Baías e Baronis – Paços de Ferreira 0 vs 1 FC Porto

foto retirada do MaisFutebol

“Ao intervalo, enquanto falava com o meu pai, dizia-lhe que mais cedo ou mais tarde íamos chegar aos golos e dávamos a volta a isto.”. Esta foi a primeira frase do que escrevi depois da primeira jornada em Setúbal e raios me partam se não disse exactamente a mesma coisa, à mesma pessoa, nas mesmas circunstâncias. Mas desta vez, foda-se, custou. Custou porque Jackson só atinou com a baliza de cabeça depois de ter falhado setenta e dois remates cruzados com o pé esquerdo. Licá trabalhava, Josué trabalhava, Fernando trabalhava, porra, todos trabalhavam, havia jogadas criadas com cabecinha e a bola só não entrou quatro ou cinco vezes na baliza do Paços por qualquer tipo de intervenção divina do Deus das Camisolas Amarelas. Enfim, ganhámos e ganhámos bem. Vamos lá às notas:

(+) Otamendi. Teve uma ou outra falha, nada de especial, mas foi o melhor jogador da defesa a defender e a atacar. Alex Sandro esteve bem a subir mas deu muito espaço ao flanco direito do Paços, Fucile entrou distraído e apesar de um ou dois bons cruzamentos, perdeu muitas bolas, tal como Maicon, que esteve bem quando quis ser prático, mas absurdamente mau quando ignora as leis básicas da defesa eficaz: não deixes que o avançado chegue à bola antes de ti, mesmo que esse avançado seja um anão loirinho. Otamendi foi o Nico do costume, com slide tackles (e já agora, diz-se “técls” e não “teicle“. estou muito farto de ouvir “teicle“. muito.) que deviam vir em livros de Football 101, bem pelo ar, prático na rotação de bola e sem exageros na criação ofensiva. Muito bem.

(+) Helton. Impecável a defender um remate de Sérgio Oliveira (é assim que se tratam os teus patrões? mais respeito, faxabor!) e ainda melhor na mancha depois da paragem cerebral de Maicon. Aliás, esteve bem a defender…tudo. Pouco trabalho, mas muito importante pela segurança que deu aos colegas da defesa e ao resto da equipa.

(+) As bolas-paradas de Josué e Quintero. São diferentes porque criam mais perigo. Porque criam perigo, perdão, já que há vários anos que ando a ver cantos marcados por um jogador que está a tentar acertar num balão, o que faz com que qualquer melhoria seja um bálsamo que acalme o meu infeliz coração. Gostei de ver, quero mais.

(+) Anda, Licá, corre só mais um bocadinho! Este gajo não se cansa? A sério? Marcava noventa mais qualquer coisa no canto superior esquerdo da televisão, montes de gajos com câimbras e o guedelhas andava para ali como se o jogo tivesse começado há dez minutos. Estão a ver o que digo? Não fez grande coisa, mas mantém os outros pressionados e nervosos. Boa, moço.

(-) Ineficácia. Vinte e seis remates. Há jogos assim, acontecem na 3ª Divisão búlgara, na Liga de Amigos das Estátuas da Ilha da Páscoa e nós não somos imunes a isso. Mas há jogos que me levam a ficar nervoso, palavra, porque começava a parecer injusto demais não termos já enfiado três batatas na baliza do Degra e a equipa continuava a não conseguir meter a bola lá dentro e CHUTA, RICARDO, OH FODA-SE que lá vai outra pro keeper e ANDA JACKSON, É FÁCIL! pronto e lá foi mais uma. São oportunidades a mais sem serem concretizadas e não podem deixar que seja um hábito. Dão-me cabo do batente.

(-) Defour. Falhou passes a mais e perdeu em protagonismo para Fernando, que travava um duelo interessante com André Leão, onde cada choque no meio-campo abanava o estádio só mais um bocadinho. Hoje, pela primeira vez nesta época, concordei com a saída.

(-) Paços, só mais um. Iludo-me naqueles momentos do jogo em que vejo a equipa adversária, em campo ou na têbê, vejo o onze e penso: “é hoje que estes cabrões nos vão empurrar para a defesa”. Raramente acontece. E o Paços podia perfeitamente ser uma dessas equipas, mas em vez de fazer como fez o Setúbal, que veio para cima de nós e nos obrigou a trabalhar a sério apesar de falhar alguns golos, o Paços de hoje limitou-se a ficar a olhar para a faca e a esperar que não descesse. Aborrece-me ver equipas que defendem sempre com onze, mas aborrece-me ainda mais quando o fazem a jogar em casa.


Só uma pequena nota: Jackson, com este tipo de jogos em que tenta rematar tantas vezes e quase todas saem ao lado, arrisca-se a ficar cansado e a necessitar de uma ou outra jornada a descansar. E só deixa que a ineficácia seja um problema se quiser. Está tudo na cabeça dele e hoje, ao que parece, esteve mesmo.

8 comentários

  1. Eu ainda dava:
    — Um Baía ao público:
    Fantástico ambiente que se viveu na casa emprestada do Paços com uma autêntica invasão portista. É certo que o bom tempo, as férias e o jogo ser disputado à tarde ajudaram, mas não deixa de ser algo digno de realçar.
    — Um Baía ao Alex Sandro:
    Por ser dos que mais dores de cabeça deu ao Paços. Muito interventivo.
    — Um Baroni (Mas dos grandes) ao Fernando:
    Foi para mim o pior em campo. Foi o 12º jogador do Paços. Graças aos seus passes fantásticos para fora ou para os adversários e as perdas de bola infantis, ainda por cima no perigo que é a sua zona, conseguiu dar algumas oportunidades ao Paços de Ferreira.
    Enquanto que o pessoal se queixa do Defour, este cepo anda a ver se enterra o FC Porto.
    Josué no lugar dele e já vai tarde. Prefiro um jogador que não saiba defender tanto mas também NÃO OFEREÇA JOGO ao adversário. O que é ainda pior pois apanha a equipa no momento da subida.
    E este está longe de ser o único jogo mau dele. Só espero que o Herrera se revele rapidamente.
    — Quanto ao jogo:
    Jackson esteve num mau dia mas mesmo assim conseguiu facturar. Rematou pelo menos 3 vezes de forma igual em lances iguais (Vindo do lado esquerdo do ataque e remate a sair junto ao poste direito). Aquele falhanço no final do jogo, enfim, que mania de tentar adornar tudo o que é jogada. Já me leva as mãos à cabeça a quantidade de passes de calcanhar completamente sem nexo que a equipa faz.
    Valeram os 3 pontos. A distância que se começa a construir é boa para gerir o campeonato e a Liga dos Campeões.

  2. Exibição pouco conseguida, um tanto cinzenta em que a falta de eficácia foi a nota dominante. Jackson marcou e deu a magra vitória, mas falhou uma mão cheia de oportunidades, em zonas privilegiadas de finalização, algumas das quais com o guarda-redes contrário, completamente impotente, rematando deficientemente e até mesmo despicientemente.

    Foi uma performance geral que não convenceu. Falta de velocidade, imaginação, criatividade e eficácia, perante um adversário acantonado junto da sua área e que pouco mais desenvolveu.

    Vitória justa mas escassa.

    Um abraço

  3. Com todo o respeito “deffour o único a mexer com o jogo” ??? Deffour foi dos piores em campo assim como Jackson que até nas declarações no final do jogo esteve mal!

  4. Boas,

    Baia a exibição do Fernando a recuperar bolas, a ganhar todos os corpo-a-corpo com os adversário e a limpar o perigo. Baroni para o Fernando a perder bolas fáceis, a passar mal e a tentar fintar os adversários. Parecia o Mikel da equipa B.

    Abraços

  5. Anos a ver cantos e livres mal marcados…É verdade, mas teimavam sempre no Moutinho, mesmo quando o Maicon estva espectacular a marcar livres

  6. Uma bonita tarde de futebol, num ambiente muito colorido de azul, com vitória justa mas tardia, por via dum Jackson perdulário, que abusa da mania dos lances bonitos, que acabam por se tornar feios. Não entendo como o Ghilas ainda não entrou um minuto sequer, quando o ataque nem ata nem desata, em situações tais… Há muito trabalho a fazer ainda, embora os resultados estejam a ajudar à moral. No fim de contas foi uma bela tarde de futebol, a demonstrar que o futebol tem outro encanto em jogos disputados de tarde, em tardes de domingo.
    Outras considerações mais particulares faço-as no meu Memória Portista http://memoriaporto.blogspot.pt/
    Abraço.

  7. O maicon merecia um baroni, esteve mal algumas vezes, o que para central pode acontecer uma vez por ano e não várias vezes por jogo. Acho que sobrevalorizas o Fernando, é bom a roubar bolas mas muito mau no passe e a sair a jogar. A vitória foi muito difícil, mas foram 3 pontos. Força Porto.

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