Ouve lá ó Mister – Nacional da Madeira


Amigo Vítor,

Já sei que não gostas de te meter em trapalhadas entre clube e selecção. Até podes nem ter gostado desta coisa da nossa malta ser esticada como um gajo numa roda da inquisição espanhola e esquartejada temporariamente até que nacos do nosso corpo vão parar ao Gabão ou a Nova Iorque, mas o que é certo é que temos de engolir estas tralhas enquanto as leis do futebol funcionarem assim e mandar o dinheiro em vez da valia em campo. Por isso, vamos ao que interessa.

We’re not in Vizela anymore, Vitor. E o jogo da eliminatória passada, aquele passeio absurdo que fizemos ao Minho profundo e que os teus rapazes trataram de enfeitar com uma vontade de jogar tão grande que mais pareciam judeus a caminho de Dachau, já vai longe. Começa a chegar a altura de encontrar as equipas maiores, as da Liga, aquelas que habitualmente nos cruzam o caminho e tentam por tudo lixar-nos a vida e nos dão água pela barba que não temos. Eu tenho, mas nem tu nem os nossos jogadores têm. Talvez o Defour, até era capaz de ficar jeitoso com penugem, o moço. E o Maicon. Esse é que era. Já o imaginaste com aquela careca reluzente compensada com intensa pilosidade nas ventas como o Romo? Sérgio Romo? Pitcher dos Giants? Homem, actualiza-te com a MLB, vais ver que gostas. De qualquer maneira, há que ir à Madeira ganhar o jogo e sem muito mais conversas. O Nacional está perto fundo da tabela e provavelmente vai olhar para a Taça como uma boa maneira de se safar e deixar o nome nesta temporada, mas não quero saber de nada disso. Quero que avances com a melhor equipa possível e ganhes o jogo, até porque o de quarta-feira com os Zagrebinos não conta para muito a não ser para embolsar mais uns maços de notas. Se quiseres troca só o Fabiano para manter a tradição, mas o resto deixa estar como está. E reza para que o James faça o mesmo que fez no ano passado quando apareceu na Luz direitinho de uma longa viagem depois de jogar pela Colômbia. Era bonito, admito.

E vê lá, na Choupana não quero apanhar nevoeiro. Neboeiro. No boeiro. No bueiro. Get it?

Sou quem sabes,
Jorge

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