçal e sempre genuína de dizer as coisas, em parte mal-intencionado e em parte muito mal-intencionado, acaba quase sempre por agitar as águas de uma maneira que não deixa ninguém indiferente. E arrancando para a primeira de três partes com títulos pedantes adaptados de outros tantos “reductios” que por esse mundo pulam e nos fazem avançar, proponho-me lidar com a sorte.

O jogo de Braga, como tantos outros que nos são favoráveis, foi sorte. É uma sorte do caraças conseguir o golo da vitória a um minuto do fim, como Coentrão na Luz frente ao Marítimo ou Miguel Garcia em Alkmaar. É aquele chouriço, o paio, qualquer outro enchido que vos apeteça usar como metáfora.

Mas a vontade, o querer, a determinação de continuar a chegar à frente para buscar algo mais que um empate, nada disso é sorte. A sorte é apenas um corolário do resto do tempo em que uma equipa procura fazer o que a outra não quer deixar, favorecendo a audácia que todos gostamos de dizer que temos mas que poucos de nós a conseguem alcançar porque a grande maioria desiste e senta-se, amuado, queixando-se do azar. E anos após anos após infrutíferos anos temos vindo a ouvir as piadas do “estes gajos é que têm sorte, calham-lhes sempre os piores no sorteio“, quando os factos tantas vezes contradizem a corrente. Anos após anos após inevitáveis anos em que o resto do mundo, civilizado ou talvez não, nos aponta a dedo pelas contratações falhadas, pelos Leos e Leandros Limas, pelos Zwanes e Mogrovejos, pelos Maciéis e Baronis (já deviam estar à espera deste…), mas quando se fala dos Cissokhos, Luchos, Andersons ou Lisandros, “aqueles cabrões têm mesmo sorte por conseguirem vender esses mancos por tanto guito“. E anos, anos e mais anos se passam para que continuemos consistente e pevidosamente a ouvir a ladaínha do “é sempre sorte, caralho, é sempre sorte que a bola parece que vai ter com eles!” quando falam de jogadores como Jardel, Lisandro, Pepe, Deco ou Falcao, que cá eram ostracizados para a glória de uma só cor, quando no instante que saem da alfândega se transformam em monumentos ao futebol, predestinados com a mão de Apolo em cima das cabeças que nasceram para trazerem novo brilho à bola que tanta fome tem destes talentos.

Foi sorte termos vencido em Braga. Foi sorte, claro, porque no Verão de 2010 decidimos arrematar James das garras da águia. Sorte também por Jackson ter assinado por nós em vez de tentar a sorte em Anfield. Sorte por Moutinho se chatear com o Sporting, sorte por Helton substituir Baía, sorte por Mangala não estar emprestado, Fernando lesionado e Otamendi lesionado. É por sorte que Vitor Pereira lá está, é por sorte que Varela cá fica e por sorte que Lucho voltou.

É tudo sorte. Nem sei porque não apostam em nós. Já tinham feito uma fortuna.

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Baías e Baronis – SC Braga 0 vs 2 FC Porto

foto retirada de publico.pt

Aparentemente, tivemos sorte. O golo de James apareceu vindo do nada, quando quase todos os portistas já estavam a contar com dois pontinhos perdidos e lamentados, porque tínhamos feito o suficiente para os sacar, mais o do empate. Mas o Braga esteve bem, altivo, pressionante e mostrou que é um clube grande. Mas tivemos sorte, é verdade. O remate de James bateu num dos melhores jogadores em campo e Jackson aproveitou bem a falha do Salino (que poético ter acontecido a um homem que já não devia estar em campo, várias foram as patadas que Xistra, como de costume, ignorou). Foi sorte. Até houve um penalti contra nós que não foi marcado (e devia). Foi muita sorte. E também foi sorte, mas para o Braga, não termos enfiado logo duas pazadas à Dona Brites mesmo nas nalgas dos de Braga logo no início do jogo. E também foi sorte para o Braga terem ficado com onze gajos em campo durante todo o jogo. Mas a sorte, aquela que dá frutos, também se trabalha. E o jogo foi rijo, bem disputado, com (ou contra?) um árbitro que tomou muitas decisões no mínimo não-salomónicas e com um adversário que deu a luta esperada e caiu quando já não merecia. Tivemos sorte. Fizemos por isso. Vamos a notas:

 

(+) Otamendi e Mangala Não gosto de ver Otamendi a jogar do lado direito da defesa, acho-o lento demais para compensar as ausências de Danilo e prefiro vê-lo do outro lado. Mas hoje, para me contrariar, esteve impecável na intercepção e continua a saber pegar na bola e arrastar o jogo para a frente pela relva. Serve como ponto de contacto com o meio-campo (Fernando e/ou Moutinho) e é o homem com cabeça mais tranquila na nossa zona defensiva. Vou repetir: é o homem com cabeça mais tranquila lá atrás. É estranho dizer isto, mas é a verdade. E ao lado dele, a aproveitar o pé esquerdo para jogar nessa mesma zona, Mangala. Mangalhador. Mangaleiro. Mangalão. Excelente na antecipação, no corte rápido pelo chão e pelo ar, está muito melhor no posicionamento e acima de tudo na agressividade, que temi pudesse ultrapassar o seu talento. Nada disso, pelo menos por agora. Maicon vai ter trabalho a meter-se entre estes dois…

(+) Helton Nas alturas certas, nos momentos adequados, qualquer bola que veio na direcção da nossa baliza foi interceptada pelas luvas de Helton, que salvou tudo o que tinha a salvar. Pelo ar, pelo chão, fora da baliza, em cima da linha de baliza, quase dentro da baliza (!), Helton esteve em todo o lado e mais uma vez foi o guarda-redes que o FC Porto precisava num tipo de jogo que é tão importante ter um guarda-redes que possa safar eventuais falhas dos defesas. Helton hoje defendeu tudo. Nada mais há a dizer.

(+) Os golos de James e Jackson Um orgasmo, foi o que foi. Porque é nestas alturas, em que o jogo que está empatado a zero está a entrar nos “golden years” e a luz já se começa a ver ao fundo, quando os suplentes já entram depois de aquecerem tempo demais e só servem para queimar tempo…e nestas mesmas alturas, quando um puto colombiano com primeiro nome inglês se lembra de mandar um tiraço à entrada da área e faz um rapaz exultar num apartamento bem longe de Braga. E o golo de Jackson, curiosamente outro colombiano com primeiro nome inglês, pôs-me a saltar e a ganir para o ar em festejos enormes, exactamente por ter feito o contrário do que tinha vindo a fazer até aí: mudou de direcção e rematou em vez de continuar a correr no mesmo sentido. Excelente.

 

(-) A definição de loucura Einstein disse que a definição de loucura é tentar fazer a mesma coisa vezes consecutivas e esperar resultados diferentes. E tomemos como exemplo as atitudes de Atsu e Jackson durante o jogo, em que tentaram passar por Salino e Douglão respectivamente, usando sempre as mesmas artimanhas que não tiveram grande arte e quase nenhuma manha. Tanto um como outro simbolizaram os principais problemas do FC Porto neste jogo e em vários outros que não conseguiu ter a capacidade física e mental para furar as barreiras adversárias de uma forma individual. E temi que voltássemos a esse paradigma da arrogância ali em alguns momentos durante o jogo porque vi alguma atrapalhação e demasiadas bolas perdidas. Há que continuar a manter os jogadores focados no jogo de equipa e abdicar de jogadas individuais quando não há condições de sucesso provável.

(-) Xistra Já cá faltavas, Carlos. Uma arbitragem absurda, com inúmeras decisões a serem tomadas em sentido contrário perante situações idênticas, que só serve para enervar os jogadores e para confirmar que até pode ser bom rapaz, mas como árbitro é uma nódoa. O penalty até acaba por ser dos lances mais perdoáveis porque é quase impossível de ver sem ser em câmara lenta (mas não tragam a merda das novas tecnologias, Deus me perdoe se eu não estou de acordo com o Rui Santos…), mas veja-se o caso do final da primeira parte, em que depois de Alan ter tentado pregar o pé de Varela à relva, elevando o banco portista em protestos e queimando-se ali pelo menos 40 ou 50 segundos, Xistra decide não só não dar amarelo ao pseudo-Predator, mas permitir que Moutinho coloque a bola no local para marcar o livre…e mandar toda a gente para o balneário. Ismaily mas principalmente Salino e Alan, abusaram de belos momentos de pancada durante o jogo todo e Salino então com várias entradas a pé juntos, acabou por levar amarelo…aos 87 minutos. Xistra consegue reunir consenso entre quase todos os adeptos: é mau para todos.


A primeira (e mais importante) barreira de Braga está ultrapassada e um dos jogos mais difíceis de todo o campeonato foi ganho com todo o mérito, contra onze fulanos de vermelho e um de amarelo. Custou-me ver o jogo todo e recebi várias repreensões da zona do sofá no meu lado direito onde a benfiquista residente assistia ao jogo. Aparentemente o vernáculo que saía da minha boca era um tanto ou quanto exagerado para um Domingo à noite, ainda mais com o Natal tão próximo: “A culpa é daquele filho da puta!”, e percebia o que estava a fazer. Não quis saber. E garanto que não houve vernáculo em nenhuma das bolas que entraram na baliza do Beto, só um grito de “GOLO!” como que a reproduzir o que um amigo me enviava por SMS. Soube bem. Sabe sempre bem.

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