Como inventar uma notícia

Li no FutebolPortugal um artigo muito interessante (nem sempre é o caso, mas este chamou-me a atenção) sobre a forma como as notícias são veiculadas para o exterior, por vezes sem grande fundamento, notícias essas que por vezes são autênticas bombas mediáticas e que abanam com a estrutura de clubes e pessoas.

Foi exactamente este o caso com esta notícia que saiu ontem no DN. Reparem no que lá diz:
Quem ler isto poderá pensar que fontes ligadas ao clube de Merseyside estão a equacionar substituir Rafa Benítez, (finalmente rendido ao interesse da Juventus em contratá-lo), por Domingos ou Jesus. Reparem no “são apontados pelo jornal inglês Telegraph”, sinal evidente que há pesquisa e confirmação da origem da notícia. De notar também o “são veiculados pelo Telegraph como eventuais sucessores”, o que confirma o trabalho feito pelo(s) jornalista(s).
Certo?
Errado.
Esta notícia, tão habilmente trabalhada pelo jornalista Tiago Silva Pires, teve como fontes de pesquisa…um blog. De um opinion-maker do Telegraph, o Luís Sobral lá do sítio, pronto. No artigo que foi colocado no blog original, que podem visitar aqui, analisa-se a presente temporada do Liverpool, a forma como Benítez terá perdido o controlo da equipa e dos seus jogadores e quem será o seu sucessor após a inevitável saída. Reparem o que está lá escrito:
O blogger, Rory Smith, atira com todas as hipóteses que se vai lembrando, elimina-as sempre com qualquer motivo, válido ou não, e segue para a próxima.
O DN, claramente, está num momento mau. Mas isto é jornalismo do mais rasca que pode haver, onde se transforma um simples passeio mental numa notícia que se tenta passar com fundamento. Culpa do jornalista? Da sua falta de ética e capacidade crítica e de análise concreta? Da pressão por mostrar serviço? Do editor?
É por causa desta gente que eu só acredito nas notícias que se relacionam com o meu clube quando vejo os factos. E mesmo assim ainda me lembro do Rushfeldt…
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Oh! The Humanity!


Aposto que vários gajos foram despedidos n’A Bola por não terem conseguido alterar o algoritmo das classificações da Bola de Ouro 2009 e deixarem que um herege como este senhor ganhasse o troféu.

De qualquer forma, parabéns, Lucho. Oh how we miss thee…
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Re-be-ca


Quando li esta notícia no Diário Económico, fiquei surpreendido por vários motivos. Em primeiro lugar porque andava à procura do calendário das apresentações de resultados das empresas do PSI-20, algo que se poderia esperar de um site dedicado à economia, como o seu nome indica. A somar a isso, tinha a ideia que o campeonato acabava lá para Maio e que matematicamente ainda podíamos aspirar a mais que um humilde terceiro posto na classificação final. Também me surpreendeu o facto do Benfica se ter sagrado campeão ainda que actualmente esteja em desvantagem frente ao Braga. Estranhei, mas continuei a ler.

No resto do micro-artigo, a jornalista que o escreve (Rebeca Venâncio), cita a fonte sempre bem envolta em secretismo e aura mística, o Habbo. Para quem não sabe, o Habbo é uma versão ainda-mais-teen do Facebook, que por sua vez é uma versão menos espalhafatosa do hi5, que surgiu do antigo Friendster ou do Orkut…e por aí fora. Rebeca, uma menina que tem um Twitter (uma versão de…não, esperem, o Twitter é original) do mais fófinho que pode haver, que inclui pérolas como “Por favor assinem a petição: Actores de Twilight em Portugal”, ou “Adoro pessoas sem personalidade! (NOT!)” e que aparentemente é jornalista no sentido menos estreito possível da palavra, acha engraçado colocar artigos em versões online de jornais relativamente respeitados na área…da Economia, sobre inquéritos em redes sociais para adolescentes.
Ah, Rebeca. Até tens uma carinha laroca, miúda, mas estou a ver que isto do jornalismo vai ser complicado. Ao ler o teu artigo só me apetece dar-te umas palmadas. Não, rapariga, não desse tipo de palmadas. Daquelas que as mães antigamente davam aos putos quando eles se portavam mal, e falavam ao ritmo do açoite. Assim tipo “tu-não-podes-escrever-não-notícias-destas-e-esperar-que-a-malta-fique-calada!”. Ufa.
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