Baías e Baronis – Estoril-Praia 2 vs 2 FC Porto

foto retirada de desporto.sapo.pt

Foi um jogo estranho. Cheguei a casa mesmo em cima das seis e um quarto e quando vi Kelvin no onze achei estranho mas alinhei com a peça. E o FC Porto foi lutador, empenhado e sempre com vontade de conseguir atingir um nível suficiente para vencer o jogo. Mas não conseguiu, longe disso. O jogo foi trapalhão, com muitos passes falhados, muita atrapalhação, demasiadas más-intenções e uma tamanha desorganização táctica que me trouxe à cabeça imagens do FC Porto de Vitor Pereira aqui por esta altura há um ano. A grande diferença é que vi ali vontade, apesar das falhas. Vi audácia, apesar das inúmeras parvoíces que fizemos em campo. E vi que podíamos ter vencido com mais alguma sorte e acima de tudo com mais e melhores opções no plantel, que neste momento parece estar a abanar com algumas falhas em posições importantes. Vamos lá às últimas notas de 2012:

(+) Moutinho Foi dos poucos que sabia o que fazer em condições. Alguns passes falhados mas bastante mais calmo e inteligente na criação de lances ofensivos e na orientação da equipa em campo. Marcou um excelente golo num remate sem defesa para o nabo do guarda-redes do Estoril e esteve acima do nível da maior parte dos seus colegas.

(+) Alex Sandro Teve a habitual atitude de agressividade positiva mesmo sem subir muito no terreno. É notável na recuperação quando lhe aparece um adversário forte fisicamente e com força suficiente para o ultrapassar, e é nessas alturas que mais brilha na defesa, porque consegue desarmar o oponente com inteligência e posicionamento defensivo de grande nível. Subiu sempre com critério e segurança.

(+) Never give up, never surrender Foi uma das únicas facetas positivas do jogo e que pensei que poderia estar um pouco mais atenuada nos últimos tempos. Não tendo visto o jogo da Choupana e depois do não-jogo de Setúbal, a última exibição que tinha visto foi em casa contra o Moreirense e na altura pareceu-me ver que o “fogo” do Dragão podia estar a fraquejar. Ao que parece, estava enganado, porque mesmo numa competição que por muito que tentemos dizer que estamos a lutar para ganhar, na verdade não passa de um recinto de treinos em formato de torneio amigável. E só se chegarmos à final e calharmos de jogar contra o Benfica é que vamos levar isto a sério, por isso não me impressionaria que os jogadores não ligassem pevide a isto. Mas ligaram e ainda bem.

(-) Estáticos, demasiadamente estáticos Já no jogo contra o Moreirense se tinha visto que não havia movimentação suficiente no meio-campo para justificar a organização dos três rapazes que jogam pelo centro mas acima de tudo pelo único alvo central na área. E se retirarmos dessa bela equação a presença de um ponta-de-lança, esse mesmo alvo central como Jackson é ou Kleber gostava de ser…é fácil perceber que raramente se consegue uma jogada em condições desenvolvida quer pelos flancos ou pelo meio. Há passividade em excesso nalguns lances e nalgumas partidas, em especial naquelas jogadas em que uma intervenção pode levar a que fiquem com um dói-dói nas perninhas e já percebi que os nossos rapazes do meio-campo para a frente só se engalfinham na luta quando estão num de três estados: nervosos, desesperadamente nervosos ou se se chamarem Fernando Reges. Para lá disso vejo muita falta de fibra nas disputas individuais e custa-me dizê-lo mas estamos a perder claramente em relação aos nossos rivais nesse aspecto. Se a bola se mantiver na nossa posse, tudo bem. Mas passando-a para o lado do inimigo e lá andamos nós sem a recuperar e permitindo cruzamentos e remates como se os nossos adversários a isso tivessem direito. Falta arrogância ali no meio. Da boa.

(-) Passes curtos horríveis O relvado não ajudava, é verdade. Mas continuo a ver uma enormidade de passes falhados, de decisões erradas, com muita bola pelo ar, com força a mais, com força a menos, na direcção contrária, para cima quando devia ser para baixo, para o lado quando devia ser para a frente. Há alturas em que me questiono o que raio é que alguns destes rapazes estão a pensar quando passam a bola da maneira que o fazem, porque se me convencem pela energia, o posicionamento táctico e o brilho nas exibições de garra e de querer…noutras ocasiões fico a pensar que os gajos do Estoril passam melhor a bola entre eles que os nossos. Devo ser eu que estou a ver as coisas com óculos pessimistas.


Acabar o ano a empatar é chato. É um bocado como se estivesse à espera do Natal para comer rabanadas e quando chegasse o dia fosse a ver que estavam secas e com pouca calda. Uma tristeza, porque dá sempre para comer um bocado e lambuzar a beiçoça, mas sabe a pouco. Mas nada está perdido, mesmo percebendo que a competição se transformou de uma oportunidade de rodar as segundas escolhas em mais uma nova forma de manter o ritmo competitivo das…primeiras. Enfim.

2 comentários

  1. Foi um jogo estranho, “indeed”… Um jogo depois das rabanadas. Um pouco complicado, e, se bem que deve ser nestes jogos que devem rodar os que virão a ser alternativas, não sei se o treinador não quiz mostrar a quem de direito, que se acontece alguma coisa ao Jackson – num outro quadro – estamos mal…
    Claro, que nos foram rapinadas duas grandes penalidades, uma sobre o Otamendi, antecedendo o amarelo e os protestos do Lucho, e outra sobre o Varela…mas, enfim…como somos lorpas, achamos sempre que não devemos falar disso, e ganhar com honra e glória e vário blá blá blá…

    Quanto aos “jogos tvi” é um espectáculo por si só… o que aqueles gajos encontram para distorcer e menos prezar o jogo do porto, é fantástico… é tanta desonestidade junta, que até chega a ser cómico…

    Não, futebolisticamente falando, não vamos ter um ano fácil… mas, enfim, tem sido na adversidade que temos tido algumas das nossas melhores horas… – que venham!..

  2. Bom dia,

    Ontem o FC Porto, como é tradição, teve muitas dificuldades no terreno do Estoril.

    Sem velocidade na primeira fase de construção e criatividade na definição de jogadas ofensivas, tivemos imensas dificuldades para almejar a baliza adversária. Foi a escassos espaços, quando a velocidade apareceu que criámos algumas chances de golo.

    O empate foi justo pelo que o Estoril e FC Porto jogaram.

    Ficou patente a falta de soluções no centro de ataque e alas da nossa equipa.

    Acabamos por empatar o jogo num fantástico pontapé do mais esclarecido elemento em campo: João Moutinho.

    Só dependemos de nós para seguir em frente na competição, para tal basta vencer o Setúbal no Dragão, e assim acredito que sucederá.

    Hoje fala-se que Izmailov será trocado por Kadu e Miguel Lopes.
    Espero que seja mais uma invenção do Rascoid, pois esta seria uma péssima troca para nós.

    Penso que Quaresma encaixaria como uma luva nesta equipa. Trata-se de um jogador criativo e que não necessita de tempo de adaptação.

    Kléber não tem sido solução credível para a frente de ataque, pelo que a contratação de um ponta de lança seria uma mais valia para o grupo.

    Os próximos dias poderão trazer novidades.

    Última nota para o péssimo trabalho que a TVI presta a esta competição.
    Jornalistas completamente parciais, um Fernando Correia completamente desorientado, que a tudo que era jogador negro de azul e branco apelidava de Jackson Martinez. Enfim …

    Que o próximo ano a nível desportivo seja como o transacto, com muitos sucessos.

    Desejo a todos um novo ano de muita saúde e felicidade.

    Abraço

    Paulo

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