Baías e Baronis – CS Marítimo 0 vs 2 FC Porto

foto retirada de desporto.sapo.pt

A impressão que este jogo me deixa é de uma intensa ambiguidade. Por um lado a vitória é justa num campo difícil, com dois penalties limpinhos bem aproveitados ao contrário de outras situações (menos que o costume) de jogo corrido que não foram tratadas com a mesma eficiência que esses pontapés a onze metros sem barreira. Pelo outro lado, o meu lado mais cínico, fiquei com a impressão que o FC Porto fez o que pôde para não ganhar o jogo na Madeira, tal foi a quantidade de perdas de bola a meio-campo, facilitismos a meio-campo e a contínua saga do “porque é que o James raramente joga em condições quando entra de início?”. Mas lá conseguimos aguentar a não-muito-intensa pressão que nós próprios criamos, como tem sido há tantas jornadas e vai continuar a acontecer mesmo até ao fim, a não ser que o Rio Ave seja grande amiguinho. Vamos a notas:

 

(+) Hulk É impossível pensar no FC Porto 2011/2012 sem Hulk. Não só pelos golos e pela braçadeira de capitão que usa no braço, mas acima de tudo pela flexibilização táctica que permite à equipa e ao treinador que a gere. Hulk é o “joker” ofensivo que Vitor Pereira usa sempre em jogos onde prevê que a movimentação no ataque é essencial para que a frente criativa e finalizadora seja o mais versátil possível e fá-lo sempre ao abdicar do ponta-de-lança fixo para pôr Hulk a vaguear pela frente. E o homem faz sempre jogos esforçadíssimos, chega ao final das partidas a suar em bica e com um ar visivelmente desgastado mas é quase sempre o melhor em campo. Hoje foram mais dois golos mas em nenhum dos penalties foi ele o causador. Mas em várias outras jogadas (aquele falhanço do Lucho…) foi o principal elemento ofensivo do FC Porto por mérito próprio e que se notou ainda mais pelo apagamento de James e Varela. Ou seja, o normal. Se conseguirmos ser campeões, devemos o título em grande parte a Hulk.

(+) Lucho Concordo com Freitas Lobo: foi o melhor jogo de Lucho pelo FC Porto…desde Janeiro de 2012. Esteve empenhadíssimo, lutador nas bolas divididas, criativo nos passes longos, perfeito na construção de jogo e no equilíbrio do meio-campo, foi o elemento mais inteligente (esteve bem melhor que Moutinho hoje à noite) da equipa e se não tivesse falhado aquele golo feito depois de mais uma facada de Hulk na defesa do Marítimo, tinha sido o homem do jogo.

(+) Maicon Tentando-me alhear de mais uma sessão orgásmica do Freitas Lobo nos comentários durante a emissão da SportTV sempre que falava de Maicon, a verdade é que o brasileiro fez mais um bom jogo. Apenas uma paragem cerebral (quando hesitou entre atrasar ou não para Helton e viu o adversário a roçar a bola, quase ficando isolado em frente ao nosso keeper) durante o jogo todo e alguns excelentes passes a meia-distância que funcionaram como válvula para libertar a pressão na nossa área. Esteve bem, como tem sido hábito nos últimos tempos.

(+) Sapunaru Mais um bom jogo do romeno, a tapar as subidas de Ruben pelo flanco e a ajudar sempre ao meio quando era necessário. Não tendo sido tão interventivo no ataque como noutros jogos, não inventou na zona mais recuada e ajudou a manter a defesa com a estabilidade que era necessário. Esteve bem e safou-se do amarelo por isso está disponível para jogar contra o Sporting. Boa, precisamos de alguém que espete um murro no Insúa.

 

(-) O cagaço Começou com Vitor Pereira mas era evidente que se iria arrastar para o campo. A decisão de sobre-povoar o centro do terreno e deixar Djalma e Hulk na frente (com Lucho a aparecer no meio dos dois) não me agradou. É uma perspectiva resultadista e compreendo a necessidade de apelar ao realismo, percebo que na 28ª jornada não é altura para afirmar a grandeza de uma equipa e também consigo intuir que a capacidade autoritária de mandar no jogo depende directamente da força física e mental dos intervenientes no decorrer da uma partida…mas foda-se, Vitor, e se tivesses sofrido um golo? Um mau atraso, uma desconcentração, uma bola que foge das mãos…then what? Ias para a frente como uma locomotiva sem travões? Pois, eu percebo, mais vale dar a bola aos outros gajos e garantir que eles não podem causar perigo. Jogar como fez o Chelsea em Nou Camp, portanto. Mas a diferença é que o Marítimo não é o Barça. Pronto, Jorge, deixa lá isso, correu bem. Mas podia não ter corrido.

(-) James Estou farto. Palavra que estou. Se não queres jogar à bola durante noventa minutos, porreiro, mas não impeças os outros de o fazer, miúdo. E alguém me explica como é que um jogador com o talento que este rapaz tem para jogar futebol tem tanta dificuldade em manter a bola estável no relvado e o primeiro instinto dele quando recebe uma bola aérea não é o de a colocar parada na relva mas deixá-la a pinchar como uma miúda num trampolim?! Não percebo, palavra, e estou a perder a paciência com o puto, porque a produtividade tem de começar no momento em que o jogo arranca e não só quando lhe apetece. Não se chama Ricardo Quaresma e ainda não tem estatuto para isso.

(-) Briguel Já há vários anos que vejo futebol e já acho normal se de vez em quando me enervo com alguns jogadores adversários. Javi Garcia, João Pereira, Filipe Anunciação, André Leão, Nuno Assis, todos eles fazem parte de um grupo de “pet-peeves” meus, nos quais está incluído o actual capitão do Marítimo. Nutro tanta simpatia por este madeirense como pelo presente que deixei há pouco no vaso sanitário onde tive um alívio em formato sólido há alguns minutos e aposto que uma grande parte dos adeptos da bola partilham esta opinião. Não conheço o rapaz mas admito que seja um tipo porreiro fora do campo. Duvido, mas admito. Ainda assim, quando o vejo no relvado há algo dentro de mim que sobe à superfície e sempre que o gajo abre a boca, toca no peito, reclama com o árbitro, insulta os colegas, apetece-me ir a casa do João Pereira e pedir-lhe desculpa por tudo que já lhe chamei. Porque enquanto Briguel estiver em actividade no nosso futebol, é talvez o jogador mais sobrevalorizado da nossa Liga. E sabem qual é o mais engraçado nessa sobrevalorização? Toda a gente continua a achar que ele é uma merda de um jogador. Go figure. De qualquer forma, este foi mais um jogo à Briguel. Só fez borrada no flanco direito, deu pancada em tudo e todos, acertou em Varela, Moutinho, James, Hulk, Djalma, Lucho. Quantos mais viessem à frente e mais levavam. Os colegas Rafael Miranda ou Olberdam (no primeiro minuto, sem amarelo) fizeram o mesmo. E este monte de estrume tem a distinta lata de vir reclamar do árbitro, juntamente com o treinador? Não há ninguém que o encontre na rua e lhe mije na boca?

 

Estamos quase lá, minha gente. Um campeonato que não é fácil quando começa e que nós, fruto de muita parvoíce, más decisões e fracas performances, conseguimos tornar ainda mais complicado. Mas conseguimos também levantar a moral em alturas complicadas e este jogo no Funchal fez-nos passar a barreira do check-in para o controlo de segurança e estamos já com a porta de embarque à vista. Só falta mesmo chegar às escadas, escolher o lugar, ouvir o piloto a explicar sucintamente o plano de voo e…acabar com metáforas sobre aviação que já enjoa, sinceramente. Estamos quase lá, minha gente. Estamos quase lá.

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Ouve lá ó Mister – Marítimo


Amigo Vítor,

“Este é o jogo mais importante da época”.

Espera.

Esta frase já foi dita tantas vezes durante a temporada que deixou de ter qualquer tipo de impacto considerável na mente dos adeptos, por isso nem imagino o efeito inócuo que terá nos jogadores e mesmo em ti. Já se usou esta frase no Apoel, depois no Dragão contra o Zenit, em Coimbra, em Manchester, na Luz, em Braga…e agora na Madeira. Perdeu o significado, como tudo que é levado ao exagero e à crónica repetição de tantos clichés que a imprensa e tanto adepto gosta de usar. É o “tudo ou nada”, o “mata-mata”, o “confronto final”, o “tira-teimas”, qualquer um destes ou mais quarenta e nove frases do género. É os tomates, é o que é. È mais um jogo que não decide nada. É mais um jogo para ganhar, só isso.

Tenho várias propostas para este jogo, que sei que só vais aceitar se te apetecer, o que acho muito bem e não espero que seja de outra forma. Assim sendo, proponho que apostes no Djalma em vez do James na frente e deixa estar o Rolando no banco. Passo a explicar, rapidamente que não tens tempo a perder. O Djalma conhece o Briguel e sabe que ele só não está internado num qualquer manicómio porque é Madeirense e eles lá protegem os deles e muito bem. Para além disso, enquanto o James continuar a fazer as primeiras partes dos jogos ao nível que tem vindo a fazer…eu punha-o ao banco; Maicon e Otamendi estão a entender-se bem e estragar essa empatia…só pode partir deles, não de ti.

Por isso vamos à ilha. A viagem é gira e o ambiente agradável. Não caias nos buracos das dívidas nem nas armadilhas dos Barreiros. Traz de volta três pontos. É o que todos estamos à espera que aconteça.

Sou quem sabes,
Jorge

 

APOSTAS PARA HOJE NA DHOZE:

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 0 CS Marítimo


Numa noite em que houve a maior concentração de jantares de Natal por quilómetro quadrado, optei por ir ao Dragão e juntar-me mais tarde com a minha turba. Escolhi bem. Mais ou menos. Sofri mais do que devia, mas valeu a pena, porque ver o FC Porto a lutar, a enfrentar as dificuldades que lhe são colocadas e a sair por cima, com mais ou menos atabalhoamento, é sempre positivo. E hoje foi mais um desses jogos em que tudo parecia sair torto nos últimos vinte metros, onde Peçanha defendia tudo, Hulk não acertava uma e Belluschi tentava fintar o guarda-redes em vez de rematar para a baliza. Valeu Rodriguez, na perfeição do posicionamento e do esforço, a marcar um golo de redenção perante os adeptos e o seu treinador. No fim de contas fica o 52º jogo sem perder, mais umas dezenas de remates e ataques e a prova que a única coisa que fazia falta à equipa era confiança e espírito de sacrifício. Siga para as notas:

 

(+) Otamendi O posicionamento durante todo o jogo foi brilhante. Quase cem por cento das bolas que disputou foram ganhas, quer por antecipação ou pelo uso do contacto físico onde nunca teve problemas em ir à luta com qualquer avançado do Marítimo. Ou médio. Ou defesa, até porque a “culpa” do segundo golo é totalmente dele, ao aparecer ao primeiro poste num canto marcado…ao primeiro poste, o que é estranho tendo em conta o aproveitamento dos lances ofensivos que saem das bandeiras na linha de fundo. O perfeito domínio de bola e o jogo simples e prático foi um dos responsáveis pela contínua posse de bola que tivemos durante todo o jogo, e não fosse aquela pequena hesitação que deixou passar Danilo Dias para acertar na trave…e teria tido uma partida perfeita.

(+) Fernando Mais um jogo em que o Polvo esteve em grande. A cobertura defensiva não foi o ponto vital do jogo mas a forma como Fernando avançou no terreno com a bola e constantemente impôs o corpo em frente aos jogadores do Marítimo, bloqueando todas as tentativas de ataque pela zona central que não consistiram em pontapés para a cabeça de Baba. Ou acham que o Marítimo tentou esse tipo de ataque tão criativo “à Stoke” por acaso? Não. Fizeram-no porque Fernando era impossível de ultrapassar. Mais uma vez.

(+) O esforço de Belluschi Não esteve bem o outro Fernando do nosso meio-campo hoje. Mexeu-se muito, passeou por todo o campo e mostrou empenho, garra, alma, força. E falhou muito, muito mais do que lhe é permitido e em situações que não pode, simplesmente NÃO PODE falhar. Por mais que um motivo, porque falha golos que são mais fáceis de marcar que falhar, porque faz a equipa tremer quando pode relaxar, porque ele próprio precisa de marcar, de jogar e fazer jogar. Esteve mal. Então porque raio leva um Baía?! Porque nunca desistiu. Porque já vi tantos jogadores a baixarem os braços, literal e figurativamente, depois de falharem um lance como o que Belluschi hoje desperdiçou em frente a Peçanha (ó pá, então tu vais fintar o gajo e deixas a bola da parte de dentro para o keeper lá chegar com as mãos?! Eres loco, hombre?!), mas ele continuou. Insistiu, apesar da brutal assobiadela que apanhou, de todos os milhares de impropérios que ouviu nos segundos que se seguiram ao lance, da desestabilização mental que sentiu, mas insistiu. Never give up, never surrender, pensou o nosso Alenitchev em versão argentina e continuou a lutar até oferecer o primeiro golo a Rodriguez. O uruguaio celebrou mas o argentino também o mereceu.

 

(-) A ineficácia. Outra vez. Mais uma vez. Não é possível manter um controlo tão grande dos jogos, com níveis de posse de bola consistentemente nos 65%, dezenas de ataques e remates…e marcar tão poucos golos. Nos últimos dois jogos o domínio ofensivo foi avassalador, sufocante, com a intensidade necessária e o controlo de bola e o compasso a ser pautado por nós, só por nós. As outras equipas, escondidas atrás de várias cortinas de jogadores mais preocupados com o pontapé para a frente do que com a construção de jogo ofensivo, vão-se safando como podem e confiam no guarda-redes para brilhar, como tem acontecido. Mas a culpa de todos estes pequenos sofrimentos é inteiramente nossa. É preciso começar a ter mais calma e a melhorar a concentração nos últimos 15/20 metros, porque a construção é boa mas a finalização nem por isso. E cada vez mais me convenço, como sempre foi a minha primeira ideia, que Hulk não pode servir para jogar no centro a não ser em ocasiões de alternativa pontual. Porque o que precisamos mesmo é de um finalizador, que se limite a empurrar a bola para a baliza e dê seguimento à enxurrada de lances ofensivos com inteligência e faro de golo. Um Gomes, um Falcao, um Lisandro, um Jardel. Raios, até um Pena servia neste momento!

(-) Duarte Gomes Mais uma vez (a frase mais usada neste post, é verdade) fomos prejudicados pela excelente arbitragem deste rapaz e dos seus companheiros de destruição portista. Apesar de não ser um jogo contra o Benfica, onde o moço brilha com foras-de-jogo claros como o de Saviola na Luz, ou a absurda expulsão de Otamendi…olha, na Luz também, desta vez lembrou-se de aparecer no Dragão para estragar a noite a todos. Não conseguiu, por pouco, porque para além do penalty sobre Belluschi na primeira parte que até Calabote teria assinalado, passou grande parte da partida a permitir jogo duro do Marítimo e punindo qualquer voo madeirense com uma falta a favor deles. E as fitas de Peçanha, aliadas ao desperdício intenso de tempo que o brasileiro se dignou a mostrar na fria noite do Dragão, tudo era uma parte da peça que Duarte Gomes se lembrou de protagonizar na Invicta. Para além do ar arrogante com que lida com todos os lances, é mais um exemplo de um rapaz que é elogiado pela nossa tão-querida imprensa, laudado com os méritos que não tem e colocado nos pedestais que criam para este tipo de mitos com apito na boca. De que côr quiserem.

 

Chegamos ao fim de 2011 com uma marca simpática e trinta e dois mil no Dragão a puxar pela equipa, a pressionar o adversário, a incentivar quando era preciso e a criticar nas mesmas alturas. Gostei de ver e ouvir as claques, tanto os Super como o Colectivo, o público a cantar e alegrado pelo espírito de um Natal que não será feliz nem descansado para todos. Mas os cinquenta e dois jogos sem perder já não nos tiram, nem o primeiro lugar no final do ano. Vai ser difícil mantê-lo até ao final…mas parafraseando as sábias palavras de George Costanza: “We’re back, baby!”.

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Ouve lá ó Mister – Marítimo


Amigo Vítor,

O Natal está aí à porta e tu pareces-me ser um gajo para se sentar com uma bela pratada de bacalhau com batatas, regado com belo azeite (no meu caso fervido, no teu não faço ideia), rodeado por família e amigos, para partilharem a ceia do vinte-e-quatro em paz e harmonia.

Mas antes disso, é preciso desfazer o Marítimo. Rasgá-los como se fossem uma folha de papel vegetal e mandá-los de volta para a Madeira com o rabo quentinho e as nádegas aconchegadas, com uma nota para o Pai Natal a dizer: “Oh gordo, estes rapazes foram bonzinhos. Dá-lhes lá um combóio de brincar ou qualquer paneleirice dessas. Eles merecem. E vê lá se este ano não te enganas na chaminé que o Sr.Martins ali do 3º Direito já se queixou ao condomínio e não estou para ser chulado pela empresa outra vez. Um abraço.”

E de tanta treta que se disse desde que eles jogaram contra o Benfica, o que interessa para nós é mesmo o facto de faltarem três jogadores. O Roberto Sousa ainda bem que não aparece cá porque quando cá esteve com o Leixões ainda nos tramou a vida. O Ruben Ferreira que levou a patada do Cardozo e o Rafael Miranda, que também não cá estarão, não me fazem mossa, mas o Olberdam…oh pá, esse gajo até sabe jogar à bola mas o principal é o nome…se o Olberdam fosse americano dava para ser um nome de barragem, mesmo ao lado do Hoover. Era lindo, garanto.

Enfim, vamos em frente. É o penúltimo jogo do ano mas este é para a competição que interessa. Quero acabar o ano em primeiro. Anda lá, para não me cair mal a aletria.

Sou quem sabes,
Jorge

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Baías e Baronis – Marítimo 0 vs 2 FC Porto

 

foto retirada de desporto.sapo.pt

Simples, simples, simples demais. O jogo ideal para antecipar a final de Dublin, com um ritmo baixíssimo, pouca necessidade de grandes sprints e entradas de carrinho, contra uma equipa macia demais para lutar por um lugar europeu. Como tantas outras por esse Portugal fora. Demos mais uma imagem de qualidade, de respeito pela competição e de clara vantagem em relação a qualquer uma das outras quinze equipas do nosso campeonato e a vitória, tanto no jogo como na Liga nunca poderia ser entregue a outra formação. Cinco estrelas. Vamos a notas:

 

(+) James É claro o ascendente de James na equipa. A forma desinibida com que agora joga, com facilidade no controlo e na visão de jogo, mostra que a gestão do seu esforço e acima de tudo do seu talento foi feita na perfeição. Entrou devagar, devagarinho na equipa, às vezes na ala no lugar de Varela, outras a jogar no meio como ponto mais avançado de um losango central. Mas é óbvio que rende bastante mais quando lhe é permitido bascular da linha para o centro com a bola nos pés e hoje foi notória a diferença entre o James de Setembro/Outubro e o de hoje. Muito bem.

(+) Guarín Continua a provar que todos estávamos enganados quando o considerávamos a pior coisa a sair da Colômbia desde que o Bermúdez jogou no Benfica. O passe para o golo de Varela é excelente mas é acima de tudo a intensidade física e técnica que o vejo a mostrar no meio-campo que faz dele imprescindível na equipa. Se Belluschi começou a época em grande, Guarín vai fazer o mesmo do meio até ao fim. E só lhe falta brilhar na final da Europa League, porque na Taça de Portugal já foi herói no ano passado.

(+) Beto Num jogo em que o FC Porto controlou perfeitamente, disputado quase a ritmo de treino e sem grandes correrias nem exageros físicos, como se queria, acaba por ser curioso escolher Beto como uma figura da partida. Mas a verdade é que o nosso pequeno grande guarda-redes esteve excelente. O Marítimo deparou-se com um rapaz que se nota ter jeito para a coisa e que me continua a dar todo o ar de quem quando era puto preferia jogar à frente mas “os grandes não deixavam”. Beto defendeu tudo o que podia defender, tanto na baliza como fora dela, em remates de longe ou em lances de 1-contra-1, com a mão ou com a cabeça. Merece uma salva de palmas enorme.

(+) Dragões madeirenses O estádio está em obras e leva pouca gente. Mas o pessoal que lá estava era na maioria azul-e-branco, com um apoio constante de início a fim do jogo. Foi bonito de ver tantos portistas que vivem a milhares de quilómetros da Invicta, a vibrar e a merecerem festejar o triunfo da sua equipa, das suas cores, da sua convicção clubística naquele paraíso no meio do Atlântico. Passe a publicidade gratuita, mas se puder dê lá um salto. Vai ver que não se arrepende. E com tantos portistas, o povo só pode ser boa gente!!!

(+) Quase 50% de Portugueses no onze Não é normal hoje em dia no futebol português ver uma equipa com tantos portugueses, excluindo, meritoriamente, o Sporting. Beto, Sereno, Rolando, Ruben Micael e Varela alinharam durante o jogo, faltando Moutinho para passar a metade. É evidente que o jogo inclui algumas opções secundárias, mas todos eles têm vindo a jogar mais ou menos tempo na equipa principal, a titular (Rolando e Varela), como primeira opção em termos de lesões (no caso de Sereno), por opções tácticas (Ruben Micael) ou simplesmente para manter o povo bem-disposto (Beto). Gosto de ver.

 

(-) Otamendi Se no jogo contra o Paços foi Rolando a levar um cartão castanho, hoje a vez cabe a Otamendi. Perdi a conta às falhas que teve durante o jogo, fosse por calcular mal a trajectória da bola ou simplesmente porque lhe saía uma rosca quando pontapeava para a frente. Gostava imenso que Otamendi fosse um líder nos próximos anos de azul-e-branco ao peito, mas um líder, para lá de comandar as tropas no balneário, tem de o mostrar em campo. E Nico, amigo, tens de subir o nível.

 

 

E acabou o campeonato. Vencemos porque ao longo de trinta jogos fomos de longe os melhores, os mais consistentes, os mais lutadores, os mais agressivos e os mais competentes. O recorde que Villas-Boas iguala acaba por ser natural e dos seis pontos perdidos, todos eles me ficam atravessados. Em Alvalade por causa da arbitragem; em Guimarães pelo excessivo relaxamento na segunda-parte; no Dragão com o Paços por falhas defensivas em excesso. Mas não nos foquemos nos pontos perdidos e sim nos ganhos. Foram 27 vitórias, algumas mais sofridas, outras mais fáceis, umas merecidas outras nem tanto, mas foram 27. Parabéns aos jogadores e a toda a equipa técnica. E agora, pensem lá em trazer o copo de príncipe em ponto grande para a Invicta!

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