All great things have small beginnings

Ainda é muito cedo para começar a tirar conclusões sobre o que será o “novo” Porto Canal, mas devo dizer que gostei do estilo. Sóbrio, sem hipérboles nem exageros, informativo e directo ao assunto. O Super Flash funciona bem como bloco informativo e o Somos Porto, apesar de não ter mostrado o que virá a ser no futuro, mostra potencial para ser um programa com comentário inteligente.

Pinto da Costa esteve bem, calmo, a focar-se bem mais no FC Porto que nos outros e a debitar alguma informação interessante, particularmente no que diz respeito à política de transferências e de formação. Gostei da forma como nos distanciou desde já do modelo seguido por muitos outros clubes e especialmente do Benfica, com o canal a funcionar mais como ponto de vergonha de uma instituição que merecia ter uma cobertura menos acintosa do dia-a-dia das suas equipas. Foi talvez das entrevistas mais bem conseguidas para quem como eu se interessa mais no bem do meu clube que no mal dos outros.

O projecto arrancou. Vamos deixá-lo crescer, melhorar e daqui a uns meses volta-se a fazer um ponto de situação.

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A minha primeira AG

Desloquei-me ao Dragão para me estrear em assembleias gerais. Mea culpa, é verdade, porque em quase vinte anos de associado ainda não tinha atravessado a experiência. Já tenho um passado longínquo de participação em associativismo, ainda que passivo e por intermédio familiar, por isso não seria algo que estaria distante da minha experiência. Mas este era um evento diferente, mais forte, que tocava cá no fundo e por isso mais pungente e intenso.

É interessante a mescla de sócios que comparecem numa assembleia-geral. Há de tudo, desde o idoso que se veste na sua melhor roupa para comparecer no fórum até ao mais jovem membro da claque de calções e sapatilhas, passando pelo executivo de fato e camisa branca e pelo engenheiro de pólo e calças de ganga. Todos unidos num só objectivo, com um único propósito, uma mole de indivíduos a puxar para o mesmo lado e com idênticas convicções. É o meu povo envolvido num acto orgânico, de fé e de princípios firmes, que se une perante adversidades e inimigos, onde cada um à sua maneira procura fazer com que o bem comum sirva o bem individual.

Não entrando em pormenores sobre a dita porque seria pouco ético fazê-lo, bastará citar pequenos pormenores que fazem deste clube qualquer coisa de diferente no nosso panorama. O discurso esforçado de Sardoeira Pinto, enaltecendo as virtudes de uma época extraordinária e louvando sem parcimónia a dedicação e bravura de Pôncio Monteiro, brindado com um minuto de silêncio como deve ser cumprido, em silência sepulcral, que nas entranhas do Dragão fez ecoar o reconhecimento de um povo azul-e-branco por tudo que fez pelos nossos; a brincadeira das claques no arranque do discurso do grande Lourenço, imitando com mestria vocal o seu mítico trompete e simpaticamente retirando a palavra de um símbolo do nosso clube para arrancar um aplauso espontâneo do público; os sócios que subiram ao palanque, discorrendo sobre os problemas que encontram e elogiando as virtudes que descobriram; o discurso trémulo de Angelino Ferreira, com maior talento com o ábaco que com o microfone, conseguiu explicar (e bem) a diferença entre uma gananciosa subida de quotas e o adequado nivelamento que a partir de agora todos iremos encontrar; a força e a destreza mental de Pinto da Costa, que respondendo a todos os sócios que usaram da palavra pelos nomes, respondendo às questões com a determinação de um general, de peito firme e cheio em frente ao olhar devoto de trezentos sócios que sentem nele o líder que outros gostariam de ter, de pé, em discurso directo e conciso, sem abanar nem abalar, terminando; e a discreta presença de tantos outros anónimos associados, como eu, que assistiam a tudo isto com um sorriso, cientes que estávamos a investir uma tranquila noite de segunda num novo passo para o clube.

Porque o clube, mais que a SAD, o James ou o Stempin…o clube, é nosso. E é ali que podemos e devemos estar se o queremos ver a crescer.

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Notas soltas sobre a entrevista de Pinto da Costa

Em tópicos, só para não chatear muito com uma prosa longa, tal como a anormalidade jornalística que se sentou em frente ao NGP:

  • Uma entrevista a Pinto da Costa não pode durar 35 minutos. Nem as perguntas podem ser feitas para aos quinze segundos de resposta ser feita uma nova pergunta sem qualquer relação com a anterior;
  • Gostei de ver PdC ao ataque. Directo, agressivo, apoiado em evidências indesmentíveis, sem falácias nem indirectas. Disse o que todos queriam que dissesse, chamou os cães pelos nomes (metaforicamente, no pior sentido possível e bem aplicável) e mostrou a uma audiência não-internética os factos que suportam o que toda a malta por aqui, bem como a própria instituição FC Porto, diz há muito tempo;
  • Não quero saber nem me interessam pormenores sobre a vida pessoal dele. Só me incomoda quando a vida pessoal interfere com a vida de presidente do FC Porto, como aconteceu com aquela vacarrona loira. Safou-se bem na parte da exposição mediática mas podia ter feito algum mea-culpa quanto à situação da Filomena. Não quis, não me preocupa;
  • Não gostei que não tivesse condenado a agressão a Rui Gomes da Silva. Pode ter sido só um empurrão mas tinha-me caído bem se tivesse batido (pun intended) nos agressores.
  • Gostei do enaltecimento do Portismo de Villas-Boas;
  • Gostei da boa preparação para justificar o não-apoio a Fernando Gomes na Liga, por muito que o trabalho seja de louvar;
  • Gostei das taças em fundo. Lindas;
  • Entendi a forma subliminar como deu a entender que o sucessor (por muito que diga que haverá eleições, porque haverá, mas parece-me óbvio que o homem que fôr apoiado por PdC nem precisa de lá ir votar para vencer) poderá vir de dentro. Não sei é quem será para além de Antero Henrique.
  • Gostei da história dos pilares. É simples, directo e os Portistas relacionam-se bem com o conceito;
  • Achei ridícula a figura de Fátima Campos Ferreira, a gaja do vídeo do “mordeu-me uma mosca“, que só pode ter sido escolhida porque veio passar o fim-de-semana ao Porto e já que cá estava, aí vai aço. As perguntas foram todas extremamente suaves, sem um pingo de malícia e quase a permitir a PdC falar sobre o que queria. Só não lhe deu tempo para falar. E enerva-me ver que uma jornalista experiente não prepare minimamente uma entrevista a uma figura desta magnitude (não sabia onde foi o famoso jantar do árbitro da UEFA, chamou Antas ao Dragão e Taça da Liga à Taça de Portugal, caiu muito facilmente na esparrela das cláusulas de rescisão, entre outras…) porque dá um ar de tão pouco profissionalismo como ver o Papa a celebrar uma missa campal com cábulas escritas nas mãos. Parece mal.
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Parabéns, Presidente!

O grande desafio da liderança é ser forte mas não bruto; ser bom mas não fraco; ser corajoso mas não agressivo; ser pensativo mas não preguiçoso; ser humilde mas não tímido; ser orgulhoso mas não arrogante; ter humor mas não ser parvo.

Jim Rohn

Parabéns, Presidente. Se o pudéssemos ter por mais 73 anos, era menino para fazer uma petição ao recém-papá/recém-ele lá de cima.

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Entrevista de Pinto da Costa à revista Única

Com a devida vénia ao blog fromPorto, fica o link para o post deles onde se pode ler a entrevista de Pinto da Costa ao Expresso.

Só vou citar o primeiro parágrafo para dar uma ideia do que vos espera:

Chama o elevador para o relvado, entra e não resiste: “Este é o elevador Santana Lopes. Porque uma vez ficámos fechados aqui dentro e ele ficou aflito, a pedir-me para arrombar as portas”.

Qualquer entrevista que comece com o Santana a fazer figura de parvo só pode valer a pena.

Siga.

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