Baías e Baronis – Guimarães 0 vs 1 FC Porto

O último jogo do campeonato foi igual em espírito a grande parte dos outros que o antecederam. Vi um FC Porto a querer ganhar, a tentar sempre ganhar, a procurar a melhor opção para chegar à vitória. Do treinador aos jogadores, o clube ganhador que me habituei a ver há tantos anos está de volta. Finalmente. Vamos a notas:

(+) Óliver. Gostava de te ver jogar mais vezes, rapaz, a sério que gostava. E já sei que és um tipo que separa portistas em vez de nos unires, porque há muito jovem que não gosta de ti e culpa-te pela perda de força no meio-campo, pela incapacidade de jogar com duas unidades pelo centro e pelas bombas do IRA nos anos 70. Eu não sou desses. Eu gostava muito de te ver a jogar mais e talvez no futuro consigamos fazê-lo juntos, puto. Não vai ser nada fácil, mas eu sei que tu consegues. E a jogar como fizeste hoje, cheio de personalidade, passes excelentes e vontade de pegar no jogo, tens mais hipóteses.

(+) Corona. Estava com uma bebedeira das grandes no autocarro que chegou aos Aliados e fez por merecer Esteve em foco durante o jogo pela forma empenhada como se dedicou a fazer alguma coisa que pudesse limpar a imagem de algumas semanas (meses?) em baixo de forma. Corona é uma das grandes dúvidas na minha cabeça porque não sei muito bem se vale a pena mantê-lo no plantel. No entanto, tendo em conta o meu track record recente, sou menino para dizer que o quero levar ao aeroporto…hey, funcionou com o Marega e com o Herrera!!!

(+) O espírito da equipa. Num jogo que valia menos que feijões, a equipa não parou. O treinador não parou. Deu oportunidades a dois guarda-redes, algumas peças alternativas e até mudou o esquema, mas esteve sempre a puxar para a frente. Sempre para a frente. Goste-se ou não do estilo, o homem não desiste. E os jogadores, com aquele banho na conferência de imprensa, estão obviamente com ele. E dão-nos a todos um orgulho enorme.

(-) Demasiada pancada sem amarelo. Certo, Capela. Era o último jogo da época, querias sair com a folha limpa e sem cascar em ninguém. Mas havia limites, moço, porque o Jubal e os outros capangas andavam a bater em tudo que lhes apetecia, com patadas e encontrões e tudo que é tradicional acontecer-nos quando vamos a essa terra. Afinal, se formos a ver, não havia grandes limites, ao que parece.


Agora descansem, rapazes. Copos, comida, cama, Guronsan. Bom Mundial para quem lá for e boas férias para o resto da malta. Mereceram.

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Ouve lá ó Mister – Guimarães

Camarada Sérgio,

Último jogo de uma época que já vai longa e só não será ainda mais longa por causa de uma parvoíce de um jogo em Alvalade onde deixaste as coisas andar até ao ponto em que ficaram FUBAR. E esse talvez tenha sido o teu grande erro (na minha humilde, humilde opinião) da temporada, o que não é nada mau para a primeira que fazes c’a gente. E como tal, vamos acabar isto bem, certo? Certo.

Não me preocupam os recordes, sabes? Quero lá saber se estás à procura de chegar ao número máximo de pontos que conseguimos numa época, se estás a tentar equilibrar setecentos palitos na testa ou se o Marega ainda pode ser o melhor marcador se num único jogo conseguir marcar o dobro dos golos que fez ao longo da época. Todos esses objectivos entram para o “nice to have”, mas nunca um must. O “must” já conseguiste e o caneco é nosso. O resto, rapaz, se der, fixe, se não ser, fixe na mesma. Dá uma oportunidade aos guarda-redes para poderem também ser campeões como o resto dos colegas, eles que trabalharam bem ao longo da época. Chama um ou outro B para compor o ramalhete. Manda o Dembelé para aquecimento só para o gajo se divertir. Acima de tudo isso, divirtam-se, joguem à bola descansados e depois voltem para os Aliados e para a Câmara que acho que vão ter algum povo à vossa espera.

Just…just have fun. Fizeram por merecê-lo.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 1 Feirense

Milhares pelo país fora. Milhares na alameda. Milhares fora do estádio. Milhares dentro no estádio. E eu, num misto de leve alcoolização e descompressão no crepúsculo de uma época muy intensa, que culminou numa celebração de várias horas antes do jogo e se prolongou pela noite dentro. Campeões, carago!!!

(+) Campeões, carago! Nada a dizer. Tudo a dizer. Tudo a dizer mais tarde, no próximo episódio do A Culpa é do Cavani. Até lá, um abraço a todos. Portistas, desportistas, treinador, jogadores, presidente, claques, marketeers, directores de comunicação, roupeiros, enfermeiros, médicos, todos. Estamos todos de parabéns porque trabalhou tudo para o mesmo lado, sem dispersões, sem enfoques fora da nossa meta. Tentamos ser campeões, fizemos tudo para o conseguirmos e o prémio chegou, tão justo quanto importante. Campeões. Saudades, malta.

(+) Sérgio Oliveira. Durante o jogo foi o maior. Depois do jogo, com o pontapé de polvo que mandou o peluche para a bancada, ainda mais. Ele e Gonçalo foram dos mais efusivos nos festejos, talvez porque fariam o mesmo se estivessem fora do relvado, numa bancada qualquer de camisola ao peito a saltar e a aplaudir o clube deles. No fundo foram adeptos activos, em campo. Mas Sérgio esteve bem também durante o jogo, com um excelente golo e uma exibição firme, segura, com garra e com mais pernas do que pensei que tivesse à 33ª jornada. Mais um rapaz recuperado às trevas e uma aposta segura no plantel 2018/2019. I think.

(+) O golo de Brahimi. Que maravilha, rapaz. Que coisa mai linda. Era embrulhar aquilo e enviar para Deus ou Alá ou Snowden ou seja lá o gajo que tu veneres, porque foi uma obra de arte digna dos Uffizi. E se fores parar a Florença ou a Liverpool ou a Madrid, fizeste por merecer.


Descansem, rapazes. Fizeram por merecê-lo.

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Ouve lá ó Mister – Feirense

Camarada Sérgio,

Em primeiro lugar, os meus parabéns, rapaz. Pegaste numa equipa retalhada, cheia de gajos que muitos achavam descartados e conseguiste ser campeão à primeira tentativa. Marcaste o teu estilo, impuseste as tuas regras, cometeste erros e corrigiste-os com cara séria, fechada, tantas vezes com um foco férreo e uma motivação impossível de quebrar. Foste o líder que precisávamos, com os jogadores que precisávamos e com a atitude que, oh God, a atitude que nos faltava. Foste melhor, fomos melhores, somos melhores e somos campeões. Obrigado, puto.

Hoje? Há jogo, ma non troppo. Joga para ganhar, como sempre, até porque o Feirense ainda está na luta e merece ser respeitado, mas quando entrares no relvado olha à tua volta e vê o povo que te adora. Hoje, pelo menos.

Parabéns, campeão!

Sou quem sabes,
Jorge

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