Se isto pega cá…

in BBC Sport

 

Se a nossa Liga (ou a espanhola) seguissem estas regras…Kelvin seria obrigado a ficar no Porto e Ruben Micael no Atlético.

É uma medida que salvaguarda o cumprimento dos contratos e previne a compra em volume de alguns futuros valores que não têm hipótese de se afirmarem rapidamente nos plantéis. Mas será que protege os jogadores?

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Adios, muchachos!

Gostava de descobrir agora uma prosa adequada para dedicar à saída de Falcao, mas não consigo encontrar palavras melhores que as que escrevi sobre ele em Junho deste ano, no resumo da temporada:

“Como é que se descreve uma temporada do nível que Falcao fez desde Agosto de 2010? Podia citar os quase quarenta golos que apontou. Ir buscar as dezenas de artigos que foram escritos a louvar a capacidade goleadora do nosso Radamel. Podia até citar montanhas de opinadores, analistas, treinadores, jogadores, agentes, velhos e novos, todos a elogiar os feitos do colombiano. Chegava o camião de estatísticas que provam que foi um dos melhores jogadores da Europa na época que agora terminou. Decidi, como fiz para o compatriota Guarín, ir buscar um texto que escrevi sobre ele depois do “poker” ao Villarreal: “Quatro golos. Quatro lanças, quatro facas, quatro patadas, quatro tacadas. Quatro vezes me fizeste saltar em euforia nas bancadas hoje no Dragão, distribuindo high-fives pelos meus companheiros. E a cada um desses pulos de puro êxtase futebolístico, só conseguia pensar: que privilégio é ver-te a jogar ao vivo. Assistir às desmarcações, às fintas de corpo, aos remates e aos cabeceamentos que fazes e continuas a fazer. Já levas quinze golos marcados na Europa esta temporada e gostava muito de te ver a fazer qualquer coisa de parecido na próxima com a nossa camisola. Uma vénia para ti. Uma não, perdão: quatro!”. Falcao é dos melhores pontas-de-lança que já vi jogar. Ponto.”

Já sobre Ruben, recupero o que escrevi sobre ele na mesma altura:

Uma pequena decepção. No ano passado, quando apareceu em Janeiro para tentar ajudar uma equipa desmoralizada, partida e com algumas das suas peças mais importantes postas de lado, surgiu como um rei mirolho num grupo de invisuais, porque não sendo genial acabava por estar acima dos colegas…até porque com Raul Meireles a jogar como um refugiado somali, notava-se bem a diferença. Prometeu muito e talvez por isso a malta estava à espera que confirmasse o bom arranque, mas a lesão que sofreu no final da temporada (e que o afastou do Mundial de 2010) levou a que o início de época não corresse muito bem. Belluschi pegou no facho e tirou-lhe o lugar de vez, para depois ceder a posição a Guarín que não deu hipótese a mais ninguém. Ruben nunca conseguiu surgir a um nível que o pudesse fazer recuperar uma posição no onze. Medroso, quase sempre com pouco ritmo e com pouca vontade, só em Fevereiro/Março voltou a jogar decentemente, mas nunca como tinha feito no Nacional, por isso espero muito mais da parte dele em 2011/12. Em termos númericos é evidente: em meia temporada de 2009/10 levou 8 Baías e 1 Baroni. Em 2010/11 foram 5 Baías…e 8 Baronis.

Boa sorte, rapazes. Não guardo rancores, garanto. Para vosso bem,  só espero que tenham feito a opção certa.

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Duelos para a temporada – parte IV

Não tendo intenções de avaliar todas as lutas pela titularidade (escolher entre Hulk e Djalma é a mesma coisa que escolher entre Messi e um maço de tabaco. Djalma, rapaz, desculpa lá, pá, estou a ser duro demais contigo, é na brincadeira, moço!), termino a rubrica no meio-campo, o cerne do jogo da nossa equipa, optando pela comparação entre Ruben Micael, Guarín e Belluschi. Ou seja, é um trielo, não um duelo. Sei lá se a palavra existe, isto é um blog de bola, amigos! Vamos lá:

Fernando Belluschi
Fredy Guarín
Ruben Micael
Posso chutar, mister?
(características ofensivas)
Criativo, inovador, de finta curta e cabeça levantada, falha muitos passes mas tenta sempre a ruptura e parece acreditar em demasia que a bola vai chegar onde a pensou colocar. Em dia bom, é genial. Em dia mau, é uma frustração. A potência de remate é o equivalente a um canhão de água a dispersar manifestantes, mas não só. Arrasta jogo para a frente com força, garra e surpreendente inteligência. Ainda um pouco trapalhão, tem melhorar o passe curto mas está muito melhor nos passes longos. É um jogador posicional, de cabeça levantada e passe simples. Criativo mas organizativo, devia rematar mais quando está próximo da baliza. Continua a perder muitos confrontos físicos porque desiste depressa demais.
Defende em condições?
(características defensivas)
Evoluiu bastante, porque parecia abstraído das tarefas defensivas quando chegou mas parece ter percebido que não se safava se não corresse mais e aprendeu a “encarraçar” o alvo e é hoje um jogador válido num meio-campo que precise de defender. Usa bem o corpanzil e recupera muitas bolas no início da movimentação ofensiva do adversário. Consegue tapar bem o meio-campo mas precisa de se colocar melhor para evitar andar a correr de lado para lado sem resultados práticos. Não será um monumento de força, mas não se pedia tanto. Nem precisava de ser um Vidigal a ganhar ressaltos, bastava-me que pusesse mais o pé quando luta por uma bola. Tacticamente é mais certinho, com algumas falhas posicionais. Joga melhor com um jogador superior ao lado, que coordene a pressão defensiva.
O guarda-redes abdica da barreira…
(lances de bola parada)
Só assusta perto da linha da grande-área. Muito perto. Quase em cima da linha. Já marcou alguns golos mas não parece conseguir consistência no remate. Livres directos? Si señor! É cada míssil que sai dos pés deste fulano que admira-me não ser sempre ele a marcá-los todos. Só tem um problema: raramente vão à baliza. Ouvi dizer que marcou um ou dois golos quando jogava pelo Nacional…mas até agora, das duas uma: ou foram todos carregados de chouriço, ou ainda não conseguiu convencer o Hulk ou o Guarín a deixarem-no chutar a pelota. De qualquer maneira, como não será o melhor cabeceador do mundo, a produção é nula.
Oh amigo, até jogo à baliza!
(versatilidade)
Adapta-se a jogar mais inclinado para a direita como falso médio-ala-direito, mas quando está solto é mais produtivo. Especialmente quando tem um jogador ao lado que percebe a sua movimentação em campo, como Moutinho. Pode jogar a 6 mas deixa de dar à equipa a força e a velocidade em progressão que consegue quando é colocado como médio de cobertura ao médio mais criativo. Pouca. Médio criativo, desde que tenha outro colega na cobertura. Alternativa? Banco, para fazer descansar o titular.
Parto-te todo, ouviste?!
(sistema nervoso)
Não é dos elementos mais estáveis do plantel. Reclama muito faltas que nem sempre o são e ferve em pouca água. É argentino, mas isso não desculpa tudo. Raramente reclama com árbitros mas parece que de vez em quando tem qualquer corrente eléctrica que lhe passa pela cabecinha e desata a perder bolas atrás de bolas sem necessidade. Tem de manter um nível mais consistente de início a fim dos jogos. Outro dia em conversa com um amigo, chamou-lhe “queixinhas”. Sinto-me tentado a concordar. À vasta maioria das bolas que perde segue-se aquela expressão d’O Grito de Munch, com as mãos na face e o apelo ao árbitro como se lhe tivessem raptado um filho. Tem de parar de chorar cada lance e pensar mais depressa no próximo.
So ready for my fucking close-up
(imagem)
Tem aquele ar de puto que na escola agarrava os cabelos das miúdas e lhes roubava os travessões. Já usou o cabelo em quarenta estilos diferentes. Curto, com rabo-de-cavalo, com penacho no topo ou “Rasta Redneck”. ‘Nuff said. Humilde, trabalhador, nunca se deixou ir abaixo e sempre procurou fazer o melhor para a equipa. Tuíta, por isso é sempre passível de lhe ser apanhada qualquer frase em falso como no ano passado em que desabafou para a web e ia-se tramando. Parece ter aprendido e agora os tuítes são pouco mais que entradas no diário de um escoteiro. Simples, humilde, é daqueles rapazes que não deixa que a fama lhe suba à cabeça e continua fiel às raízes. Mas durante muito tempo teve medo de meter o pé à bola, que é o que interessa à malta, e dá-lhe uma imagem de cagarolas. Está a tentar mudar.
Como é a música que cantamos a este gajo?
(relação com os adeptos)
O pessoal tende a enervar-se quando falha passes, o que acontece ao ritmo dos cruzamentos do Folha para a bancada. Os sócios gostam dele mas há sempre quem censure a inconstância das suas exibições. Não acredito que esta postura mude. Uma das maiores transformações que me lembro de ver na minha vida como portista. Começou como um louco trapalhão, continuou a ser um louco menos trapalhão que rematava com força e no ano passado explodiu num jogador quase completo para a sua posição. Não há nada mais a dizer, é um dos nossos. A carreira até agora tem-se assemelhado a uma curva de Gauss invertida. Começou bem, como um mirolho numa terra de ceguinhos, e apareceu do nada para pegar no leme da equipa numa altura complicada, conquistando o pessoal nas bancadas. Lesionou-se e voltou com medo de jogar à bola, sem ritmo nem fibra. Perdeu o capital de simpatia que tinha mas parece estar a recuperá-lo com boas exibições e acima de tudo empenho. Como disse atrás, parece que já não tem medo de meter o pé nas bolas divididas. Just sayin’.

Não incluí Defour ao barulho porque…não sei o que vale.

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Baías e Baronis 2010/2011 – Ruben Micael

 

foto retirada de fcporto.pt

Época: Uma pequena decepção. No ano passado, quando apareceu em Janeiro para tentar ajudar uma equipa desmoralizada, partida e com algumas das suas peças mais importantes postas de lado, surgiu como um rei mirolho num grupo de invisuais, porque não sendo genial acabava por estar acima dos colegas…até porque com Raul Meireles a jogar como um refugiado somali, notava-se bem a diferença. Prometeu muito e talvez por isso a malta estava à espera que confirmasse o bom arranque, mas a lesão que sofreu no final da temporada (e que o afastou do Mundial de 2010) levou a que o início de época não corresse muito bem. Belluschi pegou no facho e tirou-lhe o lugar de vez, para depois ceder a posição a Guarín que não deu hipótese a mais ninguém. Ruben nunca conseguiu surgir a um nível que o pudesse fazer recuperar uma posição no onze. Medroso, quase sempre com pouco ritmo e com pouca vontade, só em Fevereiro/Março voltou a jogar decentemente, mas nunca como tinha feito no Nacional, por isso espero muito mais da parte dele em 2011/12. Em termos númericos é evidente: em meia temporada de 2009/10 levou 8 Baías e 1 Baroni. Em 2010/11 foram 5 Baías…e 8 Baronis.

Momento: Houve poucos, mas relembro o golaço contra o Rapid Viena na fase de grupos da Liga Europa. Falcao amortece para trás e Ruben surge com um remate bem colocado e  faz o terceiro para o FC Porto.

Nota final 2010/2011:

BARONI

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