Baías e Baronis – Basileia 1 vs 1 FC Porto

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Emotivo, enervante, entusiasmante. Foi assim o nosso jogo da primeira mão dos oitavos da Champions deste ano, onde um bando de jagunços de branco tentaram por todos os meios aceites em qualquer centro de treino de artes marciais, em especial as que usem pés e braços. Ou seja, todas. De Xhaka a Streller, todos os suíços tentaram abater a nossa malta e correram como loucos à procura de mascarar com o físico o que nunca conseguiriam com o técnico. E conseguiram-no, ainda que de uma forma parcial, porque já sabem que o FC Porto não se dá bem com jogos exuberantemente físicos e ainda menos com árbitros que permitem que esse jogo prossiga. Mas houve luta, atitude, garra e um espírito de combate que estes jogos exigiam. E também houve erros. Bastantes erros. Vamos às notas:

(+) Danilo. De volta às grandes exibições depois de um ou dois jogos menos fulgurantes, o lateral que parece estar nas shortlists de meio mundo apareceu novamente em alto nível, a subir pelo seu flanco com critério apurado, mantendo-se firme na defesa e em apoio a qualquer dos homens que jogaram pelo seu lado. Rijo, difícil de bater e a usar bem o corpo, foi dele o lance que originou o penalty que bateu com eficácia. Até parece estranho usar estes termos sobre um jogador que aqui há dois anos parecia um fantasma da fama que tinha…

(+) Jackson. Quase perfeito nas acções de recuo a ajudar o meio-campo com a intensa pressão que recebiam continuamente dos adversários, foi ele que fez com que o meio-campo conseguisse alguma tracção num relvado que parecia ter mais suíços que nas plateias que viam o Guilherme Tell a brincar às setinhas. Levou pancada de criar bicho, entre patadas, puxões e cotoveladas no ar, para lá de ter sofrido mais um penalty não assinalado. Agora é moda não marcar as faltas sobre ele dentro da área?!

(+) Tello. Gostei da motinha hoje, apesar de parecer estar quase de tenda montada (calma, sem piadas) para lá da linha defensiva do Basileia. É verdade que foi apanhado várias vezes em fora-de-jogo, mas apareceu sempre em zona perigosa com a velocidade que tantas vezes lhe é pedido que aplique e que raramente o consegue fazer. Pareceu mais solto, mais interessado em agir de uma forma prática e não teve um único daqueles AVCs que tantas vezes lhe deram em solos lusos. Espero que continue assim. Espero mesmo.

(-) O erro de tentar jogar ao “nível” deles. Acontece muitas vezes e houve determinadas alturas em que a equipa se deixou enfeitiçar pelo jogo rápido e vistoso (para um inglês blue-collar dos anos 80, claro) do Basileia, passando a tentar correr tanto como eles e a perseguir a bola num ridículo jogo de gato e rato onde o FC Porto é derrotado com alguma consistência desde que me lembro de ver futebol. É impossível tentar fazer um nivelamento físico com uma equipa como a que hoje defrontamos e a futilidade disso acontecer é de tal magnitude que se assemelha a comparar uma novela da TVI com o Breaking Bad. E foi um pouco isso que aconteceu no golo e em mais alguns lances em que não tivemos a bola nos pés (os 30% e tal do tempo em que tal ocorreu…) e que andámos a correr atrás deles raramente conseguindo tocar na bola. Somemos a esta diferença de movimentação a facilidade de controlo de bola e o domínio do gesto técnico simples (passa, recebe, devolve), em que ainda temos tanto a caminhar que só de imaginar o percurso faz uma ultra-maratona parecer um passeio à beira-mar. Para finalizar, a puta da agressividade que não lembra a um Guimarães. Quase todas as jogadas ofensivas do FC Porto acabavam em pontapés nas canelas, nos calcanhares, tropeções ostensivos, abalroamentos quase-ferroviários e mais jogo de braços a fazer lembrar Vishnu a ter um ataque de epilepsia. Uma equipa de Joões Pereiras, é o que eles são.

(-) O meio-campo excepto Oliver. Lentos, desinspirados e incapazes de trocar a bola a um ritmo que lhes permitisse fazer com que o adversário corresse atrás da bola. O que aconteceu foi quase sempre o contrário, com o brasileiro a tentar vários passes longos direitinhos para fora ou para o guarda-redes contrário (há lá dois passes que tivesse ele Sir Bobby como treinador e ia a correr até Zurique para aprender) e a perder muitas bolas por idiotices de excesso de confiança, somado ao mexicano que continua a apagar-se em jogos grandes e a não conseguir engrenar na roda dentada da equipa, baixando-lhe o nível e o controlo em posse quando não pode baixar e prendendo-se em demasia com a bola nos pés, sem conseguir encontrar a medida certa para quando passar e quando temporizar o ritmo de jogo. Não fosse o dinamismo de Óliver, que não estando brilhante como noutros jogos foi o único a mostrar como tirar a bola aos suíços e fazê-la rodar entre os colegas, pondo-os a correr. Mais. Ainda mais. Porra que os gajos eram rápidos!


O ponto é justo mas se fossem três ninguém estranharia. A verdade é que o Basileia é jeitoso para aquele tipo de futebol mas nós temos mais capacidade, mais armas e infinitamente mais talento para arrumar com os suíços de vez no Dragão. E se possível dar três ou quatro estocadas nas fontes do Samuel e companheiros. Só para verem o que custa.

12 comentários

  1. Boas,
    Eu acho q dar um Baía ao Tello neste jogo é um bocado exagerado. Controlos de bola mal efectuados, indecisão no momento de passe ou cruzamento, falta de garra. São tudo pontos q vêm sobressaindo nos jogos q ele já fez e hoje não foi excepção.

    Cumprimentos

  2. Boas a todos!

    Que nervos, de jogo n? Acho q o Tello fez um bom jogo, mas ainda há alguns reparos a fazer! Nunca aparece na zona de finalizacao, coisa q o Varela fazia muito melhor…se n aparece o Jackson, tem q ser o extremo q aparece pelas costas, bolas! O treinador precisa de lhe dizer, q quem está nos cantos (ou esquinas) sao as putas! Irritou-me essa cena!
    De resto, concordo com a análise…o meio campo com excepcao do Oliver, teve muito lento e a entrada do Neves foi muito bem vista! Aquelas bolas para a frente do Casemiro, sao…de levar ao desespero!

    Siga pro Bessa com o dobro da garra (ainda q sem 3 titulares!) pq os remendados vao ter a mesma abordagem ao jogo e mais agressividade, n fossem pupilos do “Petie”

    cumps e vamos com tudo!!

  3. Também não concordo com o baía ao tello, porque na prática só fez um remate de jeito. humpf.

    Não gostei do Brahimi, sempre lento na altura de passar a bola e quando começava a correr parecia que já ia a cair…

    Acho que não ganhamos o jogo por causa destes 2 jogadores.

    Foi pena, bem vamos ver a continuação :))

  4. sincera e honestamente, já há muito tempo que não sentia orgulho na nossa equipa.
    há erros? com certeza! há falhas individuais? sim! ainda se pode melhorar? obviamente!
    ainda há um longo caminho a percorrer. e a Perfeição não existe – a não ser nas consolas.

    somos Porto!, car@go!
    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    abr@ços
    Miguel | Tomo II

  5. Bom dia!

    “Quase todas as jogadas ofensivas do FC Porto acabavam em pontapés nas canelas, nos calcanhares, tropeções ostensivos, abalroamentos quase-ferroviários e mais jogo de braços a fazer lembrar Vishnu a ter um ataque de epilepsia.” Muito bom! Ri a bom rir :)

    Foi um verdadeiro jogo de nervos (já não me sentava no chão à frente da televisão feito tolinho há uns tempos)! Não consigo concordar de todo com o teu último parágrafo: uma equipa que em 90m faz um remate (ATENÇÃO! Não é um remate à baliza e vários ao lado, é um remate no total!!!!) não merece empatar um jogo a uma bola. Mesmo que não tenhamos feito um jogo excelente, mais do que justificámos um 2 ou 3 a zero… 1 remate 1 golo acontece uma vez em cada 10000 jogos!

    Continuo a defender que com o Rúben no lugar do Casimiro só tínhamos a ganhar.

    Jackson e Oliver enormes, como é deles apanágio, e 100% de acordo em relação ao Danilo.
    Continua-me a irritar quando a bola está na nossa defesa e o adversário pressiona (muito) alto que os médios não se movimentem em condições, jogando entre linhas e dando linhas de passe simples…

    Uma palavra especial para a lufada de ar fresco que foi a flash entreview do Paulo Sousa; julgo que foi a primeira vez na vida que ouvi da palavra de um treinador qualquer coisa como “o adversário foi super, super superior; enganei-me quando disse que nós seríamos a equipa que mais dificuldades criaria ao porto nesta edição da CL porque não fomos capazes” (escrevo de memória). Se fosse o Catedrático da Reboleira no seu lugar garantiria que houve algum azar em não terem ganho o jogo, que os jogadores foram brilhantes a cumprir o que lhes tinha pedido e que foram treinados os posicionamentos durante toda a semana por forma a só fazer um remate durante o jogo todo e marcar um golo… enfim, um bem haja Paulo Sousa!

    Não me vou alongar mais… rezemos (aos deuses de cada um) para que o ombro do Óliver não nos roube durante muito tempo pois só não é neste momento o melhor jogador da equipa porque há Jackson.

    Saudações Portistas directamente da mouraria!

  6. O Tello não merece destaque, esteve como tem estado sempre esta época… desinspirado, mas é a minha opinião! Melhores em campo, Danilo, Oliver e A.Sandro (exceção feita ao lance do golo) mas fez uma grande 2ªparte. Dos piores, Casemiro… simplesmente inacreditável o numero de passes falhados e perdas de bola… mas atenção para o jornal espanhol As, esteve simplesmente imperial e liderou a equipa nos momentos difíceis… isto merece um grande Lol, só mesmo um jornal com ligações ao Real pode dizer uma barbaridade destas, mas é por exemplos como estes que este jogador vai jogando e sendo titular!

  7. pra mim o Oliver era o 1º dos Baías! as ideias que o gajo tem nos pés, simplesmente fantástico… seguramente desde os tempos do Deco que não tivemos um 10 assim. agora é só imaginar o que ele seria capaz de fazer se houvesse quem sabe jogar a bola no meio campo em vez de Casemiro+Herrera (essa história das críticas ao Lopetegui pela falta de jogo interior prende-se inteiramente com a fraca qualidade destes dois)

    fizemos um excelente jogo, mas não se enganem, isto está longe de serem favas contadas. o Basileia fora de casa é perfeitamente capaz de fazer o mesmo jogo de óntem, defender, defender, defender, e ver se marca num contra-ataque. é pouco futebol? é, mas os gajos são competentes no que fazem, foram empatar em Anfield para passar aos oitavos de final, e convém não subestimá-los.

  8. Jorge
    O que e isso, do ponto ou tres,ponto paragrafo.
    Ha muito Povo que NAO,sabe diferenca entre portismo e clubemismo.
    Sobre o jogo,Qualquer estupido com dois olhos,faz a mesma figura que o pretenso treinador,sem querer ser injurioso para com alguem,muito menos com a sua Pessoa.
    E por ultimo,mas devia estar em primeiro na minha mente,futebol e a coisa mais importante da VIDA,das coisas que na realidade nao teem importancia para nada.
    Fui

  9. Foi um jogo muito duro com os suiços a jogarem no físico a partir do momento em que ficaram sem o seu jogador mais talentoso, após o golo que marcou.

    Da nossa parte há que realçar Oliver, Jackson e Ruben Neves, o 1º pelo que fez jogar, o segundo pelo profissionalismo e dedicação em campo e Ruben Neves pela “calma” que colocou no nosso jogo a meio campo.

    Não concordo com o Baía ao Tello, fez um remate e limitou-se a correr para a frente quando lhe endossavam a bola, mais nada.

    Não concordo com o Baroni ao Herrera que até me surpreendeu pela positiva e só não fez mais porque Casemiro não tem qualidade (só não vê quem não quer) pois abusa do contacto físico sem critério (poderia ter sido expulso) e não sabe o que fazer quando ás vezes recupera uma bola.

    Gostaria sinceramente (gostaria mesmo) que o mister Lopetegui desse mais liberdade aos centrais para limpar as bolas e não os obriga-se a tentar a sair a jogar quando ainda há muitos adversários na zona, temos sofrido muitos golos devido a essa teimosia e ontem estava a ver que era mais um.

    Por ultimo (mesmo não estando no nosso ADN) , se aquilo é uma equipa de arbitragem de um jogo de champions, então algo está muito mal, fomos (e o jogo também) muito prejudicados pela mesma que permitiu jogo violento aos suiços e não assinalou um claro penalti sobre o Jackson, além do golo anulado.

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