Não desanimes, puto!

Teve um mau jogo, é verdade. E não foi o primeiro mau jogo que teve, no Dragão ou noutro lado, porque já houve alturas em que deixou os adeptos doentes com parvalhices tantas, muitas inconsequentes e outras que levaram perigo à baliza que está encarregue de defender. Não com as mãos, porque esse trabalho está reservado para o veterano na diagonal esquerda atrás dele (mais ou menos inclinada, dependendo da função), mas com os pés, que nem são maus de todo. E a turba, arreliada por um resultado negativo e uma exibição pobre, escolheu-o como alvo de mil frustrações. Criava-se um burburinho sempre que tocava na bola, era quase palpável o medo da falha, o temor que um passe saísse novamente torto, um alívio mal direccionado, um atraso com mais força do que devia. E Maicon, nada robótico e todo humano, sentiu a falta de confiança dos adeptos na equipa e em si, e falhava mais.

É uma tristeza ver que tanta gente que já o aplaudiu de pé em tantos jogos, que já cantou o nome do rapaz durante a primeira metade da época, escolhesse aquele momento para o criticar de uma forma tão vocal, tão infeliz e com tanto carinho como um guarda das SS em Auschwitz. E é assim que a glória é efémera, e é assim que percebemos que ninguém é acarinhado mais tempo do que faz por merecer, e se por algum motivo calha de ter um mau jogo, logo as biqueiras de aço estão apontadas directamente ao escroto do infeliz.

Apoiemos os nossos, carago. Para mandar abaixo já bastam os outros.

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