Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 Gil Vicente

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Nada de muito especial se passou hoje no relvado do Dragão, onde se puderam ouvir os jogadores bem mais do que noutras alturas tal era a ausência de barulho das bancadas. Menos de cinco mil pessoas é pouca gente para uma meia-final da Taça, o que até se compreende mas não deixa de ser triste ver tanta cadeira azul vazia. Mea culpa, que também não me desloquei até lá, optando por ver o jogo em casa e acabando por passar uma boa parte da noite no hospital. Já está tudo bem, mas filhos, pá…dão mais trabalho a um pai que o Marega a um lateral! Ainda assim foi um jogo tranquilo com um resultado curto mas justo. Vamos a notas:

(+) Sérgio Oliveira. Um bom jogo em várias vertentes, tanto no apoio ao ataque como no posicionamento defensivo, foi o primeiro a pegar na bola na defesa e um dos primeiros também a tentar criar algo na frente. Numa altura em que Evandro se lesionou de novo e André não aguenta noventa minutos, Sérgio pode ser uma boa alternativa a Herrera para alguns jogos onde seja preciso descansar o mexicano. E acreditem que vai ser preciso.

(+) Victor Garcia. Questiono-me da validade das opções dos últimos dois anos onde andamos a tentar adaptar defesas direitos e a comprar alguns que saíram furados, tudo enquanto temos este rapaz que faz tão bem o trabalho dele, mesmo que não seja genial em nenhuma das acções que protagoniza. Mas é esforçado, agressivo, prático e muito ofensivo, exactamente o que é exigido a um defesa lateral de uma equipa do FC Porto. Para mim fica no plantel 2016/2017, sem dúvida.

(-) Aboubakar. Perdeu o lugar para Suk e não posso dizer que censure Peseiro pela opção. Aboubakar está num momento de forma Barónico e não parece conseguir sair do fosso que ele próprio cavou, fruto das constantes falhas na finalização e nas opções no último terço do relvado. Falta de confiança, falta de pernas, falta de tudo, tem sido este o 2016 de um dos homens mais importantes do nosso ataque, que vai perdendo espaço em cada minuto que joga. Por culpa própria, mais uma vez. Valeu pela assistência a Marega para o golo mas o resto do jogo foi fraco.

(-) Renan Alves e Yeo. O central do Gil Vicente andou a tentar acertar em tudo o que via, com a complacência do árbitro e dos jogadores do FC Porto, que levavam e não ripostavam. Já o coreano andou constantemente a puxar os adversários e ainda teve oportunidade de dar uma pantufada no Sérgio. Noutros tempos, qualquer um deles tinha saído do estádio sob escolta policial e um poncho para lhe tapar as marcas negras. Estamos a ficar uns meninos, palavra.


Regressamos ao Jamor cinco anos depois para tentar vencer um troféu que nos tem escapado e com a possibilidade de nos vingarmos do Braga e da derrota na final da Taça da Liga. O primeiro round é já no Domingo.

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Ouve lá ó Mister – Gil Vicente

Camarada José,

Não é uma pausa. Isto não é uma pausa. Não ajustem o televisor, o mundo não vai acabar e os Sams Smiths deste mundo vão continuar a ganhar prémios. Hoje há meia-final da Taça no Dragão e podemos chegar à final cinco anos depois. É motivo de boa disposição mas de algum cuidado, só para evitar que a malta que saia do estádio aí pelas onze da noite não comece a disparatar e vá pilhar o Dolce Vita devido à frustração. Vamos com calma, portanto.

Temos três golos de vantagem. Três. Contra uma eqiupa da segunda divisão ou liga chinesa ou lá como se chama agora aquela cena que os Bês já estiveram mais perto de ganhar mas que ainda estão bem dentro da corrida. E se temos uma equipa toda rotinha até aos ossos, também é verdade que tens à tua disposição alguma malta que fica muito contente por poder calçar nestes mesmos jogos. Usa-os. Usa-os, Zé, aproveita a vontade férrea de mostrarem serviço e suga-lhes o suor todinho. Enfia para lá o Sérgio e o Victor, o André e o Ruben. A juventude e a irreverência e, sejamos honestos, as pernas. Põe-nos a mostrar que têm lugar no plantel e que vão ser mui importantes na luta até ao fim.

E já agora vê lá se ganhas o jogo. Aposto que vão estar poucos no Dragão (eu fico fora desta vez, espero que não fiques chateado comigo) e é chato estragar a noite da malta.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Gil Vicente 0 vs 3 FC Porto

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Um jogo normal. Tinha saudades de poder dizer isto porque os últimos meses tinham sido tudo menos normais. Derrotas caseiras na Champions contra equipas de valia inferior, derrotas longe de casa com equipas de valia MUITO inferior, empates humilhantes e exibições paupérrimas. E ontem foi normal. Apenas mais um jogo de uma equipa grande contra um adversário do escalão abaixo, numa competição a eliminar apesar de ainda faltar um jogo e em que era expectável, em condições normais, que a vitória fosse natural. E foi. E tinha saudades disto, francamente. Vamos a notas:

(+) O envolvimento ofensivo da equipa. É das mudanças mais notadas (e acrescentaria notáveis) na equipa desde a chegada de Peseiro. A quantidade de jogadores que aparece em zona de finalização é suficiente para levar os adeptos a ficarem entusiasmados com qualquer lance de ataque depois do futebol enfadonho de Lopetegui. Há muitas oportunidades para lances individuais, de entendimento e triangulação com apoio central, avanço dos laterais e passes de ruptura pelo meio. O futebol assim acaba por ser mais interessante e acutilante…mas tem o seu ponto perigosamente negativo (ver abaixo). Ontem não houve negativos, ainda bem.

(+) Danilo. Parece mais seguro no duplo pivot do que Ruben, que jogando com um companheiro lateral não consegue fazer a bola rodar como já mostrou que sabe fazer. Danilo recuperou muitas bolas na zona defensiva mas foram as subidas com bola controlada e passe certeiro que o destacaram durante o jogo, ajudando a manter o jogo controlado e o resto do meio-campo e ataque bem subidos. Bom jogo.

(+) Varela. De vez em quando surpreendes-me, Silvestre. Não fosse a tua aparente incapacidade de controlar uma bola de primeiro sem que pareça que estás a jogar com uma bola de ténis num campo de cimento e até era menino para apostar em ter-te no onze mais vezes. Dinâmico pelo centro e muito útil nas combinações com Layún, Varela foi um dos jogadores mais em foco (I shit thee not) durante o jogo, criando oportunidades e entrosando-se bem no jogo ofensivo da equipa. Parecia…motivado. É isso, motivado! O Euro está à porta e pode ser que tenhamos o melhor Varela até ao fim do campeonato. Pelo menos que me obrigue a fazer um acto de contrição quando disse que não tinha lugar no FC Porto. Anda, contradiz-me!

(+) Layún. Mais um valor seguro que é titular em qualquer equipa do nosso campeonato e só peca por ser macio a defender. Sobe com força, com vontade e com a visão de produzir lances perigosos de uma forma consistente, não apenas como faz o seu agora concorrente directo (falo do Angel, não me referia ao Indi), que se limita a subir e a cruzar para o outro flanco. Literalmente. Layún é o meu novo Fucile. Quando cá chegou em 2006, entenda-se.

(-) As transições defensivas Aqui é que a Carolina rabiosca a cauda. Tanta gente na frente não é sinónimo de eficácia e quando se perde uma bola em zona de recuperação defensiva, é o cabo dos trabalhos para recuar em condições. Não me entendam mal, não é impossível que aconteça, mas é inviável e muito complicado conseguir equilibrar um ataque com muita gente com uma solidez defensiva adequada. Não é problema único e decorre da mentalidade do treinador, mas quando via o Avto a romper pelo flanco ou o Vitor Gonçalves pelo centro, bem apoiados pelo Vagner em velocidade…houve alguns arrepios de cagaço, não duvido. E vai demorar até que os jogadores consigam esse equilíbrio, não tenho dúvidas. Raios, o Peseiro anda nisto há umas décadas e as equipas dele ainda não conseguiram…

(-) Ruben no duplo pivot O nosso menino fica preso sem a liberdade (perdoem-me a redundância) de movimentos que vem de um controlo maior da zona central e isso não o favorece. Falha mais passes e acima de tudo tenta fazê-los de uma zona mais adiantada para a frente de ataque, algo que não está a conseguir calibrar em condições. A presença física de Danilo também serve como ponto de comparação infeliz, porque Ruben perde em grande para Danilo nesse campo e perderá sempre. A rever.


Ora a não ser que aconteça alguma catástrofe no jogo da segunda mão, estamos de viagem marcada para o Jamor. E até pode ser que consigamos ganhar alguma coisa este ano! A somar ao campeonato, claro… (fingers crossed!)

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Ouve lá ó Mister – Gil Vicente

Camarada José,

Vamos com bom balanço depois do jogo do Estoril, que pareceu animar um bocado a malta e deixou-nos a todos com um lampejo do que pode vir a ser a nova vida do Dragão a médio prazo. E tens alguma, senão toda a responsabilidade nessa mudança, por isso até esta merda começar a correr mal (esperemos que não, mas nunca se sabe), nomeio-te “Grande Responsável Pela Ligeira Melhoria Do Futebol Portista”! Não é mau para quem cá está há umas semaninhas, mas não te habitues que isto de dar títulos é giro mas bem melhor é recebê-los.

E hoje tens a oportunidade de dar um passo na direcção disso mesmo, de receberes um título. A primeira mão da meia-final é sempre um jogo tenso em que as equipas se vão estudando e tentam descobrir os pontos fracos do adversário para dar a estocada na segunda mão. Mas não quero nada disso. Quero bom futebol, sempre, mas hoje há um particular desejo de enfiar o Nandinho onde ele sempre mereceu estar, esse vendido do Salgueiral que se lembrou de ir jogar para o Benfas. O ultraje, meu caro, o ultraje! Por isso é olhar para aquela equipa como um monte de Brígueis e procurar enfiar seis ou sete bolas na baliza o quanto antes. Não há experiências como na Feira ou imbecilidades como em Famalicão. Hoje é jogo para homens e a vitória tem de ser nossa!

O Jamor está perto. Vamos lá passar um Domingo daqui a uns meses?

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 Gil Vicente

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Ninguém foi ao Dragão a antecipar um espectáculo fabuloso. Mas o jogo foi tão entediante que a meio da primeira parte estava literalmente a bocejar (o fim-de-semana foi puxadote, admito) pela fraca qualidade da partida, com poucos motivos de interesse a não ser perceber qual seria a próxima falha de Alex Sandro ou pelo meio de quantos homens de vermelho iria Brahimi tentar furar na próxima vez que tivesse a bola nos pés. Valeu pela bicicleta do Jackson. We will miss you, sir. Notas já já a seguir:

(+) Jackson. Não tendo estado no top 20 dos melhores jogos de Jackson com a nossa camisola, os dois golos que marcou, somados ao penalty que sofreu, fazem deste um dos mais produtivos. E de que maneira, com o segundo golo a fazer com que os highlights da partida passem por esse mundo fora a aguçar ainda mais a vontade de tanto clube de o vir cá buscar pelos “míseros” 35 milhões de euros que o homem vale no papel. Porque no campo vale tanto mais e se a sua saída é um dado quase adquirido, as saudades dele já começam e o day after não vai ser fácil para ninguém. Estupendo, caríssimo.

(+) Danilo. Curioso, o caso deste rapaz. Quando muita gente pensava que após o anúncio da transferência para o Real Madrid (e agora a convocatória para a Copa America) iria fazer com que o rapaz se acalmasse e começasse a jogar a um ritmo equivalente a um Capucho com 20 Valdisperts no bucho, eis senão quando aparece um Danilo cheio de vontade de mostrar serviço, de se despedir perante os adeptos que o apoiaram durante vários anos e que nunca desistiram dele, que o médio transformado em defesa direito gosta de nós, do clube, da cidade. E mete o pé aos lances, aparece na área para tentar marcar um golo que o faça receber o aplauso de pé que merece pela época que tem vindo a fazer. Há poucos assim e não é preciso a mística do jogador formado dentro de portas para que se veja a fibra de que é feito. Foi aqui que se fez jogador de vez e se está agradecido por isso, tanto melhor.

(+) Óliver. Não foi tão prático como noutros jogos mas não sabe jogar mal. Excelente na luta do meio-campo, inteligente na mudança de flanco, apenas pecou na finalização porque foi possuído pelo vírus não-vamos-rematar-hoje-era-só-o-que-faltava em alturas essenciais do jogo. Ainda assim ficou mais uma exibição positiva do pequenote.

(-) Alex Sandro. Como se eu já não te conhecesse, rapaz. Quando começas a não acreditar no que fazes e nos objectivos da equipa, é ver-te a baixar de ritmo, de concentração e de capacidade ofensiva, travas corpo e mente e transformas-te numa espécie de Ezequias, um daqueles laterais que só dá pancada sem ser necessária para o fluir natural do jogo e onde cada lance parece tirado de uma compilação de mau defender e pior atacar. Some-se um adversário com pouca acutilância ofensiva e se te levassem um futon para o campo bem que te sentavas. Fraquinho, Alex, muito fraquinho.

(-) O campo tem mais de 30 metros de largura, não tem? Chateei-me a sério a meio da segunda parte quando ninguém parecia ter vontade de rematar à baliza depois de dezenas de passes a meio-campo, como se estivessem a tentar recuperar a vitória do andebol de sábado à tarde, rodando-a com mais lateralidade do que era necessário e com uma propensão absurda de tentar furar pelo meio que todo o estádio se estava a começar a enervar com o assunto. Não gostei, mais uma vez, de ver Brahimi no centro e Óliver a descair para o flanco (estás a experimentar já para o ano, Julen?) mas gostei ainda menos das inúmeras tentativas de romper aquela parede de pernas gilistas, com um jogador atrás do outro a procurar o que era quase impossível e a insistir continuamente no mesmo erro sem que ninguém rematasse à baliza ou rompesse em diagonais consistentes. Quando apareciam os laterais, Danilo mais afoito e Alex Sandro como se estivesse num sofá com rodas quadradas, o overlap era fraco, murcho, que levava a que a bola viesse de novo para o centro. E anda à roda de novo. Foi um tédio.


Faltam dois jogos para acabar o campeonato e a nossa equipa parece que está a contar os minutos como um adolescente à espera do último dia de aulas. E ainda nada está decidido, olha se estivesse…

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