Baías e Baronis – Eintracht Frankfurt 3 vs 3 FC Porto

foto retirada de desporto.sapo.pt

Há quem diga que o futebol é um desporto aborrecido, cheio de pequenos e grandes nadas e que os resultados acabam na maioria das vezes com um golo para uma equipa e nenhum para a outra. E até pode ser verdade…mas às vezes acontecem jogos destes, em que há incerteza no resultado, emoção a rodos e uma invulgar capacidade de sofrimento que levou qualquer portista a entrar em quase demência com a parvoíce da própria equipa, ao mesmo tempo que se excitava com a vontade de ganhar que os jogadores mostravam e que o nervosismo e a disposição táctica quase os impediam de conseguir. E daqui a uns anos posso dizer: “E aquele jogo que fomos fazer a Frankfurt? Porra, que me ia dando um enfarte!!!” Uff. Escapelizemos, então:

(+) Danilo. Esforçadíssimo, fez o flanco todo durante…o jogo todo e foi dos que nunca desistiu, o que me deixou completamente surpreendido porque já disse várias vezes no passado que acho que o rapaz precisa de incentivos permanentes e se tivermos de pagar mais algum para o moço ir ao psicanalista, podemos recuperar mentalmente um jogador que se deixa ir abaixo com qualquer infortúnio que lhe aconteça. Mas hoje, ao contrário do que é normal, Danilo tentou sempre levar a equipa para a frente e lutou com poucos para que o jogo lhe corresse bem, e correu. E quem dera que consiga manter este ânimo, esta vontade durante todos os jogos que disputa.

(+) Mangala (pelos golos). Porque até para um latagão como o francês, marcar dois golos de cabeça em plena área de uma equipa alemã não é para todos. E porque compensou as falhas atrás com uma eficácia na frente que nos valeu a passagem aos oitavos. Muito bem, Eliaquim, sempre a marcar pontos para o mercado de Verão!

(+) Aleluia! Atitude! Quaresma corria na frente, com Fernando a controlar o meio-campo atrás (Fonseca, por favor, deixa o rapaz a jogar sozinho, por favor, oh POR FAVOR!) e Varela a sprintar pela ala. Sim, continua e palpita-me que continuará a haver extraordinárias descompensações na zona do meio-campo e defesa, onde aparecem três homens a cobrir o espaço onde está a bola, abrindo linhas de passe facílimas para o adversário, mas hoje houve algo que não tinha havido na primeira mão e muito menos no Domingo: houve querer. Os jogadores do FC Porto mostraram que queriam vencer o jogo e mesmo depois de várias contrariedades (empatar depois de estar a perder por dois…para logo sofrer o terceiro, é dose) conseguiram lutar com as forças que tinham apesar da pouca cabeça que enfiaram no jogo. Ao menos isso, para que não se lhes possa apontar mais nada sem ser a adesão a um sistema táctico e a uma disciplina de jogo que, francamente, não compreendo.

(-) Jackson. Uau. Simplesmente…uau. Deve ter sido o pior jogo que Jackson fez com a nossa camisola, tal foi a quantidade ridícula (e risível, para os adversários) de bolas perdidas, mal controladas e desperdiçadas. Rematou sempre ao lado, às vezes *demasiado* ao lado para um jogador que é excelente em frente à baliza mas que está perdido quando tem de recuar e não encontra um elemento a quem possa endossar a bola, algo que acontecia frequentemente no ano passado com Lucho, James ou Moutinho, e como este ano fica abandonado na frente, procura fazer as coisas sozinho. Ui. Não. Não, Jackson, por favor não. Está em baixo de forma e nota-se na sua postura e atitude em campo. Acorda, homem!

(-) Carlos Eduardo. Mais um bom monte de merda de iaque que saiu dos pés deste rapaz, aparentemente mais preocupado em perder a bola do que de facto a criar algo de produtivo. Perdeu já a boa imagem dos primeiros jogos que fez a titular, muito por sua culpa, na medida em que o posicionamento táctico parece o que um perú algemado a chegar ao dia de Acção de Graças na América, cheio de vontade de fugir mas sem espaço para onde o fazer. O terceiro golo do Eintracht tem grande influência sua, desfazendo uma defesa que estava já inclinada para a frente com um passe fraquíssimo para o centro do terreno, facilmente interceptado pelos alemães. Se Quintero não joga agora…não faço ideia porque será.

(-) Falhas defensivas. Sai mais uma fornada quentinha de estupidez e desconcentração para a equipa do FC Porto! Se formos a compilar um worst-of dos lances defensivos desta temporada, temos um dia inteiro de videos para ver e apreciar, especialmente se não formos adeptos e/ou sócios. Apenas Danilo se safou hoje, porque Alex Sandro esteve quase sempre distraído e mal apoiado a defender e os centrais foram consistentemente ultrapassados em astúcia e altura pelos alemães. Desconcentrados, mal posicionados, sem sentido prático, fica na imagem aquele lance em que Mangala, tentando proteger a bola para Helton recolher, dá um toque mesmo antes do guarda-redes apanhar a bola…e sai mais um livre directo que é meio golo e só não foi completo por sorte. Somemos o corte em cima da linha de Varela, as IMENSAS falhas de Maicon (nos dois primeiros golos, por exemplo) a lentidão de Herrera e o mau posicionamento de Carlos Eduardo e temos aqui um caldinho maravilha. Ah, Porto, onde está a tua defesa que fez nome pela Europa fora?


E agora? Nápoles. E vamos já assumir que somos underdogs para este jogo, porque Hamsik não é Meier, Higuain não é Joselu, Inler não é Schwegler e Callejón não é Aigner. Nem falo do Mertens e do Pandev. Yeah, we’re fucked.

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Baías e Baronis – FC Porto 2 vs 2 Eintracht Frankfurt

Uma noite europeia é sempre diferente dos confrontos internos e por muito que tentemos assimilar a ideia de que somos actualmente um clube grande, a verdade é que…não é verdade. Somos um Porto curto, tão incapaz de manter um fio de jogo consistente como de impôr algum respeito para lá do nome na Europa em 2013/2014. Para lá de todas a (des)organização que aconteceu cá fora, que tratarei noutro post mais tarde, foi lá dentro que demos mais uma vez a imagem de um clube que se está a desagregar e a desligar dos seus adeptos, começando pela equipa, que é incapaz de captivar a atenção de outros tempos e que se vê envolvida numa espiral descendente de contínuo empobrecimento. Vamos a notas:

(+) Herrera. Foi dos poucos que em campo pareceu mostrar algum discernimento colectivo e que procurou levar a equipa para a frente com alguma convicção e inteligência, especialmente na primeira parte. Bom na condução da bola, melhor nos passes laterais e na criação de espaços onde os alemães permitiam e não fosse a quase total inoperância dos laterais e dos colegas do meio-campo e ataque, Herrera teria brilhado mais.

(+) O golo de Quaresma. Vi o cigano a apontar a mira para o canto mais longínquo da baliza e nessa fracção de segundo pensei: “Lá vai mais uma bola c’os cornos!”. Enganei-me e de que maneira, porque o remate foi estupendo, perfeito, indefensável para qualquer guarda-redes no mundo. Genial, rapaz…e das poucas coisas de verdadeiramente produtivo que fizeste em campo.

(+) Os 4(0?) mil alemães. Estacionei com alemães perto, tomei café ao lado de alemães, desci a alameda sempre acompanhado por alemães, esperei cá fora com centenas de pessoas onde estavam dezenas de alemães e vi o jogo rodeado de alemães. Ordeiros, simpáticos, casais e grupos de amigos conversavam alegremente sempre com cervejas na mão, esperando pelo jogo enquanto vestiam as suas cores e animavam o final de tarde na Invicta. E durante o jogo, onde pelo menos quatro mil que pareciam dez vezes mais gritavam e apoiavam a equipa abafando os milhares de tristes portistas (grupo no qual me incluo), independentemente do resultado ou da forma como o jogo estava a decorrer. É impossível pensar que alguma vez conseguiremos ter um espírito similar com todo o estigma moral do tradicional latino, mas temos de conseguir olhar para os gajos e dizer: “Parabéns, caríssimos. Tiveram a festa que fizeram por merecer.”.

(-) Falta de atitude, incapacidade de manter uma postura consistente, completa desorganização táctica, FALTA DE ATITUDE, ausência de liderança dentro e fora do campo, fraquíssima capacidade técnica, insistência no individual em detrimento do colectivo, FALTA DE ATITUDE, excessivas facilidades permitidas na defesa de bolas paradas, desaparecimento dos laterais ofensivos, brincadeira em zonas perigosas, medo do conhecido e pavor do desconhecido, FALTA DE ATITUDE, enervante e inconsequente sofreguidão no ataque, alarmante falta de entrosamento táctico no meio-campo, pouca capacidade de gerir a posse de bola, inexistente estratégia de jogo, FALTA DE ATITUDE, assustadora falta de capacidade de sair de situações de pressão alta, substituições tardias e reactivas, absurda dependência em jogadores-chave, FALTA DE ATITUDE, lentidão na rotação de bola a meio-campo, pouca criatividade no ataque, inexplicável ausência de um médio que saiba o que fazer com a bola em zonas avançadas, desânimo perante dificuldades, descrença nas próprias capacidades e FALTA DE ATITUDE. Acho que está tudo dito.

(-) Se os do sofá não aparecem, só ficam os portistas. Diz muito sobre um clube, como me dizia um companheiro de Porta e co-blogger do BibóPorto, quando numa noite de eliminatória europeia estão meia-dúzia de milhares de adeptos do clube da casa e quase tantos do outro lado. Podem atirar-me com todas as desculpas possíveis (antecipo já o pedido de desculpas aos que estão incluídos neste grupo e que não puderam mesmo ir ao estádio), porque os bilhetes eram caros e estava a chover e frio e afinal dá na televisão e havia tanto trânsito e estou resfriado e tive de ficar a trabalhar até tarde e não pude mesmo, acredita. É nestas noites que as massas deviam acorrer em força ao Dragão para apoiar a equipa quando ela precisa deles para os incentivar e dar o ânimo que claramente não tem. E é também nestas noites que se notam os portistas doentes que vão ao estádio a não ser que estejam entrevadinhos ou se lhes tiver morrido o cão, porque as caras são as mesmas, os sorrisos e olhares trocados são das pessoas que se conhecem e reconhecem umas nas outras e onde a cumplicidade ultrapassa as amarguras de um mau jogo disputado por uma pseudo-equipa. O clube, digo eu, e os seus adeptos, deveriam estar acima disso. Para muitos, os fair-weather fans, só quando há convites para os camarotes ou todos os astros se alinham para que seja um jogo perfeito, só aí é que lá aparecem. Sou arrogante? Sim, sou. Especialmente nestas alturas.


E agora, minha gente? É para ir ganhar à Alemanha? É? Mesmo? Não acredito, para vos ser sincero. Qualquer esperança que tinha de ver um FC Porto forte este ano caiu ao chão neste jogo. Cá dentro ou lá fora.

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I Encontro da Bluegosfera em entrevista à Rádio 5

Esta quinta-feira, a organização do I Encontro da Bluegosfera (na pessoa do Paulo Santos do Bibó Porto, carago) deu uma entrevista à Rádio5, que teve a amabilidade de nos fornecer o ficheiro áudio que passo a disponibilizar para quem quiser ouvir.

A entrevista pode ser ouvida aqui (19 MB, formato mp3).

E relembro que ainda há alguns lugares à espera de inscrições de última-hora! Ah, seus portugueses tão típicos, sempre a deixar tudo para o último dia!

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Bais-tequetebol?

foto retirada do Bibó Porto, carago!

Não sei que pensar. Sou sócio portista e apesar de não ser um seguidor assíduo das desventuras da equipa sénior de basquetebol do FC Porto, algo em mim sabia que estavam sempre lá, tal como o Andebol e o Hóquei. Todos ouvimos as tretas da falta de dinheiro, da incapacidade financeira e das eventuais chatices com salários e aborrecimentos por motivos organizacionais com a Liga. Não tenho ligado ao basquetebol porque não tenho tempo para tudo, mas é curioso porque tendo já sido jogador federado (sim, eu que do alto dos meus quase cento e setenta centímetros via o aro a uma distância quase inatingível mas lá tentava ser o melhor base que podia e sabia) sempre mantive uma ligação moral ao desporto e como tal devia estar mais ligado. Optei pelo futebol, porque me dá mais gozo ver e perceber.

Mas lembro-me dos tempos de Rui Santos, Jared Miller e Kevin Nixon. Lembro-me do Quidiongo, do Paulo Pinto (RIP), do puto Marçal, do duro Raul Santos, do louco Fernando Sá, até do Júlio Matos, agora administrador daquela modalidade. Lembro-me das épicas finais contra o Benfica, com o Américo de Sá a rebentar e eu a rebentar com ele. Lembro-me de muita coisa e deixei passar tanto tempo sem voltar a ver basquete.

E agora, ao que parece, deixei passar tempo demais. Não vi confirmações oficiais e a jogada pode ser política, mas temo que seja mais que isso. Temo que o clube esteja a focar demasiada atenção no futebol e abdique do ecletismo, muito por culpa de gajos como eu, que viraram agulhas para a relva e esqueceram os pavilhões.

Mas esta história, ou melhor, o final triste desta história, merece uma melhor explicação. Espero por ela.

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I Encontro da Bluegosfera

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No próximo dia 21 de Julho vai realizar-se o I Encontro da Bluegosfera, o qual terá lugar no Estádio do Dragão, Auditório José Maria Pedroto (Piso -3, entrada P1), entre as 13h45 e as 18h00.

Este evento é organizado por três sócios do FC Porto ligados a três blogues portistas – ‘Reflexão Portista’, ‘Porta 19’ e ‘Bibó Porto, carago’ – e irá contar com a participação de vários sócios/adeptos portistas que escrevem regularmente em diversos espaços da bluegosfera (blogues, sites, fóruns), os quais foram convidados para efetuar apresentações integradas num dos três painéis do evento:

Painel 1: A relação entre o Clube, os sócios e os adeptos Portistas
Painel 2: A “bluegosfera” no contexto das novas formas de comunicação
Painel 3: As modalidades de alta competição têm futuro no FC Porto?

Cada um dos painéis do evento tem uma duração prevista de uma hora e incluirá três ou quatro apresentações de, no máximo, 10 minutos cada. Concluídas as apresentações, o tempo que sobrar em cada painel será destinado a um debate, com moderação, envolvendo os elementos do painel, mas aberto a questões e comentários do público presente.

O I Encontro da Bluegosfera é dirigido a todos os Portistas que, olhando para o passado, presente e futuro próximo, estejam dispostos a participar numa discussão aberta onde, concerteza, irão ser focados muitos aspetos positivos e abordados outros que possam contribuir para que este glorioso clube centenário seja ainda e cada vez melhor.

Nota importante: Atendendo ao número de lugares ser limitado, a participação está sujeita a uma pré-inscrição pela Internet (através do endereço eletrónico [email protected]) e confirmação posterior por parte da organização.

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