III Encontro da Bluegosfera – 7 de Junho

Mais um ano se passou e é altura de voltar a juntar a malta que participa na bluegosfera, convidar todos os que interagem com o pessoal dos blogs portistas e estender esse mesmo convite a todos os portistas que querem saber o que raio é essa coisa da bluegosfera e que se interesse por conversar um bocadinho sobre o seu clube. Este ano continuo em colaboração com o José Correia do Reflexão Portista, o BlueBoy do Bibó Porto, carago! e dou as boas-vindas ao quarto elemento da organização, Nuno Góis, do Mística do Dragão.

Os temas escolhidos para este III Encontro são os seguintes:

  • O Museu e as lições de 121 anos de História
  • O Portismo no Mundo
  • Impacto da Bluegosfera

Aqui fica o poster oficial do evento:

As inscrições já estão abertas e como sabem (ou deveriam saber) os lugares são limitados, por isso toca a “botar o nome na lista”, que pode ser feito de duas formas:

#ENCONTROSDABLUEGOSFERA
página oficial no facebook: http://www.facebook.com/Bluegosfera
página oficial no youtube: http://www.youtube.com/user/Bluegosfera

Link:

Curto rescaldo do II Encontro da Bluegosfera

Foi um bom dia. Longe do Dragão, é verdade, mas ainda assim foi um bom dia. Um dia em que conseguimos juntar mais umas dezenas de portistas que abdicaram de um sábado soalheiro onde podiam (até na própria cidade onde o evento se realizou) ter dado um saltinho até qualquer um dos bares perto das praias de Espinho e ficado a tarde a apanhar sol nas ventas, cerveja nas goelas e uma suave brisa nas têmporas. Continuamos a ser poucos para os portistas que tanto se queixam e tão pouco fazem para multiplicar a intensidade dessas mesmas queixas em fóruns exactamente como este, que a partir de uma certa massa crítica podem começar a fazer uma verdadeira diferença e a fazer com que o nosso clube possa crescer ainda mais e com uma ligação melhor e mais cimentada com os seus próprios adeptos.

Os painéis foram interessantes, com excelentes apresentações feitas por portistas com gosto de dizer que o são. As opiniões eram diversas, defendidas com garra e com argumentação bem vincada e bem alinhada por nove bons exemplos que a bluegosfera está viva e dinâmica. E é em eventos destes que podemos continuar a trabalhar para que o FC Porto seja cada vez maior e melhor, com o contributo dos seus adeptos. Sem glórias pessoais, demandas pelo networking social ou buscas incessantes pela demonização de ideias diferentes e pelo debate puro e bem disposto. Todos os intervenientes estiveram à altura, deram-me muito que pensar e alimentaram-me montanhas de ideias para escrever. Gostei de rever a malta que já no I Encontro tinham marcado presença, mostrando que a iniciativa tem pernas para continuar a andar e bem. E a comunidade vai-se formando assim, com membros de blogs consagrados (Nelson Carvalho, Nuno Nunes, João Crespo, Rodrigo Martins, Ricardo Costa, José Lima ou Fernando Costa) juntamente com elementos de blogs mais recentes (Catarina Pereira, Miguel Souto), todos com espírito crítico, a interagir com o público enquanto recebiam comentários aos seus próprios textos, às suas ideias e opiniões. Um muito obrigado a todos eles.

E deixo também um pedido de desculpas às pessoas que estiveram presentes e aos que tentaram estar lá de uma forma virtual. As dificuldades técnicas que tivemos fizeram com que a promessa de emitir o Encontro pela web não fosse um objectivo plenamente conseguido. E a frustração aumentava enquanto víamos perguntas a aparecer e o tempo a passar e percebíamos que seríamos incapazes de colocar as questões todas e de usar o tempo da melhor maneira. Somos amadores, não haja dúvidas acerca disso, mas fico lixado quando não consigo cumprir o que prometo. E esta falha em nada se reflecte na Biblioteca Municipal de Espinho nem nos membros da organização, que foram os mesmos gajos porreiros e sempre empenhados em fazer do evento um sucesso. São tudo lições para o futuro, para que estejamos todos mais preparados para ponderarmos melhor os imponderáveis que possam surgir.

Só para terminar, uma palavra para os outros organizadores. Sem as ideias do José Correia, o dinamismo do BlueBoy, o esforço do Nuno e o altruísmo do Pedro Blue, nada disto seria possível. Obrigado, malta, é um gosto trabalhar convosco. E acaba aqui a lamechice, vá lá, cada um para seu canto. E vamos falando, como sempre, quando não pessoalmente pelo menos através deste mundo estupendo que é a Bluegosfera.

Link:

Este faz o Romney parecer coerente

Antes:

Jorge Jesus, treinador do Benfica, comentou desta forma o empate frente ao Rio Ave e a consequente atribuição do título de campeão ao F.C. Porto. O técnico deixou poucas considerações sobre a perda de pontos na segunda metade da temporada:

«Como se perde um campeonato? Não conseguimos fazer mehor que o Porto, é o vencedor deste campeonato. Estivemos muitas jornadas à frente, perdemos alguns pontos num momento em que estávamos na Champions, não que isso sirve de desculpa. Não vale a pena estarmo-nos a desculpar com as arbitragens. Não vale a pena agora estar a falar nisso, não quero falar no passado.»

F.C. Porto é um justo campeão? «Os vencedores, quando ganham, é porque têm mérito e chegaram em primeiro. Já falámos de várias questões relacionadas com o campeonato, não me quero desculpar com elas, falar sobre elas agora.»

Depois:

Jorge Jesus, em entrevista ao jornal «A Bola», fala nas arbitragens como um dos motivos para a vitória do F.C. Porto no campeonato.

Em resposta a uma pergunta sobre a influência das arbitragens em alguns jogos, o treinador do Benfica responde o seguinte: «Se fizer as contas e a relação aos pontos perdidos nesses jogos (V. Guimarães, Académica, F.C. Porto e Rio Ave), com os erros cometidos, faz toda a diferença. São erros que valem o campeonato. (…) Levo três anos no Benfica e uma das coisas que sinto é que para ganharmos um campeonato aqui temos de jogar não apenas contra a equipa adversária. Temos de fazer sempre muito mais, porque fazer o suficiente não chega».

E acrescenta: «Sem os casos destes jogos e de outros, não tenho dúvidas de que o Benfica teria sido campeão. (…) Digo-lhe mais isto, os erros de arbitragem afetam desde logo a motivação dos jogadores nos jogos seguintes e, em consequência, o rendimento deles».


Se a rectidão moral e mental criasse pus…o homem teria de ser lancetado para não ser engolido pelo dito.

E aproveito para subscrever as opiniões de José Correia, do Zé Luís ou do Vila Pouca. Pouco mais há a dizer sobre o assunto.

Link:

Desta vez, o ponta-de-lança que é ponta-de-lança não parece ponta-de-lança

“A evolução na continuidade do colectivo montado por Vítor Pereira é um caso. A pouco mais de uma semana de terminar o “mercado” de Janeiro, ainda há gente que não só não percebeu que não vem um ponta-de-lança para o FC Porto porque não é urgentemente preciso e não há dinheiro para comprá-lo nem oportunidade para acertar na escolha, rejeitando-se e bem a situação de comprar por comprar. Resta ao treinador, cuja competência nesta situação não só complicada como limitada pelas opções tem sido evidente, trabalhar e exaltar o colectivo para obter resultados, enquanto muitos esperam brilhantismo como a única forma de chegar aos títulos que sobram.
Tenho marcado a este nível mais do que nunca a minha opinião, ao arrepio da quase totalidade da bluegosfera. Não por não achar que não é preciso um pdl, porque já desde a saída de Falcao que o vinquei e a inferioridade europeia do FC Porto ficou patente no comparativo negativo face às opções das outras equipas no grupo da Champions, inclusive o excelente Ailton do APOEL. Mas por perceber as condicionantes em que se movem os responsáveis portistas. Gostando ou não apoiando esta ou aquela opção, é dever de ofício, no caso para quem escreve, perceber porque se faz ou não uma operação. E não só resta pouco tempo, como o tempo que resta não chegará para ambientar um potencial novo reforço para uma área efectivamente carenciada.”

Zé Luís in Portistas de Bancada

“Kléber nunca deslumbrou, é verdade, mas já provou que é bem melhor do que tem mostrado nos últimos jogos. O jovem brasileiro tem capacidade, margem de progressão, mas nos últimos tempos parece que bloqueou. Quando se esperava evolução, tem havido regressão, parece que desaprendeu, que nem nas bolas mais fáceis acerta. Porquê? Porque e isso para mim é claro, a juntar à instabilidade da equipa – não ajuda ninguém, muito menos os mais inexperientes e que só agora chegaram -, a pressão e a carga que lhe colocaram sobre os ombros, tem sido demasiada. Kléber precisa de calma, tranquilidade, ter uma evolução natural e não a responsabilidade de ser o avançado que substitui Falcao, com tudo que isso implica, sabendo-se das virtudes e dos golos que o colombiano facturou com a camisola do F.C.Porto. O erro não está na contratação de Kléber, não, o erro está na não contratação de um substituto de Falcao, disse-o no primeiro dia após o fecho do mercado, Fechou o mercado. É hora de dizer alguma coisa. Mas como também disse nesse post, a partir do momento que não veio ninguém, não faz o meu género, sempre que um ou outro resultado não eram positivos, vir a terreiro dizer, “já sabia, já tinha avisado, foi um erro, se tivessemos um avançado, etc,” até porque era chover no molhado, não resolvia nada. Não tinhamos cão, tinhamos de caçar com gato.
Agora é diferente, o mercado está aberto e por isso é a hora de reclamar um avançado – já cá devia estar desde o início dos trabalhos, pós férias natalícias. E a vinda ou não de um avançado pode fazer toda a diferença no que seremos capazes de fazer até ao final da época, por todas as razões e também por Kléber.
Os tempos não estão fáceis, o pilim está caríssimo, mas seria para mim incompreensível, não seríamos Porto, se perante as notórias carências que temos na frente e depois do empréstimo de Walter, não contratássemos ninguém.”

Vila Pouca in Dragão até à Morte

A somar a estas duas opiniões temos a do José Correia no Reflexão Portista, que por ter escolhido usar uma resposta de Vitor Pereira não me deu material para citar mas deixou bem evidente a mensagem que percebeu ter sido enviada pelo treinador tanto aos seus patrões como aos sócios do FC Porto.

Acho sempre curiosa a forma quase antagónica de ver uma situação como a da contratação ou não de um ponta-de-lança para o nosso plantel, numa altura em que tal questão gera conversa atrás de conversa mais ou menos inflamada entre os adeptos portistas. E vejo-me, como tem sido hábito, a concordar um pouco com ambos.

É uma verdade que Kleber não é Falcao. Não o é agora e talvez nunca o venha a ser e também é verdade que o facto da aposta ter sido feita na colocação do brasileiro no lugar do colombiano não foi uma vitória no papel nem na relva. E estas duas opiniões de que me socorri em cima comprovam que olhando por que lado olhemos, poucos acreditam que a estratégia possa passar unica e exclusivamente por Kleber na frente de ataque. Seja com Hulk deambulando do centro para as alas, adaptando o tradicional esquema de 4-3-3 num harmónico com maior mobilidade entre os três avançados ou recuando um ala para o meio-campo e usando James como 10 “plus”, a convicção mantém-se: Kleber não chega.

No jogo do passado Domingo contra o Vitória foi evidente que o grupo está a procurar fazer com que o rapaz se enquadre, ele que pode perfeitamente ser o único titular que não fazia parte da equipa do passado a par de Defour. Logo após o golo de Moutinho todos os jogadores, incluindo o próprio João, juntaram-se à volta do autor da assistência (para quem não viu, foi mesmo Kleber com um excelente toque por cima da defesa contrária), Helton correu da baliza para abraçar o colega, numa demonstração que tem tanto de fraterna como de autêntica. Mas Kleber, mais uma vez, não é Falcao. E o modelo de jogo do ano passado dependia em grande parte de dois factores que se associavam na perfeição ao jogo de posse: eficácia na zona central da área e rupturas rápidas pelo flanco. À medida que Falcao ia facturando e Hulk ia rasgando, a equipa construiu-se em torno desses mesmos paradigmas e o jogo fluia naturalmente. A construção de jogo no meio-campo era essencial para trocar a bola até ao ponto em que pudesse ser enviada para Radamel ou Hulk e com Moutinho ao lado de Guarín ou Belluschi, a simplicidade de processos faziam com que a produtividade fosse elevada. Este ano, com menor eficácia no centro, Vitor Pereira optou por Hulk ao centro. Funciona, como já se viu, mas o modelo muda e as mesmas constantes não se podem aplicar.

Se somarmos a saída de Walter à equação, o panorama torna-se mais complexo. “Bigorna”, esse sim uma aposta redondamente falhada como alternativa tanto a Falcao como a Kleber, por tantos e tão variados motivos (válidos ou não) deixa uma vaga no plantel que será ou não tapada por um novo jogador. Mas seremos capazes de adquirir um jogador a um custo aceitável para a frente de ataque que nos garanta uma presença eficaz na área, entrosamento com o resto dos colegas…e acima de tudo golos? Mais que isso: valerá a pena? Uma coisa é certa: se vamos comprar só para equilibrar os números do plantel, não vale a pena. Mais vale promover o Vion.

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