Baías e Baronis – Oliveirense vs FCP


(foto retirada do MaisFutebol)

Algumas semanas depois da primeira tentativa no lamaçal de Oliveira de Azeméis, realizou-se finalmente o jogo da 4ª eliminatória da Taça de Portugal frente ao Oliveirense. E quase que adormecia ao ver a partida. Fraquinho, ao nível do adversário que enfrentamos. Para primeiro jogo do ano ficaram algumas boas indicações e outras menos interessantes. Ora deixem-me lá desenferrujar os dedos depois da pausa natalícia:

BAÍAS
(+) Álvaro Pereira e Rodríguez fizeram do flanco esquerdo aquele que foi claramente o mais perigoso neste jogo. O lateral subiu muito bem, rápido e agressivo e tentou sempre combinar com o extremo, mostrando que está em forma e pronto para encarar esta nova fase da temporada com acuidade ofensiva e atenção na defesa. Já Rodríguez fez um jogo mais à imagem do ano transacto, com garra, empenho, nunca virando a cara à luta e mostrando alguns pormenores de toque e remate que dão esperança aos adeptos. Gostei.
(+) Belluschi foi o melhor jogador do FC Porto. Não sendo um jogador extraordinário, tem um toque de bola acima de 90% dos colegas e é o único jogador que não recrimino por falhar passes. Afinal, a função dele é essa, procurar espaços e colocar a bola nos avançados, o que por vezes corre mal mas quando corre bem…as artérias defensivas estão cortadas e há uma linha directa para a baliza. Se continuar com o empenho que mostrou hoje e a aguentar 90 minutos, pode ser finalmente o construtor de jogo que tanto procuramos.
(+) O facto de Orlando Sá e Yero terem ganho alguns minutos, apesar das condicionantes que Jesualdo tinha para este jogo, com Falcao e Farías lesionados e Hulk castigado, acabam por ser benéficas em virtude dos jogos que temos pela frente. Alternativas aos titulares têm de ser testadas e estes jogos que fazem parte de competições menores (onde, convenhamos, esta se enquadra) são excelentes para colocar a malta em campo e dar-lhe minutos. Dito isto, Yero quase não teve um único momento positivo e Orlando Sá teve um regresso à competição pouco feliz, falhando um penalty (que arrecadou) e mostrando compreensível lentidão e fracos atributos técnicos. Mas só jogando é que ganham o ritmo que precisam e que a equipa pode aproveitar em jogos futuros.
BARONIS
(-) Se virem um jogo da liga inglesa, espanhola, francesa, italiana, alemã, qualquer dos campeonatos de topo por esse mundo fora, e forem avaliar os atributos técnicos das equipas que lutam pelo título, aposto que a nossa fica em último ou perto disso. Façam um exercício e contem o rácio de passes acertados/falhados, particularmente nas segundas-partes dos jogos, e vejam a quantidade absurda de jogadas de ataque desperdiçadas, cruzamentos sem nexo cortados pelos adversários ou saídos directamente para lá da linha de fundo. Contem os lançamentos mal efectuados, as reposições atrapalhadas, os cortes para o ar e os domínios de bola mal feitos. Tudo são factores que minam o nosso jogo, tudo são pequenos nadas que dão num jogo feio, mal pensado e ainda pior executado. É confrangedor ver o FC Porto jogar.
(-) Sou da opinião que alguns jogadores devem ser poupados nestes jogos. Apesar de ser necessário manter o ritmo nesta fase que arranca logo depois das férias de Natal e o facto de Jesualdo, Helton aparte, ter apostado na mesma equipa que considera titular (aparte nos jogos grandes, onde Belluschi parece ter lugar apenas depois dos 75 minutos) parece confirmar esta teoria, continuo a achar que se devem poupar alguns elementos-chave, o que provavelmente irá acontecer já no meio da semana, frente ao Leixões. Teremos muitos jogos em pouco tempo e há que poupar os nossos rapazes para as batalhas que se avizinham. Uma dessas peças é Fucile. É daqueles jogadores que só se motivam nos jogos grandes e nestes confrontos contra equipas pequenas faz-me lembrar o melhor jogador de uma equipa de bairro, que vê o jovem gordinho em frente a ele e tenta fintá-lo para depois perder a bola e acertar-lhe na canela só para mostrar que pode fazer o que lhe apetece. Fucile é um jogador fulcral no FC Porto 2009/10 e deve ser dada hipótese de o mostrar. Mas não nestes jogos. Miguel Lopes passou o jogo no banco, a ver o detentor do lugar para o qual compete a brincar e a facilitar em quase todos os lances em que se envolveu. Vocês, ficariam motivados? Eu, garantidamente, não ficava.
Foi pouco mas chegou. Falhou-se mais um penalty e apesar de nunca termos visto a nossa baliza em grande perigo, acabamos por andar a brincar uma boa parte do tempo. Temos muitos jogos e isso pode estar na cabeça dos jogadores mas, como sempre, exijo mais. Contra o Leixões optaria por uma equipa quase na sua totalidade composta por elementos de segunda-linha. Se não me interesso muito pela Taça de Portugal, a da Liga então ainda menos. Podemos ser eliminados na fase de grupos que não sou capaz de arrotar para mostrar que me interesso, por isso vamos lá dar uma hipótese ao Miguel Lopes, ao Valeri, ao Nuno André Coelho, ao Prediger, ao Abdoulaye, ao Sérgio Oliveira, ao Engin, ao Dias, ao Claro, ao Yero, ao Alex, a todos que podem mostrar serviço e oferecer alternativas credíveis. Porque jogar sempre com os mesmos é uma chatice.
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Baías e Baronis – FCP vs Sertanense

(foto retirada do MaisFutebol)


Um B&B rápido, tão rápido como o tempo que nos demorou a despachar, pelos proverbiais 4-0, os rapazes da Sertã (ou da Frigideira, se me lerem no Sul). Como não fui ao estádio e apenas vi o jogo pela SportTV enquanto jantava com alguns amigos, as notas serão breves:

BAÍAS
(+) A inovação táctica de Jesualdo, com um regresso ao passado Adriaansico, 3 defesas e siga. É exactamente nestes jogos que se deve apostar em estratégias diferentes, e não sendo necessário defender com tanto afinco, parece-me bem. É lógico que se tivesse corrido mal estaríamos todos a insultá-lo, mas a coragem das decisões de Jesualdo vê-se nestes momentos. Gostei.
(+) A aposta na juventude foi bem conseguida. Sérgio Oliveira, Dias, Alex e Yero estrearam-se pela equipa principal exactamente no momento certo e no tipo de jogo certo. Com a pressão suficiente para exigir-se resultados e com parceiros experientes que poderiam subir o nível para poder crescer em forma, Sérgio Oliveira pareceu muito seguro, Dias e Alex entraram com garra e contade e Yero, apesar de um bocado tosco (o que se compreende porque mede 3 metros e meio de altura) sempre mostrou empenho. São putos e têm de aprender e crescer, e é assim que vão conseguir evoluir.
(+) Ao mesmo tempo, Prediger estreou-se. Gostei do que vi, jogou simples e prático, sem a agressividade positiva de Fernando mas com bom poder de colocação e rápido no desarme. O que me assustou mais foi a incapacidade de medir distância e tempo de salto, o que é uma desvantagem contra equipas que jogam pelo ar, mas é possível que corrija. A rever.
(+) Farías. O homem deve ter qualquer tipo de bruxo que lhe faz com que o sorteio da taça coloque sempre o Sertanense contra o FCP, ponha o treinador a dar-lhe a titularidade e por acção divina fazer com que marque sempre dois golos. Extraordinária produtividade contra equipas beirãs, só faltava marcar assim tantos contra as outras equipas, isso é que era.
BARONIS
(-) Se o jogo não tivesse sido no sábado a noite…se calhar ainda lá tinha ido. Estes jogos tinham de ser ou de manhã ou ao Domingo à tarde. Compreendo que vamos apanhar o APOEL na 4ª feira mas custava assim tanto ser hoje de manhã em vez de ontem à noite?
(-) Duas expulsões por infantilidades dos Sertanejos (ou Sertânicos ou Sertanílicos, sei lá, desde que li Marcoense que acho tudo ridículo). É verdade que estavam a jogar no Dragão mas era escusado, sinceramente.
(-) Rodríguez está lento, gordo e sem inspiração. Terá que melhorar bastante porque se Varela recupera da lesão, vai-lhe roubar o lugar em 2 minutos. Mariano…nah, nem é preciso dizer mais nada.
Beirãos no Sábado, Cipriotas à 4ª. Chega-me 25% de produtividade, desde que ganhemos!!!
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Baías e Baronis – FCP vs Paços

Ora vamos lá olhar para o jogo de ontem com olhos de astigmático…

BAÍAS
(+) A festa foi divertida, colorida e não houve confusões. É o que dá ter um clube grande e outro menos grande a disputar um troféu num dia de calor.
(+) O domínio do jogo pelo FC Porto foi evidente e não merece contestação. O golo chegou na altura certa e quase fazia lembrar o Barcelona vs Man Utd de semana passada.
(+) Ver Lisandro a jogar cansa. Foi o melhor em campo não só pelo golo marcado mas também pelo esforço habitual. Um dos melhores dragões de sempre em termos de espírito lutador e competitividade.
(+) Nuno mereceu o prémio e o troféu. Já faz quase parte da mobília e não me importo nada de o ver a terminar a carreira de azul e branco.
BARONIS
(-) Algum cansaço patente num ou noutro jogador (Fernando e Meireles, por exemplo), que é natural e expectável nesta altura da época
(-) Fucile não pode continuar a jogar como um louco a subir no terreno deixando espaço a mais na rectaguarda. O extremo (ou interior) direito terão de cobrir a zona. É triste quando é Lucho que a tal é obrigado mas infelizmente o talento por vezes tem de dar lugar a alguma rigidez táctica.
(-) Vem aí as férias e só temos bola daqui a um mês. Não é bonito, quero futebol. Do bom, não é o que o Queiroz vai pôr em campo no sábado.

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E vão 14…


Simples, prático, eficaz. Sem grandes problemas, lá fomos buscar mais um caneco. Amanhã segue o penúltimo Baías e Baronis do ano, já que o último será a um nível diferente, mais uma questão de análise individual do plantel. Força Porto!

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Campeonato? Check. Taça?…

O jogo foi chato, como se esperava. Valeu a festa, dentro e fora do Dragão. Venha daí Julho para termos sol, praia e treinos físicos. O resto é conversa.

Admito que não ligo muito à Taça. Tento não ser hipócrita quando as televisões ampliam uma competição quando os intervenientes são Sporting ou Benfica e que inevitavelmente olham para o caneco como a salvação da época. Já não é a primeira vez e não será a última. No entanto, este ano o figurino é diferente. De um lado o grande Dragão que vence tudo, arrasa tudo e consta que já violou várias velhinhas e é o culpado dos 11 anos que Vale e Azevedo, o ídolo das massas, apanhou hoje no lombo. Do outro, os pobres castores. Os humildes madeireiros. Os rapazes que não tinham dinheiro para azul ou vermelho na camisola e então usam um inenarrável amarelo e verde que mais parece a selecção do Togo.

Aconselho a que vão ouvindo os comentários nas TVs. O Porto já ganhou. Já está, a dobradinha está cá, mais um autocarro descapotável e mais um troço de prata para o não-museu.
Espero por domingo. Aí sim, vamos ter de ganhar. Na imprensa já mataram os rapazes de Paços de Ferreira, só falta morrerem em campo. Não, Dr.Bettencourt, não é a mesma coisa.
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