I’m taking a break


Lembro-me de alguns dos meus “primeiros”. Lembro-me do primeiro beijo, da primeira viagem de avião, da primeira sessão de praxe. Lembro-me da primeira vez que peguei na minha filha, da primeira vez que assinei um contrato de trabalho, da primeira vez que entrei nas Antas. E lembro-me da primeira vez que publiquei um post no blog.

Lembro-me desse e dos primeiros posts que escrevi a seguir a esse. Uma trampa, cada um deles. Escrevia rapidinho, cheio de inseguranças e de vontade mas com tão pouco discernimento para o que é o fenómeno da bola que só ao fim de alguns anos, olhando para trás, consigo perceber o caminho que percorri desde então e que fez de mim o homem que sou hoje. Era ingénuo, simples, puro. Sou uma pessoa diferente depois de nove anos de posts. Comecei a escrever porque estava aborrecido num emprego que não me agradava nadinha e usei o blog como uma espécie de catarse do que sentia todos os dias enquanto lia outros blogs do meu clube e de outros clubes. Nunca achei que estivesse ao nível de alguns dos melhores que por aí andavam, tanto do FC Porto como de outras bandas, mas achei que conseguiria fazer alguma coisa que me agradasse.

E fi-lo. Durante nove anos.

E sinto que o formato que melhor me serviu durante muito tempo está a definhar e eu a definhar com ele. Desde há alguns meses que sinto a obrigação de escrever um post antes dos jogos e outro depois, como sabem. E tenho-o feito quase sem interrupções, uns com mais prazer e outros, francamente, apenas devido a um sentido de obrigação de manter as expectativas de muitos que por cá passam para ler. E peço desculpa a todos mas não chega. Nesta altura sinto-me sem vontade para continuar, pelo menos nestes moldes. Tenho de querer fazê-lo, não apenas ser impelido por um vector de regularidade. E preciso de parar, tenho de parar de escrever porque neste momento não me está a dar prazer. Com ou sem rimas.

Assim sendo, decidi que vou parar, pelo menos no início da próxima época, com os dois posts habituais pré e pós jogo: “Ouve lá, ó Mister” e “Baías e Baronis“. O resto dos posts publicados sem periodicidade continuarão a ser publicados…guess what…sem periodicidade. Vou andar a pensar na melhor forma de continuar com esta brincadeira que se foi tornando bem mais séria do que pensava. Até me decidir, continuarei a debitar parvoíces no Twitter e no A Culpa é do Cavani. O Facebook foi uma plataforma que nunca me agradou e o Twitter, pelo imediatismo e conexão directa com as pessoas que me seguem por lá, ganhou pontos exponenciais na minha forma de viver e interagir com a comunidade portista e não só. É um hub que me permite perceber as tendências, a forma de pensar e a capacidade extraordinária do ser humano conseguir criar, sentir e viver. E em muitos casos imbecilizar, como todos fazemos. O outro “poiso” que me agrada imenso e que se adequa na perfeição à maneira que tenho de viver a bola é o podcast que criei com dois outros maravilhosos caramelos, “A Culpa é do Cavani“. Continuamos amadores, puros, sem agendas e honestos, tanto na nossa parvoíce como na forma de a explanarmos. E continuarei a fazê-lo nos próximos tempos, mesmo que o México não seja campeão do Mundo.

Por isso não pensem que vou desaparecer, longe disso. Quem sabe, talvez até possa converter os posts em podcasts ou mesmo mudar o blog para vlog (menos provável pela intrínseca falta de telegenia), mas quero continuar a escrever por gosto. E por vezes a melhor forma de recuperar o prazer é deixando de o fazer. O tempo o dirá.

@portadezanove

A Culpa é do Cavani

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It’s just a flesh wound!

Olá, juventude. Sim, estou de volta e o Porta 19 não fechou, não foi atacado por piratas informáticos a partir de uma qualquer cave poeirenta, não houve nenhuma coordenação externa de factores que fizesse com que estivesse alcoolizado durante alguns dias enfiado num bunker anti-míssil, com um chapéu de folha de alumínio enquanto oscilava levemente na posição fetal a pensar na bancada do Estoril, a defesa do Tondela ou a meia-final com o Sporting. E aproveito para agradecer a todos o carinho que demonstraram quando se ofereceram para me pagar a conta de alojamento depois do site ter estado em baixo nos últimos dois dias. Foi um tempo estranho, esta meia-dúzia de dias em que me vi privado de escrever no meu próprio espaço por motivos tão absurdos como os que ocorreram (ler abaixo) e devo dizer que me faltou a catarse de escrever depois de um jogo, algo que faço quase sem falhas há vários anos. Muitos anos. Talvez demasiados anos. E houve, então, um motivo para isto acontecer.

Aham.

Acontece que A Culpa é do Cavani.

Ou melhor, a culpa é d’A Culpa é do Cavani, porque houve um pico bastante alto de indexações e buscas de episódios e levou a que os servidores de alojamento que eu uso (partilhados com outros utilizadores) começassem a esbardalhar e a fazer greve. Ora então os senhores suspenderam-me a conta para que eu não fosse o bully no recreio do liceu, mesmo que não fizesse nada para isso acontecer. Para lá do natural talento que captiva as audiências como Welles nos anos 20, claro está. Mas levou-me a pensar um bocadinho e apesar dos tais senhores que me fornecem o serviço terem sido tão lestos a desbloquear-me o sistema que fariam o Bolatti parecer o Bolt, a verdade é que o alojamento está prontinho para sites mais ou menos leves e não está pronto para um juggernaut de downloads e indexações e acessos permanentes em maior escala. Acho eu, mas eu também não percebo assim tanto da poda. Ou até percebo. Adiante.

Problema resolvido e só espero que volte a acontecer lá para Maio quando formos campeões e todos quisermos ouvir o Vassalo a trautear Wagner em Si Bemol ou lá o que é que ele faz com as baquetas da bateria. Tudo enquanto o Silva se admira narcisicamente ao espelho. Ou como costumo chamar no Cavani: uma quinta-feira.

Como tal, estou de volta ao salutar convívio com a malta que ainda tem pachorra para me ler. Sei que falhei os Baías e Baronis do jogo contra o Tondela e francamente não vejo motivo para voltar atrás e escrever algo que já passou o tempo de vida útil para ser pertinente. For the record: não, não percebi porque entrou o Sérgio Oliveira com o Óliver no banco; sim, também tive medo que o Tondela tivesse um choureco qualquer e empatasse o jogo, mas isso sou eu que sou um coninhas e afinal os gajos não criaram perigo nenhum e nós podíamos ter desfeito o jogo se meia bola tivesse entrado. Pronto, não se fala mais nisso que vem aí o Sporting.

Continuei activo no Twitter e continuarei activo com os meus comparsas Cavanescos. O Cavani, esse, é possível que mude de pouso para evitar que isto volte a acontecer. A seu tempo conversaremos.

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Em off até dia 28

  • Euro 2016
  • Copa America
  • Dia do Clube
  • Trabalho
  • Uma filha
  • Sem jogos do FC Porto

Não há tempo para tudo. Volto no dia 28, quando recomeçarem os trabalhos. Peace!

PS: este ano, extraordinariamente, não haverá B&Bs da temporada passada. Mea culpa por não ter tido oportunidade de fazer as coisas a tempo.

PS2: até lá, vou andando pelo twitter em @portadezanove. Dêem lá um salto, até se vão mandando umas bacoradas valentes.

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Lá em casa mandam eles

Em Junho de 2013 tive o prazer de conhecer pessoalmente a C. Sem peneiras, de discurso simpático, assertivo e agradável, foi uma das participantes do II Encontro da Bluegosfera, onde mostrou que o portismo não tem idade, morada ou número de polícia.

Aqui há uns tempos, soube que estava a preparar o lançamento de um livro sobre o blog que gere com o gajo dela (Esposo. Cônjuge. Amantizado. Marido. Mouro. M. É, ficamos por M.), adepto tão ferrenho quanto a C. mas pelo lado do Mal. E como me habituei a ler as aventuras dos mesmos ao longo dos anos, sempre me pareceu intrigante que não houvesse já um livro nas bancas, pelo que só consigo entender a sua aparição pela criação da massa crítica que leva a que um Benfica campeão massifique o interesse no futebol neste país. E a C., que sofre tanto como eu neste tipo de lamentos clubístico-caseiros, porque também tem de chegar a casa com a lágrima a cair pela face depois de um ou outro desaire da nossa equipa (com maquilhagem mais borrada que a minha, presumo), lá terá que aguentar um arranque da sua vida literária de uma forma menos entusiasmante do que seria previsível. Enfim, coisas da vida que nós, que aturamos infiéis no nosso próprio ninho, sabemos bem como doem. E ao mesmo tempo, pelas empatias e alegrias conjuntas, também sabemos ultrapassar.

Assim sendo, fica a sugestão e a oportunidade de vencerem um exemplar do dito, bastando para isso participar neste passatempo, onde a resposta a duas simples perguntas garante a entrada para uma tômbola virtual de onde vou sortear um nome de um(a) felizardo(a) que irá receber em casa um exemplar do livro! É só clicar no link aqui abaixo:

PASSATEMPO “LÁ EM CASA MANDO EU”

O livro é bom, como seria de esperar. A prosa escorrega pelos seus dedos como sempre fez, com natural e reconhecido sentido de humor, uma excelente forma de percebermos que podemos todos ser tão ferrenhos como quisermos. Desde que percebamos que por detrás dessa loucura, há outra ainda maior: o amor. Bate esta, Nicholas Sparks!

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