Uma ideia para os SD

Oh juventude, em vez de andarem a pilhar estações de serviço ou a estourar vidros de combóios, por que não considerarem uma actividade igualmente lúdica e prazenteira como esta? Sugiro a relva do Estádio da Luz, seria bem melhor que pintar a pantera do Bessa de azul!

(visto aqui)
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Baías e Baronis – FCP vs Atlético Madrid


Cheguei a casa cansado. Estava exausto com as emoções do jogo, com a indecisão da equipa, o cansaço de Belluschi, o calcanhar de Falcao e os carrinhos salvadores de Fucile…ah, a Liga dos Campeões! Estes são os jogos que trazem mais sal ao futebol, incomparavelmente mais emocionante que qualquer jogo contra o Leixões ou a Naval.
No estádio fiquei com a ideia que nem tudo vai bem com o FC Porto, apesar dos bons resultados desta última semana. Mas no meio das arreliações e da pseudo-melancolia que parece assolar-me nos piores momentos, há sempre algumas coisas que se safam. Vamos aos B&Bs (ou aos F&Ps, segundo alguns caríssimos amigos meus, onde F seria Frangueiro e P seria Perneta. Concordo com o segundo, discordo com veemência com o primeiro!):

BAÍAS
(+) Falcao foi o autor de um dos golos individualmente mais vistosos que já vi. Foi daqueles lances em que se tenta e reza-se para que corra bem…e desta vez correu mesmo. O colombiano acaba por ser um jogador importante na equipa, já com 6 golos este ano, e joga como ponta-de-lança puro. Homem de área, raramente descai para qualquer um dos flancos, o que transforma o jogo do FC Porto em relação aos anos transactos, em que se habituou a ter alguém lá…mas nunca sempre o mesmo. Falcao está a alterar a maneira do FC Porto atacar e isso nota-se bastante, particularmente na forma como os extremos acabam por tentar cruzar para ele, apesar de o fazerem, na maior parte das vezes, sem resultados práticos.
(+) Fucile. Que jogaço, menino! Parafraseando o meu amigo de Porta 19: “Se ele jogasse sempre assim já não estava no FC Porto…”. Não me lembro de ver Fucile a jogar com tanta certeza nas entradas, a ganhar muitas bolas de cabeça (é certo que contra o Simão não conta para muito, mas ainda assim ganhava-as) e a sair para o ataque em tabelinhas com Hulk. Genial nas entradas de carrinho, particularmente na segunda-parte, onde salvou várias vezes o couro dos colegas frente a Forlán ou Simão ou até Reyes. Uma entrega tremenda, fez um jogo quase perfeito. Aposto, para mal dos meus pecados, que o Jorginho vai fazer um jogo horrível no Domingo só para eu ter de engolir estes elogios todos…
(+) Hulk esteve bem enquanto teve pernas. Perea deve ter pensado que mal fez para ter de aturar a primeira parte de Hulk, que lhe desfez os rins sempre que pôde. Faz a assistência para o golo de Falcao e foi o autor das principais jogadas de perigo durante quase toda a partida, muito embora parecesse menos afoito que no jogo frente ao Sporting.
(+) Guarín entrou muito bem e acabou por equilibrar a equipa, algo que Jesualdo deveria ter feito desde o início, na minha opinião. Quando se pede ao colombiano para criar jogo, para atacar e arrastar a bola para a frente…sai borrada. No entanto, quando se lhe diz para ter calma, para jogar com o corpo e com cabecinha bem assente nos ombros, rodar a bola e segurar o jogo, é valioso.
(+) Não sendo muito adepto dos insultos às equipas adversárias, sou adepto da pressão directa sobre os jogadores. Se essa é uma estratégia que funciona…depende muito do jogador. Funcionava com o Marinho (ex-Sporting) nas Antas, mas hoje não funcionou nem com Simão nem com Paulo Assunção. O primeiro pior que o segundo, mas creio que os permanentes assobios não ajudaram a baixar a moral de nenhum deles. Agora uma coisa é certa: gostei de ver (ou melhor, ouvir) os adeptos a assobiar fortemente tanto o ex-benfiquista como o ex-nosso-trinco-titularíssimo desde o início até ao fim do jogo. Pode não fazer muito, mas nunca se sabe, o rapaz pode estar num dia mau e ficar deprimido!
BARONIS
(-) Tomás Costa. O rapaz andou perdido uma grande parte do tempo, e se serve de atenuante o facto de nunca ter jogado a trinco na vida dele (segundo as suas próprias palavras na zona mista), as constantes distracções e o nervosismo que mostra tornam-no numa arma perigosa. O número 20 do FCP parece querer ser o próximo Bandeirinha em termos de versatilidade: tanto joga a trinco ou a interior direito, como até pode jogar a lateral, direito ou esquerdo. Agora, como Bandeirinha, nunca o faz bem. E a continuar assim, nunca fará.
(-) Já começa a ser uma constante dar um Baroni ao Mariano, mas é impossível não o colocar aqui. A verdade é que a maior parte das vezes que está em campo a equipa acaba por parecer jogar com menos um jogador. Continua trapalhão, domina mal a bola (hoje ia conseguindo o feito extraordinário…a tentativa de controlar a bola com o pescoço!!!) e o ataque pára quando o argentino toca na bola. É o anti-Midas da equipa.
(-) Se contra o Sporting os primeiros 20 minutos tinham sido muito bons, aqui foram os últimos 20 que foram menos maus. Agora no resto dos 70 minutos…foi mais uma vez um FC Porto lento, muito estático nas marcações e demasiado trapalhão nas transições para o ataque. Era desesperante ver os jogadores do Atlético a correrem metros atrás de metros com a bola nos pés, e os nossos rapazes, cheios de medo dos papões do contra-ataque vermelho e branco, recuavam…recuavam…recuavam, até entrarem na própria área e dando todo o espaço do mundo para Forlán e companhia. Tomás Costa andava sempre perdido, Meireles continuava mau no passe e na criatividade, Belluschi raramente aparecia…e não fosse a entrada de Guarín e a passagem de Meireles para trinco para re-equilibrar a equipa, e provavelmente estaríamos a lamentar dois pontos perdidos. Muitos passes pelo ar, muito nervosismo e acima de tudo muito medo da velocidade adversária. É preciso ser mais, fazer mais, agir mais! A questão coloca-se: porque é que Jesualdo não apostou em Meireles para trinco desde o início?!
(-) A capacidade física de alguns jogadores está-me a preocupar. Belluschi não aguenta mais de parte e meia, e Hulk quase nem isso. Se somarmos Meireles a jogar mal, Mariano a preencher candidaturas para doses industriais de Prozac para ver se t
em mais calminha e as lesões de Varela e Rodríguez…as opções no plantel reduzem-se, e a rotatividade pode ser acelerada.
Acabada a partida, revi o calendário. Temos tudo a nosso favor, e se ganharmos os dois jogos frente ao APOEL, acabamos por apenas precisar de um ponto para dependermos só de nós. Como acredito que o Chelsea ainda vai dar um jeitinho ao ganhar ao Atlético, pode ser que tal nem seja preciso. Agora venha o Olhanense para voltarmos ao nosso triste fado da Liga Sagres…
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Baías e Baronis – FCP vs Sporting



Quando chegou o dia do primeiro clássico, não estava muito confiante. É certo que estava um pouco ressacado de um jantar muito animado que tinha acontecido na noite anterior, mas ainda assim as circunstâncias que rodeavam a equipa nos últimos jogos acabavam por confirmar a minha tradicional maneira pessimista de encarar estas partidas. No entanto acabei por sair do estádio num misto de satisfação pela vitória conseguida, acoplado de uma frustração pelo escasso resultado. Após um Domingo passado num estado de constipação intensa, seguem os B&Bs igualmente intensos abaixo:

BAÍAS
(+) Hulk esteve de volta. Um verdadeiro terror para os laterais do Sporting, mais Grimi (e depois Miguel Veloso) do que Abel, foi pelo lado direito do nosso ataque que Hulk conseguiu desfazer os rins a tudo que lhe aparecia pela frente. Sacou a falta que deu o golo e voltou a ser decisivo ao conseguir sofrer a falta que deu origem ao penalty que Falcao se encarregou de falhar. É este Hulk que precisamos e espero parar com este ping-pong constante entre Baía e Baroni com que tenho brindado o nosso Givanildo.
(+) Falcao marcou um e falhou 3, um dos quais um penalty. Apesar do fraco aproveitamento, a questão é que apareceu por diversas vezes em situação de perigo para a baliza adversária e isso já é bom, tendo em conta que a equipa raramente joga para ele. Sofre mais quando usamos a parvoíce do jogo directo, com Helton a enviar a bola pelo ar e Falcao a saltar pelo meio dos centrais. No entanto, a capacidade de domínio e protecção de bola é bem acima da média no colombiano e isso pode ser muito útil para aguardar a chegada dos extremos e médio ofensivo (sim, só há um, não me venham dizer que Raul Meireles o é, porque não é, pelo menos ainda não). 5 golos em 6 jogos é bastante bom para a primeira temporada, espero que continue!
(+) Os primeiros 20 minutos do FC Porto foram avassaladores. Empurrámos o Sporting contra as cordas e só graças à tradicional inépcia em frente às redes é que não ganhámos avanço para dormir o resto do jogo. Os verdes lá reagiram com força e subiram no terreno, com o FC Porto sempre perigoso no contra-ataque. Foi uma excelente primeira parte para quem gosta de futebol e especialmente para quem não se interessava pelo resultado.
(+) Fernando. Já começa a ser uma chatice ter sempre de colocar este rapaz aqui na lista dos Baías, mas o que é facto é que cada vez gosto mais de o ver a jogar. Tem potencial para ser um dos melhores do mundo e é dos poucos jogadores em que dou a mão à palmatória quanto ao julgamento de Jesualdo. Rápido a interceptar a bola, muito bom na marcação e excelente a rodar a bola para a frente, é imprescindível…o que me lixa as contas para o jogo de quarta-feira contra o Atlético. Até ver Prediger a jogar (e na Champions também não vou ver…) não há alternativa credível ao brasileiro.
BARONIS
(-) Mariano e Meireles. Um dos piores jogos de Meireles que me lembro. O que mais me impressionou foi a insistência em erros infantis, especialmente em zonas perigosas como a entrada da nossa área. Arriscou em demasia e fez algumas faltas que, caso Duarte Gomes quisesse, podia perfeitamente ter resultado no segundo cartão amarelo. Quanto ao argentino, voltou ao início de 2007/08. Não conseguia dominar uma bola, falhou passes atrás de passes e perdeu bolas consecutivas com a equipa balanceada para o ataque. Era um modelo recorrente: bola para Meireles, passa com força demais, perde a bola; bola para Mariano…domina mal, perde a bola. Eu, bem como a malta à minha volta, estávamos a ficar doentes…
(-) Depois do penalty falhado…a miserável exibição contra um adversário reduzido a 10 jogadores. É absurdo passar do 80 para o 0,8 mas foi o que aconteceu. Uma primeira parte bem boa e depois foi o estouro físico, o medo, a fraqueza nas pernas e nas cabeças. Falta muita estaleca a esta equipa e diria que ao treinador também, mas esse já não tem emenda, já que passa sempre para os jogadores os seus próprios receios, a estratégia do “1-0 chega, ‘bora para trás que os outros aí vêm” está enfiada na mente dos nossos rapazes e vai ser complicado, se possível, mudar esta atitude. Para sermos uma grande equipa não podemos ficar pelo 1-0, especialmente quando estamos a jogar a mais. É provinciano e medíocre e exige-se mais.
(-) Ao mesmo tempo que critico a minha própria equipa, critico ainda mais o Sporting. A cambada de meninos mimados, enjoados com as arbitragens e com a própria incapacidade de amadurecimento precoce que apareceu no Estádio do Dragão é de causar náuseas. 11 e depois 10 gajos concluiam cada apitadela do árbitro com uma reclamação, era uma floresta de braços levantados e de pressão constante sobre o árbitro, que acabou por se virar contra eles. Esta campanha que o Sporting anda há anos a criar, esta figura patética de Calimero permanente que quixotescamente se revolta contra moínhos que não existem e pensa ter, por alegar tal mau tratamento, carta branca para fazer um berreiro sempre que é assinalado um fora-de-jogo ou um lançamento contra eles. Calem-se, é mau, dá mau nome ao vosso clube e só deixa transparecer que a instabilidade é ainda maior do que se pensa. E Paulo Bento não está acima deles, é tão infantil e desregrado como a manada de bezerros que orienta. Cresçam, são bons jogadores, só vos falta serem homenzinhos.
Muito mais poderia ser dito sobre o jogo. As emoções foram fortes e prometem não parar porque na próxima 4ª feira temos já um jogo decisivo para o nosso futuro na Liga dos Campeões. Sem Fernando, Rodríguez e Varela (os mais importantes), a tarefa vai ser complicada…haja Hulk e Falcao!

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Frase do ano


Apesar deste ser um blog que claramente trata de temas relacionados com o universo Portista, não resisto a colocar aqui uma frase que ouvi ontem, proferida por Rui Oliveira e Costa em resposta a uma provocação do realizador António-Pedro Vasconcelos no “Trio de Ataque”:

“Podes meter as sondagens onde quiseres que eu nunca te falei de filmes!”
Como isto saiu da cabeça daquele acéfalo sportinguista é uma questão para ser examinada pelas grandes mentes dos nossos netos. Enfim, até um relógio avariado está certo duas vezes por dia.
Com este pequeno post fica feita a minha provocação ao reino sportinguista. O resto guardo para sábado às 19h15.
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Hulk: batalhas perdidas

Quando na época passada começamos a apresentar Hulk na equipa principal, muitos se questionaram quanto ao seu verdadeiro valor. O brasileiro começou por mostrar pouco, mas gradualmente foi subindo de forma e até aparecerem as lesões provocadas por diversas entradas assassinas e não sancionadas (Guimarães, Reboleira et al) foi uma das figuras da equipa, acabando por eclipsar o próprio Lisandro em termos de produção ofensiva e até em número de golos apontados.

Sempre lhe foi apontado algum individualismo em excesso, e desde cedo tive o pressentimento que ia demorar algum tempo até que o menino Givanildo se transformasse num belo espécimen de futebolista. É lógico que tem força, potência de arranque, capacidade de improviso e um remate de meter medo. No entanto, como vários antes dele, Jesualdo tinha a minha confiança para conseguir efectuar a transição de Hulk até um patamar decente e que mostre o valor que parece querer ter.
Neste início de época acabo por verificar que Hulk vai ser um caso complicado de transformação. O primeiro jogo frente ao Paços (sim, porque os amigáveis são mais importantes que treinos de conjunto mas pouco mais) confirma que o rapaz ainda era exactamente isso, um rapaz. Refilão, indisciplinado, com pouco sentido prático e elevada falta de jogo de equipa, parecia ter mais uma pequena travessia no deserto de ideias que na altura era a equipa do FCP. Apanhou dois jogos e ficou a promessa de se auto-açaimar quando fala com os árbitros (ainda que eu pense que nem o deveria fazer) e de jogar mais para a equipa. Fica dois jogos de fora e volta frente ao Leixões, fazendo um jogo…que não fazia sentido, tendo em conta o histórico do jovem. Energético como sempre, mas voluntarioso, a passar bem a bola e na altura certa, jogando e fazendo jogar, com discernimento acima do normal e a fazer os adeptos pensar que Jesualdo tinha recuperado o jogador no sector que interessava mais, a mentalidade competitiva.

Engano. O jogo contra o Chelsea, apesar das circunstâncias atenuantes, volta a mostrar um Hulk mais individualista e com metafóricas pálas nos olhos, a olhar só para a frente e com pouca claridivência em campo. Frente ao Braga voltou a jogar mal, com simulações ridículas e pouco inteligentes que não ajudaram a equipa e apenas serviram para encinzentar ainda mais a imagem do próprio jogador perante os adeptos que tanto o apoiam e procuram nele um salvador para alguns momentos de menos capacidade criativa do colectivo.
Com Hulk estamos a perder batalhas sucessivas pela reabilitação moral do jogador. Jesualdo tem uma imagem de professor calmo e compassivo, que trata os jogadores por tu e que acaba por conseguir pegar em fulanos aparentemente irrecuperáveis e transformá-los em jogadores úteis à equipa. Neste caso, as batalhas que estamos a perder têm sido consecutivas e importantes, e começamos a ter pouco tempo para rentabilizar o jogador que pode ser fulcral para levar o clube às glórias que pretendemos.
Como a Inglaterra de Montgomery no Norte de África, depois das batalhas perdidas acabou por vencer a guerra. Será que Hulk vai ser o nosso Monty?
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