Baías e Baronis – FCP vs SL Benfica









(foto retirada do MaisFutebol)


Dirigi-me para o Dragão com sensação de clássico. Creio que nenhum Portista estaria convencido que o jogo seria fácil e acredito que poucos acreditavam numa vitória. Muitos sentiam uma força de vingança, de mostrar em campo que a equipa que temos e que o futebol que mostramos tinha de ser suficiente para vencer o anunciado campeão da Liga 2009/2010, bastando para tal que houvesse empenho, garra e alma portista. Ninguém, decerto, acreditava que iríamos vencer por 3-1 depois de estar a jogar com 10 durante mais de 30 minutos. Ganhámos, com justiça e com suor, num clássico à antiga. Vamos a notas:

BAÍAS
(+) Ambiente (a parte boa). Quem ainda se lembra dos clássicos nas Antas teve de certeza um pequeno flash-back. Foi um jogo tenso, com pressão vinda das bancadas, cânticos constantes, insultos a voar de um lado para o outro, muitos nervos e várias explosões autênticas de alegria e de júbilo com os golos apontados por uma e por outra equipa. Para lá das partes más (com análise abaixo, nos Baronis), foi um Porto-Benfica como devia ser, com apoio total dos adeptos às suas equipas, com fibra e “luta” de incentivos. Deu gosto ver o jogo ao vivo, especialmente para quem vai ao Dragão para ver jogos contra Navais, Rios Aves e Olhanenses, sem intensidade, sem paixão e sem chama. Estes são os jogos que levam a malta a sair de casa e a dirigir-se para o estádio!

(+) Espírito guerreiro. Onde estava esta alma, esta vontade, esta determinação? Se tivéssemos jogado com metade desta força de vitória durante o resto do campeonato não estaríamos agora a lamentar a terceira posição e a fazer contas para perceber se a Liga Europa vai ter alguma piada. Fomos, como disse Jesualdo, heróicos. Houve luta, suor, empenho, chama, tudo que os adeptos há tanto tempo pedem e raramente viram esta temporada. Apareceu na altura certa, mas foi tarde. Valeu o esforço, rapazes.

(+) Bruno Alves. Magistral no lance do primeiro golo, onde voou por cima de Luisão, manteve uma coerência impressionante durante toda a partida, não dando grandes hipóteses a Cardozo. Ao contrário do que tem acontecido noutros jogos “grandes” (como foi exemplo o triste espectáculo que protagonizou no Algarve na final da Carlsberg Cup) esteve impecável nas marcações e abdicou das entradas violentas e excessivamente agressivas para voltar a ser o Bruno Alves que todos queremos, líder, rijo, duro, capitão. De notar que não tentou marcar um livre que fosse. É questão de perguntar: “só agora, Bruno?”
(+) Belluschi. O golo que marcou fica para sempre indelével na memória dos portistas que viram este jogo ao vivo, tal como o de Mariano ao Sporting, também este ano. É um portento de espontaneidade, de garra e de vontade, que mostrou durante todo o jogo, ainda que com poucos resultados práticos. Gostei de o ver a meter o pé aos lances, a lutar e a guerrear com o adversário.
(+) Guarín. Na TSF foi eleito melhor jogador em campo por unanimidade. Não concordo mas admito que não esteve mal, particularmente na segunda parte, já que nos primeiros 45 minutos pareceu um pouco perdido face ao melhor e mais bem entrosado meio-campo benfiquista. Teve azar no remate ao ferro porque seria mais um golo genial. Parece estar a conquistar os adeptos, mas chega tarde e já está no sopé de uma montanha bem alta…


(+) Beto. Mais um belo jogo, com algumas excelentes defesas a remates contrários e uma segurança quase imbatível a sair dos postes para cortar a soco diversos cruzamentos adversários. Continua a marcar pontos para ser escolhido por Queiroz.

BARONIS



(-) Hulk. Mais uma vez mal. É triste ver potencial a ser desperdiçado e no caso de Hulk volto a bater na mesma tecla (calma, Farías, não é para ti). Distraído, lento e desesperadamente ineficiente, continua a cometer os mesmos erros que mereceu diversos Baronis aqui na Porta 19. Tem muito que crescer.



(-) Dualidade de critérios de Olegário. Quando o Dragão se levanta a clamar justiça pelas sucessivas simulações de Coentrão e Di María depois da expulsão de Fucile exactamente pelo mesmo gesto, levantei-me também. Fiquei rouco a gritar, ficamos todos indignados com a exultante e absurda dualidade de critérios de Olegário. Jesualdo chamou-lhe cobarde. Assino por baixo.




(-) Ambiente (a parte má). Num jogo destes, com a malta animada com o que acontecia dentro das quatro linhas, há sempre gente a querer estragar a festa. Não aponto nomes ou cores porque o problema é transversal, mas o que se continua a passar nos assuntos extra-futebol que continuam a transformar um espectáculo lindo e vibrante como vivi hoje no Dragão tem de ser analisado e revisto pelas forças de autoridade e pelos organismos que as regem. Vi polícias a organizarem muito bem os cordões de segurança na parte exterior do estádio e muitos adeptos a protestar não sei muito bem com o quê. Vi petardos a serem atirados na direcção de zonas com público, rebentando estrondosamente e perigosamente perto das pessoas que assistiam ao jogo. Vi isqueiros, paus e bolas de golfe a serem arremessadas para o relvado. Vi um espectáculo degradante que só mostra que continua a haver dois tipos de pessoas que vão à bola: os que vão ver o jogo e os que vão para tentar que o jogo acabe. Estou no primeiro grupo e lamento que o segundo grupo exista.



Parafraseando um colega de Porta que costuma ver os jogos num estado bastante enervado: “Aqui em nossa casa só festejamos nós, caralho!”. Acertou. O festejo, no entanto, dura pouco e sabe a ainda menos. Mas valeu a pena por aqueles noventa minutos em que o nosso Golias acertou no Golias deles com uma pedrada mesmo no meio da tromba. O Benfica será muito provavelmente campeão e sê-lo-á com mérito, depois de um campeonato bem acima dos rivais, mas hoje, naquele estádio, naquele momento, fomos nós os campeões. Fomos nós que mostrámos que ainda temos fibra e alma de vencedores. Fomos nós que demos provas que estaremos cá de volta ao Dragão em 2010/2011 com mais vontade, com mais garra, com mais sede de vitórias. Fomos nós que ganhámos. E ganhámos bem.

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FCP vs Benfica – parte VI

“Acredito piamente que o momento mais brilhante na vida de um homem, aquele instante de satisfação que ele vai recordar com mais carinho e nostalgia, é aquele singelo momento em que trabalhou arduamente para uma causa justa e nobre e cai exausto no campo de batalha – vitorioso.”


Vince Lombardi
(treinador de futebol americano)

Domingo.
20h15.
É este o espírito.
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FCP vs Benfica – parte IV

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa cinzenta penumbra que não conhece vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt



Domingo.
20h15.
É este o espírito.

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FCP vs Benfica – parte III

We shall go on to the end, we shall fight in France, we shall fight on the seas and oceans, we shall fight with growing confidence and growing strength in the air, we shall defend our Island, whatever the cost may be, we shall fight on the beaches, 
we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender (…)


Winston Churchill
4 de Junho de 1940







Domingo.
20h15.
É este o espírito.

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