Baías e Baronis – FCP vs Vitória Setúbal


(foto retirada do MaisFutebol)

Um jogo que se adivinhava fácil e acabou por ser mais que fácil, levando os 30 e tal mil espectadores ao mais puro tédio, só ultrapassado, no meu caso, com algumas conversas sobre o próximo jogo do campeonato, contra uma equipa que joga de vermelho e que não me lembro agora do nome. Enfim, vamos às notas:

BAÍAS
(+) Varela, mais uma vez. Esteve dinâmico, vivo e a impôr o respeito dos adversários e dos adeptos que já mostrou merecer. É, juntamente com Fucile, o jogador do FC Porto em melhor forma, e pode ser muito importante para a próxima semana, na Luz.
(+) Fucile é um jogador que agrada a qualquer portista e garantindo alguma imparcialidade, a todos que gostam de futebol. Quando não inventa e se perde nalgumas displicências que já foquei no passado é um homem de fibra, garra e que não desiste de nenhum lance, lutando até ao último segundo. Até sair, para descansar, foi dos poucos que tentou sacar alguns aplausos do público.
(+) Farías continua a marcar. Há coisas que não se explicam, como a falha dos centrais do Setúbal que lhe colocam a bolinha nos pés, mas o que é certo é que o argentino a mete lá dentro quase sempre que pode. Também é verdade que se tiver de ganhar a bola com luta não tem hipótese, tal é a falta de força e de velocidade, mas se marcar sempre que tiver hipóteses, como tem vindo a fazer…já vai chegando.
(+) Belluschi esteve bem e merecia marcar. Apesar de continuar a falhar bastante no último passe, tem contra si o facto de ser dos poucos que tenta de facto efectuar os passes de morte para os avançados e isso leva habitualmente a um rácio mais baixo de produtividade. Rematou várias vezes, acertou na trave e merecia marcar um golinho para levar para casa. Nota-se que começa a entrosar-se melhor com a equipa.
BARONIS
(-) O Setúbal é uma equipa fraca demais para estar na Liga Sagres. É frustrante ver que uma equipa que está a perder apenas por dois golos de diferença e enfrenta um adversário que é notoriamente um gestor de vantagens curtas…e não tenta sequer chegar-se à frente, para lá de um ou outro fogacho individual. É triste e é paradigmático da falta de qualidade da nossa Liga, onde perder por menos de três já não é mau. Manuel Fernandes, ao intervalo, disse aos jogadores para não serem ambiciosos porque arriscavam-se a ser goleados. Nem merece comentário.
(-) Marca Farías. Marca Varela. ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ. Compreendendo a lógica da gestão de esforço e de evitar lesões e dar algum descanso às pernas, não posso deixar de achar frustrante estar 65 minutos a ver uma equipa a trocar a bola no meio-campo em vez de tentar premiar os adeptos que lá se deslocam. Fraco.
(-) Rodríguez. Estou a apostar nele para o onze na Luz, especialmente pela capacidade de luta e de adaptabilidade táctica, mas o que ele tem feito é muito pouco para merecer a titularidade. Já o disse e repito, concordo com o meu amigo de Porta quando diz que é o único extremo no mundo que não consegue fintar um defesa. Está mais magro mas não chega.
Foi fraquinho mas o que interessava era mesmo a vitória. Três pontos no saco e um próximo Domingo que se prevê ardente. Boa semana para todos!
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Baías e Baronis – Atlético vs FCP


(foto retirada d’A Mística Azul e Branca)

Era suposto ser um jogo que não traria nada de muito positivo, salvo a potencial enxurrada de dinheiro que nos encheria os bolsos (se me oferecerem 800 mil euros acreditem que não digo para irem pregar a outro burgo) e eventuais lesões nos principais jogadores. Acabou por haver uma lesão, um cheque gordinho da UEFA e uma exibição que, apesar de mais calminha na segunda-parte e a roçar a sonolência tal foi (novamente) a enormidade de falhas técnicas, acaba por ser provavelmente a melhor exibição do FC Porto esta época. Vamos a notas:

BAÍAS
(+) Bruno Alves. É raro dar Baías a Bruno Alves especialmente porque na minha opinião não se tem destacado tanto quanto as pessoas têm vindo a gritar e acho que ainda tem alguma coisa a evoluir (don’t we all?), mas o jogo do nosso capitão roçou a perfeição. A somar ao golo fabuloso que marcou, aparecendo pouco menos que a voar no centro da área do Atlético e colocando a bola num local inatingível para o sobrevalorizado Asenjo, esteve num nível soberbo durante todo o jogo, cortando tudo que havia para cortar e mandando de facto na defesa, tanto com Maicon como com Sapunaru ao lado. Excelente.
(+) Mais uma vez, Fucile. Depois do jogo menos bom, a facilitar como antigamente em Guimarães, voltou em grande. O pouco que Simão tentou fazer foi claramente eclipsado pelo uruguaio, que esteve brilhante a defender e a atacar, tendo inclusive dado origem ao lance do segundo golo, com um remate que mais uma vez o guarda-redes do Atlético defende para a frente e Falcao faz render como uma adolescente com filmes sobre jovens vampiros. Este Fucile não fica cá muito tempo, se bem que atrás de um grande Fucile acaba por revelar sempre o Fucile mais permissivo na jornada seguinte. Espero estar enganado.
(+) Os índices de pressão alta estão a subir. Durante toda a 2ª parte estivemos em cima do Atlético, abrindo um pouco de espaço no meio-campo mas ainda assim conseguindo impedir desenvolvimentos minimamente perigosos para a nossa baliza. Só me lembro dos espanhóis conseguirem criar perigo com lances pelo ar, o que diz muito da capacidade de organização e estrutura da equipa, bem mais madura e inteligente que aqui há umas semanas.
(+) Helton esteve excelente nos primeiros minutos da partida, impedindo a rápida recuperação do Atlético com boas defesas e uma segurança geral que se estendeu à equipa. Está de volta e está em grande, Beto terá que aguentar o banco porque o brasileiro não parece querer sair do onze.
(+) Guarín continua a surpreender-me pela simplicidade de processos e pelo forte remate. Se o gajo começa a acertar na baliza (“se”, não “quando”, que o homem não me surpreendeu ainda o suficiente para pensar que tem futuro) vai ser ainda mais útil.
BARONIS
(-) Pensei em dar um Baía a Hulk mas quando vejo a produção do brasileiro, golo/míssil aparte, verifico que quase nada fez de produtivo durante o resto do jogo. Continua com pouca inspiração e ainda menos transpiração, não ajuda na defesa e deixa-me com uma febre imensa quando vejo o gajo a perder bolas absurdas. Sei que é um jogador de decisões rápidas e que não se pode exigir que venha à defesa de 5 em 5 minutos, mas para quem teve Lisandro na ala agora ver este rapaz…ainda lhe falta um bocado para ser o jogador de classe mundial que todos queremos que seja.
(-) Rodríguez continua em baixa, apesar do bom jogo em Guimarães. Ontem correu muito mas fez pouco e acaba por ser a imagem de marca do uruguaio. Tem de ser mais eficaz, mais prático e mais interventivo nos lances.
(-) O Atlético é uma equipa fraca demais para ser credível. Com Maxi Rodríguez, Aguero, Forlán, Simão e mais alguns nomes grandes, jogar em futebol directo como se viu na segunda parte é absurdo. Devia ter ficado de fora da Liga Europa mas o Chelsea não deu o jeitinho.
(-) Tal como em Guimarães, a gestão de jogo em termos portistas acaba por se traduzir num recuo demasiado no terreno, com brechas a serem abertas que caso a equipa contrária tenha um mínimo de bom senso, pode aproveitar.
Deu para experimentar Valeri (ainda sem grande influência mas deu para ver que é mais Lucho que Belluschi, e Jesualdo pode aproveitar se o colocar mais vezes em campo), dar experiência a Maicon (e uma lesão) e um boost de moral que pode ser muito importante para as duas jornadas até ao final do ano. E agora sim, Champions’ só em Fevereiro!
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Baías e Baronis – Guimarães vs FCP


(foto retirada d’A Bola)

Depois do sorteio do Mundial, encarei este jogo com algum nervosismo. Ia ser uma partida muito complicada, na terra da equipa que está nos nossos corações como uma cambada de apunhaladores pelas costas e que nos tenta sempre lixar a vida. Acaba por ser um jogo em que entramos bem, sofremos um bocado no meio mas vencemos com toda a justiça. A notas:

BAÍAS
(+) Varela. A excelente entrada em campo deve-se em grande parte ao nosso número 17. Arrancadas com vigor, rápido e agressivo, sempre a dar o litro e a lutar bastante. É este tipo de jogadores que o público gosta de ver, particularmente em fases menos boas como a que a equipa está (estava?) a atravessar. É titular de caras.
(+) Os níveis de empenho e agressividade, principalmente na primeira meia-hora do jogo, estiveram sublimes. É este Porto que queremos ver em campo, um que não vira a cara à luta, leal ou desleal, que se apresenta perante os jogadores. Fernando e Meireles a meter o pé, Belluschi a recuperar bolas, o ataque pressionante e a garra portista a vir ao de cima. Vulgarizámos uma equipa que ataca bem e que não o conseguiu fazer porque lhes cortamos o fundamental: a bola.
(+) Falcao já merecia um golinho. Depois de uma bola na trave e de uma defesa quase impossível de Nilson, o colombiano desembaraçou-se do defesa que o marcava no livre e apareceu no sítio certo no segundo exacto. É isto que um avançado deve fazer e Falcao, por já não marcar há umas jornadas, nunca deixou de tentar. Ontem correu bem e pode trazer mais motivação ao rapaz.
(+) Belluschi esteve no melhor e no pior da equipa, mas merece um Baía pela primeira parte (até à perda de bola que deu no livre que deu no golo (ufa!). Muito mais activo, graças à fraca marcação do meio-campo do Vitória, esteve na recuperação de bola para o golo de Varela e fez um remate estupendo de primeira para boa defesa de Nilson. Parece mais vivo, mais desperto para o jogo e a equipa só tem a ganhar com isso.
(+) Cebola está de volta. Aquela carraça que não pára durante o jogo voltou em Guimarães, parecendo mais magro e mais disposto a correr. Continua a ser pouco eficaz no que produz, com poucos cruzamentos e poucos remates, mas o golo que marcou, apesar de ter sido bastante consentido, acaba por premiar um bom jogo e um regresso do Rodríguez que precisamos. A questão é se foi para ficar ou se vamos ter o uruguaio gordinho para a semana.
BARONIS
(-) Hulk está claramente a justificar o porquê de Jesualdo o colocar no banco. Não é mais-valia, perde-se em fintas inócuas e não apresenta (quase) nada de positivo para conseguir voltar à titularidade. Continuo a achar que não vai ser convocado para o Brasil em condições normais, então a jogar assim bem vai ver o Mundial pelo proverbial canudo.
(-) Não gostei de Fucile. Foi o espelho do que tem sido, com muitas falhas, demasiado facilitismo e algum desinteresse pelo apoio ao extremo. Espero que tenha sido apenas um mau jogo, porque a equipa precisa dele e o uruguaio acaba por ser uma espécie de pêndulo da equipa, o que neste jogo se aplicou exactamente ao contrário.
(-) Rolando continua em mau momento de forma. Muito hesitante e com pouca segurança no que faz, está a pôr em causa o (quase sempre) bom trabalho do companheiro. Tem de se acalmar e de jogar com mais tranquilidade e cabe ao treinador fazê-lo ver isso.
(-) Apesar de compreensível, o abaixamento de ritmo no início da segunda parte podia-nos ter custado o jogo, não fosse Helton estar atento e os de branco estarem perdulários. Fernando e Meireles tinham já visto amarelos (o de Fernando desculpa-se, o de Meireles não) e notou-se que a subida do Guimarães, moralizados pelo golo, mexeu com a estrutura táctica da equipa, que pressionava menos e permitia muito espaço para Nuno Assis, bem, romper por ali fora como um sabre em brasa a cortar margarina. Não podemos continuar a ter momentos de relaxamento deste género, pois se o Vitória não aproveitou…vem aí o Benfica e esses já se sabe que pressionam o jogo todo.
(-) Um Baroni para Nuno Assis. É um insurrectozinho talentoso que enquanto está em campo faz tudo o que quer aos adversários quando tem a bola…e quando não a tem. Com a bola nos pés é rápido, passa bem e cria perigo. Sem ela é um cotovelador e um brutinho que parece ter um lobby de influência sobre os árbitros ao nível do David Luíz, acertando em tudo o que mexe e caindo como uma flor delicada quando o vento sussura perto do seu ouvido. Yuck.
Um bom jogo, bem disputado e com um resultado que é excelente para moralizar a equipa. Espero que Jesualdo convoque o Yero e o Sérgio Oliveira e o resto dos sub-19 para jogar em Madrid, para que a equipa descanse para jogar no Domingo frente ao Setúbal. Vem aí o Benfica e esse sim vai ser um jogo de extraordinária intensidade, por todos os motivos conhecidos. Parecemos estar em crescendo de forma, com mais garra e mais entusiasmo. Palavra de honra que espero não engolir as palavras, mas parece que foi desta que arrancamos para a época…
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Baías e Baronis – FCP vs Rio Ave


(foto retirada d’A Bola)

Não tive hipótese de ver o jogo ao vivo no Dragão porque me encontrava na altura aos saltos como um louco no Pavilhão Atlântico a ver os Muse (obrigado, foi excelente!) e apenas vi o jogo quando cheguei a casa, por volta das 3 da manhã, o que leva a que a minha percepção do que se passou em campo possa estar um pouco torcida. Ainda assim, vamos lá à escalpelização dos factos…e olhem que escrever isto direitinho com 3 horas de sono não é fácil. Onward:

BAÍAS
(+) Varela. É quase impossível não gostar do rapaz, especialmente quando pega na bola vindo de trás e arranca por lá fora, tentando não driblar muitos defesas mas sim passar por eles em velocidade. É rápido, é agressivo e é um jogador para ser titular, por muito que custe aos outros dois avançados que jogam nas alas, eles que também estão a subir de forma. Varela pode ser uma das pedras-chave para o regresso do nosso clube ao lugar que se espera meritório mas que, por agora, nos contentamos que seja apenas estatístico.
(+) Notei algo de diferente na equipa, particularmente após a entrada de Varela. Houve maior agressividade, maior empenho em cada um dos lances disputados e uma tentativa de fazer mais e melhor. Gostei de Hulk e de Rodríguez a lutarem pela bola, gostei de Meireles menos esticado no terreno e gostei de ver a equipa como um todo a rodar a bola cada vez mais em cima do adversário.
(+) Fucile esteve bem, apesar do penalty ter sido absurdamente marcado pelo árbitro. A forma como sobe desinibido pelo flanco dá muito apoio ao ataque, fazendo constantes overlaps de posição com Hulk e terminando as jogadas sempre em cima dos adversários. É este Fucile que queremos!!!
(+) Estou a começar a gostar de Beto. Ontem, com a relva molhada, a ser pressionado por constantes cruzamentos e remates traiçoeiros do Rio Ave, esteve impecável. Sem culpa no golo (onde andavam os centrais?), o nosso Pimparel esteve em todas, defendeu algumas complicadas e muitas simples, sempre a agarrar a bola com segurança e a lançar imediatamente o ataque…com certeza no envio da bola, não me lembro de o ver a fazer como Helton, que normalmente lança a bola com a mão para 50 metros longe da baliza…só para a bola ir para fora. É assim que um guarda-redes deve lançar os ataques, pelo chão, para os pés dos jogadores, tal como Baía fazia na era Mourinho.
BARONIS
(-) Chuva + vento + frio + Domingo + 20h15 = Pior assistência da época. Estavam à espera de quê?!
(-) Belluschi. Entrou muito bem em jogo, mas não me dá grande hipótese de louvar a capacidade técnica quando se afasta da partida durante tantos minutos e quando aparece acaba por falhar passes fáceis e não criar os desiquilíbrios que se esperam dele. Ainda não chega, miúdo.
(-) Fernando ontem foi o exemplo paradigmático das falhas técnicas da equipa. Finta quando não deve fintar, falha passes fáceis e só sabe jogar para o lado. Teve um mau jogo e espero que não volte a acontecer.
(-) Hesitei em dar um Baroni a Maicon e decidi que tenho de o fazer. O rapaz não esteve mal de todo mas é demasiadamente lento. Falhou um passe absurdo quando tentou mudar de flanco em frente a João Tomás (se não estou em erro, o que é possível) e quase dava o golo do avançado do Rio Ave. Mediano tecnicamente, esteve em falha no golo do adversário, bem como Bruno Alves. Não me venham dizer que é o Fucile que está responsável por marcar Tarantini. O rapaz bem saltou…
(-) Continua a mediocridade técnica. Com todo o respeito que Jesualdo me merece, se o treinador fosse Sir Bobby, no final das partidas lá iam todos de volta para o campo, o Rui Barros espalhava uns pinos pela relva fora e punham-se todos a tentar acertar nos mecos a 20 metros de distância. Quem falhasse tinha de dar uma volta ao campo a sprintar. Era ver o Fernando e o Álvaro a deitarem os bofes de fora ao fim de 15 minutos…ou seja, 15 voltas…
Como disse no início, ver o jogo na TV é diferente de o ver ao vivo, e por isso preferiria não embandeirar em arco e pensar que a equipa está a crescer de produção, apesar de ainda longe do desejável e exigível. Mas pode ser que (mais) este pequeno susto tenha ajudado…
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Baías e Baronis – FCP vs Chelsea

(foto retirada d’A Bola)


Não me custa perder contra o Chelsea. Dito isto, custa perder quando se vê uma equipa que até estava a fazer um jogo bem decente e acaba por, como de costume, facilitar sempre aquele bocadinho que permite à outra equipa marcar um golo, que chegou para vencer o jogo. Siga para notas:

BAÍAS
(+) Raúl Meireles está de volta. A sombra de Lucho parece ter passado e o agora número 3 está a voltar à forma que precisa de demonstrar para provar o porquê da titularidade no clube e na selecção. Com um jogo táctico acima da média, foi tudo o que Belluschi não conseguiu ser (ver abaixo o desancanço no argentino), passou a bola simples e com eficácia, sem inventar e a rodar quase sempre bem o jogo. Espero vê-lo mais vezes como vi hoje.

(+) Bruno Alves esteve também acima da média, coordenando uma defensiva que parecia um pouco mole mas que cresceu de intensidade à medida que o jogo ia decorrendo. Muito bem pelo ar e melhor nas intercepções aos cruzamentos, foi o patrão que precisávamos.

(+) Fernando esteve muito bem defensivamente, apenas pecando no passe para frente. Está com uma inteligência táctica cada vez maior, parecendo antecipar onde a bola vai cair para poder interceptar o esférico. Está a ficar um senhor jogador e estas exibições na Liga dos Campeões só o valorizam.

(+) A calma e controlo emocional na primeira parte (já que na segundo tempo as coisas complicaram-se, muito por culpa da falta de pernas) foram algo que não me lembro de ver este ano. Do outro lado estava “só” uma das melhores equipas do mundo, que troca a bola no meio-campo com uma facilidade que põe as outras equipas sempre em sentido, e não faz sentido estar a pressionar feitos loucos para perder a posição e abrir brechas enormes na defensiva. Daí o ponto positivo, que acaba por alicerçar uma boa primeira-parte.
(+) Anelka é um jogador de outro mundo. A maneira como domina a bola, como controla e protege o esférico, levantando a cabeça para ver onde estão os seus jogadores e os adversários, e a atitude semi-lenta com que está em campo, dando a falsa impressão que não causa perigo é assustadora. É um gosto ver estes gajos em campo, mesmo quando são da equipa adversária, e o francês é uma das razões pelas quais os jogos da Liga dos Campeões são completamente diferentes da Liga Sagres.
(+) A recepção a Deco (e numa menor escala, a Ricardo Carvalho) são algo que devem encher os portistas de orgulho. Não são muitos os que merecem ser acolhidos na nossa família, e poucos para além destes dois podem afirmar que vieram ao Estádio do Dragão e foram aplaudidos de pé. São duas das nossas grandes figuras e merecem a homenagem.

BARONIS

(-) Há algo que só consigo ver na equipa do FC Porto este ano: medo. A maior parte dos jogadores está em campo com um receio de perder a posição táctica no terreno, presos a uma estratégia habitual de contenção do adversário e que acaba por manietar a própria equipa. No ataque, principalmente, nota-se um espaçamento frustrante entre os homens da frente e os médios que deveriam dar um apoio mais próximo e servir como muletas para remates frontais e como os primeiros recuperadores de bola. Apenas Meireles (neste jogo, entenda-se) fez este papel, com Belluschi muito apagado e Fernando muito recuado, o que mostra exactamente como o nosso meio-campo está em sub-rendimento.

(-) Continuamos com um índice de passes falhados que me faz muita confusão. As coisas mais simples tornam-se complicadas quando não se consegue rodar a bola convenientemente a não ser que seja para o lado ou para trás. Quase sempre durante o jogo houve suspiros frustrados da bancada (e do banco, aposto) quando Fernando falhava um passe fácil, Belluschi tentava uma desmarcação com evidente força a mais ou Bruno Alves entrava na estupidez dos passes longos. Assim torna-se complicado.

(-) Pensava que a equipa já tinha ultrapassado esta forma ingénua de encarar os jogos europeus. Todos sabemos o dogma que refere a maneira mais permissiva dos árbitros da UEFA, onde nem todas as bichonices de faltas que cá são marcadas tem um paralelismo lá fora. Então pelo amor de Pinto da Costa digam-me o porquê da equipa entrar neste tipo de quedas forçadas, sem aguentar pressão física e a tentarem “sacar” aquelas faltinhas que era óbvio desde o primeiro minuto que o árbitro não iria marcar?! É verdade que o Chelsea tem mais corpo e mais inteligência para o usar, mas a forma como encaramos quase todos os lances foi ingénua e infantil, e custou-nos inúmeros lances de perigo.

(-) Em termos de jogadores, Belluschi esteve abaixo do que se espera, trapalhão e ineficaz na criação de jogadas ofensivas; Rolando está num mau momento e teve culpas no golo; Rodríguez continua lento;…mas consegue fazer mais que Hulk, desinspirado e sem inteligência para mais.
Foi bom enquanto conseguimos aguentar a disciplina e concentração, mas qual puto traquina acabamos por fazer cagada só porque sim. Não havia motivo para uma desagregação tal, e nem a entrada de Essien justifica tudo. O primeiro lugar já é impossível, e vamos jogar a primeira mão dos oitavos-de-final em casa, o que até pode ser bom…lembram-se de Manchester em 1997? Pois, eu também!
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