Estou pronto para o início de época

Desde que me lembro que por volta desta altura lá vou eu a uma qualquer papelaria, possuído do espírito de ansiedade pelo iminente arranque de uma nova época de futebol, e adquiro os cadernos com as equipas para o ano que aí vem. E é verdade que com o prolongamento do mercado de transferências até daqui a um mês, o mais provável é haver muitas alterações nos nomes que lá figuram, mas é uma tradição e gosto de a cumprir.

Há dois anos mudei a tradição, não a cortando. Troquei os cadernos d’A Bola, que vinham a ser a minha fonte de informação privilegiada durante tanto tempo, e adoptei os d’O Jogo. O grafismo é agradável, os nomes estão lá na mesma, por isso alio o facto de poder abdicar de dar dinheiro a ganhar a um jornal que está em permanente guerriúncula contra o nosso clube e recebo a informação com o mesmo conteúdo mas de outra forma. Façam o mesmo que eu e cortem com eles. Se não têm respeito por mim como leitor pagante, não ganharão um mínimo nível de respeito como micro-financiador de quaisquer iniciativas, ainda que pontuais e com periodicidade anual. E se forem daqueles que se habituaram às maravilhas da internet e da aparente eternidade de persistência dos milhões de dados noutros milhões de sites com estatísticas, a verdade é que têm toda a razão. Os dados estarão disponíveis em montanhas de sítios diferentes por essa web fora, desde o site oficial do clube (dentro do género, porque insisto que aquilo não é nem de perto um site oficial ao nível do clube que lhe dá o nome) ao site da Liga, passando por estatísticas oficiais da UEFA e de tantos outros sites não-oficiais como o zerozero, o transfermarkt, entre muitos e muitos outros. Os nomes estarão lá, mais ou menos fotografia actualizada, com o cêvê linkado a tudo que é clube do passado do jogador, notícias com crawls permanentes em busca das mais recentes novidades, golos marcados e cartões amarelos exibidos. Esta revista, como as outras, tem a vantagem de tirar uma fotografia ao que existia naquele preciso momento no tempo em que os adeptos estavam, como eu, a clamar por futebol a sério e regressam de forçadas férias futebolísticas para ver os novos nomes, as novas camisolas, recordando ao mesmo tempo a imagem do que se passou no ano anterior.

Acima de tudo, é uma viagem ao passado, pelo menos para mim. É um regresso aos tempos em que debaixo de um calor abrasador, talvez no Algarve ou em Espinho ou em vários outros sítios onde tive a sorte de poder ir passear nos estios que já vivi, enquanto a família dormia uma merecida sesta sob uma qualquer sombra ou no fresco de uma divisão arejada e bem resguardada do sol, lá me deslocava a caminho da papelaria mais próxima, usando o dinheiro que tinha na altura e poupava para poder gastar neste tipo de extravagâncias, e comprava o guia para a próxima temporada. Este ano, com mais algum dinheiro, também poupado para continuar a poder gastar nestas parvoíces, já o comprei. Se não quiserem gastar o dinheiro e optarem por dar um salto a um site de poker ou de apostas da bola, não vos censuro. Afinal eu é que sou o saudosista aqui do burgo.

Por isso venha a bola. Eu, deste lado, estou pronto.

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Os preços do novo Dragon Seat

Este rapaz é um bom rapaz. É um rapaz simpático. E também é um rapaz que gosta de se dar ao trabalho de fazer recolhas estatísticas e coloca-as online para que todos possam ver. Com devida autorização do autor, cá vai:

Podem ler o resto do comentário em http://dragao-cronico.blogspot.pt

A verdade é que algo está a ser feito para tentar trazer mais pessoas ao Dragão, tentando combater o decréscimo de assistências das últimas temporadas. E a reformulação do esquema de preços parece querer uniformizar os valores que a malta tem de largar nos cofres do clube para que possa erguer os números do público ao vivo, o que é um bom plano mas pode não funcionar. Para mim, que tenho lugar na agora Arquibancada (uma medida que tem tanto de nostálgica como de pouco produtiva mas que será sem dúvida apreciada pelos saudosistas, onde me incluo), a poupança de 50€ é importante e ajuda sempre um bocadinho mais no orçamento familiar. É também interessante a forma como se tenta “convencer” a malta que detém lugares na Superior, Norte ou Sul, para que mudem para bancadas mais centrais, proporcionando uma melhor visão do jogo e da sua envolvência. Por pouco mais de 20% do valor que agora pagarão para ver o jogo de uma zona com pior visibilidade por trás das balizas, podem fazer um upgrade low-cost para poderem disfrutar da partida a partir de uma cadeira mais central, com maior impacto nas televisões e na aglomeração visual de público nas bancadas. Sim, é verdade que depaupera o “tribunal” em virtude de um maior conforto, mas quem já é cativo mental desses lugares em particular decerto não se importará de manter o lugar que, valha a verdade, também vê o seu valor reduzido. O único problema estará na fusão de alguns sectores da lateral e da sua incorporação nas centrais, na tentativa já acima descrita de puxar o público para zonas centrais por mais uma meia-dúzia de euros.

Sim, concordo. É uma boa medida, pelo menos no papel. Espero que os próximos tempos tragam a confirmação na caixa.

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Achas o quê, ó imbecil?

Se alguém estiver com problemas a arranjar motivação para este jogo que amanhã nos vai arrastar para o Dragão, é só olhar para as declarações do treinador do Dínamo Zagreb depois do jogo contra o Paris Saint-Germain e enquanto punha uma pomadinha para as almorródias, inchadas enquanto os croatas levavam quatro na pá dos franceses:

Ante Cacic, treinador do Dinamo Zagreb, já defrontou o FC Porto e o Paris SG e não tem dúvidas em assumir que os parisienses são «a melhor equipa do grupo».

«No início, teria dito que o FC Porto era o favorito mas, depois de ver o que o PSG pode fazer, acho que esta é a melhor equipa do grupo», reconheceu Ante Cacic.

Quem viu o jogo que disputámos em Zagreb certamente se lembra da pouca qualidade dos rapazes ao dispôr desta idiota com aspecto de sargento russo dos anos 80 num posto fronteiriço, antes de levar uma rebarbadela por estar a beber vodka a mais em hora de expediente.

Venham ao Dragão amanhã. Há uma promoção que permite a um detentor de Dragon Seat comprar um bilhete por dez euros e levar outro à borla para um amigo. Se fosse possível, era bonito o estádio estar cheio para nos ver a dar uma mão-cheia de lapadas na boca deste infiel.

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Baías e Baronis – FCP vs Leixões


(foto retirada do MaisFutebol)

Optei por não ir ver o jogo ao vivo, ainda que a entrada fosse gratuita para detentores de Dragon Seat, que possuo e ostento com gosto. Um jogo a uma terça-feira à noite, a contar para a Taça da Liga, contra o Leixões…não, obrigado. Jogos para taças nacionais só a partir das meias-finais ou contra Benfica ou Sporting. Sem ser isso não contem comigo. Acabei por ver o jogo via SIC, sem som, como qualquer portista deve fazer. Vamos a notas, tão curtas quanto a qualidade do jogo que vi:

BAÍAS
(+) Varela, porque é simples, prático, rápido, agressivo e marca golos. Sou habitualmente exigente em relação aos jogadores do FC Porto, e Varela está a marcar pontos na minha consideração, apesar do pouco que ela possa valer. Está motivado, está em boa forma e tem de ser titular, aposto que deve estar secretamente agradecido por Hulk ter sido suspenso, porque assim torna-se mais complicado para Jesualdo lhe lixar a vida.
(+) Álvaro Pereira continua a mostrar ser uma acertada contratação. Depois de vários anos sem um defesa-esquerdo em condições, eis que apareceu o messias chamado Cissokho, que depois de vendido por 15 milhões de euros acaba por deixar a vaga em aberto mais uma vez. Álvaro está a fazer uma boa época, mostrando raça, agressividade e velocidade no flanco, faltando-lhe apenas começar a acertar mais com os cruzamentos, talvez a sua grande falha até ao momento. É titularíssimo e não prevejo alteração no seu estado.
(+) Orlando Sá, apesar de ainda não ter marcado, mostra serviço. É mais lento que Falcao e menos oportunista que Farías, mas é grande, forte e parece ter vontade de jogar (pudera, ao fim de 7 meses no estaleiro quem não teria…) e marcar. Trabalhou que se fartou e só não marcou por azar. Gostei do empenho.
BARONIS
(-) Falta de elasticidade táctica. Há qualquer coisa que se passa para Jesualdo não conseguir transmitir a mensagem de adaptabilidade do esquema de três médios para os seus jogadores, e temo que o tempo esteja a escassear para poder haver algo de diferente para melhor nesta organização da equipa dentro de campo. Hoje, apesar da óbvia falta de entrosamento entre os homens do centro, notou-se alguma falta de mobilidade, particularmente para as alas, e uma gritante lentidão na criação de jogadas ofensivas que não passassem por Varela.
(-) Mariano. Parafraseando Lewis Black, o argentino transformou-se numa punchline. Nem é preciso dizer mais nada. Se estiverem numa situação em que vos apeteça dizer qualquer coisa cómica, basta dizerem “Mariano González” e tiram logo um ou dois sorrisos. É muito muito mau.
(-) Maicon é muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito leeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeento…em demasia para uma equipa como a nossa, que já não tem jogadores muito rápidos no centro do terreno. Ou ganha ritmo e velocidade ou não pode ser opção.
(-) Substituições. Continuo a não entender muito bem a mente do nosso treinador no que diz respeito a substituições. É algo que tem sido questionado desde que Jesualdo chegou ao FC Porto, e é um caso que merece ser estudado. Se Guarín até deu alguma chama ao meio do terreno e Sérgio Oliveira conseguiu ganhar alguns minutos (que acabou por acalmar os adeptos porque mostrou muito pouco), a entrada de Rodríguez roça o absurdo. E quase que ia para a rua porque entrou e começou a entreter-se com picardias ridículas com os adversários. Palavra que por vezes não entendo o que se passa com estes meninos…
(-) Esta Taça da Liga consegue despertar em mim ainda menos interesse que a Taça de Portugal, o que não é fácil. É uma competição para encher um calendário que já de si está cheio e que se devia processar por sorteio até à final. Quem lá fosse, porreiro, podia sacar um caneco. Os outros aposto que não ficavam muito preocupados…
Tal como no passado sábado, foi pouco mas chegou. Numa competição que não interessa a quase ninguém, marcamos os primeiros pontos numa exibição fraquinha e que serviu para dar alguns minutos e deixar os adeptos ainda mais receosos dos eventuais castigos a alguns jogadores do plantel envolvidos no túnel da Luz. Enfim, que regressem os jogos a sério!
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