Baías e Baronis – Atlético vs FCP


(foto retirada d’A Mística Azul e Branca)

Era suposto ser um jogo que não traria nada de muito positivo, salvo a potencial enxurrada de dinheiro que nos encheria os bolsos (se me oferecerem 800 mil euros acreditem que não digo para irem pregar a outro burgo) e eventuais lesões nos principais jogadores. Acabou por haver uma lesão, um cheque gordinho da UEFA e uma exibição que, apesar de mais calminha na segunda-parte e a roçar a sonolência tal foi (novamente) a enormidade de falhas técnicas, acaba por ser provavelmente a melhor exibição do FC Porto esta época. Vamos a notas:

BAÍAS
(+) Bruno Alves. É raro dar Baías a Bruno Alves especialmente porque na minha opinião não se tem destacado tanto quanto as pessoas têm vindo a gritar e acho que ainda tem alguma coisa a evoluir (don’t we all?), mas o jogo do nosso capitão roçou a perfeição. A somar ao golo fabuloso que marcou, aparecendo pouco menos que a voar no centro da área do Atlético e colocando a bola num local inatingível para o sobrevalorizado Asenjo, esteve num nível soberbo durante todo o jogo, cortando tudo que havia para cortar e mandando de facto na defesa, tanto com Maicon como com Sapunaru ao lado. Excelente.
(+) Mais uma vez, Fucile. Depois do jogo menos bom, a facilitar como antigamente em Guimarães, voltou em grande. O pouco que Simão tentou fazer foi claramente eclipsado pelo uruguaio, que esteve brilhante a defender e a atacar, tendo inclusive dado origem ao lance do segundo golo, com um remate que mais uma vez o guarda-redes do Atlético defende para a frente e Falcao faz render como uma adolescente com filmes sobre jovens vampiros. Este Fucile não fica cá muito tempo, se bem que atrás de um grande Fucile acaba por revelar sempre o Fucile mais permissivo na jornada seguinte. Espero estar enganado.
(+) Os índices de pressão alta estão a subir. Durante toda a 2ª parte estivemos em cima do Atlético, abrindo um pouco de espaço no meio-campo mas ainda assim conseguindo impedir desenvolvimentos minimamente perigosos para a nossa baliza. Só me lembro dos espanhóis conseguirem criar perigo com lances pelo ar, o que diz muito da capacidade de organização e estrutura da equipa, bem mais madura e inteligente que aqui há umas semanas.
(+) Helton esteve excelente nos primeiros minutos da partida, impedindo a rápida recuperação do Atlético com boas defesas e uma segurança geral que se estendeu à equipa. Está de volta e está em grande, Beto terá que aguentar o banco porque o brasileiro não parece querer sair do onze.
(+) Guarín continua a surpreender-me pela simplicidade de processos e pelo forte remate. Se o gajo começa a acertar na baliza (“se”, não “quando”, que o homem não me surpreendeu ainda o suficiente para pensar que tem futuro) vai ser ainda mais útil.
BARONIS
(-) Pensei em dar um Baía a Hulk mas quando vejo a produção do brasileiro, golo/míssil aparte, verifico que quase nada fez de produtivo durante o resto do jogo. Continua com pouca inspiração e ainda menos transpiração, não ajuda na defesa e deixa-me com uma febre imensa quando vejo o gajo a perder bolas absurdas. Sei que é um jogador de decisões rápidas e que não se pode exigir que venha à defesa de 5 em 5 minutos, mas para quem teve Lisandro na ala agora ver este rapaz…ainda lhe falta um bocado para ser o jogador de classe mundial que todos queremos que seja.
(-) Rodríguez continua em baixa, apesar do bom jogo em Guimarães. Ontem correu muito mas fez pouco e acaba por ser a imagem de marca do uruguaio. Tem de ser mais eficaz, mais prático e mais interventivo nos lances.
(-) O Atlético é uma equipa fraca demais para ser credível. Com Maxi Rodríguez, Aguero, Forlán, Simão e mais alguns nomes grandes, jogar em futebol directo como se viu na segunda parte é absurdo. Devia ter ficado de fora da Liga Europa mas o Chelsea não deu o jeitinho.
(-) Tal como em Guimarães, a gestão de jogo em termos portistas acaba por se traduzir num recuo demasiado no terreno, com brechas a serem abertas que caso a equipa contrária tenha um mínimo de bom senso, pode aproveitar.
Deu para experimentar Valeri (ainda sem grande influência mas deu para ver que é mais Lucho que Belluschi, e Jesualdo pode aproveitar se o colocar mais vezes em campo), dar experiência a Maicon (e uma lesão) e um boost de moral que pode ser muito importante para as duas jornadas até ao final do ano. E agora sim, Champions’ só em Fevereiro!
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Oh inclemência…

Vi agora um post no blog PORTOGAL que me chamou a atenção e que sinto ser minha obrigação redistribuir pela nação portista.

Gostava de conhecer a Sónia Antunes que escreveu este texto. Nunca fui daqueles gajos que diz que não se bate numa mulher, até porque não sou muito alto nem particularmente forte, e há algumas marmanjonas que me espetavam três socos e me esticavam ao comprido.

No entanto, era menino para lhe atirar quatro pontapés nos ovários e uma cotovelada à Paulinho Santos, ou em alternativa pegar num fueiro e deixar romper o ar como um puto de olhos vendados a rebentar uma piñata.
Leiam aqui e indignem-se à vontade. Se alguém a conhecer, peço que seja arremessada uma bela duma cuspidela na testa.
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Baías e Baronis – APOEL vs FCP


(foto retirada d’A Bola)


Não foi fácil. Hoje de manhã, em conversa com colegas no trabalho, dizia que me parecia ser mais fácil jogar contra o APOEL fora do que tinha sido em casa, principalmente pelos espaços que os rapazes da ilha poderiam dar aos nossos jogadores. Acertei na teoria, falhei na prática. Tornamos o jogo mais difícil do que poderia ser, especialmente pela displicência de alguns jogadores e pela ineficácia em frente à baliza. A notas:

BAÍAS
(+) Falcao, quase fundamentalmente pelo golo. Que me lembre passou a maior parte do jogo em contacto com os centrais e a cair redondo no chão, sem suficiente capacidade de choque para incomodar os cavalões de amarelo. É verdade que jogou pouco apoiado fruto da táctica de “enche-o-meio-campo-com-trincos-e-atira-a-bola-para-os-extremos” de Jesualdo, mas está lento e parece arrastar-se em campo. Um bom golo, no entanto, boa recepção e excelente remate cruzado. E garantiu 3 milhões de euros para os cofres. Boa safra.
(+) Guarín. Apesar de ser complicado conseguir pensar no facto de dar notas positivas a este rapaz, a verdade é que foi talvez o melhor em campo enquanto lá esteve. Muito mexido, bom na intersecção e na saída para o ataque, só conseguia estragar as coisas quando lhe parava o cérebro (como de costume) no meio-campo e perdia a bola para o adversário. Fez um passe fabuloso para Hulk falhar um golo fácil e apesar de não ser um criativo, acabou por fazer o trabalho de que tinha sido incumbido de uma forma aguerrida e com alma.
(+) Os dois centrais estiveram bastante bem durante todo o jogo e apesar de darem algum espaço à torre careca que lá andou pelo meio, só tiveram uma falha que felizmente não deu em nada.
(+) Fernando esteve impecável e implacável em todo o jogo. Está mais desencostado dos centrais e a equipa beneficia do seu posicionamento mais subido, tanto na criação de jogadas ofensivas como igualmente como pressão dos adversários.
(+) Hesitei em colocar este ponto como Baía ou como Baroni. A táctica de Jesualdo foi uma opção pela contenção no meio-campo, num jogo que se previa agressivo e rápido numa altura em que o FC Porto não está nem uma coisa nem outra. Concordei com a entrada de Guarín, ainda que tal colocasse mais pressão sobre o trio de ataque, relegando o centro do terreno para a destruição e passe rápido para os flancos. Ainda assim, Jesualdo não tem culpa da quase total ineficácia que assolou os nossos avançados hoje, por isso apoio a aposta.
BARONIS
(-) Rodríguez não está sequer longe da forma que mostrou no ano passado, até porque o que mostra em campo não é um mínimo de forma. O homem é um peso morto, e não sei qual das palavras se adequa melhor, se “peso”, se “morto”. Lento, sem imaginação, sem criatividade (obrigado, Luís Freitas Lobo, por me enfiares a palavra na cabeça) e com uma preparação física ao nível do Mantorras de muletas, está a caminhar a passos largos para ir mudar os vidros do carro outra vez. Tem de melhorar e muito.
(-) Hulk é incrível. Mesmo. Um avançado que se preze não pode falhar aquele lance em que esteve isolado perante Chiotis. Já nem é a incapacidade de passar a bola mais de 2 vezes em 90 minutos que me incomoda mais. A displicência com que encara a maior parte dos lances de um-para-um e o facto de ser um verdadeiro Quaresma em termos de auxílio defensivo está-me a fazer uma certa febre, e começo a pensar que não vai ser fácil mudar a cabeça do brasileiro. Está a ser, quanto a mim, a maior decepção do plantel até ao momento.
(-) Um baroni curtinho: mas que RAIO foi aquele acocoramento do Sapunaru em plena grande-área quando o Mirosavljevic apareceu em frente a ele!? Estava a apertar os cordões!?
(-) O trio de ataque esteve muito abaixo do costume. Hulk esteve novamente egoísta e extraordinariamente mau no domínio de bola, não passou a bola quando devia e…bem, quase não passou a bola. Fraquíssimo também Falcao, com um falhanço escandaloso. Inúmeros foras-de-jogo, muita lentidão e zero golos. Mal também esteve Rodríguez, lento e sem ideias. O meu colega de Porta costuma dizer que Rodríguez é um jogador ímpar por ser o único extremo que não consegue passar pelo lateral contrário em velocidade. Hoje nem em velocidade nem a fintar. Fraco.
(-) A equipa continua a fazer pouca pressão, a deixar os jogadores contrários trocar a bola muito à vontade. A isso soma-se o muito espaço que se dá nos flancos, onde por exemplo o Charalambides aparecia a centrar quase sempre com muito à-vontade. Se temos laterais com extremos em frente a eles…porque é que não há entre-ajuda na defesa?!
Foi complicado mas safámo-nos. 3 milhões de euros, dois jogos ainda para jogar e os oitavos garantidos. O jogo foi uma bela seca e não fosse ser o Porto a jogar e já tinha mudado de canal há muito tempo. Vá lá, deu para rir com os nomes dos cipriotas. Será que estão a tentar bater o recorde de apelidos mais longos da história do futebol? Estão ao nível do Panandetiguiri do Leiria…
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Repetir 03/11/2008


Faz agora um ano (ou quase), que estávamos perante um momento fulcral na época desportiva da equipa sénior de futebol do FC Porto. Depois da tradicional eliminatória contra o Sertanense, acabávamos de sair vergados perante o peso de 3 derrotas consecutivas, duas para o campeonato e uma para a Liga dos Campeões, frente ao Dínamo Kiev. O ponto de mudança ocorreu na Ucrânia, onde recuperámos de uma desvantagem no marcador e acabámos por vencer o encontro, seguindo-se uma série de 9 vitórias consecutivas e uma melhoria evidente na qualidade de jogo.

Tínhamos Lucho e Lisandro. Tínhamos um Hulk a aparecer e uma equipa a crescer em futebol e maturidade. Hoje em dia a situação é diferente mas muito parecida. Em 363 dias muito mudou, mas o clube mantém-se fiel aos princípios e a equipa terá que os assimilar e colocar em campo o espírito guerreiro que nos permitirá sair deste mini-fosso onde parecemos estar.
Por isso é com olhos raiados de vermelho e espuma a sair pela boca que vou encarar o jogo de logo. Vamos fazer aos cipriotas o que uma grande equipa tem de fazer: reduzi-los à insignificância que têm de ter perante uma equipa mais trabalhadora, mais inteligente e acima de tudo, mais forte! Força, rapazes, não custa nada!
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Baías e Baronis – FCP vs APOEL


(foto retirada do MaisFutebol)


Ufa. Foi um jogo mediano em qualidade mas elevado em emoção. Quando saí do estádio fiquei com a sensação que podíamos e devíamos ter vencido por uma diferença maior e que o sofrimento era evitável, mas como já tive tantas surpresas negativas em jogos da Liga dos Campeões, saí conformado. Seguem os B&Bs:

BAÍAS
(+) Fernando. A única falha que teve em todo o jogo foi a hesitação que permitiu ao jogador do APOEL o cruzamento que resultou no auto-golo de Álvaro Pereira. Se descontarmos esse lance, o brasileiro esteve simplesmente genial. Cortou bolas atrás de bolas, cada uma mais perigosa que outra, foi um apoio incansável à nulidade que esteve de azul-e-branco com o número 3 (ver abaixo) e até “tirou” algumas bolas à outra nulidade, o número 11, para evitar que este as perdesse. Como dizia um colega de Porta, “o Paulo Assunção não tinha a maturidade deste gajo desde tão novo”. Pura verdade. Fernando é classe e eficácia e se não ficar no Porto será um futuro internacional A brasileiro. Se por cá permanecer terá de lutar mais por isso mas com exibições a este nível é já uma certeza.
(+) Os laterais do FC Porto continuam em grande forma. Álvaro até marcou um golo (ah ah, que piadinha, caro amigo!) e tudo! Fucile está confiante, com a garra e empenho mas sem as displicências a que nos habituou. Álvaro é um verdadeiro coelhinho da Duracell, corre todo o jogo e apoia o ataque com eficiência e muita velocidade, acabando muitas vezes por ter de travar a corrida enquanto espera que os outros cheguem para o cruzamento. São os melhores elementos na transição ofensiva dada a ausência (quer esteja em campo quer não) de Belluschi e a inexistência competitiva de Raúl Meireles.
(+) Hulk está de novo em forma. Todos esperam que continue a criar jogadas incríveis em velocidade e técnica e a passar a bola mais algumas vezes, como fez a Falcao para o colombiano desperdiçar em frente à baliza, e Hulk está a mostrar que pode ser um jogador (quase) completo. Dois golos na estreia a marcar na Champions’ não é para qualquer um e o brasileiro mereceu.
(+) Rodríguez subiu muito de produção na 2ª parte, quando Jesualdo enviou Mariano para um flanco e puxou o uruguaio para jogar no meio-campo. Cebola mostrou estar mais talhado para essa posição que o pobre maluco argentino e foi o autor de algumas boas jogadas de entendimento quer com Álvaro quer com Hulk, ajudando a equipa a subir no terreno e a arrastar jogo como devia, ao nível do relvado.
BARONIS
(-) Já estou farto dele. Ainda vou começar a sonhar com ele e por muito que me custe sonhar com homens, será um gosto poder imaginar que ponho o gajo num saco de serapilheira e lhe acerto com um fueiro como se faz a uma piñata. O problema de hoje é que a culpa nem é tanto dele mas sim do treinador. Jesualdo já sabe que Mariano não rende naquela posição mas insiste em colocá-lo lá. É certo que não havia Belluschi nem Valeri, e o professor emendou (tarde) a mão ao trocar Mariano com Rodríguez, e a equipa sentiu logo uma melhoria significativa. Mariano não só não produziu como também impediu em várias ocasiões que a equipa pudesse ser produtiva, porque quase sempre que tocava na bola havia de a perder em falhas de concentração e incapacidade técnica. Carago, era o público que o avisava quando tinha um adversário à perna!!! Ah, e ainda conseguiu ser expulso por uma infantilidade que um jogador da experiência dele não pode cometer…
(-) Meireles esteve…facilmente reconhecível, tendo em conta o que tem feito este ano. Horrível no passe, fraquíssimo na recuperação e a mostrar um medo de meter o pé à bola que nunca vi. Está a fazer a pior época da vida dele e só mantém o lugar porque não tem tido alternativas à altura, pelo menos para Jesualdo. Devia passar um ou dois jogos no banco ou na bancada para descansar a cabecinha, precisamos de um Meireles em condições e há muito tempo que não o vejo por estas bandas.
(-) Contra uma equipa como o APOEL, muito fraquinha, não se percebe o nervosismo até ao golo sofrido. É certo que o relvado estava molhado e era um jogo da Liga dos Campeões que costuma colocar uma pressão maior nos jogadores, mas os cipriotas trocavam a bola entre eles sem serem pressionados e assim não pode ser. Acredito que a equipa ande cansada das viagens para os jogos das selecções, mas é preciso outra dinâmica e outra disciplina para evitar chatices contra equipas mais fortes.
(-) 32 remates à baliza. Um deles deu golo e o outro foi um penalty que nem sei se conta. Fizemos TRINTA-E-DOIS remates!!! Alguém se lembra de algum com perigo? Bem me parecia.
Um bom resultado com uma exibição razoável, com muitos golos falhados, um golo sofrido com azar e dois marcados com sorte. Ganhando no Chipre ficamos muito perto de nos qualificarmos por isso vamos lá à ilha sacar 3 pontinhos!
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