Reminiscências dos croatas

A Champions’ é uma competição diferente e podem cantar os louvores de todos os torneios por esse mundo fora, em selecções e equipas, dizer que a Liga aqui do lado é a melhor do Mundo por causa do Messi e do Ronaldo, que a Premiership tem talento e tradição e tretas, tretas. A Champions’ é que conta. É aqui que os grandes se eliminam uns aos outros, em que estilos contrastantes se defrontam e ganha quem mais quer. Ou quem tiver mais “sorte” nas arbitragens, como o Barcelona em 2009. Aham. Moving on. Estamos de volta e já tenho saudades de ouvir o hino, mas parece que ainda vou ter de esperar mais umas semanas, porque arrancamos esta coisa um bocadinho mais longe do Dragão do que gostava.

Tenho algumas memórias destes moços, tanto do jogo em casa como da deslocação a Zagreb. Não fui à Croácia, deixei-me estar por cá porque a vida na altura era académica e havia meia dúzia de contos (em 1998 não havia €uros, meus caros) para gastar em copos e autocarro e pouco mais. Lembro-me de estar na baixa, num jantar com amigos, uma mesa cheia de cervejas numa fria noite de outono na Invicta, enquanto o FC Porto jogava contra este mesmo Dínamo…que na altura se chamava Croácia. Assim como o se o Benfica fosse chamado só Lisboa durante uns anos e voltasse a chamar-se pelo nome da freguesia. Enfim. Vi o jogo junto a portistas, saímos da faculdade depois de uma tarde de aulas e fomo-nos enfiar num tasco ali perto da Praça da República e lembro-me que na nossa baliza estava o cegueta do Kralj, que mais uma vez mostrou todo o talento e golpe de vista porque não se atirava a quase nenhum dos remates dos rapazes. Lembro-me que o relvado era uma miséria, não tão mau como o jogo fora com o Artmedia (do pior que já vi), mas ainda assim digno para ser lavrado. Ainda me lembro de alguns dos nomes que lá jogavam, gajos como o Sokota ou o Maric que também passaram pelas nossas cores, ou outros meninos famosos como o Prosinecki, o Viduka ou o Simic. Eram duros, jogavam rijo e não tinham o maior grupo de talento do mundo mas compensavam com o empenho e a garra.

Lixaram-nos a vida em Zagreb, nós retribuímos o favor nas Antas com aquele golão a quarenta metros da baliza, e até me lembro que o Ladic mandou tirar a barreira porque não era preciso (era tão longe que o gajo nem a bola via) e o meu pai, que na altura estava a enfardar o bandulho no buffet dos convidados e nem sequer se dignou a ver aquele míssil do Doriva, trocando-o por um prato de rissóis ou folhados de camarão. Já o tentei endireitar na vida e agora está melhor, graças ao filho, mas ainda lhe dá para comer em vez de ver a bola de vez em quando, o herege.

Não sei o que o futuro próximo nos vai trazer, mas uma coisa é certa: estas memórias de 1998 ficarão para sempre. E as de 2012?

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We. Win. Everywhere.

PS: mais orgulho que todos estes troféus são os dez minutos de publicidade que a RTP enfia pela goela abaixo dos telespectadores na altura em que toda a gente quer ver as primeiras emoções cruas de uma vitória histórica de uma equipa que se soube fazer grande pelo menos por uma tarde. E a abertura do telejornal da SIC com o filho de Ronaldo. Sinto como se me tivessem urinado nos dentes e dissessem que era sumo de laranja. Priceless.

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O Benfica foi coerente. A arbitragem é que não.

Não é meu costume, mas não podia deixar passar esta em claro.

Estou a ver o Chelski a ganhar ao Benfica. Preferia que assim não fosse, mas é o que calha. Na primeira parte os ingleses marcaram com um penalty depois de um abalroamento de Javi a Ashley Cole. Um entre muitos, entre tantos que cá fez e faz e beneficiam de uma divina complacência que apenas em Braga, depois de uma cotovelada em Alan, mereceu a expulsão. Ao que se seguiram capas de jornais, pedidos à Virgem, clamor pela canonização do espanhol e preces para um qualquer Deus menor para que o jogo fosse repetido, inundando as ingénuas mentes com as hipocrisias do costume. Javi foi coerente, fez o que costuma fazer.

Passados alguns minutos, Maxi Pereira entra de pitão à frente, vê segundo amarelo e é expulso. Nada de mais. Falta óbvia, amarelo evidente, expulsão justa.

Esperem lá. O Maxi foi expulso? Pela alma de quinhentos demónios saltitantes, no puede ser!

Este é o histórico do moço em Portugal, retirado do zerozero. É verdade. Maxi nunca foi expulso nos cinco anos que já passou em Portugal, por entre largas dezenas de entradas iguais à que teve em Londres, muitas delas bem piores. Maxi foi coerente, fez o que costuma fazer.

De todos os benfiquistas em Stamford Bridge, só um não é coerente. Vejo Jesus a reclamar na linha. O árbitro chega perto do homem e manda-o sentar. Jesus senta-se, com um aceno de cabeça como quem se desculpa. A humildade não lhe fica bem, é-lhe estranha, alienígena, assenta-lhe tão bem como um vestido de cerimónia numa preguiça obesa.

Ouço os comentadores antes e depois da facada final de Meireles (nem o esquilo morto que o luso enverga na cabeça lhe retira a poesia) e penso que nem agora que o Gobern-gate passou e seguiu estão mais calmos. A arbitragem foi polémica, a vitória moral é firme, o espírito está em alta, o prestígio manteve-se, o nome está no topo. Nem o Benfica merece os palhaços que o defendem. Fez um bom jogo e merecia passar contra um Chelsea que estava perfeitamente ao alcance.

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Why oh why do those fuckers beat us so many times?

Estes são os resultados em partidas oficiais do FC Porto em jogos disputados naquele país do sul das ilhas britânicas. É uma batelada de derrotas com dois empates sofridos que conseguimos arrancar em Old Trafford, com o primeiro a aparecer aos 90+”sei lá quantos minutos porque já estava cego a ver o Costinha a marcar aquilo e o Mourinho aos saltos” e o segundo que talvez tenha sido das melhores oportunidades de vencer por aquelas bandas e que Bruno Alves se injustiçou como bandido, com uma assistência para Rooney melhor que a do Secretário ao Acosta em Alvalade.

Quero-me focar para lá das opções tácticas, dos catastrofismos anti-tudo, desde Vitor Pereira ao roupeiro passando pela SAD e pela relva do City of Manchester e tentar perceber o porquê de mais um mau resultado num conjunto de resultados absurdamente maus. E a verdade é que este rácio não se verifica quando jogamos contra equipas de outros campeonatos. Pronto, nunca ganhamos na Finlândia, Hungria, Croácia, Eslováquia, Sérvia, País de Gales ou Irlanda contra formações locais, mas todos esses jogos juntos não chega a 70% do número de jogos disputados em Inglaterra. Que raio se passa com as nossas equipas, muito antes do demonizado Vítor Pereira ter aparecido, para que não consigamos sair de lá com uma vitória?! Avanço quatro hipóteses:

 

  • Estilo de jogo
É indesmentível que o nosso tipo de jogo é mais lento. É uma tradição, entranhada desde pequenos nas futeboladas entre a malta aos Domingos de manhã e incentivada pelos contentores de brasileiros que são importados e de qualidades tão diversas como a gaveta de cuecas da Lindsay Lohan. Confrontados com a velocidade de um tipo de jogo diferente do nosso, o habitual é ver os nossos jogadores a procurar trocar a bola ao ritmo deles, nunca o conseguindo. É verdade que lá de vez em quando conseguimos reunir um grupo de rapazes que têm a personalidade suficientemente forte para se manterem fiéis aos princípios de jogo que aplicam desde que ainda em cueiros começaram a chutar uma bola e conseguimos mandar no jogo, pausando-o, elevando o ritmo quando necessário e não caindo em esparrelas de grandes correrias. Mas é raro. E ainda por cima olhando para o quadro em cima podemos ver que as equipas que defrontamos nos últimos anos são uma espécie de miscelanização titânica do futebol inglês com o que de melhor há a nível continental, nada de “kick and rush” à 80s. Há futebol rápido mas com a componente técnica tão acima da média que se torna muito difícil contrariar em condições semelhantes. Como vimos na passada quarta-feira. Ou seja, é uma componente que joga contra nós.
  • Pressão do público
Não tenho nenhuma dúvida que é algo a analisar mas creio que não terá grande interferência no resultado. Tantos jogos já fizemos em estádios onde os estupores dos adeptos contrários passam 90 minutos mais descontos a gritar para o relvado, a atirar foguetes, mísseis, rolos de papel higiénico em chamas, tudo que têm à mão para amedrontar os adversários…e ganhámos na mesma. Já apanhamos de tudo na Turquia ou na Grécia, para não dizer na Luz e em Alvalade, com menos violência física mas não menos verbal e nunca houve problemas em irmos jogar a esses estádios para ganhar e tantas vezes o fizemos que já perdi a conta. E os árbitros, por muito que possamos dizer que estão “contra nós”, é uma falácia, como de costume. Já fomos beneficiados e prejudicados em diversas situações, diversos estádios e diferentes épocas. É uma hipótese teórica e miserabilista e por isso não conta.
  • Capacidade física
Somos mais pequenos, mais fracos, mais débeis? Somos. Fazemos por isso? Também. Vezes sem conta vejo jogadores do FC Porto a encolherem-se contra adversários mais fortes, viris, rijos, e caindo por terra entre clamores de faltas inexistentes acabamos por cair direitinho no jogo deles. As arbitragens não ajudam, tão sequiosas estão por manter o nome do futebol inglês como um jogo para homens e não para meninas, “levanta-te porque não marco faltinhas” e lá vai o Hulk para o chão. Ainda por cima há a tendência tão estúpida como infrutífera de nos tentarmos equiparar ao adversário e batê-los aos pontos…literalmente, porque se há algo que ainda não conseguimos fazer desde que comecei a ver futebol é usar o corpo de uma forma que as faltas sejam cometidas nos sítios certos e nas alturas adequadas. Talvez a equipa de Mourinho tenha sido a melhor nesse aspecto, ou Jesualdo em 2007/08, mas é muito difícil evitar os carrinhos parvos em vez das cargas de ombro, os braços permanentemente esticados nas disputas de bolas aéreas ou os puxões nas camisolas que são tão ostensivamente visíveis para os árbitros. Como mudar? Não se muda. Tenta-se dar a volta com personalidade, inteligência e astúcia, pondo o adversário a correr atrás da bola enquanto passamos de um lado para o outro e aproveitamos a nossa teórica superioridade técnica. Teórica, entenda-se. É importante, mas não vital.
  • Mentalidade

Aqui é que a suína transforma a protuberância traseira numa rosca. Os jogadores intimidam-se facilmente, perdem o fio de jogo, a teoria que deveria estar tão entranhada nas cabeças que não conseguiriam pensar em mais nada durante a partida. Temos de entrar em campo com lições bem estudadas porque estamos permanentemente a enfrentar equipas que podem não ter orçamentos pontuais de 100M€ para compra, venda e reinvestimento permanente, mas que aplicam esses níveis monetários todos os anos em jogadores que decidem jogos sem ter sequer de pensar no que estão a fazer. Não podemos nunca entrar em campo como fizemos em Londres contra o Arsenal em 2008 e 2010 ou em Old Trafford em 1997. O medo era visível nos olhos, o terror patente na atitude e o acabrunhamento era notório na incapacidade de jogar “à Porto”. Aquelas mesmas equipas que uma ou duas semanas antes tinham vencido adversários de nome feito e com boas formações…entram em campo para perder por poucos. É uma verdade que sinto na pele sempre que nos calha em sorte ir à ilha jogar à bola.

 

Mudança de hábitos e mentalidades exigem-se. Vitor Pereira é só mais um numa longa lista de técnicos que levaram no focinho como gente grande quando apareceram na terra dos bifes para disputar uma partida. Carlos Alberto Silva, António Oliveira, Fernando Santos, Victor Fernandez, Jesualdo Ferreira. Só um não foi campeão em Portugal. E todos eles saíram de Inglaterra com o rabo quente. Dá que pensar.

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Baías e Baronis – FC Porto 0 vs 0 Zenit

foto retirada de record.pt

Não estive hoje à noite no Dragão, mas sofri como se tivesse estado. Aquela sensação de “E se?” que se apodera neste momento do meu corpo e da minha mente é de fraco consolo para a tristeza que vai inundando o coração. Porque sei, como a grande maioria dos portistas, que não foi neste jogo que saímos da Champions, mas nos dois jogos contra o APOEL em que pelo misto de facilitismo, desânimo e falta de empenho acabamos por marcar este jogo como decisivo quando não o devia ter sido. A forma como encaramos este jogo, com toda a garra e a alma que vi em campo, era assim que devíamos ter jogado naqueles dois jogos (e contra este mesmo Zenit na Rússia) e não estaríamos agora a re-agendar compromissos para limpar as quintas-feiras à noite à espera da Liga Europa. O Neuer russo que hoje esteve no Dragão ficou-se a rir, juntamente com o amigo Danny e a besta do árbitro espanhol. Nós, não o podendo fazer, seguimos em frente para o lado, sem medo e com um novo espírito. Qualquer jogo em que se perde o que se perdeu hoje e o povo termina a aplaudir a equipa é um sinal de empatia, uma conjugação de esforços para levamos a equipa de novo às vitórias. Parabéns à malta que lá esteve, leu exactamente o que eu estava a pensar quando acabou o jogo, em que só conseguia dizer: “Aplaudam os rapazes, aplaudam os rapazes que eles não têm culpa…”. Vamos a notas:

 

(+) A vontade No jogo da Rússia contra este mesmo Zenit, disse: “Imaginem um caracol asmático e sifilítico a correr ao lado do Usaín Bolt. Foi aproximadamente essa a imagem que o FC Porto deixou transparecer hoje no Estádio Petrovsky. Lentos, sem força, sem intensidade competitiva sequer para a Taça da Liga, quanto mais para a prova mais importante de clubes a nível europeu, os nossos rapazes hoje desistiram de lutar por razões que só podem ser reduzidas a três hipóteses prováveis: alheamento total da imagem que passam para o exterior, com uma arrogância e soberba que os levou a assumir que este jogo seria fácil; incompreensão do modelo de jogo; ou a terceira…falta de pernas.” Precisaram de mais de dois meses para mudar esta imagem terrível que tinha ficado queimada na retina dos adeptos que assistiram pouco impávidos e definitivamente nada serenos a essa exibição abaixo de medíocre em Setembro deste ano. Esta noite no Dragão viu-se uma equipa que nunca desistiu e que tentou com todas as forças que tinha, com um misto de nervosismo e impaciência, nunca conseguindo acalmar o stress que era quase palpável na fria noite do Dragão. Hulk falhava passes mas Moutinho e Fernando recuperavam as bolas. James perdia a bola mas Maicon ou Djalma surgiam por trás dele a forçar a pressão e a subir de novo com a bola na sua posse. Foi bonito de ver Álvaro a subir pelo flanco e Defour a ajudar, Moutinho a fazer a bola rodar e Otamendi a cortar. Foi bonito ver o FC Porto a jogar, mais uma vez, como tantas vezes fez no ano passado. Mas se a bola não entrou, a culpa é de todos e todos a assumem. Somos uma equipa de novo.

(+) Malafeev, o Neuer russo Não creio que tenha havido um único dragão que tendo estado sentado nestas mesmas bancadas no dia 5 de Março de 2008 não tenha feito o paralelismo entre a exibição de Malafeev de hoje e a de Neuer na altura. Remates de longe de Hulk ou Moutinho, à queima-roupa de James ou frente-a-frente com Djalma, o russo esteve em grande nível e acabou por ser o principal responsável pelo apuramento do Zenit para os oitavos da Champions. Voou para todos os lados, saiu muito bem da baliza e tapou todas as brechas que os defesas iam permitindo. Estupor.

 

(-) A ineficácia É no mínimo curioso que tenha passado meses a reclamar pela falta de capacidade de criar lances de ataque, como aconteceu contra Feirense, APOEL (x2), Paços de Ferreira ou Académica…e chegar a este ponto e lamentar que tenhamos criado tantas e mudar o enfoque da crítica para as falhas na concretização. É um sinal evidente que a equipa está a crescer, mas as arestas que surgem para limar agora são as mesmas que tanta gente tinha preconizado no início da temporada: a falta de um concretizador na área. É óbvio que as jogadas são criadas, mas por vezes, apesar de soar a cliché, falta presença na área, alguém que possa prender um ou outro central e impedir que saiam como loucos a bloquear as jogadas de James ou Hulk pelo centro. Estamos a canalizar em demasia o jogo para a zona central e não temos lá ninguém para apanhar os ressaltos quando as bolas não entram à primeira, como foi o caso hoje à noite. A rever.

(-) Hulk Exageradamente lento, com imensos passes falhados e sem conseguir furar pelos defesas que vendo-o a jogar numa zona mais central acabaram por lhe tapar os espaços todos e raramente lhe davam um mínimo de tempo para controlar a bola e seguir em progressão. Insisto que o homem não rende tanto no centro e ainda que tenha sido usado como “isco” para os defesas permitindo que o resto dos colegas o acompanhem um pouco mais atrás, neste tipo de jogos acaba por se apagar e o FC Porto perde uma das principais armas em velocidade e imprevisibilidade ofensiva. Hulk torna-se um ponta-de-lança mediano e não ajuda a equipa, pelo contrário.

(-) Danny É um merdas. Um autêntico merdas. Estou-me a cagar para o mijar metafórico, palavra, mas perdi-lhe o respeito quando se picou com o banco do FC Porto e passei os últimos dez minutos a gritar para o Maicon lhe deixar os gémeos à vista e lhe mijasse para o perónio quando chegasse perto dele. “Te gusta, coño?”. Era o que eu lhe diria, depois de lhe dar uma patada na traqueia. Fez-me febre, palavra.

 

O facto das regras ditarem que o terceiro classificado da Champions tomba para a Liga Europa é um completo absurdo. Dá uma vantagem competitiva a essas equipas, perpetuando as desigualdades e no fundo desconsiderando as outras formações que passaram a fase de grupos da segunda competição, tratando-as com o escárnio de quem olha para o futebol de cima para baixo. A UEFA é assim, como o Mundo, onde os grandes tratam mal os pequenos porque podem. Tendo isto tudo em conta…não há nada a fazer senão tentar ganhar a Liga Europa e aproveitar enquanto as regras não mudam, porque as águas devem ser separadas de uma vez por todas. Ainda assim…enquanto não são…força, rapazes, cá estaremos para ouvir aquela música parva. A Champions fica para o ano que vem.

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