Ouve lá ó Mister – Estoril

Mister Paulo,

O jogo da Madeira foi um belo naco de trampa. Uma equipa sem ideias, sem construção de jogo, com uma dinâmica digna de nove tetraplégicos, o Helton e o desgraçado do Quaresma que queria fazer tudo sozinho. Foi penoso de ver para qualquer pessoa e então para um gajo que vive o clube como eu e tantos outros vivemos…rapaz, estás no mau caminho. E não me parece que seja só do mercado e da forma como a SAD está a tratar dos casos pendentes, para lá dos negócios de milhões que afinal não aconteceram ou das vontade de A ou B em ficar ou sair. És tu, Paulo, que não estás a conseguir pôr os gajos a jogar um futebol em mínimas condições. És tu, Paulo, que falas com os gajos e eles ou não te ligam ou não percebem o que estás a dizer. E nós, a malta que fica de fora, não está a gostar nada.

Este jogo é mais uma prova que tens de atravessar para recuperares a imagem de um treinador que impõe uma ideia, um estilo de jogo, uma concepção de uma estratégia que seja visível, implementável e executável. Até agora não vi nada disso. Vi que convocaste o Mikel e tenho gostado muito de o ver na B, mas não acredito que o ponhas a jogar em vez do Fernando. O que acredito, e custa-me muito dizê-lo, é que vai ser mais um jogo “à Porto do Fonseca”. Lento, desinspirado, triste, com jogadores e sem equipa. Convence-me que estou enganado e mostra que ainda consegues acender fogo no rabo dos teus pupilos. Nós, cá fora, continuamos a ser portistas e a acreditar que é possível virmos a ver bom futebol este ano. Mas começamos a perder as esperanças…

Sou quem sabes,
Jorge

6 comentários

  1. Caríssimo

    Sou, como sabe, benfiquista e irrita-me solenemente benfiquistas e portistas que justificam as derrotas com o árbitro e quejandos (não é o seu caso); lembro-me do liverpool dos anos 70-80 que ganhava sempre, com árbitro ou contra o árbitro. Criámos um péssimo campeonato português que terá, a muito curto prazo, reflexo na selecção – mas quando se faz dos clubes entrepostos não se pode esperar muito mais. Mas Portugal é isto – interessa por clubes contra clubes, não criar clubes fortes que proporcionem bons espectáculos e o Paulo Ferreira faz o que pode, habituado a um Paços de Ferreira familiar, em que não se pedia muito. O FCP, porém tem muito pouco a ver com o Paços de Ferreira.
    Dito isto, depois de ver um jogo do campeonato inglês, só consigo ver 10 minutos dum jogo português – e há 54 anos que acompanho o futebol, desde que o meu saudoso pai me levou a ver. aos 4, um SLB-SCP. (Fiz questão de só ir com o meu filho ao futebol já quando ele tinha 20 anos, para nunca apanhar o vício. É benfiquista, por culpa do pai, mas sabe ver futebol e não é fanático)
    Enfim nem sei se desejo que FCP e SLB se encontrem nas meias; vai desculpar-me, mas nem um, nem outro merecem.

    Saudações desportivas

    Alberto de Carteado Malheiro

    1. orgulho-me de ver futebol com gosto e de conseguir ser imparcial na grande maioria das vezes. esse feudo de norte vs sul foi a forma que o FC Porto teve (PdC, fundamentalmente) de juntar as tropas tripeiras quando o FC Porto era um clube regional. hoje em dia, apesar do poder centralizado continuar a tratar tudo que não seja comercialmente viável como lixo, lá nos vamos mantendo. até quando? não faço apostas.

      um abraço,
      Jorge

  2. Quanto ao Mikel, tenho gostado bastante de o ver na equipa B. quem o viu no ano passado, só a destruir, tosco, e quem o vê este ano, capaz não só de destruir mas de pensar no que faz e colocar a bola, vê uma enorme evolução. Se calhar até espero que o Fonseca não o meta a jogar para não o estragar! Ao que chegámos! PF parece ter o “toque de Midas” de sinal contrário, transforma bons jogadores em autênticos buracos. E depois vem dizer que faltou a pontaria. Estará a falar dos avançados contrários? Se fosse só falhar no ataque ficava 0-0. Infelizmente as coisas são piores do que isso.

    1. completamente de acordo quanto ao Mikel, evoluiu muito e deixou de ser só um parvinho que andava a arrancar os adversários pela raiz, agora é um elemento essencial. além do mais pode dobrar como central quando for preciso…acho que podemos ter ali o sucessor do Fernando, tivesse um Jesualdo para o levar pela mão…

  3. Exactamente, também me lembrei do Jesualdo ( e já agora do Ferguson, porque não, ..) Por isso mesmo dou mais valor do que a maioria, segundo parece, ao trabalho do Luis Castro. Pegou na equipa, fê-la dar um grande salto em relação à época anterior. E não são só os reforços desta época que também contam, obviamente. Se um Reyes parece ter grande categoria, a melhoria do Mikel de que já falámos, mas ainda de um Tiago Ferreira por exemplo, são evidentes. Mesmo o Ivo, que em boas mãos pode vir a ser um grande jogador. A equipa B joga noutro contexto, noutro tipo de jogo, mas as bases têm de estar lá. Acho que o Luis Castro deve respirar de alívio quando o PF vai jogar fora como na última jornada, em vez de estar na bancada. Assim podem variar, até pôr de lado de vez em quando o duplo pivot, que é o prato da casa.

    O Sporting gaba-se muito da formação, mas esquece-se que não foi lá que muitas estrelas começaram, veja-se o Cristiano Ronaldo. E quando saiem da Academia de Teatro de Alcochete, vão para outros clubes fazer a verdadeira formação, seja para o Manchester, para o Porto ou outro lado qualquer. Muito têm sofrido os treinadores que lhes dão a formação para alta competição ao tentar tirar-lhes os tiques de vedetismo, individualismo, etc. O Quaresma por exemplo fez uma época horrível com o Fernandez, foi um dos culpados pelos maus resultados, junto com Ibarras e outros. Foi preciso o Adrianse para o meter na ordem e a jogar para a equipa.

Responder a Jorge Cancelar resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.