Dicas para os jornalistas que vão cobrir os nossos jogos na Champions

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Para os jornalistas desportivos que parecem adquirir um estupendo amadorismo nalgumas circunstâncias (anteontem vi o resumo dos jogos na TVI. Trocaram o emblema do Dortmund pelo outro Borussia, o de Mönchengladbach e não tinham em arquivo o do Malmö nem do Ludogorets. E a televisão oficial da Champions League resolveu não googlar o raio dos logotipos e espetou lá o da prova em vez dos verdadeiros. Enfim.) e que vão ter a árdua tarefa de acompanhar o FC Porto na Champions League 2014/2015, ficam algumas dicas:

BATE Borisov – Esta é mais para os que escrevem e menos para os que falam: o clube chama-se BATE, não é Bate. BATE é uma sigla (Borisov Works of Automobile and Tractor Electric Equipment, que tem mais pinta de soviético que um bigode à Estaline) e não um verbo no imperativo. Não são toscos, não são “ilustres desconhecidos” nem são estreantes na Europa, aparecem nesta vida há onze anos seguidos, espetaram 3-1 no Bayern do Heynckes há dois anos (exactamente, o mesmo que ganhou a prova) e têm mais experiência recente que o Sporting.

Athletic – Não os confundam com os outros. Big faux-pas. As camisolas não são as mesmas do Atlético de (cuspir para o chão e pronunciar qualquer diatribe em basco) Madrid mas sim do Southampton, porque em milnovecentosetrocaopasso o clube pediu a um puto que estudava em Inglaterra para comprar uma data de roupa e a única quantidade de camisolas iguais que o rapaz arranjou foram estas. Sim, as histórias das origens das camisolas dos clubes por vezes são anedóticas. Deal with it. Move along.

Shakhtar – Por favor tentem mencionar a guerra o menor número de vezes possível. A sério. A não ser que vejam algum jogador do Shakhtar a entrar em campo de metralhadora em riste, o que interessa aqui é futebol. Nem se ponham a lamentar os coitadinhos. São gajos com calo, que andam aqui há muitos anos, tem mais brasileiros que nós e uma invulgar capacidade de contratar médios-centro chamados Fernando. E vão-nos fazer a vida negra.

Qualquer dúvida, perguntem. É melhor que fazerem figuras tristes.

16 comentários

  1. Bravo Jorge, obrigado, já se impunha um ponto de ordem.

    Ontem, quando Lopetegui disse que calhou-nos um grupo difícil, espalhou-se pela net um sem-número de vezes que o homem estava a fumar muita ganza, mete mais tabaco e por aí em diante.

    Eu acho que é uma análise séria por parte do Mister. Nada de mais errado do que confundir clube conhecido e famoso com clube bom.

    Para já, Julen Lopetegui é Basco. Nada de mais apropriado para conhecer o Bilbao.

    Depois, os clubes da Europa de Leste podem não ser sonantes, mas já fizeram escorregar muito colosso, precisamente por causa da conversa de “tá no papo”.

    Não, não está. Os clubes estão na Champions League por uma razão.

    E não há “fácil” na Champions League.

    Este treinador era o que o nosso FCP precisava. Um homem sério, inteligente, e que vê para lá do óbvio. Não há almoços grátis. E ainda bem que o FCP vai cauteloso e com os pés na terra. Assim é que tem de ser. Ópera é para depois.

    Saudações Portistas

    1. Nem tem nada a haver com isso que dizes acima.

      Simplesmente trata-se de respeito pelos adversários… o que se pode dizer nos bastidores não é o mesmo que se diz na sala de Imprensa.

      Óbvio que o BATE não é o Roma nem o Mónaco, que seriam bem maiores dores de cabeça, mas também não é o Maribor ou o Malmo, que seriam bem mais simples.

      O Athletic não é o Liverpool, que seria o mais temível do Pote 3, mas também não é um Ajax ou Olympiacos.

      E o Shaktar não é o Man city, PSG ou Dortmund (ou mesmo Juve). mas também não é um Basileia, Leverkusen ou Shalke que seriam acessiveis.

      Ou seja, é acessivel em relação ao que poderia ser, mas jogos fáceis só depois de acabarem.

        1. Isso é pronúncia, Kive em russo/ucraniano, kiéve em Português. Também podemos dizer stuttgart ou Estugarda e Francoforte ou Frankfurt.
          Agora, Steaua tem consoantes abertas, o romeno tem raíz latina como o português, mas há décadas que se ouve falar mal porque um estúpido qualquer disse assim na tv e nem ouvem os da UEFA nos sorteios dizerem sté-á-uá, nem que fosse só stéua, nunca stóia, até já ouvi xtóia, de algum matarruano que se lembra dos tempos de escola…
          O Plzen começaram a ler plezen porque, da mesma forma, são burros, não há responsáveis que ensinem, já nem digo “indukem”. Basta saber dizer Pilsener da cerveja e dizer p(i)lzen é automático e natural.
          Isto é burrice congénita, não tem emenda. Falta de gente que saiba e sobras de gente a quem põe à frente um teleponto e dão graças a deus para lerem direito mas sem perceberem o que diz ali, o conteúdo. Os telejornais formataram-se assim. Também, conheço aquela gente. E gente de lá de fora que se abeira de algum estrangeiro para saber como na sua língua se diz o nome de alguém. Nenhum tuga faz isso. Aliás, precisamente, nem ouvem o que dizem os da UEFA nos sorteios, nunca stóia nem plezen.
          Eu correria à chapada muito(a)s betinho(a)s das tv’s.
          Ainda me lembro há quase 30 anos uma idiota na RTP falar da clássica do ciclismo paris-naice…

        2. A propósito do paris-naice…
          (juro que é verdade, deu num telejornal, aí por finais dos anos 80, nunca o esqueci).
          O credenciado paulo escarro começou a chamar a um jogador em França Corentin Martin, creio que jogava ainda no Auxerre (já nem vou pelos que dizem Aukserre, sendo Aucerre, ou Lenz em vez de Lance…) e o Martin até se escrevia Martins, porque era descendente de tugas.
          Tás a ver onde estes burros chegaram? Dava um livro de iletrados as coisas que se ouvem na tv. Por muitos anos gozávamos com o Gabriel Alves, mas agora é bem pior.

  2. Antes de mais gostaria de me envergonhar publicamente porque estava no escritorio a trabalhar e ocasionalmente a olhar para o Rio Ave vs Elfsborg. Como bom portugues cheguei aos 90 minutos destrocado de nao conseguir ver o Rio Ave (que apesar de estara a jogar um futebol ansioso nota-se quem tem no seu futebol a mao de um grande treinador; este Pedro Martins ainda ha de treinar um grande em menos de nada). Desliguei o live streaming, mantive-me de olho no lab book e no flashscore. Ate que surge aquele golo do Rio Ave que merecidissimo, nao fosse a falta de coragem daqueles suecos metidos a jogadores da bola, e acima de tudo por causa do pessoal de Vila do Conde que esteve a curtir o jogo como se fosse a escalagem de quem vai para o Inferno, quem fica no purgatorio ou sonha com uma passagem para o ceu. Sonharam, mereceram e temos 5 equipas portuguesas na Europa. Apoio todas independentemente de odios internos a que sou terrivelmente alheio. Quando alguma delas tiver que jogar connosco, odeio-as e desejo-lhes o pior.

  3. Bem isto anda tudo a compor-se. Já sabemos quem vamos defrontar e não vai ser fácil, mas estaremos lá para a luta.

    Agora para a ansiedade acabar, só falta o mercado fechar (esperando que não saia ninguém).

    Mas antes deste mercado fechar, devíamos arranjar clubes onde o Ghilas e o Tiago Rodrigues jogassem com regularidade, porque estes ainda não competiram, e suponho que treinem à parte, ou treinam na B?

  4. Um pequeno à parte.

    “Athletic – Não os confundam com os outros.” Por acaso dá para confundir, já que os Atlético da capital espanhola foi fundado por pessoal basco com “inspiração” do seu Athletic.

  5. Jorge,

    Em grande mais uma vez! Lamento apenas informar-te que “jornalista” + TVI será sempre igual a figura triste…

    Abraço

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