Baías e Baronis – Nacional 2 vs 1 FC Porto

 

foto retirada de MaisFutebol

Torna-se muito difícil assistir a um jogo do FC Porto para o campeonato a partir do momento em que é quase certo que nada fará com que consigamos vencer a prova. Ao mesmo tempo há uma espécie de desinteresse activo, onde o jogo ganha mais importância e o resultado cada vez menos, em que se começa a assistir às partidas numa fugaz esperança que a vitória calhe para o nosso lado sem grande convicção que tal venha a acontecer. Este foi mais um exemplo da forma como o FC Porto está desligado desta competição há algum tempo, preocupado com os jogos das taças e desconsiderando a prova que é mais importante para todos que estão da parte de fora do relvado. Cansaço, físico e mental, levam a isto. E até Capela ajudou, porque este jogo podia ter acabado numa vitória para o Nacional por vários motivos, mas aquele golo anulado a Jackson…enfim. Seis derrotas para o campeonato. Não me lembro de tal coisa. Para as notas, tout suite:

(+) Jackson. Já começa a ser azar ter dois golos anulados pelo mesmo motivo em dois jogos consecutivos. Se o que marcou ao Belenenses ainda pode ter sido precedido de carga sobre o avançado, este foi limpo, com Jackson a subir bem mais que o defesa do Nacional antes de cair por cima do adversário, que saltou bem depois de Jackson. Um erro que nos custou um ponto, mas que em nada mancha a boa exibição de Jackson, incansável na procura de espaços e na cedência da bola aos colegas que a pediam pelas laterais. Parece rejuvenescido depois do jogo contra o Benfica e espero ter um Jackson em forma até ao final da época e pronto para um Mundial em grande.

(+) Reyes. Continua a trabalhar bem este mexicano, com bom nível no passe, atenção na intercepção e bom posicionamento defensivo. Não tem culpa de estar emparelhado com um dos centrais menos fiáveis da história recente do FC Porto, tendo de tapar a sua zona e ajudar a cobrir a zona do colega…

(-) Indolência e descompressão competitiva na primeira parte. Há uma espécie de desinteresse que se apodera dos jogadores em alguns momentos que me parece incompreensível. A primeira parte deste jogo é um enorme deserto de 45 minutos, sem ideias, velocidade, agressividade e ritmo competitivo. Foi como se o jogo contra o Benfica tivesse consumido toda a força, a moral e a inteligência táctica da equipa, anulando um meio-campo que tão bem esteve na quarta-feira (foram os mesmos Fernando/Defour/Herrera que jogaram a meio da semana?!) e tornando qualquer saída de bola da defesa num muro intransponível, com passes falhados, péssimos controlos de bola e uma intensidade que se tornou dramática ao fim de meia dúzia de minutos, quando se percebeu que poucos estavam ali para jogar mas acima de tudo ganhar. Danilo e Quaresma foram a imagem mais evidente deste desnorte e alheamento competitivo, porque apesar de terem a bola dezenas de vezes nos pés, o 2 nem sequer tentava e o 7 tentava demais. Um Herrera lento demais, um Defour desaparecido e um Fernando trapalhão faziam o meio-campo afundar, e apenas Jackson parecia querer contrariar a parvoíce que grassava na mente de todos os jogadores. A segunda parte trouxe melhorias mas mais uma vez oferecemos dois golos e uma parte inteira ao adversário…só porque sim. E eu já nem me chateio com isto como fazia no início, com a diferença de estar a ver o jogo no sofá, porque se estivesse em campo podem ter a certeza que tinha corrido mais que aqueles gajos todos, nem que tivesse de romper o outro menisco.

(-) Abdoulaye. Se me permitem uma viagem pelo nosso passado, imaginem um jogador com a capacidade de passe de Stepanov, a excessiva agressividade de Argel, a velocidade de Ricardo Silva e o posicionamento de Matias. É esta amálgama de parvoíce que hoje ocupou a posição de titular no eixo da defesa do FC Porto. Tiago Ferreira de muletas faria melhor trabalho.

(-) Licá. Sou dos primeiros que diz que o rapaz não é extremo, tal como Ghilas também não o é e sofre com isso. Mas Licá insiste em provar que não pode sequer ser titular no FC Porto pela diferença de produtividade entre ele e Varela, deixando aqui a nota que Varela está a atravessar uma daquelas lombas de rendimento capazes de engolir três Hummers. Nem consegue mostrar o querer do início da época porque perde em velocidade, em força e em capacidade de luta contra jogadores do Nacional da Madeira. E quando isso acontece, mais vale ficar em casa a ver o jogo pela televisão.


E agora, meus amigos? A quinhentos pontos da liderança e a quase outros tantos do segundo lugar, terá chegado a altura de desistir como tantos pareceram fazer na primeira parte? Ser frio e calculista é complicado num clube que luta sempre para vencer, mas a toalha já está no chão há algumas semanas e quem a atirou primeiro foram os jogadores…

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Baías e Baronis – Millonarios 0 vs 4 FC Porto

Primeiro de tudo: puta que pariu a “raça latina”. Este tipo de equipas para jogos de pré-época devem ser um Deus me livre para os jogadores porque o adversário simplesmente não pára. Correm como chitas atrás de saborosas gazelas, acertam em tudo o que vêem com uma intensidade tal que mais parece que estão a disputar uma final da Libertadores. Raramente jogam um charuto mas o ritmo que impõem nas partidas e a pressão que colocam no adversário é absurda para esta altura da época. Por outro lado…é excelente para funcionar como um sério teste à capacidade física da equipa ao fim de algumas semanas de treinos, especialmente em altitude. Mas a altitude combate-se, como já disse, com atitude. E foi o que fizemos. Vamos a notas:

(+) Danilo. Estupendo no golo em bola corrida, a avançar pelo campo como um lateral…coiso, que não faz a ala mas que desvia para o centro como fez desde que cá chegou. E os golos de livre, qual Fernando Mendes no Bessa…sem palavras (se bem que Maicon no ano passado também começou bem…mas não tanto!). Parece melhor em campo, francamente, não sei se pelo regresso de Fucile ou pela última tentativa de forçar a mão de Scolari na convocatória para o Mundial, mas o que é certo é que está a mostrar-se mais forte no ataque e mais inteligente na defesa. E todos nós esperamos que continue nesta recta de evolução positiva.

(+) Castro e Josué. Muito combativos no meio-campo, fortes no choque e agressivos quando foi preciso, alternaram bom posicionamento defensivo com a construção inteligente e acima de tudo a forma como comandaram os timings de jogo nas alturas certas, eles que foram continuamente pressionados pelos médios colombianos que tentaram acertar constantemente nas quatro pernas portuguesas que lhes apareciam pela frente.

(+) A componente defensiva de Licá. Corre como um louco e cada vez me faz lembrar mais um dos meus jogadores preferidos, o argentino Jonas Gutiérrez. Não desiste quando está em posição defensiva e vem atrás muitas vezes para apoiar as subidas de Alex Sandro, postura que juntamente com a capacidade física e a altura fazem dele um elemento vital no plantel…e talvez em muitos onzes titulares na época que aí vem.

(+) O golo de Jackson. Deus me livre. Ainda vai dar jogador este rapaz, vai vai.

(+) Comentários da Porto Canal. Podemos ter um Bernardino Barros em todos os canais? Com imparcialidade, inteligência nas análises, percepção de jogo e conhecimento de causa dos jogadores que está a descrever? É pedir muito? A diferença é de tal maneira grande entre BB e qualquer outra sigla que vomite alarvidades noutras emissões que me faz lamentar pelo futuro do comentarismo desportivo. Não há dúvidas: para ver futebol e para ver o FC Porto, o Porto Canal é de longe (de MUITO longe) o melhor de todos.

(-) A componente ofensiva de Licá. Talvez haja uma diferença muito grande nos estilos de jogo de Licá e o rapaz que estava daquele lado no ano passado, um tal de James Rodriguez. Mas Licá parece um corpo estranho nesta equipa, por muito que me custe dizê-lo (e custa, porque gosto do estilo), e ainda não se parece ter conseguido adaptar nem à equipa nem ao lateral que lhe aparece pelas costas. Parece sempre demasiado trapalhão nas alturas mais importantes e essa indecisão e nervosismo podem custar-lhe o lugar. Correu muito, esforçou-se imenso. Mas precisa de produzir mais.

(-) As entradas sobre Jackson. Quantas faltas sofreu Jackson durante o jogo? A resposta é simples: sempre que recebeu a bola de costas. Muitas foram marcadas, muitas não. Mas se isto fosse um jogo oficial, aos dez minutos já tinha sacado três amarelos. Mais: aguentou-as todas e ficou quase sempre com a bola. É como digo, ainda vai dar jogador este rapaz…

(-) O passe longo de Abdoulaye… é mau demais para ser condizente com um jogador que quer ser titular do FC Porto. Não treines, não, rapaz…


No final da crónica do jogo contra o Deportivo Anzoátegui, escrevi isto: “Helton, Danilo, Otamendi, Abdoulaye, Mangala, Castro, Josué, Lucho, Licá, Kelvin, Jackson. Vai uma aposta que a equipa de quarta-feira é esta? Se não for, creio que não fugirá muito disto (…)“. Falhei por um, mas aos sessenta minutos Paulo Fonseca fez-me a vontade. E com tantas opções, umas melhores que outras, já falta pouco para a apresentação que é já no Domingo e aí já vamos poder ver como está o nosso povo. E acima de tudo como joga a malta nova. Estou muito curioso para os ver ao vivo.

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