Rui Costa sobre Bruno Alves

O Bruno perdeu a cabeça a determinada altura. É um jogador muito impulsivo e determinado e que a determinada altura perdeu um pouco a cabeça e cometeu erros que não deve cometer”

“O jogo já passou. Respeito tudo, porque andei dentro de campo e muitas vezes compreendo reacções que de fora do campo não se compreendem. Embora não tenha estado bem, o importante é que nada se passou de mais grave.”

in Público

Pois é, Rui. Nós também compreendemos. Mas não aceitamos.
Bruno, vê lá se no Domingo não te passas da carola. Eu sei que o jogo é em Lisboa e isso traz más memórias recentes, mas atina com a bola e não com os outros rapazes, por favor. Os adeptos agradecem.

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Há que saber perder, Bruno!

Bruno Alves teve mais uma noite de total desvario, reacendendo as conversas sobre a sua veia violenta que tanto tem dado que falar nos últimos anos. O capitão de equipa do FC Porto passou 90 minutos a distribuir pancada em tudo o que via, arranjando problemas com vários jogadores adversários, cotovelando e pontapeando Aimar, Cardozo, Kardec…e até os colegas de equipa e membros da equipa técnica, como o médico Nelson Puga que o tentou acalmar a caminho do balneário, onde Bruno estava entretido a mostrar aos adeptos benfiquistas (presumo) na bancada que tinha ganho quatro campeonatos, apontando para as quinas que ostenta ao peito, numa atitude que tem tanto de orgulhosa como de idiota.

Bruno sempre foi um jogador que mostrou garra, raça, vontade de vencer e que simbolizava o que são todas as qualidades que os adeptos portistas sempre procuraram nos profissionais que exibem em campo o emblema do clube. Depois dos primeiros anos de empréstimos sucessivos ao Farense, Guimarães e até na Grécia, onde jogou no AEK Atenas sob o comando de Fernando Santos, regressou ao clube onde tinha sido formado para vencer quatro campeonatos, várias taças e assumir-se como capitão. Durante todo esse tempo foi cimentando posição como um central reconhecido pela Europa fora até chegar a titular na selecção de Portugal, onde marcou vários golos e serviu como âncora de segurança para algumas exibições bastante consistentes.

Depois de quatro épocas onde a sua agressividade foi escalpelizada por todos, com a aprovação moderada dos portistas e a reprovação intensa dos adversários, Bruno Alves está a ter aquela que será provavelmente a pior temporada da sua carreira. Um verão em que o fica-sai-fica-sai-fica-sai foi transversal a todos os jornais desportivos, uma época com fracos resultados e uma noção que se vai recalcando nas mentes dos adeptos: é este o capitão que queremos para a nossa equipa?

Toda a gente que já jogou futebol já reparou que há sempre alguns rapazes que quando se vêem a perder começam a disparatar, desatam a calcar tornozelos e a cotovelar a malta pelas costas? Pois é isso que creio estar a acontecer com Bruno Alves, exactamente porque não sabe perder. A vencer há quatro anos consecutivos com louvores, prémios atrás de prémios e um nome criado por si à custa de trabalho e empenho, vê-se confrontado pela primeira vez com uma realidade que não é a que está habituado, a de ter de admitir a derrota porque, simplesmente, não é o melhor.

Tal comportamento passa para o balneário, nota-se em campo, vê-se na forma como Bruno entra em fúria perante os adversários que ousam colocar uma barreira à ambição do nosso número 2. A atitude violenta que Bruno tem mostrado não é digna de um capitão de equipa e é algo que terá de ser revisto pelo treinador, psicólogo, presidente, coveiro, florista, sei lá, por alguém de direito dentro da estrutura portista que consiga tentar mudar a mentalidade do rapaz, porque o que se vê em campo é uma equipa perdida, sem liderança, que tenta tirar de esforço o que não consegue com mérito técnico e táctico, que prefere acertar no jogador em vez de acertar na bola e que não consegue colocar os adeptos do seu lado. Para além disso, Bruno passou mais que um ano a tentar limpar a imagem de assassino que a imprensa tão delicadamente lhe colocou (a mesma imprensa que louva Mozer pelo seu espírito combativo, numa bela mostra de critérios díspares), luta essa que cai agora estrondosamente por terra, dando mau nome ao clube, à equipa e a si próprio.

Bruno, puto, ainda vais a tempo. Lembra-te só disto: centrais caceteiros há muitos. Não sejas só mais um. És melhor que isso.

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Palavras acertadas


Depois do jogo da Selecção, telefonei ao meu pai para darmos duas de treta sobre a bola. Diz-me ele, demonstrando a habitual sapiência que lhe reconheço:

“Oh pá, já viste que se não são os gajos do Porto esta equipa não vale nada!”
Dou-te razão, pai. O Raúl e o Bruno foram os melhores em campo. Só gostava que voltassem para o Porto ao mesmo nível, tanto a criar como a marcar.
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Seleccionações

Numa semana em que (quase) nada se passa no reino do Dragão, há que analisar a prestação dos nossos jogadores nas diversas selecções em que estão envolvidos. Porquê, poderão perguntar? Porque no Verão de 2010 realiza-se mais um Campeonato do Mundo, que tradicionalmente serve de plataforma de salto até outras paragens para muitos dos intervenientes, o que acaba por ser de vital importância para a saúde económica dos clubes, para não falar das vantagens para os próprios jogadores.
Ora nestas andanças temos os seguintes rapazolas, tendo em conta que ainda haverá hipóteses, ainda que remotas, de outros serem convocados para as respectivas selecções, que não menciono:
PORTUGAL
  • Bruno Alves
  • Raul Meireles
  • Rolando
  • Beto
URUGUAI
  • Fucile
  • Álvaro Pereira
  • Cristián Rodríguez
BRASIL
  • Helton
COLÔMBIA
  • Falcao (sem hipótese de qualificação)
  • Guarín (sem hipótese de qualificação)

ROMÉNIA
  • Sapunaru (sem hipótese de qualificação)
Sapunaru, Falcao e Guarín não valorizam absolutamente nada…mas não me parece que o pudessem fazer. Guarín depende apenas dele para sair do fosso em que entrou na primeira temporada, e Falcao está a crescer no futebol europeu, e apesar de falhar o Mundial, pode fazer o suficiente na Liga dos Campeões para subir a cotação. Sapunaru tem sofrido com lesões e com a boa forma de Fucile, por isso só um milagre faria com que o rapaz entrasse na equipa nesta altura. A Roménia fez uma campanha deplorável e por isso quase nem chegou a pensar na hipótese de fazer as malas para terras africanas. Ponto, parágrafo.
Considerando que Helton ainda não participou em nenhum jogo (apesar de ser um seleccionável), temos 7 jogadores nas rampas de lançamento para o Mundial, e qualquer um deles parece destinado a ter de participar ainda em mais um play-off de acesso para poderem lá chegar. Portugal, considerando que vence Malta amanhã em Guimarães, terá de disputar mais dois jogos de bota-fora frente a um adversário que pode ser bem complicado, ao passo que o Uruguai tem tudo ao seu alcance para se qualificar directamente (basta vencer a Argentina), ou então, caso não vença, tem de conseguir um resultado melhor que o Equador para ter acess
o ao play-off frente ao 4º classificado da CONCACAF…uff, e dizem que só os portugueses é que sofrem com as matemáticas da qualificação!
Vamos então saltar para um futuro próximo, em que ambas as selecções se qualificam. Helton, a ser convocado só muito dificilmente tiraria o lugar ao seu colega do Inter, Júlio César. Não é melhor, é mais experiente mas não ao mesmo nível e teria um lugar quiçá como 3º guarda-redes. Seria bom para valorização pessoal mas não creio que ajudaria o nosso keeper a subir a sua quota de mercado. Dava para umas guitarradas em Joanesburgo e pouco mais.
No campo dos lusos, Bruno Alves e Meireles têm lugar garantido nas escolhas de Queiroz. Ambos têm sido titulares, apesar da forma menos positiva neste início de temporada, e deverão continuar nessa situação. Tanto um como outro poderão lucrar consideravelmente com um torneio que corra bem, ou então podem ver o seu passe desvalorizado se as coisas saírem tão mal como na Coreia. Bruno Alves esteve na boca do mundo este defeso e poderá ver o seu nome envolvido na imprensa novamente no próximo Verão. Já Meireles teve o suposto interesse do Sevilha e do Valência, que poderá ser reactivado (ou aceso noutros burgos) caso tenha um bom desempenho. Já Rolando e Beto não parecem figurar nas primeiras escolhas, apesar de integrarem igualmente o lote dos convocáveis como segundas opções. Dependeriam de lesões, castigos ou graves abaixamentos de forma por parte dos titulares para passarem a ser primeiras escolhas, mas em nada prejudicaria uma presença na África do Sul. Não são nomes conhecidos do mundo do futebol, por isso era uma boa maneira de lá se colocarem.

Mudando antenas para a selecção Celeste, temos três potenciais titulares, com Álvaro, Fucile e Rodríguez a figurarem regularmente nas convocatórias e nas equipas titulares do Uruguai. Chegando ao Mundial seriam mais uma das típicas selecções sul-americanas de quem nunca se sabe o que esperar. Ou caem sem apelo nem agravo na primeira ronda e os seus jogadores são considerados flops permanentes e os valores caem a pique, ou então fazem o proverbial brilharete, ganham ao Gana e empatam com a Itália para perder num jogo rijo e a roçar a violência frente ao Brasil. Ou qualquer coisa do género.
Aí começar-se-iam a notar os melhores, os mais agressivos e empenhados jogadores, e talvez Fucile ou Álvaro teriam mais mercado, dada a falta de laterais decentes que continua a existir no futebol europeu.
Ainda falta muito tempo para lá chegarmos, mas algumas decisões para o mercado 2010/2011 começam a ser feitas amanhã. Eu vou estar em frente à televisão às 19h45 para ver a nossa Selecção…e depois às 23h00 novamente para ver aquele que vai ser, na minha opinião, um dos jogos do ano, o Uruguai – Argentina.
Maradona, se me estás a ler, e sei que tal é bem provável, esquece lá isso e deixa o Uruguai ir ao Mundial!!!
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