Na estante da Porta19 – Nº1

Mais uma pequena inauguração aqui no Porta19. Nada de bases de dados com jogadores, equipas com camisolas parecidas ou crónicas do jogo com nomes pomposos. Desta vez lembrei-me de me transformar pontualmente num Marcelo Rebelo de Sousa da bola e recomendar livros que possam ser interessantes para a malta que gosta do FC Porto mas acima de tudo que também goste de futebol nas suas várias vertentes. Nem tudo são tácticas mas também nem tudo é sociologia. Às vezes aparece um gajo como o Pena. Enfim, pode passar aqui um bocado de tudo, desde que tenha relação com o desporto que me move…e nem imaginem as dificuldades que às vezes a locomoção me provoca.

O primeiro livro a fazer parte das minhas sugestões chama-se “Why England Lose: And other curious phenomena explained”, da autoria de Simon Kuper e Stefan Szymanski e é a versão futebolística do popular Freakonomics. É um livro de leitura fácil, com análises interessantes sobre a economia do futebol e a forma como por vezes temos a ideia errada do que se está a passa no mundo da bola, com uma perspectiva crítica não de factos mas da interpretação dos mesmos. É curioso percebermos as vantagens que há em marcar primeiro ou não uma sequência de grandes penalidades, ou o impacto que um determinado treinador ou táctica tiveram na evolução do futebol moderno. As histórias são engraçadas, bem escritas e aprofundadas ao ponto de serem interessantes mas não aborrecidas, com algumas verdades que parecem contra-natura.

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Entrevista a Vítor Pereira – Parte II

Continuando a entrevista a Vítor Pereira feita pelo Pedro Batista, segue a segunda parte:

 

P.B: Como caracteriza a sua intervenção no treino?

V.P: A minha intervenção no treino é mais activa ou menos activa em função do momento, em função dos problemas que estão a incidir, em função de eu ter de explicar a importância de determinados comportamentos, se os comportamentos estão a aparecer ou não, no sentido de eu fazer evoluir o entendimento do jogo, isto é, cultura táctica. Se os jogadores estão a falhar muitas vezes eu tenho de intervir mais,
se eles estão a falhar pouco eu intervenho menos e reforço positivamente, não sou é de forma nenhuma um treinador passivo, mas já fui mais activo do que sou hoje. Já cai no erro de conduzir sistematicamente o exercício, isto é quase como tomar decisões pelos jogadores, e isso eu não posso fazer.

P.B: Mas a intervenção é específica em função do princípio ou sub-princípio que quer ver implementado?

V.P: Sim, claro. Quando eu comecei a treinar as vezes dava por mim a fazer isto. Tinha um exercício preparado para comportamentos defensivos, mas quando dava por mim, os meus feedbacks eram para comportamentos ofensivos. Do meu ponto de vista isto é um erro, porque descentraliza o objectivo do exercício. Por exemplo, se eu tenho um exercício de confronto eu digo aos jogadores que vou colocar o meu feedback sobre este ou aquele aspecto. Vamos imaginar que eu direcciono o exercício para a organização defensiva, para a outra equipa não deixa de haver preocupações ofensivas de posse de bola e transição defensiva, mas eu digo-lhes isso, que em posse
quero determinadas coisas e na transição quero que ela seja feita desta ou daquela forma. Eles sabem o que eu quero mas eu não direcciono os meus feedbacks para eles. Para a outra equipa sim, eu direcciono o exercício, neste caso direcciono para os aspectos defensivos que quero trabalhar, neste caso apenas intervenho para a equipa que estou focalizado.

P.B: – De que forma a sua equipa se comporta no equilíbrio defensivo no ataque? Quais as suas principais preocupações?

V.P: Eu pretendo que a minha equipa em posse prepare a transição defensiva, com um bom jogo posicional, com uma sub-estrutura mais dinâmica desenvolvida no processo ofensivo, e uma sub-estrutura mais “fixa” a preparar a nossa transição defensiva. Existe sempre uma sub-estrutura que prepara sempre o momento da perda de posse de bola.

P.B: Mas tem alguma preocupação com o nº de jogadores que devem estar sempre atrás da linha da bola no momento da perda?

V.P: Fundamentalmente temos como principio uma reacção forte à perda da posse de bola, e impedir o adversário de realizar o primeiro passe e a primeira recepção, queremos criar uma zona de pressão e para isso eu tenho determinado nº de jogadores definidos, normalmente tenho a equipa basculada do lado da bola. Nos estamos a jogar com 3 defesas, logo quem prepara a transição defensiva são duas linhas de 2 + 2, em que a primeira linha e constituída pelo defensor do lado da bola, que normalmente está subido e o pivot defensivo e a segunda linha está por trás e é constituída pelo outros dois defensores, quando o adversário é forte em transição ofensiva a primeira linha em vez de ser apenas de dois jogadores é feita por três jogadores.

P.B: – De acordo com princípios defensivos que preconiza para a sua equipa, qual a zona do terreno que pretende para recuperar a possede bola? Pretende que a equipa recupere a posse de bola numa zona mais central do terreno ou nas zonas laterais? Pretende que a sua equipa recupere a posse de bola no seu terço ofensivo ou defensivo?

V.P: Essa questão está directamente relacionada com a estratégia, o que é que eu quero dizer com isto, eu trabalho a minha equipa para uma transição forte à perda que nos permitam recuperar a bola o mais à frente possível para chegarmos mais rapidamente à baliza do adversário. No entanto estrategicamente, eu dou-lhe o exemplo do Marco que foi observado 3 vezes é uma equipa com dificuldades, com desequilíbrios defensivos quando está em posse de bola, é uma equipa com dificuldades perante transições rápidas. Então estrategicamente eu quis que o meu bloco defensivo baixasse um pouco mais que o habitual, para dar um pouco de espaço nas costas para conseguir essas transições ofensivas mais rápidas, em que o Marco na minha opinião é mais fraco, e foi desta forma que marcamos os dois golos no Domingo. Então acho que a sua questão é mais do que uma só, relativamente ao eu querer recuperar a bola no corredor central ou no corredor lateral. Aquilo que lhe posso dizer é que procuro, e que temos como principio, que os jogadores tenham referenciais de “pressing” e diferenciação de ritmos a defender, ou seja, os jogadores quando identificam determinados referenciais de pressing, procuramos criar “zona pressing”, com uma acelaração sobre o adversário provocando-o a ir para essa zona pressionante que estamos a organizar. Maior parte das vezes a pressão é no sentido de fechar o corredor lateral para obrigar o adversário a centralizar o passe para o “lado cego”, e então a bola entra nessa “zona pressing” que estamos a organizar para atacarmos o adversário pelo lado cego, para ganhar a bola, para depois partirmos se possível para uma transição ofensiva rápida, nós defendemos de forma a preparar a nossa transição ofensiva, se não for possível, circular a bola, tirá-la da zona de pressão e entrar em posse de bola.

P.B: Então podemos dizer que não existe uma forma rígida de ver as coisas, o Professor então define o lado estratégico mas trabalha-o durante a semana para a equipa estar preparada?

V.P: Exacto, o princípio é o mesmo, agora se é mais à frente ou mais atrás, se é nas laterais ou no corredor central, depende da estratégia e do adversário, nós aqui integramos a estratégia no processo de treino, do meu ponto de vista é fundamental. Nós observamos os adversários, o maior nº de vezes possível, e em função da dificuldade de construção de jogo em determinada zona, em função da dinâmica que o adversário promove, nós trabalhamos sobre isso, o principio de jogo para jogo, a intenção de… não muda, mas estrategicamente fazemos de uma forma ou de outra em função daquilo que nós julgamos ser o mais adequado para aquele jogo, para o ganharmos.

P.B: – Qual o tipo de organização defensiva aplicado na sua equipa? Defesa individual, homem a homem, zona mista, zona passiva ou zona pressionante?

V.P: O que eu posso dizer é que, o que pretendo na minha equipa, é uma equipa com uma organização defensiva inteligente, inteligente no sentido de diferenciar ritmos, ou seja, às vezes parece passiva mas quando identifica os referenciais de pressão, acelera e torna-se imediatamente pressionante e agressiva, eu não quero uma equipa que pressione constantemente, eu quero uma equipa que espera pelo momento certo para acelerar sobre o adversário em bloco, de perceber o momento colectivo de pressão, e não uma equipa que a cada passe pressiona o adversário. É uma organização zonal, que se torna pressionante nos momentos que eu acho que ela deve ser pressionante, porque quem pressiona sem cérebro, quem pressiona as bolas todas morre a meio do campo, perde discernimento, eu não quero esse tipo de organização defensiva, eu quero uma organização em que os 11 jogadores do campo entendam o momento em que temos de ser agressivos, quando temos de acelerar sobre o adversário, quando de facto funcionamos em bloco, devemos identificar os momentos de pressão colectivamente, e ai sim, quando o adversário não está á espera nós aceleramos, porque se o adversário tiver á espera bate a bola na frente, e eu por vezes quero que ele jogue, quero que ele jogue em determinadas zonas, quero dar-lhe o “engodo”. Eu dou-lhe um exemplo, se eu pressionar cada saída de bola do adversário, ele chega a um ponto que começa sempre a bater a bola na frente e assim nunca mais poderei exercer uma “zona pressing”, portanto eu quero que ele saia a jogar, a jogar de determinada forma, então tenho que criar condições para que ele saia dessa forma, para lhe dar o “engodo”, e nós temos que prever colectivamente o momento certo de acelerar sobre o adversário.

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1987

Enquanto esta época absurda de boatos e especulações sobre transferências não acaba e o futebol a sério está engavetado até daqui a uma semana, enquanto a Copa América e o Mundial Sub-20 não começam…com que é que um adepto do FC Porto se entretém? A ver vídeos antigos, pois está claro. Andei à procura na colecção (leia-se “fui ao directório certo no disco rígido) e coloquei a cassete no meu VHS (entenda-se “carreguei o ficheiro de video”) da final de Viena. A nostalgia impera nestes meus momentos sem futebol, é verdade, e não resisto. Enquanto o sono não aparece, vou vendo imagens com 24 anos de idade, ainda tão presentes na minha cabeça. Foi este o jogo que me tornou Portista.

Só vi a segunda parte. E quando chega perto daquele minuto 32, onde o Frasco tropeça no meio-campo enquanto Ribeiro Cristóvão arranca com a ladaínha do cansaço dos jogadores do FC Porto, e que “água mole em pedra dura, tanto bate…mas não fura”, mais um provérbio adaptado que faz parte do meu imaginário de criança. Frasco tropeça mas qual Leonor pela verdura, não cai. Envia para Juary com a bola a passar a milímetros da bota de Brehme, mas o brasileiro, raçudo, esforçado, estica-se perante as pernonas do alemão para enviar a bola para Madjer. Lindo. Perfeito. Épico.

Festeja-se no terreno. Madjer sai, exausto. Esticam-lhe as pernas, Rodolfo e Domingos Gomes trabalham para o rapaz aguentar mais uns quinze minutinhos, “anda lá, Rabah, só mais um esforço, homem!”. Madjer, com mais spray nas pernas que base na cara de uma socialite, entra de novo em campo. A bola está em Mly, seguro, com confiança, roda para Celso. O brasileiro espeta um passe de 40 metros para o argelino que recebe em movimento. Olha para a frente, tem três quilómetros de relva para galgar e um alemão pela frente. Fraco, forte, não interessa. Winklhofer de nome, mas podia-se chamar “gajo com pregos nas botas” em alemão. Madjer progride, arranca uma finta com dois toques seguidos no pé direito e deixa o teutónico a pensar que a Blitzkrieg é lixada quando somos nós que apanhamos com o relâmpago, a ironia é lixada, pá, vive com isso, e o cruzamento sai. Longo, por cima de todos, com Pfaff a olhar e o resto dos defesas a fazer o mesmo…mas Juary, o pequenino Juary, aparece no segundo poste e com um toque suave, de simetria inigualável, faz a bola chocar contra a parte de cima das redes por dentro da baliza. Golo. É o segundo. Ribeiro Cristóvão grita, Miguel Prates grita, todos gritam. É golo! É golo do Porto! É o segundo!

“E agora, os 35 mil adeptos alemães no Prater…nem piam!”

Exactamente, Miguel. Mas havia ali uns 400 lusos que piavam e bem grosso. Ah que inveja de não poder lá ter estado, carago!

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Entrevista a Vítor Pereira – Parte I

À imagem da entrevista (que publiquei de forma parcial a pedido do próprio) feita por Daniel Sousa a André Villas-Boas, segue uma entrevista feita por Pedro Batista em 2006, então estudante na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, ao nosso novo treinador principal, Vítor Pereira, no âmbito de um trabalho intitulado: “Organização defensiva: Congruência entre os   princípios, sub-princípios e sub-sub-princípios de  jogo definidos pelo treinador e a sua  operacionalização.”.

É sempre interessante perceber as ideias do nosso novo líder antes de ele mostrar o que vale como comandante da equipa mais representativa do nosso clube, por isso vou publicá-la em várias partes para não “encher” a vossa cabeça.

 

Pedro Batista (P.B): Acha que o princípio da especificidade deve estar presente em cada exercício de treino? Se sim, porquê?

Vítor Pereira (V.P): Quem quiser ser treinador e não tiver ideias sistematizadas não pode sê-lo, vai andar a trabalhar de forma avulsa. É importante ter ideias, sistematiza-las, e é importante saber operacionalizá-las num contexto. O que é que eu quero dizer com isto, é muito importante, de facto nós termos um modelo, eu costumo dizer que já fui fundamentalista do ponto de vista táctico, eu tinha ideias e queria de facto operacionalizá-las, sem tentar colocar essas ideias ao serviço dos jogadores, e isso é um erro terrível, que eu cometia mas que agora não cometo. É muito importante perceber as características dos jogadores para as potenciar, e então os princípios são fundamentais como norte para o nosso trabalho, os princípios que nós defendemos, no entanto eles têm que ter flexibilidade suficiente para a realidade em que trabalhamos. Eu vou explicar isto. Eu fui habituado a trabalhar no Porto durante 5 anos com os melhores jogadores e colocando o acento em dois momentos fundamentais do jogo, que era a posse e a transição ataque-defesa, eu assim ganhava os jogos todos, aqui não é assim. Aqui não trabalhamos com jogadores com a diferença de qualidade que tínhamos no Porto. Nós apanhamos campos horríveis, nós temos um comportamento táctico evoluído, mas esse comportamento nunca surge porque o adversário nunca nos coloca esse tipo de problema. Eu concretizo. Imaginemos que eu procuro criar uma zona pressing, com quebra de ligação no corredor contrário, promover um passe interior, para depois o adversário tentar ligar no corredor e ai nós recuperarmos a posse de bola. O problema é que nesta divisão quase nenhum adversário tem esta preocupação. Eu sei que para ter sucesso tenho que promover “engodos” tácticos, no ano passado eu sabia que todas as equipas já estavam à espera de um espinho assumido em posse, a expor-se constantemente a passes longos nas costas em transições rápidas para nos “entalar”. Mas isso é o que eles agora querem, mas eu tenho de promover comportamentos, pondo acento na posse, porque gosto de uma equipa que assuma o jogo, agora eu tenho de promover também aquilo que tenho, e tenho jogadores que em transição são fortíssimos, que matam o jogo em qualquer altura, então se eu pretendo ganhar algum espaço à profundidade, eu tenho de os convidar, baixar o bloco e convida-los, eu sei que em duas ou três transições bem feitas, está o resultado feito. Isto o que é? É eu perceber as características dos jogadores que tenho e para ter sucesso sem desvirtuar aquilo que penso, tenho de a contextualizar a minha ideia do “jogar” para ter sucesso. O modelo tem de ter flexibilidade no sentido de nós percebermos como é que ganhamos aqui.

P.B: De acordo com a sua experiência, diga-nos as ideias chave para que um treinador consiga fazer com que haja uma congruência entre o modelo de jogo que define para a sua equipa e a sua devida operacionalização em treino.

V.P: Primeiro é fundamental ter ideias de jogo, e depois fazer com que os jogadores acreditem nelas, é fundamental fazer os jogadores identificarem-se com essas mesmas ideias de jogo. Explicar e contextualizar os exercícios, os jogadores têm de perceber claramente para que comportamentos estamos a direccionar o exercício. No fundo e tal como eu disse o fundamental é ter ideias e fazer os jogadores acreditar nelas, os resultados são fundamentais neste processo. No nosso caso como aparecemos com uma metodologia nova, aparecemos com ideias de jogo bem definidas, temos de desmontar ideias consolidadas durante muitos anos, deparamo-nos com muitas dúvidas e muitas reticências. Para contrariar isto temos de contextualizar e direccionar muito bem os exercícios, temos de mostrar aos jogadores a importância dos exercícios, a importância do aparecimento de determinado comportamento para o nosso jogo.

P.B: Concorda com a ideia de que o exercício de treino é a forma que o treinador tem de transmitir aos jogadores os princípios de jogo que quer ver implementados?

V.P: São os exercícios e não só, eu posso dar aos jogadores uma ideia por imagens que depois com o exercício podemos chegar onde eu quero. Eu tenho outros processos, comunicação, visualização, vamos imaginar que eu quero fazer acreditar à minha equipa que é fundamental termos uma transição defensiva forte, eu posso pegar numa imagem de equipas de referência e provar-lhes que de facto aquele momento é trabalhado. Depois vamos para o terreno onde o exercício tem de ter potencial e potenciar, por vezes o exercício tem potencial mas não potencia aquilo que queremos. Quando a equipa tem os comportamentos que achamos indicados, reforçamos positivamente, isto é um processo lento que vai sendo construído ao longo do tempo.

P.B: Quando explica e orienta um exercício de treino quais os aspectos que foca com mais persistência, para que o exercício tenha o objectivo que pretende? Dê-nos um exemplo em relação a um aspecto defensivo.

V.P: Dou-lhe o exemplo da manhã. De manha estávamos a promover a nossa organização defensiva à largura e à profundidade. De um lado
estávamos a trabalhar por linhas, a linha defensiva e a linha média e no outro lado estávamos a trabalhar losângulos defensivos, sobre o corredor esquerdo, corredor direito e corredor central. O que é que eu expliquei? Que os objectivos vão ser os seguintes, reacção à perda, fecho dos losângulos, coberturas, equilíbrios e contenção sobre o “lado cego”. Os jogadores já estão identificados com aquilo que pretendo e eu direcciono os exercícios em função dos objectivos que pretendo atingir, hoje direcciono muito menos que no início da época, os jogadores hoje cometem muito menos erros do que no passado recente, o nível de intervenção não é sempre o mesmo, é em função do nível de exigência do momento.

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