Baías e Baronis – Académica 1 vs 2 FC Porto

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Engraçadito, o jogo de hoje em Coimbra. Depois do excelente golo de Pedro Nuno que surge de um exagero defensivo de Maxi e de mais um destrambelhamento da zona recuada do FC Porto, mostrámos vontade de mudar o resultado e o golaço de Ruben ajudou a subir os níveis de confiança. E depois, já na segunda parte, apareceu aquela obra-prima da fortuna, que cá em casa é conhecido como um “golo à Benfica”, em que ninguém sabe como é que a bola entrou, mas conta como os outros. Tivéssemos tido mais alguns desses durante o ano e eu estaria agora em êxtase perante o confronto da próxima semana. Enfim, uma boa vitória. Notas abaixo:

(+) Maxi. O regresso aos Baías para um dos homens mais em foco na primeira volta do campeonato, pela capacidade de luta e de combatividade acima da média da equipa. Esteve todo o jogo a tentar redimir-se da falta que deu origem ao golo da Académica e procurou marcar ou pelo menos assistir para um golo usando todas as formas que conseguiu. Não chegou lá mas ganhou muitos pontos pela maneira como tentou.

(+) O esforço. André Silva e Angel acabaram o jogo agarrados às pernas, cheios de câimbras e com vontade de se esticarem ao comprido no relvado. Se André tem vindo a treinar com os As e a jogar com os Bs, já Angel tem poucos minutos (por um simples motivo: not good enough) e hoje esteve muito esforçado e a fazer o corredor todo durante grande parte do jogo. Gostei do empenho mas particularmente no caso do espanhol terá sido too little, too late.

(+) O golo de Ruben. Que coisa linda de ver. Perfeita intenção de chapelar Trigueira, um toque simples, prático, directo e com a precisão de um arqueiro nos Jogos Olímpicos. Vai ficar na memória dele durante muitos anos porque o facto de ter sido marcado num jogo com tão pouco interesse vai com toda a certeza ser apagado das nossas, mas valeu a pena ver aquela maravilha em directo.

(+) A união com os adeptos. Gostei muito de ver os rapazes a irem oferecer as camisolas aos adeptos no final do jogo, tal como a presença sempre sorridente de Helton junto dos que nos apoiam em qualquer cenário, junto dos portistas que vibram e vivem o clube como poucos. Fica sempre bem e é muito mais bonito que vê-los a ir para o balneário sem darem cavaco à malta que tantos quilómetros faz só para os ver. A repetir.

(-) A cobertura no meio-campo. Cada contra-ataque da Académica, fossem dois ou cinco homens a correr pelo relvado fora, era assustadoramente produtivo na forma como chegava com tanta facilidade à área e acabava quase sempre com um remate. Não percebo a maneira displicente como os dois médios permitem que haja tanta rotação de bola perto da baliza e é só olhar para os jogadores do FC Porto para percebermos a incapacidade de meter o pé em luta directa com o adversário, esteja em 1×1 ou em 3×4 ou qualquer outra combinação que se lembrem. Ah, e continuo a não gostar de ver Danilo a central, apesar de perceber a opção e achar que no papel pode funcionar muito bem. No relvado…espero por melhores dias e por maior entrosamento e percepção que aquele lugar não pode ser desempenhado da mesma forma que quando joga um pouco mais à frente…


Encaro os jogos como treinos depois das declarações de Pinto da Costa e aguardo pacientemente pela final da Taça. Para terem uma noção, nem o jogo da próxima semana me está a entusiasmar tanto como noutras épocas…

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Ouve lá ó Mister – Académica

Camarada José,

Um jogo às quatro da tarde. Senhor da Pedra me perdoe e me unte todo com manteiga de amendoim se eu me lembro de um jogo do campeonato do nosso FC Porto a essas horas. E já sei que alguém me vai dizer: “Ó parolo, então não te lembras do jogo contra o Atlético dos Coveiros, quando jogámos com 10 durante três minutos e meio enquanto o Tarik era assistido?! Começou às 15h12!!! ÉS UMA VERGONHA!!!”, mas já estou habituado a hipérboles deste género, que se lixe, continuo o meu caminho.

E esta partida é só mais uma neste degredo de época que nunca mais acaba. Ainda deve haver meia-dúzia de portistas com o proverbial pito aos saltos depois do jogo contra o Nacional, mas eu mantenho-me com níveis de infelicidade de um gajo que perdeu a lotaria por um algarismo. Estou em negação, pá, tantas vezes dou comigo a pensar que se calhar estou a sonhar e daqui a um bocadinho vai aparecer o vigilante do cemitério a dizer-me “oh amigo, ponha-se a andar que aqui não é sítio para andar a mijar em cima das begónias”. e a única coisa que me pode fazer despertar deste pesadelo é pensar que vamos ganhar à Académica. E depois ao Sporting. E o Rio Ave. E aquele clube medonho dos tigres paneleiros. E ao Braga no Jamor. E aí, depois desses jogos todos ganhos, talvez não sue tanto de noite até Agosto. E daí, para te ser sincero, se calhar vou suar na mesma.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 3 vs 1 Académica

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O Natal é realmente um momento maravilhoso. Hoje, no Dragão, o espírito natalício trouxe prendas de todos os estilos, desde as fintas de Jesus “Twinkle Toes” Corona, aos passes estupendos de Ruben, passando pela capacidade aérea de Indi e ao golo de calcanhar de Herrera. Leram bem, Herrera marcou um golaço de calcanhar. E trouxe também mais um episódio na saga “Como ser teimoso for dummies”, da autoria de Julen Lopetegui, que podia ter marcado pontos com os adeptos mas optou por manter a sua insistência nas opções certas para o lugar certo. Se ganhar, nada contra. Mas tinha evitado algumas chatices com um simples gesto. Enfim, nada perdido, tudo ganho e um bom jogo para terminar o ano da Liga em grande e na liderança. Notas abaixo:

(+) Danilo. Está em grande forma e nota-se pela forma serena e inteligente como controla o meio-campo da equipa em construção mas especialmente na reconquista das bolas perdidas. Joga com força e em força, como se a evidência da sua capacidade física não fosse suficiente ao olhar para ele, mas aproveita todos os centímetros que tem e os quilogramas que carrega para se impôr na zona central e para caminhar sempre que pode para as imediações da área adversária. Marcou um e esteve perto de fazer outro. Muito bem.

(+) Corona. Finalmente a mostrar o que já o tinha visto a fazer e ainda faltava exibir no Dragão. Rápido, audaz, sem receio de perder a bola e a cair por cima dos adversários com a bola colada aos pés e as acelerações certas no momento exacto. Excelente no 1×1 (até que enfim!) e bom no cruzamento e no endosso da bola para os colegas, só precisa de se entender um bocadinho melhor com Maxi para termos de novo um flanco direito em condições.

(+) Ruben. Até pode falhar passes, mas será raro. Pode perder bolas, mas é pouco usual. E hoje, para lá de comandar a equipa desde o início do jogo, esteve muito activo a intersectar bolas no meio-campo para logo a seguir vestir o fato de Pirlo e continuar na criação de lances ofensivos com calma, cabecinha no sítio e poucas hesitações. Saiu debaixo de um aplauso tremendo, completamente merecido.

(+) O golo de Herrera. Mas…o que…raio…foi…AQUILO?! HÉCTOR! A SÉRIO?! QUE LINDO, RAPAZ!

(-) O andebol, outra vez. Eu sei que não se pode ser sempre incisivo no ataque, até porque há uma equipa que defende e fá-lo de uma forma recuada e sem problema nenhum em viver assim, tristonha e amedrontada. Mas há um certo limite que a malta chega até começar a entediar-se com o fluxo de jogo horizontal que o FC Porto de Lopetegui continua a mostrar. É verdade que a nossa equipa principal de Andebol continua numa sequência fantástica de vitórias (outra hoje perante o Sporting) mas creio que estamos a exceder-nos na tentativa de lhes seguir as pegadas…

(-) Viver sem saber viver É raro contestar as decisões de um treinador porque francamente acho que ele perceberá muito mais do que a grande maioria da “inteligentsia” futeboleira, portista ou herege. Mas há algo que a vida nos foi ensinando ao longo dos anos, a mim e a tantos outros, que viver não é o mesmo que saber viver. Lopetegui teve hoje uma oportunidade tão prática e simples de mostrar aos adeptos que também sabe viver e desperdiçou-a. Teria de fazer entrar André Silva para o lugar de Aboubakar para poder jogar os últimos dez minutos de jogo em frente aquele que será o seu “novo” público (e que o seja durante muitos e proveitosos anos) e abdicar da opção que já teria tomado, a rendição de Corona por Bueno. Não o fez e compreendo que não o faça, afinal quem manda é ele e as organizações não se regem a partir do sopé mas do topo da pirâmide para baixo. Mas evitava muitas chatices, diversas perguntas desconfortáveis e mais meia-dúzia de linhas nos jornais (aposto que nas capas de alguns) a bater no seu nome e a criar descontentamento. O rapaz terá muitas oportunidades para jogar num futuro próximo (talvez já contra o Marítimo na Taça da Liga, quiçá a titular) e Lopetegui gosta de mostrar que ele é que manda e se quiser ser teimoso está no direito de o ser. Mas coloca uma maior pressão nos seus ombros, retirando-a dos jogadores (menos do Bueno, coitado). Correrá bem? Espero que sim, mas temo que não.


Lá lá lá lá lá lá lá…em primeiroooooooo…lá lá lá lá lá lá lá…em primeirooooooo…mas até quando?

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Ouve lá ó Mister – Académica

Señor Lopetegui,

Vimos de uma boa sucessão de vitórias, conseguidas à custa de algum do pior futebol que a equipa já jogou este ano. Mas as vitórias lá apareceram e se as da taça são sempre boas porque significam a passagem à próxima fase, as do campeonato ainda melhor porque dá para manter ali as mordidelas nos calcanhares alheios. E como esses calcanhares estarão já prontinhos para serem mordidos na próxima jornada, é bom que fiquem perto o suficiente para lhe cravares os caninos.

Metáforas aparte, o que interessa mesmo é vencer o jogo. E a Académica sem o Gonçalo e sem o Leandro não são a mesma coisa e porque faltam os nossos meninos faz com que não haja nada para que tenhas pena deles. É entrar à grande, sem medo e sem preocupações excessivas, controlar o jogo e tentar marcar desde o início. E se conseguires marcar logo um golito, vê lá se tentam o segundo, sim? Para não termos jogos como o da Feira que me entediou tanto ver-vos a jogar que preferia ver tinta a secar no inverno. Incisividade, acutilância, decisão no último terço…eh pá, usa os clichés Gabrielísticos que te apetecer, mas mostra ao povo que ainda sabem jogar à bola. E depois, sim, Alvalade!!!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 1 vs 0 Académica

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Na antecipação ao jogo disse a Lopetegui que não precisava de jogar bem nem tão pouco precisava de cansar os rapazes, só tinha era de ganhar o jogo. E devo dizer que não tinha o Julen como leitor aqui do tasco mas o que é certo é que foi exactamente o que a sua equipa fez: não jogou bem, não se cansou por aí fora e ganhou o jogo. O onze que apareceu em campo foi uma meia-surpresa e a falta de entendimento era natural, pelo que os únicos pontos negativos do jogo vão para algumas peças individuais e pela aparente cagufa de meter o pé contra uma equipa que tinha tanto de aguerrida como de pouco talentosa. Está ganho, venha de lá o túnel da Luz prá semana! Vamos a notas:

(+) Ruben Neves. Achei curiosa a colocação de Ruben como trinco em vez de Campaña porque sempre me pareceu que o espanhol era mais adequado para uma zona que precisa de mais músculo, mais altura e mais agressividade na disputa dos lances. Mas Ruben foi o escolhido e a forma como se colocava perante a maioria dos lances, recebendo a bola na perfeição, rodando e entregando no colega quer a cinco quer a vinte metros roçou a perfeição. Começa a ser complicado perceber como é que um puto de 18 anos tem muito mais inteligência táctica e astúcia competitiva que tantos outros que na sua posição se foram perdendo desde que chegaram ao FC Porto. Gostei, mais uma vez.

(+) Evandro. Correu mais que dois ou três colegas juntos e foi dos mais agressivos em campo na tentativa de fazer movimentar um meio-campo que pecava pela ausência de opções de passe curto, fruto da inexistência táctica de Quintero e da “onde-é-que-tu-estás-sai-da-linha” de Hernâni. Recuperou montanhas de bolas de carrinho e acabou o jogo a fazer agachamentos. Imagino como estarão aquelas pernas…(sounds gay. isn’t.)

(+) Hernâni. Um golo, vários piques em claro excesso de velocidade e sempre com vontade de fazer mais e melhor durante o tempo em que esteve em campo para mostrar a Lopetegui que pode contar com ele para Munique. E pode mesmo vir a fazer muito jeito na Baviera se conseguir impor a velocidade e aproveitar qualquer falha de marcação dos laterais alemães. Insiste em colocar-se na linha mesmo quando o jogo pede que se desloque um poucochinho para o meio para criar uma linha de passe. Não creio que sejam só instruções do treinador, por isso terá de rever o posicionamento.

(-) Quintero. O que fazes tu em campo, Juanfer? A sério, é mesmo isso que te pergunto, porque quase sempre que te tenho visto com a nossa camisola pareces alheio ao jogo, fazes passes que não lembram ao demónio e denotas uma quase incompreensível falta de fibra que me faz questionar se estarás já vendido e ao contrário de Danilo já te esqueceste quem te paga o salário. Para quem aqui há uns tempos disse que quando a equipa precisasse dele estaria pronto a responder, não estás a retorquir da forma mais certa, não achas? Um gajo com tanto talento como tu andar a desperdiçá-lo como tens vindo a fazer…não está correcto. Segundo um amigo e conviva habitual no Dragão, fazes lembrar o Deco quando cá chegou. Se fizeres o percurso dele, menos mal, mas não sei se aguentas tanto tempo como o “mágico”…

(-) Reyes. Uma coisa é certa: algo se passa. Diego Reyes não pode ser tão mau como o que vi hoje no Dragão (é de mim ou foi ele o capitão e não Alex Sandro como foi anunciado?), porque se é isto o máximo que um homem que está consistentemente numa das selecções de bom nível tem para nos oferecer, pode começar a fazer as malas porque não é possível que fique mais um ano por cá. Lento na saída, torto no corte, incapaz de tomar as decisões certas e aparente one-track-minded na recepção e passe (bola para o lado direito 98% dos passes que fez), o mexicano vai somando pontos negativos e cada vez há menos margem de manobra para se manter por aqui. Talvez um ano de empréstimo com futebol constante lhe faça bem…

(-) Ricardo a defender (mais uma vez). Tremo ao pensar em Ribery ou em qualquer outro rapaz do Bayern em frente a Ricardo, pelo ar ou pela relva. Se Ivanildo (sim, o mesmo Ivanildo que se formou nas nossas escolas e que por cá andou há dez anos) conseguiu criar tantas dificuldades ao nosso extrem…later…defesa direito (brrr!), então um jogador de nível “ligeiramente” superior como o francês ou qualquer um que jogue na terça-feira vai fazer desabar qualquer possibilidade de Ricardo se vir a afirmar na posição. Mantém erros infantis no posicionamento defensivo e toma decisões que não cabem na cabeça de miúdos do Dragon Force que estiveram em grande hoje no Dragão. Fica-me na cabeça um lance na nossa área em que roda PARA DENTRO e tenta aliviar virado para o que era o equivalente à hora de ponta no metro de Tóquio. A bola ressaltou em sei-lá-quantos-gajos e só não entrou porque São Jotapê, anjinho da guarda dos defesas-direitos, disse: “ainda não é a tua hora, meu menino”. Espero que nunca venha a ser.


Vamos à Luz com a necessidade de vencer por 2-0 para ficarmos a depender só de nós para sermos campeões. Impossível? Não. Difícil? Claro. Vamos conseguir? Depende do que acontecer na terça-feira…

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