Ouve lá ó Mister – Académica

André, felizardo!

Esta semana nunca mais acaba, homem! Quando é que tu descansas? Com 3 jogos em 7 dias nem tens tempo para ir comer um belo brunch à beira-mar, olha que ali em Gaia a zona da marginal está duma categoria, rapaz, nesta semana que aí vem já vais poder dispôr de uma ou duas horitas para o relax, por isso se te apetecer ir mamar umas cervejolas vê lá se dizes qualquer coisa.

A semana deu trabalho mas deu lucro do bom. Três pontos em Leiria e uns quartos-de-final europeus não são de deitar fora, não é? E hoje ainda vai ser melhor, porque o estádio vai estar cheio de gente que quer apoiar a equipa antes dos primeiros grandes confrontos do mês de Abril. Olha que até eu, que fui levantar os meus convites, vou aproveitar e vou ver o jogo de um sítio diferente do costume! É verdade, pá, amanhã se olhares do banco para trás de ti, pode ser que me vejas. É estranho, sabes, são tantos anos a ver o jogo de frente para os treinadores que agora olhar para os rapazolas a deslizar pela relva de outro ângulo até vai ser uma maneira curiosa de ver este espectáculo que tenho a certeza que vais proporcionar ao povo. Sim, ao meu povo!

Se calhar este jogo é que podias usar para descansar alguém. Já reparaste, de certeza, que tens três laterais em risco de ficarem de fora na Luz, e não dava jeito nenhum. Já sei que não gostas muito de inventar, mas que tal o Mariano à direita (só para o pessoal se rir um bocado) e o Álvaro à esquerda? Assim descansavas o Fucile e deixavas que o destino se degladiasse pelos nossos amarelos e caso tivéssemos azar com os dois, para a semana tínhamos sempre o Otamendi (que como encostaste às boxes já descansa e entrava o Sereno ou o Maicon) para a direita e o Jorginho para a esquerda. O resto da malta? É usar o Ruben e talvez o Cebola a titular, só para não desanimarem e para ganharem ritmo.

É para ganhar e empurrar o Benfica para trás. Queremos chegar à Luz com todas as hipóteses de sermos lá campeões! Se vamos ou não conseguir…isso são outros meios-milhares!

Sou quem sabes,
Jorge

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Votação: Sapunaru ou Fucile na direita?

Villas-Boas tem tido um excelente problema para resolver. Ambos os jogadores dão garantias, pois com Sapunaru temos um defesa mais estável, mais seguro, que sobe pouco no terreno mas que pode ajudar ao centro porque joga bem de cabeça, ao passo que em Fucile temos explosão, correria louca, acelerações e tabelas para a linha e uma empatia com os adeptos como poucos no plantel. Qual deles escolher? Fossem todos os problemas iguais a esse, certo? O pessoal votou assim:

  • Fucile: 66%
  • Sapunaru: 34%

Sapunaru tem vindo a fazer a melhor época desde que cá chegou, mas a malta continua a gostar mais do Jorge. Não de mim, do outro, do tolo que fala de Hondas e Kawasakis e que sobe pelo flanco com fogo no rabo e que adora cair em cima dos alas adversários e de fazer carrinhos e de cruzar para a bancada. Também me incluo no grupo de fãs de Fucile, por muito que apeteça dar-lhe dois estalos naquelas trombas quando põe cara de gozão para os árbitros. Desculpa, Sapu, mas o rapaz tem qualquer coisa de especial.

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Baías e Baronis – FC Porto vs CSKA Moscovo

 

Ao contrário do jogo da passada segunda-feira, em Leiria, que fez um filme de Manoel de Oliveira parecer uma obra de Jerry Bruckheimer tal foi a lentidão dos processos e movimentações dentro de campo, este foi um espectáculo muito mais intenso, com futebol diferente e que apenas não enervou mais os jogadores porque as alterações tácticas de Villas-Boas conseguiram parar a velocidade do ataque russo à custa do FC Porto mais defensivo e controlador da temporada. O que interessa nestes jogos não é propriamente o bom futebol, não são as jogadas vistosas que dão vitórias nem os remates em arco que fazem passar eliminatórias. É o esforço, a atenção ao pormenor e, por muitas vezes, a capacidade de conseguir impedir um adversário que não sendo mais forte, acabou por nos dificultar muito a vida. Ganhámos bem, passámos bem e venha o próximo. Vamos a notas:

 

(+) Fernando Para mim, o jogador da noite. Aposto que os russos, ao chegarem perto da área, pensavam logo: “Oh, pronto, lá vem esta besta roubar-me a bola!”. Sempre atento, sempre rijo, sempre a interceptar e quase sempre a sair bem com a bola controlada, o Patrick Vieira de Goiás fez mais um jogo a grande nível e mostrou o porquê de ser titularíssimo na nossa equipa.

(+) Defesas centrais Fizeram ambos um jogo incomparavelmente melhor do que tinha acontecido em Moscovo. Agressivos e bastante mais concentrados, tanto Rolando como Otamendi foram quase perfeitos a defender a zona frontal da área. A equipa russa raramente jogou pelo ar (a não ser depois da entrada de Necid, por diante conhecido como “o armário checo”) mas tanto Rolando como Otamendi estiveram impecáveis no corte e na antecipação. Continuo a pensar que Otamendi terá que melhorar o passe curto e Rolando o passe longo, mas se continuarem a defender desta forma já não me chateio muito.

(+) Guarín Produziu pouco a nível ofensivo mas usou sempre o corpo para vencer as bolas no meio-campo. O golo foi algo fortuito mas é valiosa a subida no terreno, apesar de quase não ter rematado à baliza durante todo o jogo. Mas lutou, ajudou a defender a zona central, fez vários passes extraordinários (mudanças de flanco com o pé esquerdo a 30 ou 40 metros, para dar um exemplo. Sim, foi Guarín que as fez. Não estou a inventar, foi mesmo ele!), sacou várias faltas ao adversário e sempre que pegava na bola era o único, juntamente com Hulk, que obrigava os russos a descer no terreno. Muito útil, confirma-se que rende muito mais na posição 8 do que na 6.

(+) O exemplo do segundo golo Uma obra 100% colombiana, com James a aproveitar a atrapalhação de Akinfeev depois de um atraso do defesa russo. James, inteligente, a não desistir e a conseguir um cruzamento largo que Falcao não chegou mas Guarín apareceu no sítio certo para enfiar a bola na rede. Tudo porque o puto não desistiu, lutou contra a natural inércia de recuar para a sua linha e o seu posicionamento natural e esforçou-se aquele bocadinho extra, aquele pequeno nada que foi tanto. É nestas atitudes que se faz um jogador, que se ganham afectos da bancada e que se conquistam vitórias.

(+) Villas-Boas À imagem do que tinha feito noutros jogos, Villas-Boas soube ler o jogo e perceber que o facto de ter entrado com a mesma equipa para a segunda-parte não iria funcionar porque o CSKA começou a pressionar ainda mais alto e as bolas perdiam-se uma atrás da outra. O nosso treinador pode ser inexperiente mas sabe que estes jogos se decidem por pequenos pormenores, por isso decidiu (e bem) colocar mais um elemento no meio-campo, retirando um ala que estava a ser inoperante. O jogo mudou e os 32 mil no Dragão viram o FC Porto mais defensivo da época, a estruturar um 4-3-3 que era mais um 4-5-1, com Hulk a defender a ala direita e Belluschi na esquerda, matando o jogo. O CSKA nunca mais conseguiu criar perigo e o jogo foi ganho nesse momento. Boa leitura de jogo.

 

(-) James Continuo a não gostar de o ver a jogar na ala. Não é rápido, distrai-se facilmente, não tapa o flanco, não acompanha as subidas do lateral adversário e não tem força para avançar ombro-a-ombro contra o defesa que lhe aparece à frente. Hoje foi exactamente isso, um jogador inócuo, sem efeitos práticos, com excelente toque de bola mas pouca produtividade. Nota-se que está mais solto, com maior vivacidade e com a confiança em alta, mas não chega para substituir Varela. Para Domingo, apostava em Rodríguez no seu lugar.

(-) Falcao Lento, exageradamente previsível, nunca conseguiu ser uma mais-valia muito por culpa da pressão do meio-campo defensivo e dos centrais adversários, já que sempre que conseguia receber a bola era rapidamente rodeado por dois ou três fulanos de branco que não brincavam em serviço e faziam a desfeita de lhe roubar a redondinha. Não era justo, pensaria Radamel, mas o que é certo é que nunca teve apoio para soltar rapidamente a bola. Lutou, mas não foi possível usá-lo na estratégia natural do FC Porto porque não estava a resultar e a substituição era previsível.

(-) Fucile Antes do jogo, mandou uma piada ao seu estilo. Qualquer coisa como “pode vir o Honda, o Kawasaki, o Mitsubishi”. Ora não foi o Honda que marcou o golo, mas esteve envolvido na jogada e o nosso Jorginho, que quando abre a boca normalmente sai uma tirada porreira como esta, apesar de estar a defender dois rapazes dada a inoperância de James (que estava à sua frente mas que não fechava o flanco) bem tentou recuperar e subiu de produção na segunda parte. Mas fica ligado (só por culpa dele) ao golo que Helton sofreu ao fim de umas largas centenas de minutos e devia levar um par de estalos do brasileiro. Ou então obrigá-lo a ouvir música brasileira durante 4 dias seguidos, que talvez seja punição suficiente.

Despachamos o segundo CSKA da época para chegar aos quartos mas ainda podemos apanhar pelo menos um russo ou um ucraniano, a somar a dois portugueses (não quero nenhum, obrigado), um espanhol e dois holandeses. Ou seja, lendo as coisas da minha maneira, não havendo alemães, italianos ou ingleses e se os espanhóis não forem o Real ou o Barca…há sempre hipótese de vencer a prova. Estamos a jogar bem mas acima de tudo estamos com uma estrutura tanto táctica como individual que nos permite pensar em vencer qualquer adversário que nos apareça à frente. Mas…primeiro temos um campeonato para ganhar. No Domingo vem aí a Académica e alguns destes rapazes vão ter de descansar um bocadinho porque a seguir vamos dar um saltinho a Lisboa. Pois.

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Ouve lá ó Mister – CSKA Moscovo

André, tovarishe!

The Russians are coming!!! Vai ser bonito, vai, andar aí atrás do Bágner Lâbe e do resto do exército vermelho (e azul) outra vez…temos de ter muito cuidadinho na defesa e só espero que tomes a melhor decisão quanto ao onze que vai entrar em campo. O jogo contra o Leiria deixou os teus meninos mais descansados porque tiveram de se cansar tanto como o Armando Vara num centro de saúde.

Mas parece que te ouço a pedir-me a minha opinião. André, meu caro, cá vai ela!

Na defesa, Sapunaru e Fucile nas alas, Rolando e Otamendi ao meio. Rijos mas não hirtos, duros mas não brutos, atentos mas não medrosos. Precisamos deles em forma, trata disso.

Meio-campo: Fernando, Moutinho e Belluschi. Acredito que tens todos os motivos para pôr o Guarín em campo porque o rapaz realmente tem andado cheio de força e a marcar golos e agora já nem tropeça nem nada…mas eu apostava no meio-campo do costume. O Guarín pode ficar no banco a roer-se para entrar e depois na segunda parte mandas o louco para dentro de campo e ele acaba de arrumar com a russalhada. Siga.

Ataque: O Varela está a jogar a um nível parecido com o meu aos sábados de manhã com os meus amigos. Eu apostava no Cristian, desde que ele aguente o físico e a cabecinha. Caso contrário, se cheirasses que essa solução não é a melhor, que tal Falcao e Hulk lá na frente com o James atrás? Lixavas as transições dos gajos com o cagaço que eles ficavam ao ver o Rámes ali solto.

É só uma ideia, como de costume. O que interessa é mesmo ganhar. Passando a piada dos ex-soviéticos: AVANTE!

Sou quem sabes,
Jorge

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E a Revigrés?

A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD renovou o contrato de patrocínio com a Portugal Telecom, SGPS, SA, que vigorará até 30 de Junho de 2015.

Como contrapartida deste acordo, a Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD garante proveitos globais mínimos de 14,6 milhões de euros.

O contrato contempla o pagamento de prémios variáveis adicionais, dependentes da performance desportiva, nacional e internacional, da equipa principal de futebol da sociedade.

in fcporto.pt

Por muito bom que o contrato com a PT seja (que não é sequer comparável com os valores que se recebem lá por fora, como fiz notar aqui), não consigo deixar de pensar que a Meo, do grupo PT, que coloca como imagem de marca vários pseudo-notáveis anti-portistas que escrevem artigos de duvidosa qualidade em diários desportivos da mesma estirpe e cujo logotipo se encontra na nossa camisola, é um dos nossos patrocinadores.

Nesta era de ardor economicista e de lucro fácil e rápido, o que é que o facto de nos darem dinheiro a ganhar diz de nós? Somos uns vendidos ao vil metal sacrificando a nossa posição ética e moral, ou estamos simplesmente a aproveitar condições vantajosas de mercado para sacar guito aquela gente?

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