Free Pub Post – Planear na Playnify

Há alturas em que um gajo só sente são no meio de uma futebolada. Ou um três-contra-três com uma bola de basket na mão e logo de seguida no cesto. Ou até um estupendo duelo de ténis com o Antunes da informática que se pode até transformar numa companhia regular para mandar abaixo aquelas gorduras em excesso que, convenhamos, ele sabe perfeitamente que tem e nota-se ao longe, ouviste, ó gordo? Bem. E quem já teve o trabalho de organizar jogatinas entre amigos sabe perfeitamente que há sempre um que vai apanhar a bebedeira no dia anterior, outro que tem o puto doente, ainda outro que “ah estou sem carro porque deixei que o líquido das válvulas chegasse às bombas de projecção” ou qualquer cena parva de mecânica automóvel que eu francamente não consigo entender nem quero. E depois é preciso arranjar um gajo à última hora e afinal já não há jogo e um gajo fica sem despachar a vontade de dar treze chutos no esférico e está a semana estragada.

Aqui entra um software imaginado por um amigo e ex-colega de trabalho, que se deparou várias vezes com este mesmo problema e presumo que depois de o tentar afogar em diversos litros de Cardhu resolveu fazer alguma coisa para o resolver de vez. E nasceu o Playnify, uma solução web que facilita o agendamento de jogos entre amigos, colegas de trabalho ou até entre perfeitos desconhecidos. É o equivalente do que fazia antigamente em que chegava aos sábados de manhã ao Parque das Camélias, sede do Vasco da Gama com uma t-shirt e calções, sapatilhas calçadas, bola no saco e vontade de a fazer pinchar contra o asfalto. Rapidamente havia um ou outro grupo onde faltava um jogador e já lá estava a jogar. Impecável. O Playnify acelera esse processo, antecipando-o. É excelente para pick-me-up games deste género porque se pode filtrar por local, evento, desporto…dá para procurar amigos, consultar ligas privadas, pesquisar jogos que estejam agendados e onde falte gente! O projecto tem imenso potencial e começa a surgir massa crítica suficiente o que faz com que já existam comunidades que se vão criando e que permitem a desportistas quase semi-profissionais na desorganização…se tornem um bocadinho mais organizados e não percam um minuto de suor bem aplicado.

Dêem lá um salto: www.playnify.com. Vão ver que vale a pena e ainda conhecem malta porreira. Não garanto é que sejam todos portistas.

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Reductio Ad Fortuna

É impossível não pegar no leitmotif dado por Jesus, que na sua forma boçal e sempre genuína de dizer as coisas, em parte mal-intencionado e em parte muito mal-intencionado, acaba quase sempre por agitar as águas de uma maneira que não deixa ninguém indiferente. E arrancando para a primeira de três partes com títulos pedantes adaptados de outros tantos “reductios” que por esse mundo pulam e nos fazem avançar, proponho-me lidar com a sorte.

O jogo de Braga, como tantos outros que nos são favoráveis, foi sorte. É uma sorte do caraças conseguir o golo da vitória a um minuto do fim, como Coentrão na Luz frente ao Marítimo ou Miguel Garcia em Alkmaar. É aquele chouriço, o paio, qualquer outro enchido que vos apeteça usar como metáfora.

Mas a vontade, o querer, a determinação de continuar a chegar à frente para buscar algo mais que um empate, nada disso é sorte. A sorte é apenas um corolário do resto do tempo em que uma equipa procura fazer o que a outra não quer deixar, favorecendo a audácia que todos gostamos de dizer que temos mas que poucos de nós a conseguem alcançar porque a grande maioria desiste e senta-se, amuado, queixando-se do azar. E anos após anos após infrutíferos anos temos vindo a ouvir as piadas do “estes gajos é que têm sorte, calham-lhes sempre os piores no sorteio“, quando os factos tantas vezes contradizem a corrente. Anos após anos após inevitáveis anos em que o resto do mundo, civilizado ou talvez não, nos aponta a dedo pelas contratações falhadas, pelos Leos e Leandros Limas, pelos Zwanes e Mogrovejos, pelos Maciéis e Baronis (já deviam estar à espera deste…), mas quando se fala dos Cissokhos, Luchos, Andersons ou Lisandros, “aqueles cabrões têm mesmo sorte por conseguirem vender esses mancos por tanto guito“. E anos, anos e mais anos se passam para que continuemos consistente e pevidosamente a ouvir a ladaínha do “é sempre sorte, caralho, é sempre sorte que a bola parece que vai ter com eles!” quando falam de jogadores como Jardel, Lisandro, Pepe, Deco ou Falcao, que cá eram ostracizados para a glória de uma só cor, quando no instante que saem da alfândega se transformam em monumentos ao futebol, predestinados com a mão de Apolo em cima das cabeças que nasceram para trazerem novo brilho à bola que tanta fome tem destes talentos.

Foi sorte termos vencido em Braga. Foi sorte, claro, porque no Verão de 2010 decidimos arrematar James das garras da águia. Sorte também por Jackson ter assinado por nós em vez de tentar a sorte em Anfield. Sorte por Moutinho se chatear com o Sporting, sorte por Helton substituir Baía, sorte por Mangala não estar emprestado, Fernando lesionado e Otamendi lesionado. É por sorte que Vitor Pereira lá está, é por sorte que Varela cá fica e por sorte que Lucho voltou.

É tudo sorte. Nem sei porque não apostam em nós. Já tinham feito uma fortuna.

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Um meio-campo para todas as eventualidades

 

Mikel, Pedro Moreira, Fernando, João Moutinho, Podstawski, Steven Defour, Castro, Danilo, Sérgio Oliveira, Lucho Gonzalez, James Rodriguez, Kelvin, Atsu, Iturbe.

De uma assentada, reparem nos nomes que podem figurar no próximo meio-campo do FC Porto. É verdade que cada um deles têm as suas próprias valências, uns mais defensivos e com uma perspectiva do jogo um pouco mais rija, como um sniper numa qualquer torre pronto a abater quem aparecer perto da zona quente onde se guardam as munições ou as tostas mistas com o queijo derretido na perfeição. Isto das guerras não é muito comigo, peço desculpa. Outros, guardados pelos primeiros, são os transportadores de jogo, os “box-to-box”, ou “b2b” para parecer mais mediatizável. Sâo habitualmente os mais inteligentes, os que preferem aplicar o neurónio em vez de se aplicarem num qualquer perónio. Ainda há dois que faltam: os utilitários polivalentes e os génios irreverentes, só para rimar. Os primeiros jogam em qualquer lugar e não se queixam porque não têm posição certa. Os segundos jogam em qualquer lugar mas queixam-se sempre que não estão na posição certa. Egos.

Se olharmos para o que pode ser a constituição de um putativo meio-campo para a próxima época, as hipóteses tácticas são infindáveis. E não há nada que goste mais que criar hipóteses tácticas estúpidas baseadas em premissas inventadas. E de francesinhas, também gosto disso. E de cerveja. Hmm. Vamos então a um pequeno exercício, inspirado num post que vi aqui há uns tempos no Run of Play:

  • 4-3-3 clássico à FC Porto desde Oliveira: Fernando, Moutinho e Lucho
  • 4-4-2 losango: Fernando, Moutinho, Lucho e James
  • 4-6-0 como a Roma: Fernando, Moutinho, Lucho, James, Danilo e Atsu (o James era o Totti. Lindo de morrer.)
  • Tiki-taka-tuga: Fernando, Moutinho, Defour, Lucho, James e Iturbe (a pôr uma cabeleira de Messi e a fingir que é ele)
  • Quem quer ser como o Materazzi?: Mikel, Fernando e Castro
  • Se o Co ainda cá estivesse: Moutinho, Kelvin, Atsu, James
  • Taça da Liga: Mikel, Pedro Moreira, Castro
  • Taça da Liga se o campeonato correr mal mas ainda estivermos na Europa: Fernando, Defour, Castro
  • Taça da Liga se o campeonato e a Europa correrem AMBOS mal: Fernando, Moutinho, Castro (é isto, Taça da Liga contigo, rapaz)
  • Recorde do Guinness para meio-campo mais tarreco do mundo: Moutinho, Iturbe, Atsu
  • 100% brasileiro: Fernando, Danilo, Kelvin
  • 100% português: Pedro Moreira, Moutinho, Castro
  • 100% português formado no FCP: Podstawski, Pedro Moreira, Sérgio Oliveira, Castro
  • 100% “números 8”: Moutinho, Castro, Defour, Lucho
  • Os cabelos mais fashion: Lucho (a guedelha), Kelvin (mourróqui), Iturbe (redneck gringo)
  • Maiores tuitadeiros: Castro, Kelvin, James, Iturbe

Não me venham dizer que não temos alternativas. São sempre as mesmas, mas tal como no xadrez, as combinações são imensas.

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1001 sacos de mijo

Custódio: “Blá blá blá, estou muito feliz e a equipa está de parabéns, yadda yadda”.

Nuno Luz: “E agora a final? É para ganhar?”

Uma pergunta imbecil de um jornalista imbecil. Nem mil e um sacos de urina bem amarela arremessados à gigantesca cabeça deste idiota chegavam.

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