Baías e Baronis – Braga 3 vs 1 FC Porto

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Um dia vivos, no outro um pedaço de carne pronta para abate. Numa semana jogam para chegar às estrelas, na outra passam por manequins de lojas de roupa com a mesma mobilidade e capacidade de luta. Tem sido esta absurda montanha-russa de emoções que o demónio que tomou conta desta temporada nos arranca o coração e o mastiga com o sangue a escorrer pelos lábios, num sorriso maldoso e sarcástico de quem nos quer ver em baixo. Houve luta enquanto houve pernas e depois…nem pernas, nem luta, nem nada. FUBAR. Notas:

(+) A entrada em jogo. O arranque para a partida foi bom. Vinte, talvez vinte e cinco minutos de pressão intensa, boa rotação de bola, antecipação no corte, excelente envolvimento ofensivo, jogadas de interligação interessante no meio-campo e apesar de termos criado poucas situações de perigo, o jogo esteve do nosso lado. Pena que os outros setenta minutos não tivessem sido remotamente parecidos.

(+) Braga. Jogou mais. Correu mais. Lutou mais. Mostrou mais. Nada mais há a dizer, amigos, foram melhores que nós em todos os sectores e quando isso acontece não podemos querer dizer que o resultado foi injusto ou que os nossos jogadores são uma merda. Os outros foram melhores. Talvez consigamos ser melhores que eles na final da Taça, mas hoje fomos bem derrotados. Mai nada.

(-) Macios. Mais uma vez. Mais. Uma. Vez. Somos consistentes, valha-nos isso. Consistentes na forma como perdemos em força contra os adversários, como não conseguimos apertar com um meio-campo de quatro homens contra outro que rasga o centro com os laterais, que ameaça a área com cruzamentos mais certeiros porque feitos com mais tranquilidade dada a falta de pressão. Falhámos nesta parte desde o início da temporada e não é culpa de Peseiro, é culpa dos jogadores. É culpa de pouca fibra e de pouca capacidade de luta no 1×1. Com as fraquezas dos outros posso eu bem, mas com as nossas…chateio-me muito.

(-) Fracos. Mais uma vez. Mais. Uma. Vez. É simples: não aguentamos noventa minutos a bom nível. A um nível decente contra adversários fracos, somos ainda capazes de ir rodando um ou outro jogador e chegar ao final da partida com os índices físicos a roçar o limite da sobrevivência humana, mas quando apanhamos um adversário que não só corre mais que nós mas também consegue ser mais perigoso enquanto o faz…lixamo-nos e bem, como hoje. E isto também não é culpa de Peseiro, mas do que veio antes dele.

(-) Inócuos. Mais uma vez. Mais. Uma. Vez. Aqui sim, pode haver alguma culpa de Peseiro. Entramos para controlar o jogo e fizemo-lo durante os vinte minutos que referi em cima. Mas não fizemos nada com esse controlo. Uma ou outra jogadita de perigo, um remate do Suk e um livre do Brahimi. E pouco mais. É muito pouco para uma equipa que quer ser campeã, com demasiado jogo a meio-campo e pouca criação de lances na área. Assim não é possível aspirar a mais do que um terceiro lugar e talvez seja esse a posição que merecemos este ano. Talvez.

(-) Xistra. Não resisto a apontar o dedo a este imbecil. A expulsão de Peseiro é mais um exemplo que pagamos muitas vezes por pecados idênticos que noutros clubes passam pelos pinguinhos de uma morrinha que chateia mais do que magoa. Por muito que me possam vir dizer que terá protestado fora da sua zona, Peseiro foi expulso porque era Xistra que estava com o apito na boca. E a quantidade de faltas feitas por homens do Braga com um limite para o amarelo subido para quatro ou cinco faltas, ao passo que os nossos jogadores apanharam amarelo à primeira várias vezes. Xistra é um puto que levava no focinho no recreio até que apanha os outros colegas, anos mais tarde, como seus subalternos numa qualquer empresa, procedendo a cascar nos gajos sempre que pode. É um socio-bully. Enfim, um entre muitos.


Adeus, título? Sim, creio que desta vez é definitivo. Restará a Taça e o orgulho todo retalhado que temos a obrigação de salvar. Não o vamos conseguir, claro, mas temos de continuar. Sempre em frente. De palas nos olhos.

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Ouve lá ó Mister – Braga

Camarada José,

Acabou há bocadinho o derby lá de baixo e o resultado é evidente: as tropas de Jesus tiveram o tratamento que Saladino deu aos seus homónimos em Jerusalém aqui há umas centenas de anos e estamos agora dependentes só de nós para chegarmos ao segundo lugar. Já em relação ao primeiro as coisas podem piar mais fininho porque o Benfas tem um calendário mais fácil e teoricamente é complicado. Mas um tri é anti-democrático e estou certo que vai haver alguma força divina a jogar pelo nosso lado e a apoiar a nossa causa para que os gajos percam pontos e nós consigamos lá chegar. Para isso basta-te ganhar os jogos todos. São só dez joguitos, a começar por este.

Vai ser quase o oposto de um jogo fácil. A equipa do Fonseca está firme, rija, corre muito e ataca bem. E olha que se eu dissesse isto há três anos, dirias que estou a jogar PES 2014 e que tento levar a nossa própria equipa até ao zénite das suas potencialidades. Not as such, no. Estou bem ciente do universo paralelo que nos leva a ter um jogo decisivo contra uma equipa de um dos treinadores que pior futebol mostrou ao nosso serviço. A vida é assim e há que lidar com isso. A melhor maneira de o fazer? Ganhando. Simples. Ganhando, seja de que maneira for, custe o que custar.

Suk na frente, Indi na retranca, Layún de volta ao flanco e Herrera a titular. Ouviste bem. Segura já o terceiro lugar de vez e levanta a moral da malta com o segundo ali prontinho para ser agarrado. Estamos todos a torcer por ti, homem!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 0 vs 0 Braga

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Que desperdício, meus caros. Insistimos nos mesmos erros que nos custam caro jogo após jogo contra equipas que passam o jogo a defender e que disputam todas as bolas como se fosse a última. E é aí que se nota mais a diferença, desde a inoperância de Brahimi ou Imbula, o “tirar de pé” de Tello ou Corona e a assustadora incapacidade de criação de jogo de uma forma consistente a partir do centro do terreno, com a busca dos corredores a ser a única forma de construção de lances ofensivos contra estas equipas tão defensivas. E, mais uma vez, não conseguimos vencer o jogo. Lá vão mais dois pontos. Notas:

(+) Indi e Marcano. Entenderam-se bem no centro da defesa e fizeram com que fosse quase impossível furar por essa zona, forçando o Braga a procurar opções pelas laterais e se conseguiram alguma coisa por aí foi por obra da inoperância dos nossos rapazes que jogaram na ala. Tanto o holandês como o espanhol estiveram rijos, combativos e práticos, o que se pede a defesas centrais que queiram jogar num clube como o nosso. E em qualquer clube, já agora.

(+) A entrada de Bueno. Ao intervalo vaticinei a saída de Imbula (que já vinha tarde) e a entrada de Osvaldo para servir como intermediário entre o meio-campo e Aboubakar. Lopetegui fez-me a vontade na posição mas mudou o nome do rapaz que entrou. E só a partir da entrada de Bueno é que começamos a conseguir criar algum tipo de perigo pela zona central em jogo corrido, com o espanhol a movimentar-se bem entre linhas e a criar aberturas para os colegas poderem subir e rematar e rematar e rematar…sempre mal, mas não por culpa dele.

(-) Apoio, apoio, onde estás? A bola segue ao longo da linha para Tello, ainda na primeira parte, enviada à distância por Indi ou Layún, fugindo-me agora o detalhe. O médio do seu lado deveria imediatamente subir para o apoiar, mas raramente o faz. O mesmo aconteceu várias vezes com Corona na segunda parte ou com o mesmo Tello na primeira, para não falar nas enervantes paragens cerebrais de Cissokho com Brahimi na sua frente, temendo subir no terreno e ficando em terras de ninguém. Não houve desdobramento táctico, apoios para os criativos e cobertura de zonas defensivas de uma forma aceitável e que impedisse que o Braga trocasse a bola no nosso meio-campo como se lá vivesse há anos e andasse a regar as plantas da sala. E a culpa aqui é de Lopetegui, pelo enésimo conjunto de alterações ao onze-base e pela falta de rotinas que os defesas (improvisados por fruto da lesão de Maicon e do castigo de Maxi) já de si exibiam com naturalidade.

(-) Ineficácia no ataque À saída ouvi que tínhamos feito quinze remates mas pareceram mais. E variaram entre o “oh, que remate tão fofo” até ao “olha este anda a ver o rugby”. Com o jogo a propiciar o remate de longe para quem não sabia mais o que havia de fazer em campo (srs Brahimi e Tello, obrigado por mais uma noite para esquecer), é notável como nem assim conseguimos criar grande perigo e o guarda-redes do Braga agradeceu quase todos os passes que recebeu e os pontapés de baliza que marcou e onde pôde perder pelo menos o equivalente ao tempo de descontos. E assim se perdem mais dois pontos.

(-) Cissokho Ando eu há que tempos a dizer que o Eliseu é um desperdício de oxigénio como defesa esquerdo e aparece-me este caramelo que parece ter acabado de sair de uma instituição onde se internou com uma depressão profunda. Nem Costa depois de Manchester ou Nuno André Coelho pós-Londres mostraram tanto nervosismo com ou sem a bola nos pés e o francês hoje mostrou que precisa de ritmo e de jogos para conseguir melhorar. Não sei se o vai conseguir, mas garanto que com jogos como o de hoje, sem vivacidade, com medos, hesitações e tremideira generalizada, está abaixo do nível “Taça da Liga” mínimo.

(-) Imbula Que belo monte de esterco produziste tu hoje, meu caro. Lentidão enervante, hesitação na altura de endossar a bola aos colegas, conseguiu levar quase quarenta mil almas a gritarem com ele depois de mais uma tabelinha para trás que travou outro lance de ataque. Começo a desconfiar da condição física do rapaz porque nunca parece estar fresco em jogo e insiste em jogar a um ritmo que não traz nada de interessante ao jogo, somando-se meia-dúzia de passes fraquíssimos que quebraram mais umas tantas jogadas. Muito mal.


Mais dois pontos desperdiçados, os primeiros em casa. Numa jornada em que um dos rivais perdeu três e outro roubou esses mesmos…só me deixa a pensar que foi um belo dum desperdício de noite.

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Ouve lá ó Mister – Braga

Señor Lopetegui,

Talvez ainda não saibas deste pequeno nugget de informação, mas este é um dos meus jogos preferidos. Desde o tempo do Karoglan e do Zé Nuno Azevedo, passando pelo Barroso, o João Tomás e o Wender, pelo Mossoró ou pelo Lima, o Braga tentou sempre lixar-nos a vida no Dragão ou lá na terra deles e os jogos costumam ser emocionantes, cheios de peripécias curiosas, bons golos e emoção a rodos. Não prevejo que este seja muito diferente, especialmente depois de os ter visto a jogar na quinta-feira passada e de ter ficado impressionado pelo ritmo e velocidade da troca de bola na frente de ataque, especialmente quando jogam no contra-golpe. Mas vi lá algumas Fonsequices, com falhas defensivas grandinhas e alguma trapalhice no câmbio da bola no meio-campo, que podemos aproveitar e bem.

É preciso seriedade para este jogo, tanto como para todos os outros, mas estava disposto a apostar que o Fonseca gostava de vencer o jogo para mostrar que é melhor do que foi quando por cá ando, seja por uma questão de orgulho e amor próprio ou simplesmente porque tem uma boa equipa que está num bom momento. Afinal, o Braga não perde há sete jogos e tem mais pontos na Liga Europa que nós na Champions e se fizermos um estudo geral podemos ver que não vão nada mal em todas as competições onde estão envolvidos. Cabe-te a ti e aos teus quebrar essa moral!

Não te preocupes com o resultado dos outros dois. Foca-te nesse jogo e dá uma alegria à malta nas bancadas que depois das notícias do IRS…hombre, bem precisamos!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Braga 0 vs 1 FC Porto

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Um jogo tramado contra uma equipa tramada cheia de jogadores tramados num estádio tramado. Se disser “tramado” mais uma vez pode ser que ganhe uma raspadinha. A verdade é que não houve tantos tramados como se imaginaria, ou se houve foi por culpa própria. Sim, o Braga corre muito. Claro, o Braga é rijo. Óbvio, o Braga joga em contra-ataque. Mas não correu assim tanto. Não foi assim tão rijo. Quase não contra-atacou. O que sobra do jogo? Uma vitória arrancada com (mais) um golo em 1×1 de Tello, a lesão de Jackson e a percepção que os rapazes estão com ganas de continuar mas continuam com pouca imaginação na altura de criar lances ofensivos. Vamos às notas:

(+) Casemiro. Às vezes é preciso jogar assim. Duro no contacto físico e certeiro no controlo da zona central, onde Pedro Tiba (um cabrãozinho que dá vontade de esbofetear até ficar com a mão em sangue, bem como Pedro Santos. Qualquer Pedro que jogue no Braga, pronto) e Danilo se dispunham como unidades mais agressivas e que Casemiro ajudou a tapar. Não esteve tão bem contra Ruben Micael (e não imaginam o quão estranho é escrever esta frase) mas foi acima de tudo pela inteligência nos últimos minutos que o brasileiro brilhou. Sacou pelo menos três faltas a jogadores do Braga, no equivalente centro-campista da dupla lateral+extremo na linha à espera que os minutos passem, ganhando lançamentos atrás de lançamentos. Às vezes é preciso jogar assim. E Casemiro, hoje, fê-lo na perfeição.

(+) Marcano. Certinho, direitinho, eficaz, prático…é o central perfeito para acompanhar um outro que seja líder. Maicon não o é e nunca o será porque é demasiado falível em lances fáceis (hoje esteve bem, com uma ou outra falha pontual que não deixaram preocupação) e o exemplo de Marcano parece sair direitinho do manual “Como ser Aloísio em dez simples lições”. Impecável no corte, sem inventar no passe e acima de tudo a transmitir uma tranquilidade que faz com que seja o central número um nas escolhas de Lopetegui. Ou nas minhas, pelo menos.

(+) Tello. Esforçado e eficaz. Quem vir este Tello e fizer uma comparação com o mesmo fulano que usava o mesmo número na camisola aí por volta de Setembro/Outubro arrisca-se a sofrer uma lesão na espinha tal é o efeito de chicote que receberá na base do pescoço. Este Tello é que devia ter andado por cá desde o início do ano, um Tello que não desiste, que vai às bolas todas, que arrisca e que não se atemoriza perante um ou cinco defesas. Um Tello que se atira para cima do defesa no 1×1 e que aparece em frente ao guarda-redes e não se atrapalha todo como fez tantas vezes no arranque da temporada. Este Tello pode ficar. O outro pode voltar a Barcelona.

(-) Herrera Já não sei que te dizer, rapaz, mas começo a ficar preocupado. Das duas uma: ou vais ao médico e queixas-te que há qualquer tipo de narcolepsia hiper-temporária que se apodera de ti durante os jogos, ou eu vou telefonar ao Casemiro e faço com que ele ande com uma daquelas varetas que dão choques ao gado para ver se te assusto o suficiente ao ponto de acordares. Demasiadas bolas perdidas pela assustadora lentidão com que executa e pensa o jogo, demasiados passes falhados, demasiadas vezes em que me apeteceu gritar para o despertar daquele torpor que tanto me enerva. Se o Speedy Gonzalez é mexicano, tu deves ser o estupor do arqui-inimigo dele. O Slowy Herrera ou qualquer merda parola do género.

(-) As saídas aéreas de Fabiano. Se o rapaz já vai em seis jogos consecutivos sem sofrer golos em competições nacionais, deve uma enorme caixa de chocolates e uns ramos de rosas aos seus defesas. Não sendo o zénite da eficácia defensiva mundial, a linha defensiva vai limpando a folha do seu keeper que não consegue assentar-se como um nome que não deixa reservas aos adeptos. E não o consegue pelas constantes falhas em saídas a cruzamentos, pelo jogo de pés (que está melhor, atente-se!) medíocre. Não é mau guarda-redes, longe disso, mas ao ver Helton no banco dá-me logo uma sensação nostálgica e apetece-me trocar de brasileiro na baliza.

(-) A lesão de Jackson Foda-se. Trinta destes seguidos. Foda-se. Putas das toupeiras. Foda-se.


A vitória era o mais importante e não estou muito preocupado se a equipa joga bom futebol ou não. Digo isto com toda a sinceridade que um portista pode ter neste momento, em que andamos atrás do líder há tempo demais e onde um mínimo percalço nos pode afastar de vez do título. Três pontos. Check. Next!

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