Sai um comentador, sai um espectador

Desde terça-feira à noite, muita gente tem questionado as razões que me levaram a abandonar o programa Trio d’Ataque. Há quem julgue, até, que fugi ou que me procurei esquivar à discussão. A gravação do programa está disponível na internet, e poderão verificar que, antes de me levantar, disse tudo o que tinha a dizer. Não pactuo com a porcaria, com a canalhice e com a insídia. Não serei cúmplice de um sistema em que aqueles que são condenados pelos tribunais são, depois, inocentados em programas de televisão ao passo que aqueles que são absolvidos pelos tribunais são depois sujeitos a julgamentos sumários. Comigo não contam para ser juiz, verdugo ou testemunha em autos de fé.

Rui Moreira, em “A Bola”

Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap!

Link:

Football Manager 2011



Para tolinhos como eu com algum tempo livre e pouca vontade de dormir…voilá. Chega no dia 5 de Novembro.

É que, parecendo que não, gritar: “Quanto querem por ele? Ui, nem pensar, não vale metade do outro puto…vai, carago, pela linha, não foi isso que te mandei fazer há bocado!? Canto curto…canto curto…CANTO CURTO!!! Foda-se, ponho-te nas reservas, quero-te ver a jogar na segunda divisão austríaca com essas parvoíces!” para o monitor do portátil está ao alcance de qualquer um. Especialmente quando a mulher que comigo escolheu passar a vida me olha de lado e diz: “Não sei o que é mais parvo: ver-te a gritar com o computador ou pensar se estarás à espera que alguém te responda…”

Football Manager: Desde 1993 a fazer de mim parvo.

Link:

Votação: Otamendi tem lugar no onze titular?


Otamendi chegou ao Dragão depois de um campeonato to Mundo em que jogou adaptado a lateral direito, ele que é central de raiz. As prestações não foram estelares mas mostraram um rapaz raçudo e pronto a jogar onde o treinador o mandar. No FC Porto será utilizado a central (salvo qualquer imprevisto) e começou a mostrar serviço frente ao Olhanense. Será que tem valor para ser titular? As (mais de 200) respostas dividiram-se assim:

  • Sim, no lugar de Rolando: 50%
  • Sim, no lugar de Maicon: 19%
  • Não, Rolando e Maicon servem: 31%

É…parece que o pessoal continua a concordar comigo. Continuo a preferir ver uma dupla de centrais em que ambos têm competências diferentes, um mais raçudo e outro mais inteligente e suave. É o que dá ter passado a adolescência a ver jogar Aloísio e Fernando Couto juntos…

Próxima votação: Ruben Micael ou Belluschi no onze? (repetição da votação de Fevereiro…agora o contexto é bem diferente!)

Link:

Rui Moreira ou a nobre arte de mandar pró caralho

Desde que comecei a ver o Trio de Ataque, Rui Moreira ganhou a minha simpatia pela forma educada e correcta com que analisava as ocorrências semanais no mundo da bola, usando retórica pouco usual nos mediáticos comentadores portistas (Francisco José Viegas e Miguel Guedes aparte, ambos bem mais suaves e anti-confrontacionais do que a velha guarda de Guilherme Aguiar, Pôncio Monteiro ou Manuel Serrão) e sempre estranhei as críticas que lhe eram feitas por muitos elementos da nossa comunidade. Foi uma lufada de ar fresco na defesa dos nossos interesses e quase sempre que o ouvia a falar, admitindo lances como verdadeiros contra as nossas cores como uma pessoa normal, em vez de defender com ataques, lançando-se quixotescamente em perseguição de moínhos de vento inexistentes, como alguns dos seus colegas noutros programas.

Ontem, Rui Moreira saiu do programa em directo, deixando António-Pedro Vasconcellos a falar sozinho. A atitude foi nobre/covarde, ousada/irracional e digna/ridícula, dependendo das fontes que estiverem a ler serem portistas/não-portistas. Mas este tipo de atitudes tende a ser sobre-polarizada perante a preferência clubística do indivíduo e extrapola-se demais. É portista, fez bem; não é, fez mal.

Sou portista e fiquei ambíguo. Por um lado não gostei da explosão. Era o único programa de análise de futebol que via regularmente e os motivos que tinha para voltar a ver esfumam-se se Rui Moreira sair. Não há pachorra para as fugas para diante de Guilherme Aguiar nem o exagero anedótico de Pôncio Monteiro e era exactamente aí que Rui Moreira vingava. Ouvia-se bem, escutava-se com atenção e havia conteúdo, substância no seu discurso. Dizia o que era preciso dizer nos olhos, sem problemas de consciência e sem proverbiais papas na língua. Não se prendia em legalês nem em metáforas arcaicas, era directo, conciso e azul-e-branco.

Por outro lado, ouvir o Vasconcellos a debitar ódio, pegando novamente em assuntos judicialmente encerrados para achincalhar nomes e instituições…ainda me convence mais da correcção de Rui Moreira. Sair do programa naquele momento foi a melhor maneira de insultar o seu colega de programa e manifestar a sua indignação ao que nas suas palavras se estava a transformar num “auto de fé”.

Foi soft. Se fosse eu provavelmente não me continha e muito provavelmente tirava cá para fora a cobra zarolha e procedia a urinar para cima do realizador enquanto cantava o hino do FC Porto.

Se calhar é por isso que não me convidam para falar na televisão. Mas espero que convidem Rui Moreira para voltar. Sem ele, o plano é triste e ainda mais inclinado.

Link: