Sempre que se fala do interesse de um clube estrangeiro num dos nossos jogadores, uma das primeiras reacções dos adeptos é: “Ofereçam mais guito aos gajos que eles ficam, só querem é dinheiro!”. Pois. Mas não é fácil.
Deitem os olhos nesta tabela, tirada do relatório da ESPN sobre os salários mais altos do mundo, filtrada para o mundo do futebol profissional neste artigo da Soccerlens e convertida por mim para a nossa moeda para a malta não ter de fazer contas a mais, onde adicionei o FC Porto:
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As contas referentes ao nosso clube baseiam-se no Relatório e Contas 2009/2010, onde é referido que actualmente possuímos nos nossos quadros 50 atletas, com custos salariais de cerca de 23 M€ para os jogadores do plantel, somando-se mais 2.8 M€ para os rapazes que andam a passear por esse mundo fora às nossas custas. Os valores mencionados (€/ano e €/mês) são, como é evidente, médias aritméticas.
Quem é que no seu perfeito juízo pode pensar que a nossa massa salarial, altíssima para um clube português, pode ainda ser mais pesada tendo em conta as ofertas que muitos dos nossos meninos recebem lá de fora? Reparem que há clubes de divisões secundárias com folhas de salário mais pesadas que nós, imaginem então o nível de ordenado que um jogador passaria a ter se aceitasse uma transferência para uma destas ligas. Ah, e nem estão incluídos os clubes russos nem turcos, para nem falar de árabes…
Que solução para este problema? Já que não podemos oferecer aos grandes jogadores salários que se comparem ao que se pratica lá fora, só se pode pensar em vencer, em garantir todas as condições para que os próprios atletas se sintam motivados para ganhar títulos, tanto individuais como colectivos, por forma a melhorarem a visibilidade lá fora e assegurarem uma eventual transferência para um mundo (ainda) melhor.
Não sejamos utópicos. Somos um clube que não tem outro remédio que não o de ser formador e vendedor, tal como o resto dos clubes portugueses que lutam para singrar no panorama europeu. Só assim sobreviveremos a um mercado onde vale tudo menos tirar dentes. A não ser que estejamos a falar do Cissokho, que aí até discussões sobre dentes contaram…
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