Baías e Baronis – Liverpool 0 vs 0 FC Porto

foto retirada do twitter oficial de Iker Casillas

Foi um amigável engraçadito este que hoje se jogou em Anfield. Giro, com rapazes novos, que serviu para um treino competitivo, com uma ou outra tentativa de ganhar o jogo mas acima de tudo com a mentalidade firme de não fazer má figura. A ideia era essa, a abordagem foi simpática e acabou por servir o objectivo que eu queria: treinar para futuras chatices no campeonato e ao mesmo tempo limpar um pouco a imagem. Check e check. Da notes, right here:

(+) O público portista. Uns milhares de moços e moças a cantar pelo Porto durante noventa minutos. Múltiplas imagens de adeptos portistas a divertirem-se pelas ruas de Liverpool sem distúrbios ou pelo menos sem distúrbios que façam capas de jornal. Cânticos de fãs, simpatizantes, adeptos, sócios, de tanta gente que sabia que a equipa tinha apanhado cinco pazadas nos dentes aqui há umas semanas e que foi a Anfield na mesma para apoiar a mesma equipa (com nomes diferentes mas a mesma identidade) com força, ânimo e boa disposição. Fomos eliminados, sim, mas esta malta ganhou o dia. Não ganhou o jogo mas o clube fica a ganhar com esta gente.

(+) Iker. Mais uma exibição quase perfeita, com uma defesa extraordinária (depois de se precipitar na saída, ainda conseguiu corrigir a trajectória e tirar a bola da baliza) e umas sete ou oito bolas agarradas com maior ou menor dificuldade. A liderança e a tranquilidade que transmite à defesa parece ser grande e repito o que já disse várias vezes: é o nosso melhor guarda-redes e está no sítio de onde não devia ter saído a não ser por motivos especiais. E como parece que os houve, saiu com o critério do treinador e terá voltado também pelo mesmo critério, ou talvez não. Seja como for, está lá. E não vou juntar-me a toda a gente ao querer que fique, porque acho caro demais para um clube à rasca para pagar a Estoris e afins, mas quero que saia campeão. E acredito que ele concorda comigo.

(+) Juventude. Gonçalo, Dalot, Bruno Costa. Vários rapazes saídos da formação e que mostraram hoje que estão prontos para isto, ainda que verdes nalgumas circunstâncias. Gonçalo continua à espera que lhe marquem faltas; Bruno teve muito tempo longe do jogo apesar de um papel complicado que o fez tremer na primeira parte mas subir de produção na segunda; Dalot teve uma falha grande e continua nervoso mas nota-se que está a melhorar de jogo para jogo. Estes são alguns dos valores que temos ao nosso dispor, uns confirmados e outros na rampa para lá chegarem, que podemos e devemos aproveitar. E há mais na B (não muitos, mas há), outros emprestados e outros ainda a aparecer muito em breve. Talvez comecem a convencer as pessoas que o talento forma-se mas é preciso ser trabalhado, burilado, aperfeiçoado e acima de tudo testado a este nível.

(-) Gostava que o Henderson se montasse num cacto. A somar a uma cada vez mais longa lista de jogadores que me causam urticária, eis que há mais um nome a somar à lista. Jordan Henderson, um filho da puta que tem nome de género ambíguo que tanto pode ser capitão do Liverpool como cheerleader num liceu em Bridgeport, Connecticut, é um imbecil que merece ser carjacked e deixado no meio de um carreiro de cabras que lhe larguem fezes líquidas directamente na boca. A forma arrogante deste filho de novecentas éguas sifilíticas jogar e fazer body slams a tudo que mexia, com braços em cima, por baixo, ao lado, empurrando e agindo como uma aberração em geral, fez com que entrasse directamente para uma lista selecta com nomes como Fábio Coentrão, Neno, Carlos Martins e, como é óbvio, Briguel. Se pudesses, Deus, eras capaz de fazer com que sempre que este cão sem nome abrir o cacifo dele no balneário seja polvilhado com um spray de framboesas podres nos dentes? Obrigadíssimo, fico a dever-te uma.


Adeus, Champions! Perdão, até para o ano, Champions! (figas…)

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Ouve lá ó Mister – Liverpool

Camarada Sérgio,

Diria que as leis da probabilidade seriam afectadas com o impacto de novecentas bombas nucleares norte-coreanas se conseguíssemos passar esta eliminatória. É possível que vários peta-mega-uber-colhonários fossem criados ao fim de duas horas se conseguíssemos passar esta eliminatória. Os céus abrir-se-iam e setenta e sete asteróides com a cara do Rui Santos romperiam a atmosfera, prontos para abafar o planeta numa nuvem de fumo, poeira e gel para o cabelo…se conseguíssemos passar esta eliminatória. E só por isso, só mesmo para evitar esta catástrofe de uma tal magnitude que faria os scousers cantar “we’ll always walk alone after these fuckers came here”, só por isso é que provavelmente não vamos passar.

Mas não significa que não tentemos ganhar o jogo, heim? Não significa que não possamos usar este jogo como uma espécie de tábua de pinchamento para os próximos confrontos. Nada do que se passou há umas semanas no Dragão significa que tenhamos de entrar em Anfield com os cornos e os cantos da boca em baixo, sem pensar em dar água pela barba aos ingleses. No sir. É entrar, marcar, ganhar e mostrar que a primeira mão foi um acaso. Um acaso com fundamento teórico mas que na prática não voltará a acontecer.

Vamos a isso que para o ano, correndo bem, há mais disto para todos.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 0 vs 5 Liverpool

A caminho de casa lembrei-me dos tempos em que ouvia Mark Knopfler, aqui há qualquer coisa como uma data de anos, lembro-me de uma música que dizia “Sometimes you’re the windshield, sometimes you’re the bug”. Oh, minha gente, e que bug fomos nós hoje, ao chocarmos direitinho contra uma espécie de windshield mutante, com vidro que se molda a qualquer estrutura e que varre todos os bugzinhos que lhe aparecem pela frente, esmagando-os com firmeza por muito que tentem, e bem, soltar-se. Uma derrota épica e tão perto estivemos de poder, sei lá, vencer mesmo esta merda. Não, não estou a brincar. Vamos a notas:

(+) O Dragão no pós-jogo. Custou a todos, mas não tenho a menor dúvida que quem saiu mais derrotado do Dragão não foram os adeptos mas sim os jogadores. Porque se viram atropelados por uma máquina de futebol a quem tudo correu bem e que, apesar de bem oleada e mecanizada para este estilo de parte-jogo-quebra-meio-campo-siga-corre-chuta-bol, acabou por ter sorte nos momentos-chave. E os jogadores do FC Porto, com todas as suas falhas e ineficácias, não mereciam sair com o peso de uma derrota tão grande. E o público reconheceu isso, tentando transmitir um pouco de carinho, de colo, de ombro para que percebam que nós, cá fora, também sofremos e também não percebemos muito bem é que tudo correu tão mal. E sentir o estádio de pé a aplaudir o esforço e a entoar cantigas de incentivo…foi um bom momento, dos poucos bons momentos de uma noite memorável pelos piores motivos.

(+) A estratégia até ao primeiro golo. Foi cautelosa mas interessante. Tapar o jogo pelo centro, impedindo que os médios recebessem a bola e obrigando o Liverpool a abrir para as alas, com Otávio e Soares lado a lado a bloquear jogo central. Recuperando a bola, trocas rápidas pelo meio para que um lateral (normalmente Ricardo) conseguisse subir no momento certo para receber a bola (e seguro, só quando Mané estivesse controlado e a descer) e assim criar uma linha de passe ou desequilibrar o esquema do Liverpool. Tudo parecia assentar bem, apesar da pouca audácia na recuperação de bola, balanceada com um bom jogo interior. Só houve um problema: o golo deles estragou tudo e a equipa nunca mais foi a mesma.

(+) Um Liverpool rijo, prático, directo. Pois. São bons que se fartam, estes estupores, e correu-lhes tudo bem. Mas é tudo assente numa capacidade pragmática de luta, sentido prático e correria daquele trio de ataque que deve dar suores frios a qualquer equipa que os apanhe pela frente. Mané, Salah e Firmino foram terríveis pela velocidade de execução, de desmarcação e acima de tudo pela capacidade de aplicar uma filosofia do mais eficaz e simples que há no futebol: corrida sem bola, passe rápido e remate pronto. Consta que o treinador é alemão e os rapazes não são ingleses de gema. Blimey, they sure fucking looked like it.

(-) A implosão. Blammo, scrammo, sámmo. Encontrei um adepto contrário no WC do café onde fui beber uns finos antes do jogo e no meio de uma conversa semi-alcoolizada (se acham que é complicado perceber o sotaque, experimentem entender scouse arrastado pela cerveja…) diz-me o idiota qualquer coisa como: “eh pá, mas nós somos uma equipa, pá…3-1 ao intervalo com o City e só ganhamos 4-3! fuckin’ell, amirite?”. Yes, mate. Fuck off, mate. Porque o principal culpado desta derrota não são eles, somos nós. Porque nós é que achamos que conseguimos manter a posse de bola no meio de pernas enormes e gajos rijos que comem perús inteiros ao pequeno-almoço. Porque nós é que ficamos a pedir faltas ao árbitro que não marcou uma única falta por agarrõezinhos e empurrõezinhos, ao passo que os outros continuavam a correr, mesmo puxados e empurrados. Porque nós é que temos um guarda-redes que tinha de falhar naquele momento quando não podia falhar. Porque nós é que acabámos vários ataques com golos sofridos depois de perdermos a bola sem terminar o ataque com um remate nem que fosse para a nossa senhora das couves galegas queimadas pela geada. Porque nós é que perdemos bolas porque parecemos ter perdido a capacidade de tapar o adversário e impedir que ele nos roube a bola. Porque nós é que falhámos golos que o Liverpool, na mesma situação, não hesitou nem tremeu nem falhou. Porque nós deixamos que a ansiedade tomasse conta de nós e desmanchamo-nos todos depois do terceiro golo deles. Sim, eles são melhores. Corrijo: são muito melhores. São mais caros, mais maiores, mais grandes, mais enormes. E tinham caído como as torres do Aleixo se nós tivéssemos tido mais pernas, mais força e acima de tudo mais cabeça.


Eliminatória perdida e um jogo em Anfield que, como todos, é para ganhar, se possível por seis! What? Achavam que ia dar isto por perdido? Foda-se, era só o que me faltava agora ir cumprir calendário seja onde for!!!

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Ouve lá ó Mister – Liverpool

Camarada Sérgio,

Ora então seja muito bem vindo de volta ao troféu que todos gostaríamos de voltar a conquistar! Não estou com isto a colocar já o pé na linha de arranque, pronto para zarpar a caminho de Kiev (Kyiv, Kyev, Kiyev, decidam lá a forma de dizer isto antes que o meu rebranding pessoal comece a chamar aquilo “cidade onde o Chanov mamou um do Celso e outro do Gomes”) e conquistar tudo o que nos apareça pela frente, atenção. Mas que estamos nos dezasseis melhores, lá disso ninguém tenha dúvidas, portanto há que começar a trabalhar para chegar aos oito melhores e por aí fora.

O Liverpool não mete medo a ninguém. Pá, desculpa mas não mete. E até podemos sair da eliminatória vergadíssimos a um resultado gordo ou até frustrados pela eliminação tangencial, mas também podemos fazer o mesmo aos gajos! Podemos, pois! Tenho confiança em ti, tenho confiança nos teus rapazes e tenho acima de tudo confiança que vão estar em campo com a mesma mentalidade e querer que têm vindo a mostrar até agora. E não tenho motivo nenhum para não pensar que hoje aí por volta das 21h30 vou estar a sair do Dragão com um sorriso enorme e a pensar: “arre, que não esperava isto! ganda vitória!”.

Oupa. Quando mais não seja…são vermelhos, pá!

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 5 vs 2 Mónaco

foto retirada do zerozero

Ah. Assim sim, meus amigos. Depois de um arranque complicado, a equipa conseguiu recuperar a alma, o espírito de sacrifício e alguma capacidade táctica e acabamos mesmo por conseguir passar a fase de grupos com alguma tranquilidade, apesar de apenas hoje termos conseguido confirmar essa passagem. E fomos pragmáticos, inteligentes…raios, vou dizer mesmo maduros na abordagem ao jogo, mesmo perante um Mónaco com algum talento mas pouco esforço. Aliás, é curioso que tenhamos espetado cinco golos aos teóricos candidatos a passar a fase de grupos, no último jogo, quando precisávamos de vencer para passar. E ambos jogavam de vermelho. Coincidências fofinhas que tiveram o mesmo resultado: o nosso apuramento. Vamos a notas:

(+) Boa estrutura táctica em campo. Pareceu-me sempre ver a equipa equilibrada em campo, com onze ou dez. A equipa esteve serena na colocação das peças em campo, sem perder a compostura e a estrutura do esquema que o treinador montou e que cumpriu na perfeição. Claro, parece mais fácil cumprir os posicionamentos quando o jogo é esticado para as alas e para a frente com bolas aéreas ou quase directas pela relva, mas também faz com que a estrutura seja mais fácil de desfazer em correrias parvas e hoje, como em vários jogos, os rapazes estiveram bem com a bola nos pés.

(+) Aboubakar. Eficácia no topo, marcou dois golos e assistiu outro, num jogo em que pareceu sempre muito relaxado a jogar no centro do terreno, quer na área como também em apoio à pivot, a recuar para receber a bola e criando espaço para a entrada de Marega, Brahimi ou até Herrera. Só gostava que o rapaz fosse sempre assim eficaz, mas não se pode ter tudo.

(+) Alex Telles. Já merecia um golo pelo que tem feito para o merecer e pela forma como se entrega a todos os lances em todas as partidas. É daqueles gajos que vai ser sempre lembrado pela forma como vive o jogo e como corre e se esforça. Pode não acertar todos os cruzamentos, pode não acertar todos os passes, pode nem sequer fazer bons jogos, mas nunca se pode apontar nada em termos de esforço. E só isso conta um bom pedaço para agradar ao povo.

(+) Herrera. Bom jogo do capitão, talvez o único a perceber quando parar o ritmo de jogo e como o fazer da melhor forma, sem as rodinhas de Brahimi e o nervosismo de Ricardo. Aliás, Hector (nome usado pelo meu amigo do lado no Dragão quando as coisas correm bem, deixando o apelido para os jogos piores) foi uma espécie de elemento equilibrador do jogo da equipa, conseguindo marcar a diferença com a bola nos pés e na recuperação defensiva, especialmente na primeira parte.

(-) A precipitação no passe. Um dos maiores pecadores neste caso é Ricardo, que insiste em tentar passes à queima sem ser necessário fazê-lo, quando pode perfeitamente parar para pensar um bocadinho. Marega, Herrera e os defesas centrais são também alguns dos rapazes que se lixam com este vírus que aparece, este “correbol” (termo cunhado pelo Jorge Vassalo, meu companheiro n’a Culpa é do Cavani) acaba por forçar a que os jogadores se sintam obrigados a soltar a bola mais depressa do que precisam quando podem por vezes segurar a bola, pensar um bocadinho e tentar perceber se vale mesmo a pena passar em vez de raciocinarem sobre o melhor destino a dar ao couro.

(-) Arbitragem. Para mostrarem que lá fora também há árbitros imbecis, podemos tomar o exemplo deste sueco, que marca um penalty que não existe, deixa de marcar pelo menos um dos dois que eu vi (na televisão é mais fácil, eu sei, mas o Glik corta o pé do Brahimi e um dos centrais, que me esquece agora o nome, corta com a mão um cruzamento do Telles) e expulsa dois jogadores por uma picadelazita quando podia (e devia, na minha opinião) dar um amarelo a cada um e um aviso do que aconteceria se olhassem sequer um para o outro com cara feia. Assim, lixou-nos e lixou o Felipe, que não tinha nada que tentar dar uma estalada no Ghazzal, por muito que o gajo merecesse.


E lá estaremos em Fevereiro, à espera do que nos calhar em sorte. Venha quem vier, o mínimo está cumprido e o que vier a seguir…fuck it, é para cair!!!

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