Revendo as decisões de início de época

Vamos quase a meio da época e ainda me lembro das decisões que fiz no início da temporada. Um pequeno balanço para ver como é que me tenho safado:

  1. Chegar aos jogos com tempo suficiente para uma urinadela e/ou um café; Ainda não falhei um. Até cheguei mais cedo uma ou duas vezes, deu para comer umas castanhas assadas e até para ver o treino por completo.
  2. Ostentar sempre uma peça de vestuário com as cores do clube. Preferencialmente camisola e/ou cachecol; Na mouche. Camisola nos dias mais quentes, cachecol para as noites frescas. Cem por cento.
  3. Procurar perceber as opções tácticas do treinador antes de começar a criticar as mesmas; Mais um bom resultado para a minha capacidade de análise. Seja em substituições, estruturas defensivas ou trocas no ataque, há sempre algum fundo de teoria antes da prática e procuro entender qual foi a racionalização de Vitor Pereira, corra bem ou mal.
  4. Não tentar encontrar o “novo Mariano” em qualquer jogador que controle mal uma bola; Ora…mal, muito mal. Não resisto e deixo que os maus passes do Varela me lixem a vida, as intercepções falhadas do Danilo me chateem e o alheamento do Kleber me enerve imenso. Talvez melhore na segunda parte da época, mas duvido que aconteça.
  5. Em caso de resultado negativo, acreditar que a reviravolta é sempre possível e eles conseguem se quiserem, carago; Sou um fraco, admito. Até agora no jogo contra o Estoril, estava mesmo a pensar que íamos perder o jogo. E no Dragão, contra o Dínamo Kiev, tinha a certeza que não íamos conseguir marcar o terceiro, sinceramente. Por isso é um belo dum falhanço neste ponto, como de costume.
  6. Abster-me de proferir a seguinte frase: “Tenho frio. Tenho fome. Foda-se.”; Estive quase a fazê-lo no jogo contra o Moreirense. Mas contive-me.
  7. Aplaudir o lateral quando sobe ao ataque, avisá-lo quando deixa o sector sem cobertura; A segunda é certinha, a primeira já falha de vez em quando porque nem sempre a subida é feita com grande critério.
  8. Criticar o que é criticável e elogiar o elogiável, sem arranjar desculpas; Só o fiz por uma vez e foi por causa do relvado, na altura que estava digno para toupeiras. Se excluir essa parte, tenho andado do lado da verdade.
  9. Perceber melhor o que o adversário vale e como o podemos parar; Nem sempre há tempo para perceber o que os gajos valem e ainda menos tempo consigo para ver os jogos do adversário antes de jogar contra eles, especialmente se são equipas de nível inferior. Durante o jogo deixo-me apanhar pela emotividade da partida e acabo consistentemente por criticar os outros rapazes sem perceber se de facto jogam à bola em condições. Mea culpa.
  10. Por último, manter a postura: NUNCA assobiar a equipa!; Vinte valores. Nunca o fiz e não prevejo alguma vez o vir a fazer.

Sete em dez. Não é mau, mas é sinal que nem sempre consigo ser coerente quando comparo as minhas vontades com os resultados. Um pouco como o Mariano quando dominava uma bola de primeira. Estão a ver? Lá estou eu outra vez.

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Obrigado

Um curto post para agradecer à malta que me considera como o responsável kármico pelo adiamento do jogo de sexta-feira em Setúbal. Aparentemente, o facto de eu não poder ver o jogo em directo fez com que Proença decidisse que não havia condições para a partida se realizar.

O que a malta não teve em conta é que à custa desta minha interferência cósmica, o FC Porto vai sair da Luz para uma sequência de três jogos em oito dias. E se isto é culpa do que me aconteceu, então aceitem as minhas desculpas. Preferia não ter visto o jogo se tivéssemos ganho…

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Prendas de Natal WTF?! na FC Porto Store

Tenho a certeza que já passou pela montra de uma loja numa qualquer zona comercial do seu burgo, seja um shopping ou uma rua no centro da cidade, e parou em frente ao vidro a pensar: “What the fuck?! Um elefante com controlo remoto para a tromba que esguicha tinta da china? Café com sabor a sovaco jamaicano?! E ali ao lado? Um camião dos bombeiros com luzinhas e ruídos autênticos dos Sapadores de Vilarelho dos Aidos e com bonecas dos modelos da Victoria’s Secret em cima da escada?!?! Quem é que compra aquilo para oferecer a alguém!?”. Acontece todos os Natais, sem falha, seja maior ou menor a complexidade do produto.

E na loja online do FC Porto temos algo parecido. Ainda assim, sugiro que lá dêem um salto, nunca se sabe se vão ser vocês a acabar com o stock antes que o departamento de marketing diversifique ainda mais nos brindes que têm ao dispôr de qualquer Portista:

Ora vejam lá:

Porque nada diz “sou uma menina portista” que um dragão com o Pantone (TM) trocado. Azul, amigos, azul!


Excelente qualidade. Fivela com impacto. Garantido que causa sucesso onde quer que seja usado. Branca. A fivela é branca. Howard Wolowitz, anyone?



Eu também tenho ali várias camisolas do Paulo Assunção e do Argel. Mas talvez não a vendesse na Loja Azul…


Para quem quisere acompanhar as primeiras entrevistas do James quando o rapaz for vendido para a estranja, talvez um bocadinho acima das entrevistas do Anderson…porque acho que não temos um dicionário Português-Andersonês.



Creio que não existe (até porque não descobri no site) mas devia vir com a opção “desfibrilhador”, porque esta época do Adriaanse…amigos, foi um teste às nossas bombeadoras de sangue…

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Reductio Ad Fortuna

É impossível não pegar no leitmotif dado por Jesus, que na sua forma boçal e sempre genuína de dizer as coisas, em parte mal-intencionado e em parte muito mal-intencionado, acaba quase sempre por agitar as águas de uma maneira que não deixa ninguém indiferente. E arrancando para a primeira de três partes com títulos pedantes adaptados de outros tantos “reductios” que por esse mundo pulam e nos fazem avançar, proponho-me lidar com a sorte.

O jogo de Braga, como tantos outros que nos são favoráveis, foi sorte. É uma sorte do caraças conseguir o golo da vitória a um minuto do fim, como Coentrão na Luz frente ao Marítimo ou Miguel Garcia em Alkmaar. É aquele chouriço, o paio, qualquer outro enchido que vos apeteça usar como metáfora.

Mas a vontade, o querer, a determinação de continuar a chegar à frente para buscar algo mais que um empate, nada disso é sorte. A sorte é apenas um corolário do resto do tempo em que uma equipa procura fazer o que a outra não quer deixar, favorecendo a audácia que todos gostamos de dizer que temos mas que poucos de nós a conseguem alcançar porque a grande maioria desiste e senta-se, amuado, queixando-se do azar. E anos após anos após infrutíferos anos temos vindo a ouvir as piadas do “estes gajos é que têm sorte, calham-lhes sempre os piores no sorteio“, quando os factos tantas vezes contradizem a corrente. Anos após anos após inevitáveis anos em que o resto do mundo, civilizado ou talvez não, nos aponta a dedo pelas contratações falhadas, pelos Leos e Leandros Limas, pelos Zwanes e Mogrovejos, pelos Maciéis e Baronis (já deviam estar à espera deste…), mas quando se fala dos Cissokhos, Luchos, Andersons ou Lisandros, “aqueles cabrões têm mesmo sorte por conseguirem vender esses mancos por tanto guito“. E anos, anos e mais anos se passam para que continuemos consistente e pevidosamente a ouvir a ladaínha do “é sempre sorte, caralho, é sempre sorte que a bola parece que vai ter com eles!” quando falam de jogadores como Jardel, Lisandro, Pepe, Deco ou Falcao, que cá eram ostracizados para a glória de uma só cor, quando no instante que saem da alfândega se transformam em monumentos ao futebol, predestinados com a mão de Apolo em cima das cabeças que nasceram para trazerem novo brilho à bola que tanta fome tem destes talentos.

Foi sorte termos vencido em Braga. Foi sorte, claro, porque no Verão de 2010 decidimos arrematar James das garras da águia. Sorte também por Jackson ter assinado por nós em vez de tentar a sorte em Anfield. Sorte por Moutinho se chatear com o Sporting, sorte por Helton substituir Baía, sorte por Mangala não estar emprestado, Fernando lesionado e Otamendi lesionado. É por sorte que Vitor Pereira lá está, é por sorte que Varela cá fica e por sorte que Lucho voltou.

É tudo sorte. Nem sei porque não apostam em nós. Já tinham feito uma fortuna.

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Supporters Direct – EC Project Fan Survey

O amigo João Coelho, sociólogo e estudioso do fenómeno futebol, que editou o livro Porto 1987-2012: 25 anos no topo do Mundo que contou com a participação aqui de quem vos escreve, solicitou a minha ajuda na divulgação de um inquérito criado pelo Supporters Direct, um grupo de associações de adeptos de futebol por essa Europa fora que procura a melhoria do nosso desporto preferido de todos nós através de uma participação mais activa neste fenómeno que nos fascina a todos.

Este inquérito pretende perceber a visão de adeptos de toda a Europa sobre a forma como vêem o futebol e como crêem que deveria ser organizado, dando espaço a uma maior interacção entre os actores principais (Ligas, Federações e outras entidades oficiais) e nós, os humildes adeptos.

Dêem lá um salto e participem. Garanto que estão a fazer mais pelo desporto que o Rui Gomes da Silva.

 

LINK PARA O INQUÉRITO

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