Votação: Otamendi tem lugar no onze titular?


Otamendi chegou ao Dragão depois de um campeonato to Mundo em que jogou adaptado a lateral direito, ele que é central de raiz. As prestações não foram estelares mas mostraram um rapaz raçudo e pronto a jogar onde o treinador o mandar. No FC Porto será utilizado a central (salvo qualquer imprevisto) e começou a mostrar serviço frente ao Olhanense. Será que tem valor para ser titular? As (mais de 200) respostas dividiram-se assim:

  • Sim, no lugar de Rolando: 50%
  • Sim, no lugar de Maicon: 19%
  • Não, Rolando e Maicon servem: 31%

É…parece que o pessoal continua a concordar comigo. Continuo a preferir ver uma dupla de centrais em que ambos têm competências diferentes, um mais raçudo e outro mais inteligente e suave. É o que dá ter passado a adolescência a ver jogar Aloísio e Fernando Couto juntos…

Próxima votação: Ruben Micael ou Belluschi no onze? (repetição da votação de Fevereiro…agora o contexto é bem diferente!)

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Rui Moreira ou a nobre arte de mandar pró caralho

Desde que comecei a ver o Trio de Ataque, Rui Moreira ganhou a minha simpatia pela forma educada e correcta com que analisava as ocorrências semanais no mundo da bola, usando retórica pouco usual nos mediáticos comentadores portistas (Francisco José Viegas e Miguel Guedes aparte, ambos bem mais suaves e anti-confrontacionais do que a velha guarda de Guilherme Aguiar, Pôncio Monteiro ou Manuel Serrão) e sempre estranhei as críticas que lhe eram feitas por muitos elementos da nossa comunidade. Foi uma lufada de ar fresco na defesa dos nossos interesses e quase sempre que o ouvia a falar, admitindo lances como verdadeiros contra as nossas cores como uma pessoa normal, em vez de defender com ataques, lançando-se quixotescamente em perseguição de moínhos de vento inexistentes, como alguns dos seus colegas noutros programas.

Ontem, Rui Moreira saiu do programa em directo, deixando António-Pedro Vasconcellos a falar sozinho. A atitude foi nobre/covarde, ousada/irracional e digna/ridícula, dependendo das fontes que estiverem a ler serem portistas/não-portistas. Mas este tipo de atitudes tende a ser sobre-polarizada perante a preferência clubística do indivíduo e extrapola-se demais. É portista, fez bem; não é, fez mal.

Sou portista e fiquei ambíguo. Por um lado não gostei da explosão. Era o único programa de análise de futebol que via regularmente e os motivos que tinha para voltar a ver esfumam-se se Rui Moreira sair. Não há pachorra para as fugas para diante de Guilherme Aguiar nem o exagero anedótico de Pôncio Monteiro e era exactamente aí que Rui Moreira vingava. Ouvia-se bem, escutava-se com atenção e havia conteúdo, substância no seu discurso. Dizia o que era preciso dizer nos olhos, sem problemas de consciência e sem proverbiais papas na língua. Não se prendia em legalês nem em metáforas arcaicas, era directo, conciso e azul-e-branco.

Por outro lado, ouvir o Vasconcellos a debitar ódio, pegando novamente em assuntos judicialmente encerrados para achincalhar nomes e instituições…ainda me convence mais da correcção de Rui Moreira. Sair do programa naquele momento foi a melhor maneira de insultar o seu colega de programa e manifestar a sua indignação ao que nas suas palavras se estava a transformar num “auto de fé”.

Foi soft. Se fosse eu provavelmente não me continha e muito provavelmente tirava cá para fora a cobra zarolha e procedia a urinar para cima do realizador enquanto cantava o hino do FC Porto.

Se calhar é por isso que não me convidam para falar na televisão. Mas espero que convidem Rui Moreira para voltar. Sem ele, o plano é triste e ainda mais inclinado.

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Baías e Baronis – Vitória Guimarães vs FC Porto

Foto retirada de MaisFutebol

Primeiro de tudo, é um resultado cuja injustiça será sempre disputada pelos adeptos de ambas as equipas. Se o FC Porto fez tudo o que pôde par contrariar um jogo rijo e viril do adversário, dentro das leis mas perto, pertinho da linha que divide a violência da agressividade positiva, também a malta do Vitória pode dizer que podia ter ganho o jogo com mais alguma sorte. Fiquei com a sensação que foi um ponto perdido. Mas não posso deixar de referir que o Vitória é uma bela equipa. Futebol simples, prático, agressivo e directo ao assunto. Lixou-nos. To the notes:

(+) Fernando Em todo o lado. O rapaz está em todo o lado. Recupera dezenas de bolas, nunca perde a noção de onde está e é o complemento ideal para um resto de meio-campo criativo. Jogo quase perfeito.

(+) Helton Bem melhor a colocar as bolas em jogo directamente para os laterais, muito seguro na baliza e uma excelente defesa no último minuto que nos safou um ponto. Estou a gostar de o ver como capitão.

(+) Rolando Teve um jogo ingrato, admito mesmo que a maior parte do pessoal não tenha gostado de o ver hoje. Mas…e há quase sempre um “mas”, apanhou um Edgar que fez 209 faltas durante o jogo, quase todas sobre Rolando ou perto dele. A marcação que fez ao mesmo Edgar foi difícil mas era o único que a podia fazer. E não a fez mal, contra um adversário muito alto e brutinho.

(+) Maicon Excelente. Esteve quase perfeito nas dobras e não me lembro de uma única falha que tenha tido durante o jogo. Injusto ter sofrido com as (ausências de) dobras de Álvaro porque teve de correr mais do que era preciso, mas safou-se sempre bem. Cada vez gosto mais dele.

(+) Garra depois da expulsão Já não via isto desde o jogo contra o Benfica no Dragão, na época passada. A jogar sem…Fucile, a equipa jogou com garra, com empenho e conseguiu empurrar o adversário para a área e criou algumas jogadas de perigo. Com algum cansaço que se notava em Hulk e Falcao, coube a Fernando, Guarín e Rodriguez pressionar a todo o terreno e não se podia exigir mais. Se o tivessem feito desde o início da segunda parte…mas isto é um filme que já vimos este ano e era uma questão de tempo até sofrermos o primeiro revés…

(-) Fucile Jekyll & Hyde. Fez um jogo simpático, a mostrar que ganha a Sapunaru nos movimentos ofensivos…até começar a parvoíce. O golo do Guimarães nasce de uma falha enorme de posicionamento, a alhear-se do jogador e a contar que acertava na bola com facilidade. E depois, a expulsão. A calcadela ao Faouzi até pode ter sido acidental, mas é perto do árbitro e já se sabe que não deveria poder fazer este tipo de lances porque são demasiado arriscados. Houve fita do marroquino? E?…

(-) Varela Extraordinariamente mau, rapaz. Não fez uma única coisa de jeito e o jogo não lhe correu mesmo nada bem, foi bem substituído e espero que não tenha muitas mais jogos destes. Há dias assim…

(-) Bolas paradas Volto a bater na mesma tecla. Um desperdício quase a 100% de todos os lances de bola parada de que dispômos pode ser sinónimo de deficiências técnicas ou de falta de treino específico, mas começo a achar que as estatísticas não estão a ser bem recolhidas. Os cantos batidos para a área são absurdamente marcados ao primeiro poste para serem quase sempre facilmente interceptados pelo defesa que lá está; os curtos…dão remate pressionado de Hulk que…seguem para pontapé de baliza; os livres com cruzamentos para a área são mal marcados e o guarda-redes raramente tem problemas a agarrar a bola; os livres directos…são só maus. Perdem-se tantas bolas nestes lances que mais vale jogar curto e rodar para o lado.

(-) Villas-Boas Não gostei mesmo nada da flash-interview. Acredito que estivesse chateado pela derrota mas não me parece que Xistra tenha sido tão influente no resultado para justificar as frases do nosso treinador. Conhecendo a nossa imprensa e sabendo que se vão já lembrar dos jogos da pré-época no Torneio de Paris para lhe chamar arrogante, deselegante, violento e agressivo, escalar estas parvoíces só nos pode prejudicar, por isso preferia que mantivesse a calma e se abstivesse destas declarações. Não ganha nada com isso.

Estou à espera de ler em alguns blogs portistas qualquer coisa como “ah mas ainda estamos a 7 pontos do !”. É a pior coisa que podemos começar a pensar! É preciso jogar todos os jogos para vencer mas não vem mal nenhum ao mundo perder pontos, é preciso que os adeptos percebam isso. Foi um jogo bem disputado (não muito bem jogado) que qualquer equipa podia ter ganho. Fica-me na memória aquele lance do Moutinho em frente ao guarda-redes ainda na primeira parte. Esses golos não se podem falhar, nem em Portugal nem na Europa. A pausa pode fazer bem para descansar a equipa e acalmar o povo…

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Ouve lá ó Mister – Vitória Guimarães

André, hombre!

Correu bem aquela cena na Bulgária! Estive a ver o jogo num tasco e entre finos e duas de treta com o pessoal, quase que me distraía tanto como o Maicon a deixar passar a bola por cima dele. O jogo rambém era fácil e os gajos não jogavam grande coisa. o Tiero era titular, carago, acho que isso diz tudo.

O que interessa mesmo depois da mourada ter ganho ao Braga, é nós colocarmos o Minho todo a chorar. Rapaz, sei que não és dessas coisas, mas de vez em quando é preciso jogar feio, e acredita no que te digo, porque já sigo isto há uma batelada de anos e sei do que a casa gasta, hoje à noite é preciso jogar feio. Não é preciso ser violento nem agressivo demais, olha lá que o Xistra quando começa a puxar do cartão aquilo tem mais soltura que um caniche depois de comer três quilos de ameixas! É só jogar rijo, duro, prático e eficaz. Não me interessa se tens de mudar o esquema quando vires que as coisas não correm bem, este jogo não se pode perder!

Não sei se vou conseguir ver o jogo no estádio mas estou tentado a isso. Palavra que estou. E se ouvires um gajo a gritar “Ouve lá, ó mister! Põe-me o Souza em campo e tira o Varela que isto já só lá vai com pancada!”, já estás a ver quem é. Vamos lá equipa!!!!

Sou quem sabes,
Jorge

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