Ouve lá ó Mister – Villarreal

André, follador de castellanos!

Começo por te dar os parabéns, mais uma vez. Já deves estar farto de ouvir isto, mas tem sido um orgulho ver o FC Porto a jogar nesta fase da temporada. Tivemos já alguns momentos menos bons, várias primeiras partes fracas, tremideira na defesa e fases de menos produtividade na frente. Mas o que este ano temos visto e sentido é uma equipa que está em campo para ganhar. E, se possível, com muitos golos. Se a malta andasse ali para passar um bocado de tempo fora de casa só para não aturar a mulher, acho que arranjavam melhor coisa para fazer do que andar a correr noventa minutos e ganhar jogo após jogo. Conseguiste em meia-dúzia de meses devolver a equipa aos adeptos, André, e só por isso agradeço-te o jeito.

Depois do jogo de Domingo contra um sucedâneo de tantas equipas do Setúbal que já vi a jogar decentemente no passado, tens mais um daqueles jogos que parecem ganhos, ma non troppo. Os gajos vão entrar com tudo, pá, com aquele Borja e o Cazorla a trocar a bola no meio campo, Nilmar e o Rossi nas diagonais e mais sei lá quem a romper por ali fora como se não houvesse amanhã, até porque no caso deles não há mesmo.

Por isso entra com calma mas com convicção. Estamos a noventa minutos de mais uma final europeia, a 5ª em 24 anos, sem contar com as Supertaças. É para essa cúpula de treinadores mágicos, junto com Morais, Pedroto, Artur Jorge e Mourinho. O próximo chama-se André Villas-Boas. Faz por isso!

Sou quem sabes,
Jorge

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O choro e a culpa

Ao contrário de todas as minhas teorias de centralismos exacerbados e do paralelismo entre Real Madrid e Benfica, posso confirmar que o clube que joga no Santiago Bernabéu é de facto uma mistura espanhola de Benfica e Sporting.

A leonização pode ser facilmente observada. Nunca vi ninguém a reclamar tanto por dois ou três lances durante um jogo em que podem ou não ter sido beneficiados. São puros, impolutos, dignos e respeitadores. Os mesmos lances, noutras temporadas, virados do avesso…não interessam.

Já a aguiização (soa mal mas vou avançar com ela na mesma) é evidente: se nos ganham, a culpa é do árbitro…mesmo depois de acabar o jogo com onze jogadores depois de um festival de pancada que durou 92 minutos, onde ninguém teve problema em acertar repetidamente em tudo o que mexia de azul e grená.

Há coisas que nunca mudam: a capacidade humana para se esquivar a assumir as próprias falhas é uma delas.

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A lógica da burrice, por Vítor Frade

“Porque a lógica que está implantada é a lógica da burrice. A cada passo vemos e ouvimos apregoar uma série de slogans que vão ao encontro desse tipo de raciocínio. Até na escolha dos miúdos ao nível da formação se ouve, sistematicamente, coisas como «Eh pá, é habilidoso, mas é pequenino». É um absurdo. Por exemplo, o Liedson, não sendo um fora-de-série, ao nosso nível é um jogador fantástico e é pequenino, como o era o Romário e uma série de outros bons jogadores.”

Vítor Frade, em conversa com Nuno Amieiro, no Falemos de Futebol, infelizmente em hiato prolongado

 

Este excerto é retirado de uma conversa mais longa que vale bem a pena ler, no Periodização Tática (é brasileiro, não estou a usar o novo acordo), chamado “A lógica da burrice“. Numa altura em que todo o mundo parece obcecado com o fortalecimento dos jogadores da bola em detrimento da capacidade técnica, numa espécie de ronaldização do futebol, este texto espelha bem que nem sempre essa doutrina será a mais acertada.

Para além da pertinência do texto, é extremamente interessante ler as opiniões de alguém que sabe, ao contrário do que acontece com as crónicas da Marta Rebelo.

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Addy: há salvação?

14 jogos na Liga, 13 dos quais a titular.

1084 minutos.

2 golos.

2 vermelhos directos e um duplo-amarelo.

O puto tem talento, não há dúvida. Mas não sei se tem andado a ser injustiçado pelos árbitros ou se é vítima apenas de um estilo mais agressivo e terá de se acalmar para se adaptar ao nosso futebol. O que sei é que se fôr correcta a segunda premissa, o jovem ganês ainda é muito “verde” para fazer parte do plantel no próximo ano.

Se bem que até o Sereno acalmou depois de Villas-Boas lhe passar a mão no pêlo…

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