Ouve lá ó Mister – Portimonense

Camarada Sérgio,

Para teres uma ideia da importância deste jogo no meu imaginário, repara no que eu escrevi antes do último jogo contra o Portimonense no Dragão:

Ainda estou de barriga cheia. Para além da pança que protubera alegremente do meu torso, tenho aqui 5 batatinhas que me cairam tão bem no Domingo. Foi uma noite épica que todos vamos recordar quando daqui a uns 20 anos nos encontrarmos à entrada do Dragão e pensarmos: “Será que é hoje que damos outra mão de golos aos vermelhudos?”. Mas a vida continua e os bons momentos como esse são marcantes mas sabem a pouco se não continuarmos a ganhar nos outros jogos, não é? Afinal, para o objectivo final…foram só mais 3 pontos, valeu tanto como ganhar à Académica na piscina municipal de Coimbra ou ao Beira-Mar no Dragão. Foi a mesma coisa.

Foi em Novembro de 2011. Walter foi titular (e marcou), Helton reinava na baliza e a equipa acabava de registar um dos resultados mais mágicos da sua história, num jogo que ainda hoje faz qualquer portista esboçar um sorriso. A somar a isso tínhamos um plantel valioso mas com poucas opções alternativas, um treinador portista e carismático e seguíamos na frente do campeonato. Parece-te familiar?

Acabámos por vencer esse jogo por 2-0. Não me chateia se repetirmos a façanha, tanto no jogo como na época.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Rio Ave

Camarada Sérgio,

Não foi lá grande coisa o jogo da passada quarta-feira, pois não? Nada nadinha nadica e apesar de estar convencido que foi uma nuvem passageira, lá vou eu começar com o discurso do “espero que não deixe marcas, yadda yadda yadda”. Mas espero mesmo, porque se estás a trabalhar esses rapazes para eles brilharem e rebentarem com os rabos dos adversários directos, não vai ser uma merdice de uma derrota que te vai mandar abaixo, nem a ti nem a eles!

E é esse espírito que estou à espera que ponhas em campo hoje à noite em Vila do Conde. Não quero saber se está vento, se as riscas das camisolas deles são queriduchas ou se o Tarantini vai jogar. Espera, o Tarantini vai jogar? Cabrão do humanista que para lá de nos tramar com gosto ainda é um gajo bem esperto. De qualquer forma, quer o Tarantini jogue ou não, é para ganhar. Mas preferia que não jogasse, só por causa das coisas. A sério que o estupor vai mesmo jogar? Pá, tenho-lhe tanto respeito fora do campo como tenho vontade que lhe dê uma caganeira durante noventa minutos lá dentro. Mas enfim, voltando ao assunto, jogue quem jogar, é para ganhar, mais uma vez. Há que continuar a seguir viagem e esquecer por momentos que há competições para lá desta porque esta é mesmo a que interessa até a voltarmos a ganhar. Depois podemos pensar nas outras, Sérgio, acredita.

Boa sorte. E espero que não esteja muito vento, se o Marega já se vê lixado para controlar uma bola, que fará se a bola andar sempre a mexer mesmo quando devia estar parada…

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Besiktas

Camarada Sérgio,

É o hino, estou convencido que é o hino. Ao passo que o nosso já é tão conhecido como a sardinha e sai das nossas goelas numa manifestação de amor fraternal, servindo como ponto de união e reverência colectiva no arranque dos jogos, não é bem a mesma coisa. O hino da Champions tem um efeito diferente em todas as pessoas que se deslocam ao estádio a meio da semana, muitas vezes em noites frias e chuvosas, fazendo com que nos aproximemos todos de um objectivo comum e de um patamar em que raramente podemos aspirar a ser mais do que meros peões na luta de outros cavaleiros mais fortes. E somos mais do que escudeiros nesta cavalariça competitiva, temos também de perceber isso. Afinal já a ganhamos por uma vez neste formato e outra no formato antigo, por isso não há que ficar acanhado nem medroso perante malta um bocadinho mais hip do que é normal. Apanhamos velhos e novos, ricos e pobres (talvez seja melhor dizer não-tão-ricos para não soar demasiado Buffetesco), grandes e pequenos, fortes e fracos. E vamos continuar a fazê-lo porque esta competição, seja pelo hino, pelo nome ou pelos adversários, é diferente de todas as outras.

E é o teu primeiro jogo, Sérgio. É o primeiro de muitos que aí virão num futuro próximo, por isso sê natural, fiel aos teus princípios e não embandeires em arco se venceres mas também não desanimes se não correr tão bem. Mantém o foco, tenta vencer o jogo mas aborda isto não como o último desafio mas como mais um a ter ao longo do ano. O campeonato continua a ser o foco principal mas no FC Porto, como já sabes, não se joga para fazer número: é sempre, sempre para ganhar. Ao Besiktas ou ao Bayern!

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Chaves

Camarada Sérgio,

Já estamos todos com saudades da bola a sério, que isto da Selecção só é porreiro para um gajo ganhar Europeus e pouco mais. O que interessa é mesmo o azul e branco e o resto é conversa de treta para treteiros e adeptos ocasionais. E este jogo é mais um daqueles que me lixa a moleirinha porque é o primeiro jogo que vamos ter antes de um confronto europeu. Já sei que já não é a primeira vez que falo de “primeiras vezes”, mas estás cá de novo e garanto que no próximo ano já não vou fazer isso, até porque ainda vais por cá andar e vais andar de peito feito com o título de campeão acabadinho de ganhar e já não ligas nenhuma ao je. E é para o lado que durmo melhor, garanto-te.

Vais começar já hoje a inventar, parece-me. Com o Jesus e companhia mariáchica a chegar mais tarde e meia rotinha, se calhar vais lembrar-te de enfiar o Maxi a lateral e o Ricardo a extremo. Não me parece mal mas talvez possas mesmo apostar no Hernâni, afinal o rapaz tem de mostrar alguma coisa, certo? E na frente, o Soares volta? É desta? Ou o Moussa continua a surpreender o mundo ao manter a titularidade, faz um poker e faz capas de jornais do Porto até Ulan Bator? Está nas tuas mãos, rapaz!

Escolhas quem escolheres, é um jogo para ganhar cedo e arrumar sem piedade, mesmo que do outro lado esteja o último treinador a ser campeão pelo FC Porto. Até porque do nosso lado está o próximo.

Sou quem sabes,
Jorge

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Ouve lá ó Mister – Braga

Camarada Sérgio,

Chegamos ao primeiro teste a sério da época, ou pelo menos é o que me dizem que nestas coisas da bola começo a pensar que não percebo nada disto e que só estou aqui a botar faladura como se fosse um mero blogger ou podcaster ou twitterer ou lá o que raio é que eu sou nesta bluegosfera. O que me interessa é que posso falar para ti porque me estás a ouvir. Ou a ler. Whatever. @CoachConceicao for the win.

Depois de mais um episódio de roubalheira das boas em Vila do Conde, eis que estamos perante uma montanha para trepar e ao fim de três jogos este é um dos que vão deixar marcas, porque se conseguimos ganhar, passaremos para a frente do Benfica…mas se não conseguirmos ganhar, perdemos a primeira oportunidade de passar para a frente do Benfica. E podes pensar que ainda é cedo e tal e que ainda faltam trinta jogos depois deste, mas são estas as alturas em que testam a nossa fibra e a nossa garra, o nosso querer e a nossa vontade. E é exactamente aqui que temos de mostrar que estamos cá para ganhar esta merda toda e para regressarmos ao lugar de onde nunca quisemos sair. Tu e eu, pelo menos.

Por isso, meu caríssimo Sérgio, entra em campo com a ideia certa: rebentar com esses gajos. Mostra ao Braga que estamos cá para limpar isto. E não te esqueças que vais ter um país inteiro a torcer por eles. Afinal, Braga é terra de padres, não é?…

Sou quem sabes,
Jorge

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