Baías e Baronis – FC Porto 4 vs 0 Nacional da Madeira

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Era bom jogar sempre assim, não era? Sem pressão, sem grandes preocupações defensivas, a trocar a bola com alguma liberdade, a rematar em força e com intuito de marcar e a rodar a bola entre a equipa para criar lances de ataque com consistência e alguma imaginação. Ao mesmo tempo, conseguir ouvir palmas da bancada enquanto se marca cedo para gerir com tranquilidade. Um jogo normal, como tantos outros não conseguiram ser. Já tinha saudades disto, só tenho receio que não esteja para durar. Notas aqui em baixo:

(+) Varela. Ah, Silvestre, se todos os teus jogos fossem ao nível destes primeiros 10/15 minutos que fizeste hoje no Dragão e estavas num ponto tal que ninguém sequer pensaria que não ias ao Europeu. Forte no 1×1, decidido no remate e prático no arranque e na forma como driblava com critério e com uma consciência de espaço e apoio na lateral como não o via a fazer há algum tempo, foi o principal motor da equipa na frente de ataque, jogando inclusive no meio-campo durante longos momentos do jogo, na altura em que a estratégia parecia ser fruto de um jogador de Football Manager que se tinha aborrecido com a sua táctica habitual e estava a testar combinações novas. Ah, ainda teve tempo para mais uma edição do “WTF VARELA!?” quando quase isolava o avançado do Nacional num passe atrasado sem o mínimo de nexo. Ainda assim, que tenhamos este Varela até ao final do ano, é o que peço.

(+) Herrera. Aparecia quase ao lado do avançado quando defendíamos, naquela espécie de 4-4-2 em que o mexicano pressionava de um lado enquanto que André Silva (também um bom jogo, muito trabalhador e quase 100% positivo, não fosse o guarda-redes do Nacional estar em dia bom), mas foi especialmente no centro do terreno onde passou grande parte do tempo, em permanente movimentação e busca do melhor passe para os (hoje) rápidos avançados do FC Porto. Continuo a insistir que quando Varela e Herrera são os melhores jogadores da equipa, algo não está bem, mas a verdade é que Herrera continua a exibir-se acima da média com a braçadeira posta. Só não consigo perceber o porquê de ter mudado a forma de escolher campo ou bola para o inverso do que costumava acontecer…coisas dele, só pode.

(+) Sérgio Oliveira. Mais um bom jogo do Sérgio que parece finalmente jogar com mais calma e com a cabeça mais no sítio. Boa rotação de bola e uma nota bem acima do seu colega do lado, a mostrar que nem sempre se conseguem adaptar dois jogadores semelhantes à mesma posição e esperar que corra sempre tudo bem. Precisa de meter mais vezes o pé em lances divididos.

(-) Ruben Neves. Pouco agressivo para a posição que ocupa, foi constante a falta de capacidade física para enfrentar os homens mais fortes do Nacional. Mas pecou ainda mais no passe, com diversos envios sem grande nexo para as costas dos defesas sem que houvesse um avançado por perto. Não desgosto de o ver a jogar com um homem a seu lado enquanto defendemos, mas tem de ser mais activo e acima de tudo mais agressivo.

(-) Corona. Inconsequente na grande maioria dos lances, parece estar contagiado de uma Brahimite que lhe tolhe os movimentos e o faz tomar quase sempre a decisão errada no último passe e hesitar em demasia antes de rematar. Fiquei com a ideia clara que sofreu um penalty na primeira parte (o tipo do Nacional fez uma tesoura para cortar a bola e levantou o mexicano pela raiz) mas enervaram-me as fintas excessivas sem produtividade e a forma como permitia os adversários passarem por ele como se estivesse lá apenas como um gnomo de jardim. Tem de fazer muito mais.


Proponho que haja eleições todas as semanas, preferencialmente em dia de jogo. Já sei que correlação não implica causa, mas em 2016 todos os jogos realizados em dia de eleição foram vitórias inequívocas! Da equipa, claro. O clube…já não tenho bem a certeza.

20 comentários

  1. Permita-me que discorde completamente do Baroni dado ao Corona. Acho que até foi dos melhores em campo. 2 assistências (seriam 3 se o ‘redes do Nacional não tivesse defendido aquele remate do Herrera na pequena-área sem saber bem como), e ainda um par de lances bastante perigosos.

    1. permito com todo o gosto, porque é assim que se discutem as coisas. chateia-me ver o Corona a fazer duas ou três mini-fintintas por jogo e a desperdiçar o resto dos lances em que está envolvido. é homem para rasgar, para romper, não para receber a bola na linha e entregar atrás ou ao meio, como tem sido hábito. quero mais daquele gajo, porra!!!

  2. não Sir, não!! um Baroni ao Ruben depois de finalmente a equipa conseguir ligar o jogo no meio campo? foi abismal a diferença em comparação com a presença do Danilo nessa zona (que por mim pode continuar a central, onde não estraga tanto o jogo colectivo)! ja estava muito admirado com todos os elogios (na bluegosfera em geral) ao Danilo nas misérias que foram os últimos jogos (aos quais do meu ponto de vista contribuiu decisivamente, nunca faz nada de útil com a bola, nem sabe dar linhas de passe), mas que depois de óntem muitos pelos vistos continuam a preferir o Danilo ao Ruben ultrapassa-me completamente…

    1. são dois jogadores bem diferentes. quando tens o Danilo sozinho na zona central ganhas muito mais força e apesar de preferir ver dois homens a saber lidar bem com a bola, não consigo deixar de imaginar o que pode acontecer quando apanhamos equipas mais fortes no eixo. há opções para tudo.

      1. bom, eu não consigo deixar de me lembrar o que aconteceu quando apanhámos equipas como o Paços e o Tondela (e Setúbal, e Belém &c &c), e a ausência de futebol foi tão total quanto deprimente. concordo com o facto que sobretudo um jogo mais físico ainda causa problemas ao Ruben, e que talvez ainda se notem mais as oscilações na forma, mas quando faz um jogo mesmo mediano individualmente a equipa joga melhor do que com o Danilo a fazer um grande jogo

        1. nada contra e aí sim, o Ruben e o Sérgio até podem servir. e quando não tens a bola e precisas de pressionar o gajo que leva a bola, ou apoiar os centrais pelo ar? podes ter dois iniestas, mas se não tens um busquets estás tramado…

    2. Eu acho que o problema do Danilo no meio campo, em construção, é um de rapidez de execução. Ele recupera e guarda bem a bola, mas quando a variação de flanco depende da execução dele ela acontece, mas quase sempre tarde.
      Ontem não tive oportunidade de ver o jogo em condições, mas presumo que o Ruben não resolveu os problemas da recuperação do meio campo na transição defensiva. O Danilo chegava muitas vezes tarde, e presumo que Ruben idem, mas isso não é um problema do jogador mas da equipa/táctica.

      Como diz o Jorge, oferecem coisas diferentes ao jogo. Já de alguns meses para cá também sou da opinião que onde o Danilo faz mais falta é no centro da defesa. Sem estar muito rotinado é perfeitamente competente (só pode melhorar) e um muito necessário defesa com bons pés. Quando tanta da nossa construção passa pelos defesas, ter um central que saiba sair a jogar é essencial.

      1. Inteiramente de acordo com o pensamento! Só que os intelectuais da nossa praça vão achar que é uma heresia! Entretanto, Jorge, nada de acordo com a avaliação do Ruben…

  3. Concordo com o Danilo a central. Se temos tanta falta de jogadores no centro da defesa porque os três que lá estão não oferecem grande confiança, porque não adaptar o médio que é grande e tem uns pés razoáveis (e não passa disso) para lá e dar tempo de jogo à jovem promessa que já joga e faz jogar tanto? Mais qualidade a sair da defesa, já que o fazemos o jogo todo, e mais qualidade a dar linhas de passe e a criar jogo no meio-campo? Não vejo porque não.

    Só um aparte, Busquets não tem nada a ver com Danilo ou o médio grande que recupera bolas. É provavelmente o trinco mais inteligente que a liga espanhola já viu, sempre, sempre, SEMPRE no sítio certo e a decidir bem com bola. No entanto se jogasses com 3 Iniestas no meio-campo garanto-te que a equipa não ficava atrás.

  4. Quando estamos a discutir a qualidade e é presença do Danilo no nosso meio campo… Enfim, onde isto chegou. Agora vou ali ver vídeos do Wiliam Carvalho ou do Feija a construir. É depois do Casemiro, do Fernando, do Busquets… Por aí fora… Talvez do André ou do Paulo Assunção…

      1. Danilo é simplesmente o melhor e mais valioso jogador do Porto, actualmente. Só isso.
        Um camião de Euros para o levar. Enquanto Rubem Neves, se o conseguirem vender com uns envelopes cheios de notas, já é um excelente negócio.

  5. Permita-me apenas de referir que não foi o Herrera a escolher campo ou bola, foi o jogador do Nacional. Permita-me também dizer, na minha opinião, que o Herrera é injustiçado, é um jogador que as coisas podem não estar a correr bem mas nunca vira a cara á luta e tem sido dos melhores jogadores.

  6. Bom dia Jorge,

    Finalmente iniciei um sonho de iniciar um blog portista.
    Se pretenderes, podes adicionar à bluegosfera. Será um orgulho para mim.

    soutripeiro.blogspot.pt

    Saudações Portistas
    Tripeirinho

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